“Ei, Freddie!”

“Oi, Brandon, e aí?”

Freddie cumprimenta Brandon, o estudante que cuida do teatro amador da Ridgeway. Não são os melhores amigos, mas se dão bem.

“Freddie, queria te pedir um favor, cara. Eu sei que você teve um monte de rolo com o iCarly... mas será que dava pra você filmar algumas cenas da nossa peça? Queria mostrar uma encenação pra uma diretora e ver o que ela acha.”

“Tá bom, eu trago meu equipamento aí.”

Eles combinam dia e horário e Freddie sai com um ar de felicidade, fazia tempo que ele queria trabalhar com seus vídeos.

Brandon observa Freddie se afastar, e, alguns instantes depois, surge atrás dele a figura sempre alegre de Cat, que estava escondida atrás de uma cortina.

“Ei, Cat. Fiz o que você pediu.”

“Obrigada, Brandon... você viu como ele ficou feliz? Era do que ele estava precisando, trabalhar com o que gosta.”

“É, estou vendo... você se importa bastante com o Freddie, não?”

“Eu sinto algum tipo de conexão especial com ele, não sei explicar. Vê-lo triste me entristece também, e ficar triste é algo que definitivamente não acontece por muito tempo comigo.”

“É... sorte do Freddie ter uma amiga como você...”

Cat sorri para Brandon.

…

Freddie está sentado na escada que dá no hall onde ficam os armários dos estudantes, cercado de colegas mais chegados do clube AV. Ele parece mais alegre do que há duas semanas atrás, coincidindo com a chegada da ruiva Cat, que não desgruda dele.

Ele está em uma acalorada discussão sobre o melhor player de blu-ray da atualidade, quando sente seu braço ser agarrado por trás. O perfume adocicado característico já entrega quem é, sua nova amiga Cat, o que o faz sorrir espontaneamente.

“E aí, tigrão... você tem algum programa pra hoje, lá pelas 7:00?”

“Hã... não, por quê?”

“Surpresa. Eu te pego em casa, esteja preparado... nada muito formal, vista-se apenas como você se vestiria normalmente pra ir numa balada.”

Dito isso, ela dá um beijo na bochecha dele e parte para sua aula.

…

Perto das sete, Freddie já está preparado, vestido casualmente com uma camisa polo e calças jeans. A campainha toca e ele abre a porta para Cat. Eles se cumprimentam com beijos.

“Pronto pra se divertir, tigrão?”

“Vamos nessa!”

Eles descem até o saguão, onde Lewbert os repele.

“Ei, nada de adolescentes no meu saguão!”

Cat mostra o dedo do meio para ele.

“Chupa que é de uva, verrugão...”

Freddie gargalha com a atitude maluca da amiga.

Os dois jovens chegam à lambreta da ruiva, e em poucos momentos estão a caminho do misterioso local aonde a garota quer ir. Menos de meia hora depois eles estão na frente do local.

“Karaokê?!?”

“Sim... quero ouvir você cantando.”

“Mas... eu não sei cantar!”

“Todo mundo sabe, Freddie... agora deixa de ser amarelão e vamos lá!”, ordena a ruiva, agarrando o garoto pelo braço e arrastando-o até o estabelecimento.

Mal eles entram no local – com mesas espalhadas por um salão de tamanho médio e um palco com um microfone, caixas acústicas e uma TV – e Freddie ouve alguém falando alto.

“Ei, é a baixinha de cabelo vermelho! Pega o microfone aí, filha!”

Freddie olha para Cat com estranheza e lhe fala no ouvido.

“Eles já te conhecem aqui?”

Cat apenas sorri de volta, dá uma piscadela para ele e vai até o palco, pegando o microfone com confiança.

“Oi! A pedidos, vou fazer um cover da minha divaça Rihanna, You da One, pode ser ou alguém é contra?” Todos aplaudem e assobiam, “Então... toca aí!”

Com porte de cantora pop, a ruiva canta o hit da cantora de Barbados com maestria, sem nem dar uma olhadela sequer à tela da TV, que passa a letra da música. Todos cantam com ela e se divertem com sua performance alegre.

Freddie não segura um sorriso ao ver sua nova amiga se apresentando, com uma voz doce, harmoniosa e poderosa, além da dança graciosa.

Ao fim da apresentação, chovem aplausos para a jovem, que os agradece.

“Obrigada! Agora, quero chamar ao palco meu grande amigo Freddie!”

“Não, eu não!”

A ruiva desce do palco, agarra o braço de Freddie e tenta arrastá-lo, mas ele empaca no lugar em que está.

“Não, eu não vou, eu desafino!”

“E daí, todo mundo desafina um pouco... eu te acompanho, vai!”

Após muita insistência, ela consegue convencê-lo, e os dois sobem ao palco, Cat obviamente muito à vontade do que Freddie.

“Er... eu quero... Beat It, do Michael...”

A música começa e o casal canta os versos do hit dos anos 80, com Freddie gaguejando em um ou outro verso, mas cantando razoavelmente bem. Com o tempo, ele foi se acostumando e até ensaiou alguns passos da outrora estrela do pop.

Ao fim da apresentação, todos aplaudiam o casal, que finalmente se sentou a uma mesa e efetuou o pedido de um par de cheeseburgers e refrigerantes.

Os jovens conversam e comem seus lanches, compartilhando um par de horas agradáveis.

Quando resolvem voltar, Cat deixa Freddie à frente do Bushwell, e eles ficam frente a frente, segurando mãos e sorrindo.

“Olha, me diverti muito hoje, Cat.”

“Eu sei. Eu também me diverti pra caramba, tigrão. Gosto muito de você, viu...”

Freddie olha para a baixinha, que sempre lhe transmite uma aura de alegria. Ela se aproxima dele e lhe dá um singelo selinho.

“Tchau, tigrão! Amanhã a gente se vê!”

Sorrindo, ele observa a garota partir com sua lambreta rosa.

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Sam Puckett está comendo um pedaço de pizza fria apanhado da geladeira do apartamento de sua melhor amiga, sentada ao balcão que divide o espaço da cozinha e da sala. Carly está sentada no sofá, vendo TV.

Como de costume (mas não tão frequente nas últimas semanas) Freddie entra pela porta da frente sem pedir licença.

“Oi, Carly, oi Sam...”

“Oi.” as duas respondem simultaneamente.

“Carls, eu vim pegar uma das minhas câmeras. O Brandon me chamou pra filmar uma peça deles... e...”

“Nem precisa explicar, você mesmo disse, as câmeras são suas... você que tá me fazendo um favor...”

“Valeu, Carls... dá licença.”

Ele sobe rapidamente ao estúdio e menos de três minutos depois já está saindo do apartamento, carregando seu aparelho.

“Obrigado, Carls, depois eu devolvo. Tchau, gente.”

Sam olha para a porta por alguns momentos, dizendo em seguida:

“Ele... parece melhor.”

“Com certeza, e, ainda bem... depois que você devastou o coração do pobre coitado, nunca mais o vi feliz...”

“Não começa.” adverte a loira.

“Não comecei. Mas que você fez isso, fez sim.”

Sam apenas bufa e continua comendo sua pizza. Argumentar com a morena neste momento era inútil.

…

Brad acaba de trazer sua namorada Sam para a escola.

Eles vão aos seus respectivos armários, se despedem com um beijo e o garoto vai à sua aula, deixando-a na frente de seu armário, onde ela pega um pacote de Bolo Gordo. Antes de fechar a porta e ir à aula, ela se vira e vê Freddie conversando com alguns nerds do clube AV. A loira se sente feliz por constatar que o ex-namorado estava mais alegre, mas, quando vê Cat se aproximando dele, sente seu estômago queimar, ainda mais quando ela o beija na bochecha.

Ela se encosta no armário e coloca o caderno sobre seu peito. Não devia sentir isso, ela tinha terminado com ele, e devia estar feliz por ele estar mais alegre, devia estar feliz por outra garota ter se interessado pela companhia dele. Então por que ela se sentia mal com isso?

A adolescente fecha a porta do seu armário com força e vai para a sala de aula.

…

Próximo das sete da noite, Sam está caminhando pela calçada rumando em direção ao Edifício Bushwell, para gastar um tempo com sua melhor amiga, quando, a aproximadamente 20 metros à sua frente, visualiza Cat e Freddie conversando na calçada, rindo muito.

Ela se detém e fica observando o casal de longe.

Eles estão sorrindo e gesticulando bastante, até que colocam seus capacetes e saem em uma lambreta rosa, que faz Sam querer vomitar de tão menininha que é a motoneta.

Um sentimento de raiva sobe na loira, que pega o celular e liga para Brad.

“E aí, gata?”

“Você pode vir me pegar aqui na frente do Bushwell? Quero sair.”

“Hã... assim, de sopetão?”

“Sim, Brad, assim! Eu quero sair, você vem ou não?!?”

“T-tá bom, eu estou indo...”

Em alguns minutos Brad chega com seu luxuoso carro e apanha Sam.

“Então, aonde vamos?”

“Quero ir na Schneider's! Quero dançar!”

O jovem casal chega à danceteria, e, eles mal adentram o local, e a loira arrasta seu namorado pelo braço até o centro da pista, onde eles começam a dançar.

Sam se move sensualmente à frente de Brad, beijando-o de forma empolgada de tempos em tempos. Após um par de horas, ela para e fala para ele.

“Cansei. Vamos embora.”

Esperançoso de que finalmente conseguiria transar com sua namorada, em dois tempos ele paga as comandas e em menos tempo ainda os dois estão em seu carro.

Alguns quilômetros depois, Brad para em um parque.

“O que você tá fazendo?”

Ele coloca a mão sobre a coxa dela e tenta beijá-la.

“Eu vi o que você tava fazendo lá na pista, amor... aqui a gente pode continuar.”

Ela bate com força na mão dele, fazendo-o retirar a mão.

“Caralho, Brad, você só pensa nisso? Eu já te falei, eu não quero! Me leva pra casa agora!”

Massageando sua mão dolorida com a outra, ele liga o carro e começa a dirigir em direção da casa da namorada, sem falar um pio durante a viagem.

Quando chegam ao destino, eles se despedem com um frio selinho.

Ela adentra sua residência e fecha a porta com força, correndo até o banheiro, tirando suas roupas de forma apressada e se metendo embaixo do chuveiro, onde ficaria por quase uma hora.