Kagome estava deitada na cama, quando ouviu uma leve batida da porta, quando se virou viu Izayo parada a porta esperando, ela acenou com a cabeça para que ela entrasse.

—então como esta se sentindo querida? –perguntou se sentando na beira da cama.

—já estou me sentindo bem melhor, obrigada. –Kagome acordou um pouco indisposta naquela manhã, por isso não fora com Inuyasha. –acho que foi só uma indisposição passageira. 

—que tal se eu preparar um chá de hortelã?

—igual ao que você fazia pra mim quando era criança?

—e você se lembra? –Kagome apenas afirmou com a cabeça.

—não parece surpresa.

—isso por que eu já desconfiava.

—eu imaginei que não conseguiria engana-la.

—a pergunta é... por que você não queria que soubéssemos? –Kagome encarou Izayo hesitante.

—por que eu preferia não ter me lembrado.

—Kagome?

—eu lembrei do dia do acidente... foi minha culpa. –Izayo a encarou surpresa. –o acidente, foi por minha culpa. –as lagrimas já começavam a surgir em sua face, era sempre assim, sempre que se lembrava a dor que sentia era muito grande.

—Kagome do que você esta falando... não foi sua culpa querida...

—foi sim... meu pai esta olhando pra mim, se não fosse por isso talvez ele visse o caminham e conseguiria desviar, foi minha culpa... –a voz de Kagome esta alterada, Izayo a abraçou surpreendendo Kagome.

—se acalme Kagome, por favor. –Izayo acaricia suas costas carinhosamente, quando era criança e tinha pesadelos, Izayo fazia o mesmo para acalma-la, isso fez com que os soluços ficassem mais forte, a as lagrimas caiam ainda mais. –os policiais que investigaram o acidente nos informaram que o motorista do caminham estava bêbado, foi tudo muito rápido e a pista molhada por causa da chuva.

—mas...

—nada de, mas... você tem se torturado todo esse tempo pensando nisso. –Izayo se afastou um pouco para encara Kagome. –Inuyasha ainda não sabe né?

—hum... acho que ele ainda não descobriu. –Izayo deu um longo suspiro.

—como meu filho pode ser tão distraído. –ela a encarou ternamente. –de ter sido difícil.

—realmente foi assustador, por que minhas memórias foram se misturando com as lembranças nesses oitos anos, foi realmente assustador.

—você realmente não mudou nada, dede criança sempre teimosa achando que pode resolver tudo sozinha. –ela a encarou compreensiva. –mas você terá que contar para o Inuyasha, ou pensa em esconder isso para sempre.

—claro que não, só queria um tempo pra pensar em tudo.

—além do mais logo vocês estarão bem ocupados. –Kagome a encarou sem entender. –quando eu estava grávida do Inuyasha também sentia muito enjôo pela manhã.

—grá... grávida? –Izayo deu um largo sorrido. –deve estar enganada... –não a como eu estar enganada, tenho muita experiência.

—não acredito... –Kagome passou a mão carinhosamente pelo ventre. –tem certeza?

—absoluta, queria que Inutaisho pudesse ver, Inuyasha, você, Sango e Miroku, parece que finalmente tudo esta em seu lugar.

—nem todos. –Izayo percebeu a expressão triste de Kagome.

—sabe, todos nós tivemos oito anos para nos acostumamos, mas para você é tudo muito recente, sei que deve ser difícil. –ela segurou as mãos de Kagome. –mas sabe o que ajudou todos nós e principalmente Inuyasha a conseguir passar por tudo isso? –Kagome fez que não. –você.

—hã?

—Souta tinha certeza que você estava viva e isso nós deu esperanças de que pelo menos nossa pequena Kagome pudesse voltar. –ela abraçou Kagome sem conseguir conter os lagrimas. –e não é que ela voltou, apesar de não ser mais tão pequena. –as duas começaram a ri.

—pais são incríveis não é? –disse Kagome secando as lagrimas e encarou Izayo com um pequeno sorriso.

—sim, realmente são e tenho certeza que você também será.

Quando Inuyasha chegou ouvia a voz de sua mãe vindo da sala de estar, ao chegar à porta viu que ela e Kagome conversavam animadamente enquanto liam algumas revistas.

—vocês parecem estar se divertindo. –disse Inuyasha entrando, percebeu que as duas o olhavam como se tivessem sido pegas fazendo algo ilícito. –o que houve? -Perguntou curioso, pegou uma das revistas para saber o que às interessava tanto e qual foi a sua surpresa ao ver que se tratava de uma revista sobre nomes de bebês, ele encarou Kagome, depois sua mãe e depois Kagome novamente. –serio?

—surpresa. –disse Kagome sorrindo hesitante, no mesmo estante Inuyasha jogou a revista no chão e abraçou Kagome rapidamente girando no ar. Izayo deu um suspiro discreto e logo deu um largo sorriso. –por que não me contou antes?

—na verdade eu descobri isso hoje, claro que eu ainda tenho que ir ao médico para confirmar, mas sua mãe disse que tem certeza...

—e tenho mesmo vocês vão ver. –disse confiante.

—se ela esta dizendo. –Inuyasha se ajoelhou em frente a Kagome lhe acariciando a barriga. –mas tem que ir logo ao médico, precisa saber como esta o bebê, vou marcar uma consulta para manhã.

—sim doutor. –Kagome não conseguiu conter o riso. –isso que dar ser casada com médico. –então o sorriso em seus lábios desapareceu. –mas antes tem algo que eu preciso lhe contar. –Inuyasha observou a expressão seria de Kagome sem entender.

—e o que é?

—vamos para o quarto sim? –Inuyasha estava começando a se preocupar, o que poderia ser tão importante para que Kagome quisesse que estivessem a sois.

—então o que você quer conversar de tão importante? –perguntou Inuyasha assim que chegaram ao quarto.

—na verdade é algo que já devia ter lhe contado há algum tempo. –Inuyasha ficou um pouco tenso.

—e o que seria?

—eu... minha memória voltou, eu me lembrei de tudo. –Inuyasha a encarou sem expressão.

—desde quando?

—já faz duas semanas. –contou hesitante.

—então essa é a razão de eu achar que você estava cada vez mais parecida com a Kagome que eu me lembrava. –Inuyasha esfregou a nuca e encarou Kagome com um pequeno sorriso. –por que não me contou, por acaso seus sentimentos mudaram... –Kagome não conseguiu conter o riso.

—você ainda estava preocupado com isso. –ela se sentou ao seu lado na cama. –eu sempre fui a mesma Kagome, só um pouco esquecida, meus sentimentos sempre foram os mesmos, eu sempre te amei. –ela acariciou sua face e lhe deu um leve beijo.

—então por que você escondeu isso. –ele sentiu Kagome ficar rígida, o que poderia ter acontecido para que ela ficasse assim. –Kagome.

—a primeira lembrança que eu recuperei foi do dia do acidente. –Inuyasha a encarou surpreso. –eu fiquei muito confusa, eram tantas coisas na minha cabeça. –mas o pior de tudo foi pensar que quem causara o acidente havia sido eu.

—o quê? –Kagome deu um sorriso triste. –como assim Kagome?

—eu me lembrei que no momento do acidente, meu pai estava olhando pra mim e não pra estrada, então... –antes que ela terminasse Inuyasha a puxou para si a abraçando firmemente.

—sua boba, foi por isso que não disse nada?

—tinha medo do que você pensaria.

—Kagome. –ele a fez o encarar. –você era apenas uma criança, você realmente pensou que eu te culparia?

—você amava muito meu pai.

—mas amo você muito mais. –aquelas palavras preencheram coração de Kagome de felicidade, era um aliviou ouvi-lo dizer aquilo. 0além do mais, o responsável pelo acidente foi o motorista do caminham.

—sim, Izayo já me disse.

—minha mãe sabia.

—faz pouco tempo. –Inuyasha voltou abraça-la.

—espero que agora quando algo te incomodar, você venha me dizer, certo?

—certo. –era como se um peso tivesse sido tirado de suas costas, não havia mais nada que os preocupasse, finalmente poderia começar sua vida junto com Inuyasha.

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