Memórias De Uma Caçadora escrita por Giovana Rebelo


Capítulo 3
Conversas de uma barraca.


Notas iniciais do capítulo

O nome original era: Uma barraca de conversas, ou conversas de uma barraca?, mas não cabe. Aqui eu percebi como a minha história foi ficando monótona e chata.



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 Minha cabeça não parava de girar, como uma máquina de lavar roupa. Semelhantes. Kane. Pouco tempo. Me matar. Papel. Não irá gostar. O que isso tudo significava? Será que eram eventos soltou ou estavam relacionados.

                Todas as caçadoras me perguntaram o que foi aquilo, mas eu simplesmente não sabia. Lady Ártemis achou que era melhor que parássemos por hoje, pois já era por do sol. É como eu disse: o tempo é estranho.

                Armamos as tendas. Entrei em minha e sentei-me em minha cama, ao lado de Bonnie e Kath. Eu costumava dividir minha barraca com Zoë, mas agora fico sozinha.

                Deitei-me e abri o topo da tenda. A brisa entrou e respirei-a. As estrelas estavam nascendo e a Caçadora brilhava ao céu.

                Ouvi passos e me assustei. Milady entrou em minha barraca.

                -Dia difícil, não? – perguntou-me

                -Difícil é pouco – respondi

                As estrelas brilhavam como nunca.

                -Milady, porque não fiquei paralisadas como as outras meninas? Porque eu recebi aquela mensagem? – a perguntei.

                -Não sei, realmente é um mistério para mim. Repasso aquela mensagem toda hora em minha cabeça. Quando te achei sabia que era poderosa, mesmo não sendo uma semideusa, mas não sabia o quanto. Na verdade, ainda não sei o quanto. Eras tão pequena. Roubava comida, era nômade, assim como nos. Zoë olhou-te e vi sua pequena irmã – ela me olhou com um olhar fraternal – Acho que criei laços maiores do que deveria com algumas de vocês.

                -Lady, vos meses acredita que aquela mensagem era de um garoto? – perguntei.

                -Não. Você os repelia desde cedo. Mas não sei quem é. Tome cuidado. Você mais do que nenhuma sabe que pode ser uma armadilha. Descanse bem, minha caçadora.

                -Milady? – a chamei – Para onde vamos pela manhã?

                -Apenas descanse – ela respondeu-me sorrindo

                Gosto de noites quentes.  Ar quente e vento frio. Acalma e acorda. Deito-me em minha cama e me lembro de tanta coisa.

                Não sei o porque, não entendo meu raciocínio, mas lembro-me de quando achamos Bianca Bernardes, a terceira caçadora. Filha de Íris, morava na Inglaterra em plena Idade Média. Seu pai e seu avô eram pobres e, aos quinze anos, ela seria obrigada a se casar. Fugiu de casa e a encontramos no porto. É uma boa caçadora, a Lince entre nós. Meio mandona, mas quem não é?

                Ouvi ruídos: o que será que aconteceu?

                Levanto-me. Bonnie a Kath me seguem até a porta da tenda. Segudo Kiempf, meu arco e suas flechas inacabáveis. Sunny entra em minha barraca seguida, coecidentemente, por sua dona: Bianca.

                Bonnie, Kath e Sunny começaram a brincar. Saem da barraca, pois sabem que eu não gosto de bagunça.

                -Posso conversar contigo? – Bianca me perguntou, com sua mecha laranja, a cor de quando está nervosa.

                Ao entrar na caçada, a caçadora ganha um presente de seu pai divino. Bianca ganhou uma mecha em seus cabelos negros que muda de cor conforme seu humor. Geralmente está verde, sua cor da preocupação. Como sou a única mortal da caçada, ganhei uma pena prateada de lady Ártemis, que deixo presa na ponta de minha trança. Ela, ao me dar, disse que eu deveria quebrá-la em uma situação de perigo. A guardo até hoje.

                -Pode – respondi, apontando para que ela sentasse no puffe de meu quarto.

                -Tudo bem? – perguntou-me, enquanto se sentava

                -Sim, acredito que sim. E você? – perguntei, enquanto deitava em minha cama.

                -Ótima – ela disse, abaixando sua cabeça. Ela começou a coçar sua nuca, algo que faz quando está nervosa.

                -O que aconteceu? – perguntei, quebrando o silencio.

                -Você vai deixar a caçada? – perguntou-me

                -Porque acha isso?

                -Não sei. Aquela mensagem, seu desaparecimento de manhã. Conheceu um menino?

                -Não e eu nunca deixaria a caçada.

                Nisso, a corneta de recuar tocou. Bianca levantou-se.

                -Vou me recolher. Fico feliz que fique. Vamos Sunny! Boa noite – disse e se retirou.

                Bianca divide a barraca com Heather Russel, uma filha de Hermes que tem 14 anos. Sua mãe teve a pior morte de todas. Pelo que entendi, seu padastro bateu em sua mãe até que ela fosse louca a ponto de revidar. Nisso, ele cavou um buraco e a puxou pelos cabelos e a enterrou viva. Heather, que ouvia os gritos da mãe, fugiu e foi encontrada por nós em Atlanta, após a Batalha do Labirinto. Ao se tornar uma caçadora, ganhou de Hermes um colar com a foto de sua mãe e Kami, sua loba. Ela é a nossa raposa.

                Velas apagadas. Hora de dormir e, com sorte, não sonhar. 


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Notas finais do capítulo

Se você leu até aqui, por favor, comente.



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