Lentamente, depois de ter sonhos perturbadores, Sam abre seus olhos, tentando vencer a tontura que a manda cerrar novamente sua pálpebras e dormir. Com muito esforço, sua visão ganha foco e ela percebe estar no quarto de Brad, iluminado à meia-luz.

Sua cabeça parece querer estourar, e dolorosamente ela se senta na cama, cobrindo seu corpo nu com o edredom.

Sam olha em volta, não há ninguém. Tenta também se lembrar do que havia ocorrido na noite anterior, mas só há um vazio, mal se lembra de como havia chegado à casa de Brad, ou o quê tinha vindo fazer ali. Ao se concentrar mais um pouco, acaba por lembrar que tinha vindo para a festa de aniversário de Dwayne, tinha chegado lá pouco depois das nove da noite.

Com passos sem confiança, a adolescente caminha até o banheiro da suíte, prendendo o edredom na altura de seu peito. Sam lava o rosto com água fria e consegue ganhar um pouco de consciência. Volta ao quarto e acende a luz.

Havia um vestido azul jogado ao lado da cama, bem como suas roupas íntimas. No lençol branco, todo bagunçado, a inocente garota nota uma pequena mancha vermelha.

Começa a chorar, quando se dá conta do que ocorrera ali.

Não queria ser como a mãe, para quem sexo não representa nada além de prazer com um estranho na cama, ou até em outros lugares. E agora Sam havia feito sexo pela primeira vez e sequer se lembrava de como tinha sido.

Ao menos tinha feito com Brad, seu namorado. Ou ao menos ela esperava isso.

Vacilante, pega pelo chão suas roupas íntimas e as veste, logo em seguida, coloca o vestido.
Em um canto, localiza sua bolsa, e, por curiosidade, resolve verificar seu celular, para se situar no tempo.

Estupefata, vê que eram quase nove da noite de sábado, ou seja, passara o dia inteiro inconsciente.

Retirando-a de seus pensamentos, o som da porta se abrindo. Era Brad, seu namorado.

“Ei, dorminhoca... até que enfim...”

“O-o que... aconteceu aqui?” pergunta Sam soluçando.

Brad se aproxima e a abraça.

“Ah, amor... foi nossa primeira vez.”

“M-mas... eu não lembro de nada!”

“É que nós dois bebemos muito, lembra? E a gente acabou se levando pelo desejo, pelo amor que existe entre nós dois, loira...”

Sam enxuga as lágrimas que caem de seus olhos.

“Eu queria que fosse especial, não assim... não assim...” diz a garota, encostando a cabeça no peito do namorado.

Brad pega o queixo dela e levanta seu rosto, inchado pelo choro.

“Mas foi especial, amor... foi minha primeira vez também. Do pouco que eu lembro, nós fomos muito carinhosos um com o outro, foi um ato de puro amor.”

“Brad, você jura que foi assim?” pergunta Sam, chorosa.

“Juro.”

“Por favor, não me abandona... eu preciso de você...”

“Jamais, Samantha... jamais. Eu te amo com todas as minhas forças.” de forma falsa ele diz, beijando-a nos lábios.

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“Você é doida demais... minha mãe vai me matar quando souber...”

Ele pega a pequena mala que passa na esteira, ela contém roupas dos dois apenas para dois dias.

“Vai nada, você precisa cortar esse cordão umbilical... além do mais, não posso deixar passar o aniversário do Andre, ele é um dos meus melhores amigos!”

“Pensando bem, nunca fiz uma loucura dessas... espero que minha mãe não surte quando achar meu bilhete. Sua tia foi bem legal nos dando grana pras passagens e pra ficarmos por aqui no fim de semana.”

“Dinheiro não é problema pra tia Íris, ela fatura alto com a empresa de serviços gerais dela.”

De braços dados, os dois jovens andam pelo saguão e vão até a entrada do aeroporto, onde chamam um táxi e rumam para a casa de Andre, onde vai ser realizada a festa.

Era uma casa bonita, e o pessoal estava bem animado, conversando e rindo bastante. Freddie não se sentia mal por estar no meio de um monte de gente desconhecida, ao contrário, todos os amigos dela eram simpáticos, à exceção, talvez, de uma garota bastante branca com cabelos negros, a Jade. Mas mesmo ela havia lhe dado um ou dois sorrisos durante a noite.

“Nossa, é tão legal ter uma celebridade aqui conosco! E tão legal saber que ele tá namorando minha BFF!” diz Tori, bastante animada.

“É... não somos namorados...” Cat diz.

“É, não somos não.”

“Ah, bem, enfim, somos todos amigos!”

“Você parece tanto a Carly...”

“Jura? Quem dera eu fosse famosa!”

“Um dia vai ser...”

“Own... que gracinha esse Freddie!”

Cat o pega pelo braço e o afasta de Tori.

“Mas ele é meu, tá, Vega... já estou esperta com você!”

Tori sorri e fala irônica.

“Ué... pensei que não fossem namorados...”

“Não somos, mas isso não significa que você pode ficar com ele.”

“Então tá...” a amiga morena ri alto.

Em alguma hora da madrugada, os jovens por fim ficam cansados e cada um vai para sua casa.

Tori, em seu carro, despede-se de Cat.

“Vocês têm certeza de que não querem ir pra minha casa?”

“Nah, a gente fez reservas num hotel. Amanhã nos encontramos pra almoçarmos todos juntos.”

…

“Só um quarto? Mas nós pedimos dois!”

“Desculpem, mas deve ter havido algum erro. E... infelizmente não temos outro quarto disponível.”

“Palhaçada! Vocês tinham de se virar!”

Cat pega no braço de Freddie.

“Shhh... relaxa, Freddie. A gente divide o quarto.”

“Mas... mas...”

A ruiva olha para o recepcionista.

“Apesar que uma falha dessas merecia uma compensação por parte desse hotel tão renomado, não? Ainda mais se levarmos em consideração que o meu amigo aqui apresenta o webshow adolescente mais famoso dos Estados Unidos.”

O gerente olha aflito para o casal.

“É... claro, senhorita! Daremos um desconto de 70% no valor da diária, além de todas as refeições enquanto ficarem por aqui!”

“Que bom. Agora, por favor, nosso quarto.”

Eles são levados até o quarto, um cômodo bastante confortável, mas com apenas uma cama de casal.

Freddie, depois de conferir o que tinha no quarto, coça a cabeça.

“Bem, eu fico com o sofá...”

Já Cat, que estava se trocando no banheiro, abre a porta - revelando um bonito baby doll rosa - e se deita na cama.

“Ei, a cama é grande, vem aqui.”

“Mas... mas...”

“Que foi, não vai se aguentar? Julguei errado o Freddito? Não acho que você é o tipo de garoto que se atiraria tão rápido em cima de uma garota. Se for assim, pode ir pro sofá.”

Ele sorri e vai para o banheiro. Na volta ao quarto, está vestindo uma camiseta regata e bermuda.

“Eu me aguento, mesmo ao lado de uma beldade como você.”

“Oh, obrigada, senhor...” Cat lhe dá um selinho.

Eles desligam as luzes, a ruiva se aninha em seu peito e logo ele percebe que ela está dormindo.

Por um  instante, ele pensa na sua ex-namorada, Sam, e o que ela estaria fazendo neste momento.

Mas a loira agora era parte do seu passado. Ela havia feito a sua escolha e ele tinha de seguir adiante.

Por fim, ele fia em paz consigo mesmo e adormece profundamente, aconchegado por Cat.