Down, Down, Down escrita por Jojo Almeida


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

Hey, honeys!
Pois é... Mais uma one! E de Tratie ainda!
Eu não levo jeito mesmo.
Enfim, só para comemorar minha liberdade. Ferias! Yeah!
Eu escrevi isso aqui originalmente dentro de um projeto chamado 750words, em que você escreve 750 palavras todos os dias. Não era para virar nada, verdadeiramente falando, mas eu acabei gostando.
However, aí vaí.
Uma oneshot curtinha feita por engano.



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                - Stoll! Você é um idiota, estúpido, inconsequente, acéfalo, irresponsável!

                - Katie.                          

                - Deuses, olha para isso. Você é uma tragédia! Que ideia estúpida de ataque fora aquele afinal? Ah, claro. Nós tivemos sucesso total. Molhados, no meio do riacho e com a bandeira do time azul segura com aqueles filhos de Apolo. E com a nossa maldita bandeira lá também!

                - Katie.

                -  Ah, eu devia te matar agora mesmo. Vai ver ninguém ia dar a falta de um idiota tão grande quanto você, mesmo. Arrgh, olha para essa droga, Stoll! Não acredito que-

                - Katie, eu te amo.

                Katie Gardner congelou. Não conseguiu mover nenhum músculo, ou formular qualquer tipo de frase em seus pensamentos. Não conseguia se lembrar do porque de estar brigando com Travis ou mesmo o porque do fato de estarem os dois estarem mergulhados até os joelhos no riacho que cortava os bosques ser tão importante. Sabia que tinha algo haver com uma caça a bandeira, aquela que haviam acabado de perder.  Só que isso não soava mais importante. Nem um pouco importante.

                Era a primeira vez.

                Quer dizer, a primeira vez que Travis pronunciava as três palavras de uma forma tão direta e explicita para ela. A primeira vez que ele formulava essa afirmação. E parecia tão certo disso, com os olhos azuis brilhando por debaixo do elmo de bronze-celestial de penacho vermelho exatamente igual ao dela, o rosto salpicado de água e a armadura meio torta. Parecia ter tanta convicção como se dissesse “dois mais dois é igual a quatro”.

                Katie não achava tão simples. De fato, acreditava que era demasiadamente complicado. Os dois não estavam namorando oficialmente, ao menos não que ela tivesse se dado conta. Travis nunca lhe pedira. Claro, eram o rolo mais conhecido de todo o acampamento. Mas, não estavam juntos. Talvez ele tivesse pensado que a coisa era óbvia para Kay, que não precisaria pedir porque já estava juntos. Claro, estavam juntos. E ao mesmo tempo, não. E isso tornava tudo complicado demais. Ela não conseguia entender os seus sentimentos para tomar um partido e decidir de uma vez. Ela não conseguia entender absolutamente nada.

                Ela sentiu suas barreiras caindo lentamente,  como se fossem levadas pela a correnteza do riacho junto com toda aquela água fria. Sentiu, na falta de palavras, como se derretesse por dentro numa espécie de dor estranha que ao mesmo tempo conseguia ser estranhamente mortal e boa, de um jeito confuso e engraçado. Era como se a armadura que usava tivesse se soltado ao vento, deixando-a totalmente desprotegida. Quer dizer, não literalmente. Ela queria dizer a outra armadura, uma que não é feita de matéria sólida, mas de algo bem mais frágil. A armadura de bronze ainda estava ali.

                Ela foi pega de surpresa. Outra coisa que Katie não gostava era ser pega de surpresa. Muitas coisas na vida dela aconteceram talvez pelo acaso, e ela fora surpreendida em todas elas. Nunca sabia o que fazer, então preferia... Sabe, conhecer bem o caminho onde estava pisando. Preferia mil vezes saber onde estava se metendo do que “deixar acontecer”. Para falar a verdade, ela não era muito boa no quesito “deixar acontecer”. Ou seja, as coisas sempre davam errado que ela resolvia simplesmente “deixar acontecer”.

                Travis pôs as mãos em torno de seu rosto delicadamente, puxando-a para um demorado beijo. Todos aqueles pensamentos confusos deviam ter demorado nem mesmo um segundo ao passar por sua mente, agora que pensava sobre isso. Ela fechou os olhos, retribuindo o beijo o melhor que seu estado catatônico idiota lhe permitiria.

                Por outro lado, Katie gostava de beijar Travis. De verdade. Era o tipo de coisa que ela sentia como se pudesse fazer par sempre. Era eletrizante, viciante. Era uma combinação perfeita. Agridoce. E ela gostava disso.

                Sentiu seus pensamentos voltarem a vida calmamente, como se tivessem meio atrasados para um grande acontecimento. E estavam. Haviam perdido o melhor da festa, aquela parte em que ele dissera as malditas três palavras e a derrubara como se fosse um elefante africando de dez mil quilos e não um garoto com uma espada. Para falar a verdade, Katie não gostava de ser derrubada. Por um elefante de dez mil quilos ou por um garoto com uma espada. Tanto faz.

                Ela definitivamente não gostava de ser derrubada.

                Separaram-se calmamente. Travis sorriu de lado, parecendo estranhamente aliviado. Como se um peso enorme tivesse sido tirado de suas costas.

                - Eu também te amo, Stoll. - Katie resmungou como se fosse uma praga, meio a contra gosto. Ela cerrou os punhos, parecendo extremamente irritada com a afirmação, saiu do riacho batendo o pé e desapareceu por entre as árvores.

                O sorriso de Travis se alargou um pouco mais ao ver a filha de Deméter sumir, estranhamente sonhador. Talvez Katie não tivesse pensado sobre isso, mas fora naquele mesmo lugar que se conheceram, durante um jogo de caça a bandeira. Fora naquele mesmo lugar em que ele percebeu que havia algo de diferente nela. E, estranhamente, fora naquele mesmo lugar que ele conseguira tomar coragem para dizer algo que vinha lhe incomodando a muito. Travis sabia que Katie não gostava de ser derrubada. Como sabia. Na verdade, ele mesmo não gostava de ser derrubado.

                Só que Travis sentia como se Katie já tivesse o derrubado há muito tempo.

              Não o contrário.


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Notas finais do capítulo

E... fim.
É, eu sei que ficou pequena.
Mas, vamos, ficou até bom para alguma coisa que só tem 750 palavras.
Leitoras de Seven Days a Week... Não me matem! Juro que vou tentar postar o próximo capitulo o mais rápido possível.
Ah, se você gostou, é só olhar o meu perfil. Tenho outras ones de Tratie lá.
E, gostando ou não, o que custa deixar um review?
Ahhh, é de uma one que estamos falando galera. Se não deixarem nada, como vou saber que sequer leram?
Beijos,
Jojo.