True Love escrita por lohanacarter


Capítulo 1
True Love - Único




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Abri os olhos com dificuldade, tentando acostumar-me com a pouca claridade que invadia meu quarto. Apesar do sol ainda estar fraco, a claridade entrava pelos vidros da janela e incomodava-me um pouco, visto que estava de olhos fechados. Além do mais, ainda sentia sono. Mas não queria dormir. Meus pensamentos corriam diretamente para ele quando fechava meus olhos: Ezio Auditore...

Impulsionei o corpo para frente e me sentei na beirada da cama, levando a mão esquerda para o rosto e deslizando-a devagar sobre minha face, bocejando. Olhei para trás, Manfredo ainda dormia. Estava nu, cobrindo as partes íntimas apenas com um lençol branco.

Enrolando-me em outro lençol que estava na cama, levantei e fui em passos lentos até a janela, olhando de longe as ruas de Veneza. Algumas pessoas já desmontavam os enfeites que ali estavam na noite anterior. No Baile de Máscaras. Onde eu estava, onde não devia estar.

Por que não fiquei em casa? Maldito momento que decidi sair. Estava vivendo tão bem ao lado de Manfredo! Eu já estava acostumada a viver com Manfredo, em ser a mulher dele.

Mas tudo que construí durante oito anos estava prestes a ruir por causa do beijo do homem que ainda estava dentro de mim. Sentir seu toque em meus lábios macios, sua língua quente percorrer por minha boca em um ritmo lento e apaixonante, tocando-me com suas mãos fortes com suavidade, carinhosamente... Ah, Ezio, por que não posso deixar se amar você?

Até o medalhão que você me deu eu parei de usar. Para apagar você de vez de minhas memórias. Para poder seguir em frente. Eu sabia que não podíamos mais ficar juntos desde o dia em que você me beijou e se foi novamente. Longe demais de mim. Em um lugar onde eu jamais alcançaria você.

- Cristina?

Virei-me e vi Manfredo olhando para mim, com os olhos cheios de dúvidas. Certamente, havia visto meu rosto nada alegre e apático olhar para as ruas de Veneza, com os pensamentos distantes.

- Bom dia – cumprimentei tentando disfarçar.

- Ainda está muito cedo. – Ele coçou os olhos e bocejou, falando ao mesmo tempo. – Não quer dormir mais um pouco?

E daí se ele me amava? Eu amava você!” – Lembrei-me de minhas próprias palavras que havia dito a Ezio, e voltei a olhar para as ruas pela janela.

- Não tenho sono – murmurei. – Pode voltar a dormir Manfredo...

Não precisei dizer duas vezes. Manfredo jogou-se contra o travesseiro e tornou a roncar. Suspirei. O que eu faria agora? Eu conseguiria manter o que havia construído com Manfredo por anos? Saberia fingir que o amava?

Vesti-me. Fui até a mesa de cabeceira e abri uma caixa de madeira entalhada com flores, tirando dali o medalhão que havia ganhado de Ezio. Por alguns instantes, fiquei observando aquela peça absorta, apenas lembrando dos momentos passados. Dos beijos. Do momento em que ele chegara em mim perguntando meu nome depois pedindo uma segunda chance. Acabei dando risadas baixas lembrando deste dia.

Recoloquei o medalhão na caixa. Vendo que Manfredo ainda estava dormindo, decidi caminhar um pouco sozinha, para tentar esvaziar a cabeça das lembranças do dia anterior. Das antigas lembranças. Mais precisamente, era de Ezio quem eu precisava apagar das memórias. Não só das minhas memórias, mas do meu coração também.

Eu ainda o amava. Aquele que fazia meu coração bater forte, a ponto de querer explodir dentro do peito, era Ezio. Na noite anterior, que acabei por fazer amor com Manfredo, era seu nome que queria sair de minha boca, mas eu não podia dizer. Não podia chamá-lo. Nunca mais iria sentir seu corpo em contato com o meu.

Nunca mais...

Parei de andar quando vi alguém parado, vestindo um capuz e armadura, mas pude reconhecê-lo quando virou-se para me olhar. Minhas pernas ficaram bambas, quis correr e fugir daquela pessoa que me dominava por completo. Era ele...

Era Ezio que estava olhando para mim, e agora vinha em minha direção. Eu quis sair dali, mas minhas pernas não se mexeram. Por quê não me mexo? Vamos, Cristina, saia daí!

Era tarde. Encontrei seus olhos, tão perto de mim...

- Cristina... – ele disse em voz baixa, mas eu fui capaz de ouvir.

- Ezio – tentei falar com a voz mais firme possível. Ontem eu havia conseguido ser forte na frente dele, e hoje também deveria ser. – Deixe-me passar, por favor. – Tentei seguir em frente, mas ele se posicionou de modo que não me deixou passar.

- Me escute – pediu.

- Não temos o que conversar – rebati irritada. Saia! Antes que eu acabe vacilando e me jogando em seus braços.

- Cristina, sinto muito por ontem – ele prosseguiu ignorando o que eu havia dito. – Eu não pude resistir... Você estava tão perto de mim... Eu ainda amo você, Cristina.

- Bom, não foi o que pareceu quando nos vimos pela última vez, há oito anos atrás – falei magoada.

- Eu tive meus motivos Cristina... – ele respondeu, ainda me impedindo de passar.

- Eu não posso esperar por você a vida inteira, Ezio – falei. Ele olhou para mim, provavelmente esperando que eu continuasse. – Você anda vagando por aí, some sem deixar rastros... – Dessa vez, lágrimas grossas desciam de meus olhos. – Eu não tenho estrutura para ver você sumindo assim, sem saber onde te encontrar, como você está. Ah, o que estou dizendo?! – Impus força em meu corpo e o empurrei do melhor jeito que pude. – Passe bem, Ezio Auditore.

Mas ele segurou meu pulso quando tentei ir.

- Não espero que você fique a vida inteira me esperando. Eu sei que não posso fazer você feliz, Cristina. Não posso estar com você, vivo escondido... – Ele fez uma pausa. Não resisti em olhar em seus olhos. – Mas uma coisa é certa, mi amore. Nunca deixei de amar você.

- Ezio...

Senti-o puxando-me com delicadeza para perto, selando seus lábios nos meus e eu não tive forças para resistir. Agarrei-me a ele e beijei-o com vontade, apaixonada, sem me importar em como sofreria depois que o visse se afastar. Ezio, maldito. Por que você ainda provoca esses sentimentos em mim?

Ele soltou seus lábios dos meus, e eu queria mais daquela boca, mais do homem que me completava. Ele encostou sua testa na minha, como se estivesse aproveitando aquele momento como nossa verdadeira despedida. Depois foi se afastando, soltando minha mão devagar e dando-me as costas, enquanto o vi ir embora sem fazer nada, sem pedir em prantos para que não se fosse. Eu só podia sentir as lágrimas escorrerem por minha pele.

Ezio... Por que as coisas tinham de ser daquele jeito? Eu te vi se afastar cada vez mais até não te ver mais. Mas ainda sabia que estava dentro de mim, do meu coração. E que dali, você nunca escaparia.

Meu amor...

Meu eterno e verdadeiro amor...


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Notas finais do capítulo

Bom, se não gostou nem precisa deixar review qqq Como eu disse tava martelando na minha cabeça e eu precisava escrever.
Beijos ;*