Levantei-me correndo e decidi que seria melhor começar a me arrumar, pelo menos assim eu ocupava minha cabeça com algo, mas naquele momento qualquer tentativa de manter-me ocupada parecia falha. Eu precisava saber por que ele estava aqui, e se realmente era ele, pois poderia muito bem ser qualquer outra pessoa. Precisava saber por que eu suspeitava dele, poderia ser uma coincidência, mas porque eu estava com medo? Poderia ser até que não fosse ele. Droga! Eu tinha de descobrir, tinha de ter certeza, ou isso ou eu simplesmente iria surtar. E Anna? Será que é melhor mantê-la por perto ou deixá-la com Pattie e seus seguranças? No momento acho que o máximo que posso fazer é falar com Ally, minha amiga deveria saber o que fazer... Assim que tomei meu banho, vesti-me com a roupa que havia separado ( http://www.polyvore.com/alice/set?id=44427055 ) e verifiquei o relógio. 14h: 32min. Acho que é o suficiente para eu tentar chegar à casa de Ally à tempo. 

Coloquei o endereço que continha no SMS que Ally me enviara assim que desligamos, no GP's e coloquei para que executasse a rota mais curta. Não parecia ser longe, porém eu tinha pressa e precisava que ela - A ESPIÃ (por assim dizer) - confirmasse ou ao menos, me ajudasse a confirmar minhas suspeitas. Segundo o GP's eu tinha de seguir como se fosse para a mansão dos Bieber, porém pegar a rotatória e rumar ao centro, virando a primeira esquerda e a segunda direita antes de chegar à avenida. Eu nunca que decoraria o caminho, então nem me preocupei, só fui seguindo o aparelho. Liguei para Ally assim que estacionei em frente a um enorme arranha-céu. (http://www.google.com.br/imgres?q=condominios+chiques&start=228&um=1&hl=pt-BR&sa=N&rlz=1C1AVSA_enBR425BR427&biw=1024&bih=621&tbm=isch&tbnid=2eqtH7bUOi_5DM:&imgrefurl=http://www.zap.com.br/revista/imoveis/tag/construido/&docid=tPuhF_2ttShcaM&imgurl=http://wp.zap.com.br/imoveis//2009/11/24_mvg_mor_sc1ok.jpg&w=576&h=656&ei=b4IRUKTvDomo8QS_sYDQAQ&zoom=1&iact=hc&vpx=631&vpy=186&dur=705&hovh=240&hovw=210&tx=113&ty=137&sig=115489674567518561144&page=13&tbnh=137&tbnw=114&ndsp=19&ved=1t:429,r:3,s:228,i:148) Por fora nem parecia grande coisa, mas se eu conheço Ally, sei que dentro deve ser deslumbrante, principalmente por que, pelo o que ela me disse, algumas das coisas ela pediu dicas da Gabi.

- Estou aqui na frente. 

- Ok, quer subir? - perguntou gentilmente.

- Não, obrigada. Fica para a próxima.

- Ok, vou só avisar o Ry e já desço. - disse aparentemente ofegante. - Ryan, querido, estou indo ao shopping, qualquer coisa me liga. 

- Tá bom amor, eu acho que vou aproveitar e visitar o Justin.

- Ok. - Ally respondeu e eu esperava que a conversa tivesse terminado por ali, ouvir o nome de Justin não havia me feito muito bem, talvez pelo fato de ele me fazer falta e eu definitivamente não poder estar ao lado dele. Não somente pelo fato de eu ser orgulhosa, isso também, mas o fato de não podermos ficar juntos é a pior parte. Tivemos tantos obstáculos que nos atrapalharam e até mesmo nos impediram de ficar juntos, que estou realmente pensando se era para ser, por que nunca vi, sempre que estamos bem, algo vem nos atrapalhar e... Meu coração um dia terá de se acostumar com as decepções e os adeus, nunca pedi que ele se apaixonasse por Justin e muito menos que me impedisse de esquecê-lo, ou seja, ele terá de ser forte e arcar com as conseqüências, independente do que eu/destino decidir. Quando dei por mim, Ally já passara pela portaria e chegava ao carro. Forcei um sorriso. Não por ela, mas por mim. Não queria desabar novamente, mas o que se seguiu me pegou desprevenida.

- Realmente acho que vocês deveriam se acertar. Poxa Alice, vocês se amam e não ficam bem sem a presença um do outro. - Ally disse ajeitando-se no banco. Como é que é? - Isso mesmo, até quando você e Justin vão continuar brigando? Deus, que tenso! - Ally deu de ombros como se lesse meus pensamentos. - E vocês vão se resolver amanhã mesmo, no jantar beneficente que algumas famílias estão organizando para arrecadar fundos para um hospital que trata crianças com câncer. Praticamente Atlanta toda foi convidada e VOCÊ, garota, vai também. - disse sorrindo e passando o cinto por seu ombro.

- ótimo é que minhas amigas falam por mim. - revirei os olhos e ela apertou minhas bochechas.

- Eu sei, sua fofa, mas se não fizermos quem vai fazer? Você?! Ah claro! - riu irônica.

- Allyson, me erra vai! - disse batendo as mãos no volante e acelerando.

- Ok, mas agora é sério Lice... - Ally disse alguns minutos depois. - Vocês precisam se acertar, Justin anda meio mal, segundo o Ryan. Parece que você não quer deixar o garoto se explicar e entendeu tudo errado. Não quero pegar no seu pé e nem nada, também não gosto daquela lambisgoia da Selena, mas será que o JUSTIN seria capaz de fazer algo com ela? Alice pense bem, o menino te esperou por um mês, enfrentou tudo por você, paparazzi, fãs, distancia, coletivas, tudo. Ele terminou com a Gomez para ficar com você...

- Não! - interrompi-a. - Ele terminou com ela por que estava de saco cheio, não por minha causa, e mesmo que fosse não fui eu quem pediu, e ele pode muito bem agora estar arrependido e querendo voltar atrás. - desabafei, correndo os olhos por ela enquanto o sinal não abria novamente.

- Você escuta o que diz? Ele estava de SACO CHEIO dela, por que voltaria? Você não entende que ele realmente te ama, Alice? Sinceramente? Não me lembrava de quão cabeça dura você pode ser às vezes. - esbravejou Ally. Mas dessa vez eu não daria o braço à torcer, enquanto eu tinha meus argumentos bem definidos em minha mente, o máximo que ela dizia era que ele me amava mesmo, e isso realmente não é algo à que eu possa me apegar. Os sentimentos mudam, as pessoas mudam, e com o tempo tudo muda. Mais eu não queria brigar com Allty, ela estava apenas querendo me ajudar, e de fato pode ser que tenha razão.

- Ally... – encarei ela, que agora mantinha os olhos fixos na pista. 

- Esquece Alice, eu só achei que pudesse ajudar, e por incrível que pareça esse é um dos poucos garotos em que confio e sinceramente acho que o que sente por você é algo pelo qual vale à pena lutar. Duvido que algo tão tolo acabaria com seus sentimentos. Quanto a você, sei que o ama, não sei até que ponto, mas sei que é o suficiente para você refletir antes de tomar alguma atitude. Alice, como sua amiga e namorada do melhor amigo de Justin, acho que vocês devem conversar como gente civilizada de preferência.

- Eu sei amiga, só que toda vez que o vejo não tem como não me lembrar deles dois juntos, do modo como ele sorri perto dela e o modo como ela se esfrega nele... O pior é que quando penso nele, escuto seu nome... - parei. Dizer aquilo doía. Era como enfiar uma adaga bem no peito, assumir que sentia sua falta, falta de seus beijos, seus abraços, sua voz, e seu cheiro, não era fácil, principalmente quando sei que em termos, eu que comecei tudo isso. Eu que não quis escutá-lo, eu que entendi tudo da forma como quis. EU! Queria impedir as lágrimas, juro mesmo que queria, mas de repente aquilo me parecia impossível.

- Alice, melhor parar o carro naquele posto. - Ally disse afagando minha cabeça. Assenti e estacionei. - Sinto muito por ter te feito chorar, eu... Bom, não queria isso, só queria que você tomasse alguma atitude. - Ally disse, e pelo tom de sua voz era notável que ela estava arrependida. 

- Não, é... - disse tentando limpar a voz. Não queria que ela se sentisse culpada, afinal, a culpa não era dela, mesmo! - Eu sei que você só estava tentando ajudar, é só que, bom, eu sou mesmo uma cabeça dura não é? - brinquei, mas não acho que minha risada forçada tenha funcionado muito bem, ela não riu, ao invés disso me encarou.

- Tem mais né? Ou você não teria me chamado para 'bater perna'. Realmente não sei como não desconfiei, afinal, você não é de 'bater perna'. Vamos, eu sei que precisa me contar algo, diga...

- Não é nada demais... – disse olhando para os lados. Cheque-mate! Mais uma atitude que entrega minha mentira.

- Claro! Agora desembucha. – Ally disse séria.

- Ok, é... Olha, é só uma suspeita, ok? - sabia que aquela não era a melhor forma de começar, mas algo tinha de ser feito. - Ally, eu acho que o Josh voltou, ou sempre esteve aqui, não sei, mas acho que ele está aqui. - disse rápido, mas o suficiente para que ela entendesse. Vi sua feição mudar. De determinada para confusa, de confusa para surpresa, de surpresa para nervosa e de nervosa para uma careta indecifrável.

- Seu pai? - perguntou com a voz tremula.

- Sim, ele mesmo.