- Minha filha!Onde está minha filha!- gritou minha mãe, desesperada como no dia da tragédia.

- Senhora, calma. Ela tem que ter descanso antes de se estabilizar. – a enfermeira falou para minha mãe.

- Mas eu quero vê-la!

- Venha com calma.

Quanto mais minha mãe ia invadindo aquela minha segunda casa, mais eu ficava feliz.

- M...M...Mã...- tentei falar direito. Mas não conseguia.

- Ela falou mãe. - o médico explicou para minha mãe

- Isso eu sei.

- Ela deve ficar um pouco só com a mãe. Vamos, saiam todos. – o médico falou

Em um segundo a sala ficou vazia.

- Filha, você está bem?Se estiver, aperta minha mão.

Eu apertei.

- Muito bem. Não espero a hora de te levar pra casa.

- P...P...P...- tentei chamar meu pai.

- Quer ver seu pai?

Apertei a mão dela.

Logo minha mãe se levantou da cadeira e saiu do quarto.Depois meu pai voltou com ela chorando e disse:

- Filha!Meu Deus!Obrigado!

Continuou a chorar.

- Vou chamar teu namorado!O Bry!

Quando ele falou aquele nome, não aguentei. Derramei lágrimas como nunca.

- O que foi filha? Não quer que ele venha?Se for isso, aperte minha mão duas vezes.

Óbvio. A apertei duas vezes.

Minha mãe me olhou com olhar de preocupação. Ficou lá neste estado uns dois minutos e foi chamar meu pai.

- Harry. Não o chame mais. Não é bom.

- Ah, está bem amor. – meu pai falou contraindo os dois lábios fortemente.

Por um momento pensei que meus pais já sabiam do caso de Bry.

- Ainda não devemos falar?- meu pai falou como se eu não estivesse ouvindo.

Aí então, eu percebi que eles já sabiam de tudo.

Mas eu também já sabia.