Músicas E Escrita escrita por Bia_C_Santos


Capítulo 10
Conto 9 - Falling Over Me (Demi Lovato)


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Mais aí está mais uma história e de novo uma música da Demi (diva)! Espero que gostem...



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Eu estava no centro da sala. Era um lugar muito bonito, por causa das cores. Branco eram os sofás, a parede tinha um tom de verde clarinho e as cortinas e tapetes laranja bem escuro. As almofadas e enfeites de mesa também verdes.

             Se a sala de recepção já era assim, eu tentava imaginar o quarto da Maria Eduarda. Ela dizia que era a melhor parte de todo o lugar.

            Na minha opinião, aquele hotel devia ser um Plaza brasileiro. Eu viraria a Eloise, aquela menininha que morava no Plaza em um filme, com o maior prazer.

            Os adolescentes principalmente pareciam gostar do lugar. Um casal no sofá, rindo e se beijando. Eu assistia os garotos seguindo o perfume das garotas.

            Um dele acabara de pegar na mão de uma garota. Outro dançava com uma garota... Dançava! No meio de uma sala de recepção. Ok, aquilo na era muito normal.

            Eu me sentia a única que não tinha um garoto paquerando, quando percebi que não era a única desacompanhada naquela sala.

            O garoto que eu vi estava encostado na parede com uma flor na mão.  Vestia jeans, camiseta branca gola “v”, camisa xadrez aberta, azul e verde, além do branco e preto. Um tênis da Nike.

            Estava com a cabeça abaixada, mas eu via o cabelo caindo na testa, escuros, uma franja perfeitinha, combinava com a pele clarinha como areia.

            Naquele momento em que eu o observava, ele ergueu a cabeça e eu congelei. Os seus olhos eram verdes, verdes hipnotizantes, verdes como a grama de um jardim perfeito.

            Mas aqueles olhos estavam perturbados. Sua mão tremia e era fácil perceber por causa da flor. Era óbvio que ele esperava uma garota, mas ela não chegava.

            Olhei para o relógio. É, dona Maria Eduarda. Estava atrasada pelo menos quinze minutos.

            Tentei não olhar para o garoto. De uma passada de olhar na sala. Tudo estava como deveria ser.

            Exceto a distância entre eu e aquele garoto. Tanto fisicamente quanto emocionalmente.

            O que???? O que eu estava pensando???? Eu devia estar em transe, só pode! “Acorda, Bruna!”, gritei na minha cabeça.

            Naquele comento, Maria Eduarda entrou na sala. Não entendi a demora. Ela vestia uma calça leggin e uma T-shirt, um chinelo. O cabelo estava preso, mas não muito bem e algumas mechas caíam. 

            Ela costumava se arrumar melhor, mas pelo jeito tinha corrido até a sala, se debatendo contra alguma coisa.

            Porém, eu estava tão absorta nos meus pensamentos sobre o garoto, que nem percebi o fato.

            Eu queria conhecê-lo. Queria ir falar com ele. Era uma vontade louca minha.

            E a sala continuava em pé enquanto eu desabava. Eu nem sabia o nome dele, como é que ia chegar para conversar com ele?

            Maria Eduarda andou até mim e ignorou os olhares das pessoas. Já era oito e vinte. Ela tinha se atrasado.

            — Oi, Bruna — Maria falou e me abraçou, fazendo acordar dos meus pensamentos sobre o garoto. — Me desculpe a demora. Minha mãe ficou me passando um sermão.

            — Tudo bem — respondi e retribui seu abraço, ainda pensando, bem pouco, no garoto.

            “Quem é você que está caindo sobre mim?”, perguntei, mentalmente.

            De repente, tive uma ideia. Era tão simples que eu me sentia burra de não ter pensado antes. Maria Eduarda morava ali. Devi saber quem era aquele garoto.

            — Mas, você sabe quem é aquele garoto encostado na parede com a flor? — perguntei, sussurrando.

            — Quem? Aquele? — Maria Eduarda gritou e apontou exatamente para onde o garoto estava. Bati na mão dela, abaixando a mãe dela. Minha pupila estava dilatada de susto, com certeza.

            Agora todo mundo olhava para nós. Culpa da discretisse de Maria Eduarda.

            — Ele é amigo do Gustavo — falou, mas baixo, sentando-se. — Não sei o nome dele.

            Não falei mais nada, enquanto Maria Eduarda passava o olhar pela sala. Logo parou e soltou um “ah!”. Levantou e foi até um dos casais, que estavam se beijando.

            Bateu no ombro dos dois, interrompendo o beijo. Falou, alto:

            — Desculpa, casalzinho, mas eu tenho que tirar o garoto só por uns instantes, ok?

            Maria Eduarda não criava vergonha na cara!

            Pegou o braço do garoto e o empurrou. Era um garoto moreno, alto, o olho escuro e castanho.

            Cada um sentou-se em cada lado do sofá.

            — Ela quer saber sobre o garoto, Gu —Maria Eduarda disse, fazendo um aceno com a cabeça para ele.

            — Ah, esse é o Leandro — Gustavo disse. — É muito tímido, gente boa. Ele é apaixonado por uma garota. Acho que marcaram de se encontrar aqui, mas ela não gosta dele. Ela não o merece. Ele faz de tudo para ela, mas nunca parece ser o suficiente. A propósito, eu sou o Gustavo, o melhor amigo dele.

            — Eu sou Bruna — falei apenas o que pensei em falar.

            Leandro parecia ser o tipo de garoto quase perfeito quando apaixonado, só não era perfeito, porque ninguém era perfeito. O tipo de garoto que eu queria, agora a bela face desmanchada pela tristeza. Pela segunda vez, perguntei mentalmente, com palavras diferentes.

            “Quem é você, que é tudo o que eu preciso?”

            — Gostou dele? — Gustavo perguntou. Percebi que eu estava observando Leandro.

            — N-não — gaguejei, mentindo.

            Gustavo e Maria Eduarda se entreolharam e trocaram um sorriso. Gustavo disse:

            — Ela é legal?

            — Ela é adorável! — Maria Eduarda respondeu. Olhei para ela como se essa fosse uma louca. — Perfeita para ele. Faria esquecer a garota que ele está apaixonado na hora que a ver, por causa da sua beleza.

            Dessa vez, até Gustavo a olhou como ela fosse louca. Eu estava começando a achar que ela realmente era.

            Minha beleza? Ta certo que eu não era feia, mas também não sou grande coisa. Meu cabelo era liso, com um corte mediano, e preto. Pele normal, corpo normal, olhos escuros normais.

            — Ah, já chega! — eu disse, me levantando. — Vamos logo, você tem que se arrumar para irmos no cinema, Maria!

            Enquanto eu andava para dar a volta no sofá, na direção de onde Leandro estava, senti duas mãos na minha costa.

            Me virei, mas não deu tempo. Gustavo (e não Maria Eduarda, como eu achava) já tinha me empurrado. Virar foi pior, porque me desequilibrei.

            Esperei o baque que nunca veio.

            Abri os olhos, que só naquele momento percebi que estavam fechados. Percebi também que me agarrava nas roupas de alguém e que esse alguém me segurava.

            Eu sabia exatamente quem esse alguém era.

            Me levantei do apoio de Leandro e virei de frente para ele. Leandro parecia confuso.

            Quando me viu, sua expressão passou de confuso para... O que? Eu não sabia. Leandro deu um sorriso torto e bobo, me analisando.

            — Oi — ele disse. — Sou Leandro. E você é...?

            — Bruna — respondi.

            — Então, Bruna — Leandro continuou, como se falasse com uma criança. Eu realmente me sentia como uma criança.  — É bom você tomar cuidado.

            Virei a cabeça e, de relance, vi Gustavo e Maria Eduarda rindo. Meus olhos se estreitaram, mas logo relaxei.

            — O que faz aqui? — Leandro perguntou.

            — Estou esperando aquela louca ali. — Apontei para Maria Eduarda. — Vamos para o cinema.

            De repente, o sorriso torto de Leandro se tornou o mais lindo sorriso que eu já tinha visto em todos os meus 19 anos, o que significava que era indescritível.

            — Posso ir com vocês? — ele perguntou.

            — Claro — respondi, por impulso.

            A partir daquela noite, eu esperava, eu rezava que Leandro como o “eleito” pelo meu coração, o único.

            A segunda vez que nos encontramos, mesmo conversando pelo MSN, foi no aniversário surpresa de Maria Eduarda.

            A irmã dela tinha tido a ideia e preparado. Maria Eduarda adorou quando todo mundo gritou “surpresa”. Eu a parabenizei, dando um abraço forte.

            Depois de um tempo vendo as pessoas a cumprimentarem, resolvi ir para varanda.

            Minutos depois, Leandro apareceu. Fiquei olhando para ele, encostado na parede, como a primeira. Naquele momento só existia ele.

            Usei as palavras que supostamente ele deveria falar:

            — Você me ama? Porque eu te amo.

            Leandro fuçou olhando surpreso para mim. Abriu a boca e falou:

            — Eu te amo, Bru. Mas... Tempos atrás...

            — Eu sei — interrompi. — Mas se nós nos amamos, nada deveria ser difícil.

            Cheguei perto dele e o beijei. Foi... doce. Essa é a melhor palavra. Peguei-o de surpresa e até me peguei surpresa pelo o que eu fiz.

            — Eu não sei, Bru. Você me esperaria? —Leandro parecia preocupado.

            — É claro. Se for você, eu vou esperar, eu vou seguir. Estou aqui para ficar. Desde que o amanhã prometa, eu te prometo hoje, eu vou esperar.

            Leandro sorriu. Eu pensei que ele ia me beijar, mas ele fez melhor: me abraçou.

            — Todos os nos trouxeram aqui, agora temos que agradecer — falei, sorrindo.

            Pensei nesses nomes. Primeiro, Maria Eduarda que tinha conseguido informações e começado aquilo tudo.

            Claro que a mãe dela também, que a tinha feito se atrasar e assim, me fazendo reparar em Leandro.

            Gustavo, que tinha me falado sobre Leandro e me empurrado.

            Odiava admitir, mas até o garoto que Leandro gostava, pois ela tinha faltado o encontro e deixado ele lá, esperando. Talvez ele não estivesse lá se a garota fosse.

            A irmã de Maria Eduarda, que tinha feto aquela festa surpresa e tinha convidado Leandro.

            Ficamos abraçados, olhando a paisagem. Ouço tempo depois, ele disse em meu ouvido:

            — Sabe a primeira coisa que pensei quando te vi?

            Balancei a cabeça em um “não”.

            — Quem é essa caindo sobre mim? Sabe? Não só caindo, mas invadindo minha mente.

            Sorri. Eu não podia acreditar que aquela noite se tornou esse dia.

            Eu sabia exatamente o que ele tinha dito. E agora, eu sabia quem era aquele caindo sobre mim.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?



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