A do sol passou pelas frestas da cortina despertando Kagome, lentamente ela abriu os olhos, já prevendo mais uma manhã agitada no orfanato Sant Lucy.

Como toda manhã, Kagome levantou assim que o sol nasce, tomou banho e foi para cozinha preparar o café, assim que terminou, foi acordar as crianças para que se preparassem antes que se atrasassem para a escola, enquanto dava banho nos pequenos os maiores se arrumavam, depois todos se reuniam para o café. Depois que s crianças saiam para a escola começava a segunda parte da sua jornada matinal, arrumar a bagunça que as crianças deixaram do dia anterior e preparar o almoço.

Embora parecesse cansativo Kagome sempre tinha um sorriso no rosto, afinal aquele era o seu lar desde que se lembrava, havia crescido naqueles corredores, ainda podia se lembrar de Kaede cuidando de todas elas e fazendo o possível para que todas as crianças ali crescessem seguras e confortáveis. Ao se lembra da velha senhora por quem foi criada Kagome sentiu as lagrimas virem, então afastou esses pensamentos, desde há um ano atrás quando Kaede adoecera Kagome prometeu que cuidaria de todos e assim tem feito desde que Kaede falecerá.

Mas as coisas vinham sendo mais difíceis do que imaginará, nos últimos meses, o orçamento vinha diminuindo e por mais que Kagome se esforce o orfanato corre um grande risco de fechar.

—eu não posso desistir, deve haver uma maneira. –pensava Kagome esperançosa voltando ao trabalho.

—senhora Darcy seu marido agora precisa de repouso antes da operação. –disse Inuyasha gentilmente. –não se preocupe, confie em mim tudo ocorrera bem. –depois que a velha sonhara saiu Inuyasha relaxou na cadeira massageando a nuca.  

—você precisa de uma folga. –Inuyasha virou com a cadeira e se deparou com Izayo parada na porta. –afinal quando não esta trabalhando está procurando pela Kagome.

—é bom vê-la mamãe.

—incrível que mesmo morando na mesma casa eu quase não vejo o meu filho.

—a senhora sabe que a agenda de um médico é cheia, afinal foi casada com um. –Inuyasha se levantou para cumprimentar a mãe e indicou o sofá para que ela se sentasse. –então qual a ocasião especial que lhe trouxe aqui.

—eu não posso querer ver meu filho?

—mamãe.

—certo, eu vim para falar sobre o jantar de noivado de Sango. –disse desistindo de argumentar com o filho, já sabendo que era impossível.

—aconteceu alguma coisa? Miroku e Sango tiveram algum problema?

—não, na verdade esta tudo indo perfeitamente bem. –disse Izayo tranqüilizando Inuyasha.

—então por que a senhora veio até aqui.

—por que o que me preocupa é você. –Inuyasha a encarou sem entender o que ela queria dizer. –você não vai faltar ao noivado de sua irmã não é?

—mas é claro que não por que a senhora acha isso.

—Inuyasha eu estou preocupada com você. –Izayo se sentou ao lado de Inuyasha e segurou sua mão carinhosamente. –nos últimos oito anos sua vida se resume a profissional e a promessa que você fez ao Souta.

—já falamos sobre isso. –Inuyasha se levantou tentando evitar essa conversa.

—meu amor eu sei que a promessa que você fez ao Souta é muito importante, até eu tentei de tudo para achá-la, Kagome era como uma neta pra mim, mas já faz tanto tempo.

—eu não vou desistir. –disse se sentando em sua cadeira. –Souta tinha certeza que Kagome ainda estava viva e eu prometi encontra-la e farei isso. –Izayo deu um longo suspiro, sabia que não conseguiria convence-lo, na verdade às vezes ela mesma não queria desistir.

Kagome estava terminando de passar a ultima roupa quando Shippo entrou em seu quarto.

—Kagome acabaram de ligar do hospital. –disse Shippo. –pediram que você fosse buscar os resultados do seu exame, você ta doente?

—é claro que não. –disse se aproximando de Shippo. –são só exames de rotina para evitar que eu fique doente. –Kagome ajoelho em frente a Shippo enquanto lhe acariciava o rosto.

—você não vai nós deixar como a vovô Kaede não é. –Kagome sentiu seu coração se apertar, Shippo era o mais nova das crianças que viviam no orfanato e ela sabia que para ele era ainda mais difícil lidar com a situação.

—não se preocupe meu amor. –disse lhe abraçando gentilmente. –eu nunca vou deixar vocês.

—que milagre o dedicado Dr.Taisho esta indo mais cedo para casa. –Inuyasha foi surpreendido por Kikio enquanto esperava o elevador. –algum motivo especial?

—ora Kikio você e minha mão tiraram o dia para criticar minha agenda. –Inuyasha sorria divertido.

—mas é claro que não, agora concordemos que você ir para casa antes das onze é realmente uma raridade. –disse o encarando desconfiada.

—eu me rendo. –disse Inuyasha admitindo derrota. –minha mão praticamente me intimou a aparecer para o jantar hoje.

—só mesmo a senhora Taisho para conseguir tira-lo deste hospital. –disse parando ao lado de Inuyasha. –sendo que eu o convidei para jantar varias vezes e você sempre recusou.

—Kikio...

—certo não precisa me dispensar outra vez. –disse interrompendo Inuyasha, quando o elevador chegou os dois entraram em silencio.

—e o que é isso que você tem ai? Perguntou Inuyasha tentando diminuir a tensão que se formou entre os dois.

—os resultados do exame de uma paciente.

—e é algo muito grave.

—são exames de rotina e pelo que vi, ela tem uma saúde de ferro.

—isso é bom. -disse Inuyasha voltando a olhar para frente.

—é... algumas de nós tem sorte.

Inuyasha esta fechando o livro que lia quando as batidas na porta chamaram sua atenção.

—pode entrar mãe. –disse colocando o livro em cima da cabeceira.

—como sabia que era eu? –perguntou Izayo fechando a porta atrás de si.

—porque faz isso todas as noites desde que eu era crianças.  –disse indicando para que ela se sentasse. –antes de dormir vem no meu quarto e aposto que faz isso com a Sango também.

—e com o Souta também. –disse com um sorriso triste. –apesar de que depois que ele se casou eu não pude continuar, mas eu sempre lia uma historia para Kagome...

—eu vou encontrá-la. –afirmou Inuyasha.

—sabe... bem no fundo do coração eu sinto que você ira. –disse e deu um beijo em sua testa. –boa noite filho.

Kagome chegou logo cedo ao hospital, queria estar de volta antes das crianças voltarem da escola.

—com licença. –uma das enfermeiras a atendeu. -vim buscar um exame.

—a senhorita poderia me passar o seu cartão de identificação?

—claro.

—você parece deprimido Miroku. –comentou Inuyasha enquanto iam ao refeitório.

—vou ter que cancelar meu jantar de hoje com a Sango.

—aconteceu alguma coisa?

—tenho uma operação, nada serio, mas eu gosto de relaxar antes de uma operação.

—tenho certeza que ela vai entender. –comentou Inuyasha divertido. –afinal logo ela será esposa de um médico. –depois de pegarem um café cada, inuyasha estava indo ver um paciente quando a visão que teve o congelou. Inuyasha não acreditava no que estava vendo.

—não pode ser. –sua voz era uma mistura de surpresa e espanto.

—o que foi Inuyasha? –perguntou Miroku sem entender a reação do cunhado.

—Kagome...

<>.