Signal Fire escrita por Fernanda Redfield


Capítulo 28
O difícil ato de querer


Notas iniciais do capítulo

Boa madrugada, galera!
Como vocês estão?

Antes de tudo, perdoe a demora... Quem me acompanha no Twitter sabe que eu tive Dengue, estive em repouso esse tempo todo, mal conseguia mexer no computador sem morrer de dor :/

No mais, cá estamos com mais um capítulo da fanfic. Esse tem um enfoque diferente e que creio que vai agradar alguns de vocês, além de ser consequentemente direto ao que aconteceu anteriormente.

E ah, por favor... Não detestem a Rachel! Ela tem muito o que mostrar a vocês... Dêem o voto de confiança a nossa morena, por favor!

Bem, coloquem "All I Want" do Kodaline, na versão da Ellie Goulding e se acomodem.

Boa leitura!



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            O tempo, por vezes, funciona como um belo analgésico contra a dor, ainda mais para o tipo de dor que Quinn estava sentindo. A dor do abandono e da perda, o mesmo tipo com o qual ela estava acostumada, Rachel não era a primeira que a deixava para trás... Porém, a loira podia afirmar com toda a certeza que aquela partida de Rachel também tirara muito de si de sua própria vida.

            E se fosse somente isso, tudo bem... Mas, Charlie também fora tirado da sua vida, de forma brusca e repentina, deixando uma saudade que Quinn sabia ser impossível de ser superada. Sentir-se como se não tivesse tido o tempo necessário com o senhor parecia ser clichê, mas Quinn sentia-se como se o deixasse devendo. Justo ele que tanto fez por ela.

            Mais um erro que Quinn teria que carregar e mais conseqüências com as quais teria que lidar pelo tempo que ainda possuía sozinha. Diferentemente das outras vezes, Quinn não estava tão aflita assim, porque, diferentemente das outras vezes, ela não esperava nada porque tudo lhe fora tirado.

            Ela não esperava porque não tinha esperança.

            Como era possível ter esperança depois de ter quem mais confiara abandonando-a da forma como Rachel a abandonara? Como contar com algo ou alguém quando depositara sua fé na pessoa errada?

            Quinn não culpava Rachel, até mesmo a entendia... Mas, perdoá-la? Essa era uma realidade ainda mais distante. Quinn tinha muita mágoa dentro de si, muita descrença e, principalmente, muita falta. Os papeis haviam se invertido ferozmente e, agora, era Quinn quem não mais acreditava na vida e nas pessoas... Ela estava amarga, portando uma amargura tão ou pior do que a que Rachel carregara quando voltara a Lima. Os olhos esverdeados haviam perdido o brilho esperançoso e bondoso, encontravam-se opacos e distantes, quase que irreconhecíveis.

            Rachel reencontrara a sua paixão pelos musicais, tirando a paixão de Quinn pelo amor. As duas eram tão viscerais e tóxicas, uma para a outra, que foi preciso que a morena destruísse a loira para se reencontrar.

            Quinn não conseguia relacionar essa constatação ao amor que supostamente acreditava sentir e ser retribuída.

            Por isso, ela desistira de tentar entender qualquer coisa e passou a viver o que a vida lhe oferecia. Chegou de entregar o otimismo na esperança da felicidade e passou a dar o necessário para existir bem. Quinn entregou-se as suas aulas na semana seguinte à partida de Rachel e, naquele momento, encontrava-se caminhando lentamente para a sala de diretoria, sabendo muito bem o que a aguardava na conversa com Mr. Schue.

            - Boa tarde, Miss Fabray... O diretor já lhe aguarda. - Os pés de Quinn mal tocaram no espaço da sala de espera da diretoria quando Mrs. Pillsbury a chamou com um sorriso gentil e ligeiramente triste nos lábios. Quinn engoliu em seco e amargou o olhar de pena que lhe fora lançado, entretanto, sorriu de volta e adiantou-se para a porta.

            Dentro da sala, fechou a porta atrás de si e ergueu os olhos para seu antigo professor de espanhol e técnico do coral. William ficou em pé e contornou a mesa, abraçando-a apertado ao perguntar:

            - Como você está, Q?

            - Já tive dias e semanas piores. - Quinn respondeu com a voz trêmula, mas sorrindo e piscando brincalhona para o professor, William franziu a testa para ela, ainda mais preocupado, sem forçá-la a continuar a falar. Porém, o olhar lançado para Quinn enquanto William voltava para sua cadeira a fez bufar, os anos trabalhando ao lado de seu antigo mestre fez com que os dois desenvolvessem certa cumplicidade. - Achei que ficaria pior... Confesso que eu meio que esperava por isso. Os sonhos dela sempre foram maiores que qualquer coisa e qualquer um que pudesse querer um pedaço da sua vida.

            Não era a primeira vez que Quinn evitava falar o nome de Rachel naqueles últimos dias. A professora não ousava mencionar porque, ainda que sentisse menos amor do que antes, a evocação daquele nome faria doer da mesma forma que doía quando ela se lembrava da partida de Rachel. Quinn, ao proferir o nome que tanto amara em madrugadas inteiras de prazer e que tanto chamara para perto de si em momentos de desespero, reviveria toda a dor que empacotara e escondera no fundo de si. Falar o nome de Rachel era trazê-la, de novo, para sua vida.

            - Você não precisa esconder nada de mim... Eu lhe conheço bem o bastante para desconfiar da forma como se sente em relação a ela. Se eu estou indignado e irritado, você deve estar, no mínimo, furiosa! - Mr. Schue resmungou contrariado, amaldiçoando a continuidade do comportamento egoísta e ganancioso de Rachel Berry. Talvez, ele não devesse ter colocado-a em contato com a música tão cedo, se ele pudesse ter previsto aonde aquele convite chegaria, ele teria deixado Rachel em paz. Quinn agitou a mão para ele, em um sinal claro para ele deixar tudo para ela, e sorriu triste. A loira suspirou e olhando para o céu através da janela, disse:

            - A única constante na vida dela é New York. Isso nunca vai mudar, independente de quem ela tenha que abandonar pelo caminho. Enquanto existirem chances, ela vai continuar lutando pelos sonhos dela.

            - Eu não sei como você ainda a defende, Quinn! Os sonhos são indispensáveis, mas viver deles não lhe torna inspirador ou corajoso, a vida os adapta para que ainda possamos alcançá-los... Voltar ao plano original, a essa altura da vida, é besteira! - Mr. Schue sentenciou irritado para a passividade do comportamento de Quinn diante da perda de Rachel, as palavras ditas pelo professor serviram para a própria Quinn. Ela sabia muito bem do que ele falara, ela mesma redescobriu-se como professora quando seu sonho de ser atriz amargou em sua boca. Foi preciso muita coragem e assumir o gosto agridoce da derrota para decidir recomeçar... E Rachel não possuía isso. Ela era perfeccionista e tentaria enquanto existisse um “e se...”. - E além dos sonhos, ela assumiu um compromisso comigo, com você, com todo o New Directions...

            - Eu sei que o que ela fez foi imaturo, inconseqüente e irresponsável. Mas, ela é adulta, Mr. Schue. O senhor não pode tirar um solo dela ou suspendê-la para puni-la. Essa atitude prova que nós dois confiamos àqueles garotos à pessoa errada. Nossa responsabilidade é tão grande quanto à dela. Nós dois sabíamos que Rachel estava frágil e volátil e ainda assim preferimos arriscar... - Quinn não estava defendendo Rachel, não tinha capacidade de fazer aquele tipo de coisa ainda mais porque estava muito magoada, mas todas as palavras saíam automaticamente de sua boca. Era um discurso que ela ensaiara desde que contara a Mr. Schue sobre a partida de Rachel.

            Eram palavras que ela usava para se consolar. Eram as palavras que doíam menos diante de tudo que já pensara sobre Rachel desde que ela se fora, mais uma vez.

            - O que você sugere, Quinn? Eu não sei o que pensar em relação a Rachel e não sei o que fazer em relação àqueles meninos... - Mr. Schue tinha a derrota e a decepção estampadas em todas as suas feições. Estava frente a frente com uma das pessoas que mais conheceram Rachel Berry em vida e se Quinn Fabray assumia a derrota e a compreensão diante de atitudes tão cruéis, ele não tinha mais o que fazer... Se Quinn admitia, ainda que silenciosamente, que Rachel se fora, para sempre, não seria ele quem a contrariaria. Entretanto, Rachel se fora, mas a bomba estava nas mãos dos dois e Mr. Schue tinha uma sugestão, ele só tinha que apreender o que Quinn sentia porque ela, de fato, a envolvia.

            Quinn não precisou erguer os olhos para saber a natureza pidona nos olhos de William. Sua sobrancelha esquerda arqueou antes que o sorriso irônico chegasse aos seus lábios e a loira estava prestes a questionar seu mestre quando foi interrompida bruscamente pela porta da diretoria sendo escancarada. Os dois professores se viraram em direção ao som e encontraram Claire parada, olhando de um para o outro.

            Os olhos castanhos, tão parecidos com os de Rachel, estavam opacos e avermelhados. A jovem parecia ter chorado muito nos últimos dias, seu rosto estava inchado e ela, corajosamente, tentava esconder tudo que se passava com uma expressão questionadora e obstinada. Claire apertou os punhos aos lados do corpo, engoliu em seco e perguntou fria:

            - O que aconteceu com Miss Berry?

            - Claire... - William chamou-a, mas a garota o ignorou. Algo dentro dos olhos sinceros do diretor o entregou e ele saiu correndo da diretoria enquanto Quinn escutava os soluços e suspiros pesados ecoando em seus ouvidos. Seu coração apertou, tanto pela saudade quanto pela raiva, Rachel não tinha o direito de entrar na vida das pessoas e sair quando bem entendesse. A dor exposta de Claire retratava a sua, velada. Quinn apertou as mãos nos punhos da cadeira e fechou os olhos, ofegante. - Eu não preciso perguntar verbalmente se você vai assumir o clube, ou preciso?

            Quinn queria dizer não, na verdade, queria ter forças para negar a reaproximar-se daquela forma tão perigosa, ainda mais quando tanto lutava para se desvencilhar da morena... Mas, ao contrário de Rachel, ela se importava.

            E justamente por se importar, ela se colocou em pé e saiu da diretoria, sem olhar para trás, chamando por Claire.          

***

            Claire era teimosa, obstinada, inconseqüente e até mesmo, sem juízo. Ela também era forte em relação a suas crenças e seus sonhos, mas não era segredo para ninguém que Christine a machucava. Sempre foi assim e, aparentemente, nunca mudaria. Christine sempre seria aquele poço de contradição em sua vida, aquela incógnita e aquela incerteza na qual ela sempre e irremediavelmente acreditaria. Claire era boba por ela... E faria tudo por ela.

            E era por isso que se encontrava naquela situação, sentada embaixo das arquibancadas, chorando silenciosamente e procurando respirar em meio a todo aquele sufoco que a envolvia.

            - Certas coisas não mudam... Esse lugar e lágrimas sempre foram relacionados. - A voz melodiosa de Miss Fabray sobrepôs-se aos seus suspiros, Claire fez menção de se levantar, mas a professora tocou-lhe o ombro delicadamente e sentou ao seu lado, com um sorriso gentil nos lábios. Um sorriso que Claire atentamente observou não alcançar os olhos tão emocionais de Quinn. A loira ajeitou a saia que usava e olhou para frente, o campo de futebol estava vazio e o sol se punha, o brilho alaranjado brincou com a pele pálida de Quinn. Claire a observava atentamente e curiosamente.

            Sempre gostara de Miss Fabray, existia algo nela que era capaz de inspirar os alunos a quererem deixar a sua marca no mundo. Claire, de certa forma, a achava incrível, não tanto quanto achava Miss Berry sensacional. Quinn Fabray era algo muito mais de Christine do que dela... Lembrar de Chris fez mais algumas lágrimas brotarem nos olhos de Claire, ela sufocou-as com um respirar pesado que imediatamente atraiu os olhos de Quinn. A professora voltou a sorrir para ela e disse bondosa:

            - Creio que essas lágrimas não são somente pelo que você escutou sendo discutido na diretoria... Certo?

            - Na verdade, essa parte da história é a que menos importa agora. - Claire respondeu agoniada, brincando com o tecido de sua camisa de botões. Quinn a observava tristemente, ela tinha alguma ideia em relação ao choro de Claire, podia estar errada em relação ao motivo, mas tudo tinha a ver com Christine. Somente Christine era capaz de quebrar Claire, assim como somente Rachel seria capaz de destruí-la. Quinn pigarreou, chamando a atenção de Claire e disse séria:

            - Isso é o que mais importa agora, Claire. Se você não estiver bem, o New Directions também não estará bem. Nós não precisamos perder duas estrelas no mesmo dia... Seja lá o que for, não deixe que lhe derrube. Os outros vão precisar de você... Eu vou precisar de você.

            - E o que eu preciso, Miss Fabray? Isso não conta? - Claire perguntou agressiva, surpreendendo Quinn com a pergunta tão direta e tão ferida. Algumas lágrimas escorreram pela face de Claire e ela as limpou, rudemente. Chateada pela forma como deixara Christine bagunçar sua vida, chateada por conceder a ela o direito e a capacidade de feri-la, coisas que prometera jamais permitir... - Eu também preciso de coisas e de pessoas, professora!

            - Eu sei que você quer Christine... - Quinn sentenciou da forma mais apaziguadora possível, o efeito do nome rapidamente se manifestou em Claire, as lágrimas ainda escorriam, mas ela assumiu uma expressão curiosa pelo que viria a seguir. Quinn pensou muito naqueles segundos em que se calou, os olhos astutos de Claire esperavam o que quer que fosse e a loira não sabia o que deveria dar a sua aluna... Seria esperança? Fé? Coragem? Ou deveria ensiná-la desde cedo que certas coisas não são para durar se já começam com muito entre elas? Quinn não sabia o que dizer por que sua crença estava abalada, sua esperança se fora e ela não podia mentir. Não para aqueles olhos que pareciam tanto com os que a aterrorizavam em noites sem sono. - Se você a quer por completo, vai ter que agüentar inclusive a porção mais covarde, medrosa e feia de Christine... Apaixonar-se é fácil porque nos apaixonamos pelo que é bom, mas amamos justamente o que não é tão compreensível e aprazível. Nós amamos os defeitos daqueles que tem nosso coração. É por isso que dói tanto, porque essa dor é a intensidade do quanto os amamos, Claire.

            Claire desviou o olhar, apertando o peito e respirando com dificuldade. As palavras de Miss Fabray eram sábias, mas eram justamente o que ela não precisava ouvir. Quinn também se arrependera do que dissera, porque talvez estivesse condenando Claire a algo semelhante ao que sentia naquele momento. Não fora certo vir até ali aconselhar quando, de fato, era ela mesma quem estava precisando de colo e consolo. Com os ombros pesados, Quinn levantou-se sem antes deixar de afagar os cabelos castanhos de Claire, a pequena morena suspirou e Quinn lhe disse baixinho:

            - Pense bem, com o coração e com a razão, amar também envolve pensar. Espero você no Glee daqui a pouco.

            Quinn deu-lhe às costas, mas parou com a agitação atrás de si. Claire estava de pé e, com os olhos secos e um sorriso de lado, aproximou-se. A garota a abraçou apertado, ela respirou fundo e perguntou baixinho:

            - O que você mais ama em Miss Berry?

            Quinn afastou-se delicadamente da sua aluna e engoliu em seco, aqueles olhos castanhos a interrogavam e exigiam respostas. A loira, tristemente, deu um sorriso verdadeiro. Uma discreta lágrima escorreu em sua bochecha e ela, trêmula, respondeu:

            - A capacidade dela de sonhar. E de ser capaz de também tirar os meus pés do chão.

            Claire sorriu melancólica para a professora e a observou dar-lhe as costas, a pequena suspirou e tornou a apertar o próprio peito como se pudesse segurar seu próprio coração quebrado. Ela não queria consertá-lo sozinha.

            Da mesma forma que Miss Fabray voava quando estava com Miss Berry, era Christine quem segurava sua mão e mostrava o caminho.

            Christine era o seu sinal de fogo.      

***

            Rachel achava que, quando colocasse os pés na Grand Central Terminal, a sua decisão faria mais sentido e ela conseguiria degluti-la melhor, mas... Enganara-se. A morena ainda estava decidida, claro, raramente voltava atrás de alguma decisão que tomara, mas não era como se estivesse insensível diante do que deixara e, principalmente, do que fizera, para voltar para New York.

            New York era o lar de seus sonhos, mas não mais do seu coração.

            Desde que pisara naquela cidade que tanto amara, sentiu que caminhava trôpega atrás de uma experiência débil. Nessa volta, ela sentiu medo. Sentia-se nua e despida frente a todos os perigos que ela conhecia e sabia existir naquela cidade. As luzes de New York não a cegavam mais porque ela sabia o que existia na ausência delas... Ela já caminhara pelos pontos mais escuros da cidade, ela já andara junto à feiúra e distante dos holofotes... Só que, diferentemente da primeira vez em que ela enfrentou tudo de cabeça erguida, até no momento de sua derrota, ela tinha no que acreditar e, principalmente, ela tinha para onde voltar.

            Ela tinha um lar... Um lugar onde poderia ir para descansar seus ossos e sua cabeça. Só que, agora, ela deixara seu coração quebrado junto a outro tão quebrado tanto. Hoje, Rachel entendia que lar não era um lugar e sim, uma pessoa. E seu lar estava destruído, fruto de suas próprias ações desenfreadas.

            Por que ferira Quinn e voltara para aquilo que ela, agora, sabia não ser o seu destino? Por que insistir quando tudo estava bem ao desistir?

            Eram perguntas que Rachel repetia diversas vezes em sua cabeça, assim como a última conversa com Quinn e as últimas palavras dela para si. Naquele momento, Rachel queria gritar para Quinn que se enganara, que Quinn era justamente tudo que New York já não mais era...

            Quinn era seu amor, sua certeza, seu sinal de fogo...

            E por que voltara àquilo que lhe destruíra?

            Rachel tinha ódio de sua obstinação e detestava os seus sonhos naquele momento. Sentia-se como uma viciada que precisava ter sua dose diária de palco, aplausos e holofotes para viver. Fechava os olhos e enxergava a platéia a sua frente, sentia o cheiro de madeira das paredes do teatro, escutava a orquestra ao vivo... Aquilo que lhe destruía era justamente o que lhe caracterizava.

            Sem seus sonhos, o que restava?

            Ela não era mais nada. Era só mais uma garota de cidade pequena que fracassara e como ela, existiam muitas outras. Rachel Berry não estava pronta para ser uma desconhecida, admitir que falhara doía tão profundamente quanto admitir que perdera Quinn para sempre.

            Porque ela era feita disso, dos seus sonhos e do amor que sentia por Quinn. Eram as duas partes mais belas dentro de si, as partes que a escuridão de NYC não foi capaz de manchar... As porções que se mantiveram vivas e que a mantiveram viva durante todos aqueles anos do lado errado da fama.

            E, agora, Rachel só tinha os seus sonhos. E se, na sua juventude, eles lhe bastavam... Agora, na maturidade, eles a amedrontavam. Eram grandes demais, pesados demais para seus olhos cansados e suas mãos calejadas carregarem.

            Rachel pisou na cidade querendo voltar, mas o que a impediu dessa vez não foi à curiosidade ou a esperança por uma segunda chance e sim, a vergonha. Quinn não a aceitaria de volta. A própria Rachel não seria capaz de pedir por ela, sabia muito bem o que fizera e como deixara Quinn em Lima.

            E ela desejava, verdadeiramente, que Quinn fosse feliz.

            - A filha pródiga volta à velha New York!

            Rachel virou-se rapidamente ao escutar aquela voz grossa e arrastada que provocava arrepios em seu corpo, seus olhos castanhos encontraram a figura grisalha, ligeiramente obesa e idosa. Tony tinha um charuto no canto dos lábios rachados, seu tradicional chapéu e seus óculos, a feição sorrindo satisfeita e, de certa forma, faminta. A morena sentiu-se encolher, mas não se assustou e, daquela vez, ia ser diferente.

            Talvez, se ela tivesse sucesso, poderia voltar e consertar tudo. Se ela pudesse provar que aquela decisão não fora em vão, ela pudesse ter tudo de volta.

            Tony caminhou em sua direção, ele tinha uma jovem enganchada em sua cintura. A moça era bonita, mas tinha o olhar vidrado proveniente de um dos muitos produtos que Tony agenciava além de cantoras, atrizes e modelos em New York. Rachel fechou a expressão para o homem e grunhiu:

            - Você está atrasado. O que tem para mim?

            - Calminha, Berry... Você sabe que não é assim! - Tony adiantou-se com ironia, segurando-a pela mão direita e beijando-a. Rachel puxou a mão, enojada e agarrou-se ao cabo de sua mala para não fazer algo pior. O agente sorriu satisfeito para a atitude da garota. - E realmente, eu senti a sua falta.

            Rachel arqueou a sobrancelha daquele jeito perfeito que Quinn fazia, esse comportamento desconhecido por Tony o fez coçar a barba rala, intrigado. Ele e Rachel trocaram olhares, quem possuía e quem necessitava, quem tinha e quem queria ter... O olhar do dono e da mercadoria. Tony sorriu para Rachel e, dispensando a garota junto dele, disse:

            - Precisamos de financiamento para a sua peça.

            - Você mentiu para mim, disse que estava tudo acertado! - Rachel exclamou desesperada, afastando-se do homem e desesperadamente querendo voltar para Lima, para segurança, para os braços de Quinn... Tony a segurou rudemente pelo braço e a puxou para perto, o cheiro de nicotina e de álcool fez Rachel tossir, o agente sorriu maldoso e disse:

            - E está tudo certo, Berry... É só você se encontrar com o financiador em potencial.

            - Eu disse que ia ser diferente dessa vez! - Rachel balbuciou amedrontada, Tony apenas sorriu ainda mais maquiavelicamente para ela e sibilou:

            - Mas, eu não concordei.

            Rachel engoliu em seco e, segundos depois, viu-se substituindo o posto daquela outra garota, caminhando abraçada a Tony pela estação.

            Dentro do seu peito, o que restava de seu coração apertou-se. Segurou-se a ideia de ser bem sucedida agora para poder ser digna de lutar, novamente, por Quinn.

            Quinn tinha algo que lhe pertencia e Rachel enfrentaria toda uma escuridão para, quem sabe, ter uma terceira chance e voltar a ser a estrela digna do brilho dos olhos de Quinn.

***

            Quinn desligou o celular e respirou profundamente para enfrentar o que a esperava dentro da sala do Glee. O corpo de Charlie ainda não fora liberado da perícia e ela podia escutar a balbúrdia no interior da sala do coral, Claire acabara de entrar e pedira para anunciar a partida de Miss Berry e preparar toda a turma para a “nova” treinadora.

            Por trás de toda a irritação pela partida da antiga treinadora, havia ansiedade da parte de cada um daqueles alunos. Quinn tinha que admitir que Rachel injetara uma nova dose de ânimo naquele grupo e que eles eram mais do que aptos a disputar as Nationals e de, até mesmo, vencê-las.

            Depois de tudo que acontecera, aquele ainda era um bom legado a ser deixado para trás.

            Quinn deu sôfregos passos para frente e enfim, girou a maçaneta. Sua chegada foi recepcionada por um breve silêncio, seguido de gargalhadas e vivas de comemoração. Quinn sorriu para seus alunos e abraçou todos que vieram até ela, em seguida, eles fizeram uma roda ao seu redor e todos, ao mesmo tempo, começaram a perguntar sobre Rachel. A loira nem precisou responder porque Claire se adiantou, bateu palmas e vociferou:

            - Sem perguntas, lembram?

            Todos assentiram, meio contrariados e curiosos, para sentarem em seus lugares, logo em seguida. Quinn colocou-se em frente a eles e estava prestes a começar o ensaio quando foram novamente interrompidos, a porta se abriu e revelou Christine. Quinn imediatamente voltou seus olhos preocupados para Claire, a morena encontrava-se de cabeça baixa e ela estremeceu quando Christine disse:

            - Desculpe o atraso, Miss Fabray...

            - Sequer começamos, Chris... - Quinn respondeu de forma gentil, com um gesto, sinalizou para que a recém-chegada se sentasse e não se surpreendeu quando Christine sentou do outro lado da sala, longe de Claire. Arthur, que estava sentado ao lado da pequena morena, olhou confuso de uma para a outra. Quinn pigarreou e a atenção do grupo voltou a ela. - Bem, vamos começar da onde Rachel parou... Vocês já...?

            - Com licença, Miss Fabray... Eu posso cantar algo? - Claire perguntou enérgica, colocando-se em pé. Arthur apertou-lhe o ombro e ela olhou para ele, apenas acenando negativamente com a cabeça. Quinn olhou para Christine que encolhera os ombros e parecia alheia ao pedido de Claire. De mãos atadas e coração na mão, Quinn acenou afirmativamente e se sentou em cima da mesa da sala, as mãos trêmulas entrelaçadas sobre o colo.

            Claire caminhou até a banda e apanhou um violão, arrastou um banquinho para o meio da sala e sentou-se com o violão em mãos. Ela engoliu em seco e olhou para o teto, a umidade em seus olhos era visível graças à forma como eles brilhavam. A morena respirou fundo e, olhando diretamente para Christine, disse:

             - Isso é sobre querer. Querer você, acima de tudo, em qualquer ocasião.

            Claire posicionou os dedos sobre as notas e dedilhou. O primeiro acorde soou doce, mas foi a sua voz, frágil como nunca que chamou a atenção de todos na sala. Foi a forma como ela cantou, vindo de dentro, dilacerando-se por inteiro, que soou diferente. Aquele era, de longe, o tom mais visceral que ela já cantara.

All I want is nothing more

To hear you knocking on my door

Cause if I could see your face once more

I could die as a happy woman, I’m sure

 

            A intensidade das palavras que Claire cantava para Christine atingiu Quinn da pior e melhor forma possível, tudo ao mesmo tempo. A professora viu-se agarrada às bordas da mesa em que estava sentada, sentindo toda a dor da sua aluna refletida e extravasada dentro de si. Claire estava cantando sobre um fim decretado com uma esperança velada, da mesma forma que ela se sentiu quando Rachel a abandonou no hospital. Tanto Quinn quanto a sua aluna sabiam que existia algo transpondo o caminho da sua felicidade com quem amava, as duas sabiam da dor... Mas, preferiam senti-la. Preferiam sentir qualquer coisa à saudade ou à ausência.

When you said your last goodbye

I died a little bit inside

I lay in tears in bed all night

Alone without you by my side

 

            A voz de Claire fraquejava a cada verso. Ela continuava a tocar, meus seus dedos tremiam e até mesmo vacilavam quando ela trocava as notas. Quinn estava tão trêmula quanto ela e não conteve a vontade de olhar para Christine, não era a única que olhava para a outra loira da sala. Todo o Glee parecia esperar alguma reação dela e, lembrando-lhe dolorosamente a Rachel que a abandonou, Christine parecia uma pedra.

            Fria, distante, agressiva... Insensível.

But, if you love me,

Why did you leave me?

 

            Ali estava a pergunta que ecoava não só na mente de Claire, mas, também, na cabeça de Quinn.

            Por que Rachel a abandonara se esforçara tanto para provar que a amava? Quinn sempre soube que a morena era feita de sonhos, mas acreditava que ela não seria capaz de colocá-los em frente ao amor... Afinal, Quinn também deixara claro quão recíproco era. Deixara seu passado e seu medo para trás e se entregara completamente a Rachel... E, pelo visto, aquilo fora insuficiente para saciar seja lá o que Rachel tinha dentro de si.

            A certeza de ser insuficiente para quem queria dar o mundo atingiu, violentamente, Quinn. Sentiu como se não lhe restasse muito a oferecer se o seu tudo não era suficiente. Quinn queria ser o que Rachel precisasse e o necessário para que ela ficasse.

            Quinn queria ser a primeira opção, o tudo, o para sempre... O certo.

Take my body

Take my body

All I want is

All I need is

To find somebody

I’ll find somebody

Like you

 

            Claire ao menos teve a chance de oferecer uma última vez a Christine, oportunidade que Quinn sequer tivera porque Rachel retirara essa hipótese na última conversa das duas. Rachel não a queria por perto e a abandonara, diferentemente de Claire, Quinn acreditava que não tinha mais chances de encontrar alguém como Rachel... Na verdade, ela não sabia se queria alguém como Rachel ou se alguém poderia ser que nem a morena.

            E, por mais que encontrasse, ninguém seria exatamente como Rachel. As duas tinham uma história juntas, havia toda uma bagagem emocional que as faziam ser quem eram e amar da forma como amavam. O que as duas tinha era único, ainda que fosse trágico.

            A ausência de Rachel machucava, ainda mais em um momento como aquele, em que Quinn via-se tão sozinha... Mas, o que as duas tiveram foi bom demais para ser maculado com ódio ou amargura. Era triste, era doloroso... Mas, como a própria Quinn dissera, era amor.

            E talvez, uma das verdades mais inabaláveis a respeito desse sentimento era, justamente essa: ele doía, ainda mais na ausência e na saudade, ainda mais quando a vida se interpunha e forçava escolhas... Ainda mais quando o destino provava, mais de uma vez, que não era para ser.

Cause you brought out the best of me

A part of me I’d never seen

You took my soul wiped clean

Our love was made for movie screens

 

            O amor doía, mas sim... Ele trazia o melhor de cada um à tona. Quinn sorriu triste ao lembrar-se da primeira vez, desde o retorno de Rachel, em que vira sorrir daquela forma juvenil e sonhadora, o sorriso de 1000 watts que ela aprendeu a chamar de seu. Quinn sentia-se orgulhosa por ter sido capaz de trazer Rachel de volta para a música assim como a morena deveria sentir-se satisfeita por tê-la feito voltar a acreditar no amor e no perdão depois de tanto tempo.

            As duas, ainda que separadas, deixaram heranças dentro uma da outra que ninguém seria capaz de tirar delas. Hoje, doía, mas já lhe concedera sorrisos e suspiros apaixonados. Havia algo além da dor.

            Mas, tudo isso, era fruto da maturidade. Claire e Christine não possuíam isso e essa incerteza de um futuro era o que mais dilacerava a morena dessa relação. Claire olhava para o violão, mas suas lágrimas molhavam o chão aos seus pés.

            E, finalmente, a máscara de frieza de Christine caiu. Um filete corajoso desceu preguiçosamente, manchando seu rosto pálido. Denunciando que ela sentia, ainda que negasse.

But if you loved me,

Why did you leave me?

Take my body

Take my body

All I want is

All I need is

To find somebody

 

            As mãos de Claire fraquejaram e ela errou a nota, entretanto, não parou de cantar, tampouco de entregar-se inteira para Christine. Era ela quem pedia e entregava ao mesmo tempo e se Christine ainda se mantivesse insensível a isso, talvez, ela não a merecesse, afinal de contas.

            Quinn olhava preocupada para sua pequena aluna, sentindo-se imensamente culpada por incentivar algo que doía tanto, mesmo nela que já tinha vivido muito. Naquele momento, vendo a dor de Claire quase derrubá-la, Quinn questionou se, de fato, a verdade que tinha em relação ao amor era a que deveria ter... Será que o amor deveria doer tanto assim?

            Não era covardia depositar um sentimento tão imenso em alguém tão frágil quanto Claire? E não fora covardia de Rachel abandoná-la diante da tempestade que se formara em seu horizonte? Quinn estava acostumada a perder pessoas, mas isso não queria dizer que ela queria perdê-las... Quinn fechou os punhos, ligeiramente raivosa com as atitudes de Rachel, sentindo as lágrimas queimarem em seus olhos e a sensação de ser abandonada amargar sua garganta.

            O amor não deveria doer, não daquela forma. Quinn amava Rachel por tudo, mas, naquele momento, detestou a capacidade dela de ainda sonhar.

            Quinn a queria ao seu lado, pés no chão e cabeça no presente. Quinn não queria aquela Rachel do colegial, pela qual se apaixonara e que, em um lampejo, ofuscou a Rachel que aprendera a amar... A Rachel que voltara para ela.

If you loved me,

Why did you leave me?

Take my body

Take my body

All I want is

All I need is

To find somebody

To find somebody

Like you

 

            A melodia terminou dificultosa e sôfrega, exatamente da mesma forma que a voz de Claire. Quinn olhou para toda a turma, muitos tinham lágrimas nos olhos e ela nem precisou dizer nada, todos se levantaram e saíram silenciosamente da sala. A própria Quinn saiu e permitiu-se derramar algumas lágrimas enquanto passava por seus alunos.

            Ela não tinha mais certeza se queria conviver com aquela dor, assim como não tinha mais certeza se Rachel merecia que ela se lembrasse tão positivamente do que as duas tinham vivido... Naquele momento, o amor de Quinn assumiu uma nova natureza. Tornou-se egoísta o bastante para não tentar compreender as decisões de Rachel e ardiloso o bastante para desejá-la por perto.

            Tudo que Quinn quis foi Rachel. Não era muito, era o essencial, o que era seu por direito. O que deveria ser seu por direito. Rachel não pertencia aos sonhos, nem a NYC e sim, a ela. E essa verdade, essa natureza desse amor era desconhecida a Quinn. Ela sentiu seu coração explodir, derrotado, quando ela mesma assumiu a própria derrota.

            Rachel não ia voltar, tudo fora insuficiente.

            Naquele momento, Quinn quis cortar as asas de Rachel e mantê-la presa ao chão. Presa à realidade... Presa a si.

***

            - Esse é o momento em que você diz algo, Christine. - Diferentemente de como terminara a música, a voz de Claire estava estranhamente controlada. A morena levantou-se do banquinho e o levou para o seu lugar de origem, assim como o violão. Claire procurou não olhar para Christine porque, dentro daqueles olhos, encontraria justamente o que a assustara e as afastara nas últimas semanas.

            A distância. A frieza. A ausência.

            Christine estava de pé e caminhava de um lado para o outro, estava nervosa e não parava de mexer nos cabelos loiros. Tinha muito dentro de si e pouca coisa da qual não se envergonhava para compartilhar com Claire. Nos últimos dias, tudo que sentira fora vergonha... De ser quem era, de vir da onde vinha e de estar com Claire. Não tinha vergonha do que sentia, tinha vergonha de ser quem era e disso sim ser insuficiente para Claire. A morena merecia alguém melhor, alguém que não tivesse tão quebrada por dentro... Christine respirou fundo e à beira do desespero, grunhiu:

            - Droga, Claire! Não era para estarmos nessa conversa, já era para você ter entendido e ter saído da minha vida!

            A força das palavras de Christine, mal ditas e mal interpretadas por Claire, fez a morena erguer os olhos de forma abrupta para a loira. Claire, com os olhos voltando a lacrimejar e despejando toda a sua fragilidade na cena, permaneceu calada, tentando compreender algo nas palavras de Christine que não fossem a suposta vergonha que ela sentia do que elas possuíam.

            Claire sentia tanto orgulho da relação que construíra com Christine que, escutar aquilo, sentenciou o fim de todas as suas esperanças. A pequena marchou até Christine parou frente a ela, as duas se encararam até, agressivamente, Claire puxar o rosto de Christine para si.

            O beijo violento jogou uma de encontro à outra. Claire arranhou a nuca de Christine, marcando-a em carne viva como sua, ainda que ela tentasse dizer que não. Depois, afastou-se de lábios inchados e vociferou raivosa:

            - Você pode até ter vergonha do que nós duas temos, mas isso jamais vai mudar o fato de que você ainda vai me querer, pelo tempo que for, não importa o quanto a sua covardia me afaste!

            Christine olhou atônita para Claire, dando-se conta que o que achava que queria não era o que, de fato, precisava. Mas, como explicar para Claire o que estava enfrentando com sua mãe divorciada e sua família? Como explicar que fraquejava por que não queria deixar Claire ao mesmo tempo em que perdia sua família? Como explicar a sua covardia fruto, exclusivamente, do medo de perder Claire?

            Christine, paralisada, fugiu para longe de Claire, incapaz de agüentar o olhar inquebrável da morena. Onde Claire arranhara queimava, ela não a esqueceria, nem que sua família repetisse milhões de vezes como aquilo era errado. Como podia ser errado? Errada era aquela dor que se instalara e inflamara o seu interior...

            A morena encarou a porta por mais alguns minutos antes de, finalmente, desabar. Seu corpo escorregou pelo chão e ela escondeu o rosto nas mãos antes de, finalmente, chorar abertamente. Todos os esforços em vão, todas as esperanças quebradas... Claire não queria sentir aquela dor, mas deixou que Christine entrasse e lhe tirasse o foco, a concentração e, principalmente, a determinação.

            Naquele minuto, Claire não amou Christine. Ela odiou a covardia, o medo... Ela quis que Christine fosse outra pessoa.

            Christine levara muito dela e deixara, somente, um coração quebrado. E Claire sabia que corações quebrados podiam levar a lugares mais altos, concentrou-se nessa verdade, porque foi justamente um coração quebrado que levou Rachel Berry de volta para seus sonhos e que ela esperava fazer o mesmo com ela.

            Claire criou asas e voou, para seus sonhos e para longe de Christine.


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Notas finais do capítulo

Espero que a Rachel torne-se mais compreensível depois desse capítulo... E ah, o que acharam de Claire e Christine? Eu adoro escrever essas duas e espero que percebam os contrapontos e nuances entre as duas e Faberry na época do colegial *-*

E bem, o pessoal tem reclamado do drama, mas... Ele é necessário!

Espero o feedback de vocês, até a próxima!
(@RedfieldFer)



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