O Jardim Secreto escrita por MarinaHinacha


Capítulo 5
Quinto




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Naruto come tudo com gosto. Depois de acabar com o sanduíche, ele pergunta se Hinata pode preparar mais um. Ela pausa o próprio café da manhã para atender ao pedido do loiro. Enquanto ela prepara, ele bebe o copo de leite. Esvazia o copo em uma golada. E passa a língua nos lábios. Tem algo a mais nesse leite que o diferencia do leite das cabras de Samas. Naruto repara. Seu próximo alvo é o bolo. Lambuza-se com a cobertura. Duas mordidas e o loiro termina o pedaço de fatia. Podia ele acabar com uma única mordida. Porém, o Uzumaki quis saborear devagar o que sentia ser o paraíso dos Deuses.

— O que ser isto? Doce Hinata?

Ela sorrir o vendo lamber o chocolate restado nos dedos.

— É bolo de chocolate. O que está lambendo é o que sobrou da cobertura de chocolate.

Cho-co-la-te. Ele gravará para sempre. A perolada põe o novo sanduíche na frente do Uzumaki e ele devora em quatro mordidas. E ela se assusta. Pois ela precisa arrancar uns vinte pedaços para acabar com o sanduíche. Ela segue consumindo o café da manhã. Come o pedacinho da fatia de bolo que guardou para si, acompanhado de uma xícara de café sem açúcar e sem leite. A Naruto resta a caneca de café. Ele não gosta da aparência do líquido preto. Mas sua vontade de conhecer o diferente o faz bebericar o café. Careta. Nem o doce do bolo sobrado no paladar do Uzumaki foi capaz de melhorar o gosto do líquido quente e preto. Hinata fica surpresa. Ela achou que ele gostaria se o servisse café adoçado. Como o açúcar não adiantou, ela sugere:

— Você pode acrescentar leite. Fica melhor.

Ela segura a xícara na frente da boca para ele não perceber sua boca risonha pela careta que ele fez. Ele observa a mesa e fita a jarra de leite. Estica o braço direito para alcançá-la.

— Espere. — Ela o detém. Devolve a xícara à mesa e alcança um pote:

— é melhor o leite em pó. — Retira a tampa do pote e o loiro observa a coisa branca nada líquida.

— Isto é leite? Doce Hinata?

— Aham.

— Então ponha. Por favor. Doce Hinata. — Ele está curioso.

Com uma colher pequenina, a Hyuuga retira um pouco do leite em pó e o introduz na caneca de café. Ela faz suaves movimentos circulares. A cor preta se transforma em marrom claro.

— Experimente agora. — Ela retira a colherzinha. Naruto beberica a bebida. Bom! Muito bom! Ele vai bebendo sem pausa até esvaziar a caneca.

— Café com leite e adoçado. — Hinata anota verbalmente a preferência do Uzumaki.

A hora avança. Refeição matineira terminada. Hinata lavou a louça, tendo o curioso loiro de plateia. Ele gosta do tanto de espuma que ela faz. Naruto tem vontade de espremer a esponja de sabão. A Hyuuga sorrir. De fininho ele se aproxima da pia e pega uma das garrafas de sabonete líquido.

— Parece gostoso. — Ele gosta da cor lilás do líquido.

— Isso não é de comer. Naruto. É sabão líquido e tem a mesma função que esse sabão grosso. — Ela exibe o sabão na palma da mão:

— lavar a louça.

Ele devolve a garrafa para o lugar dela. E segue assistindo a Hyuuga.

— Comporte-se. — A Hyuuga pede após terminar a tarefa. E enxuga as mãos no guardanapo. E o avisa:

— retorno em um instante.

Ela se retira da cozinha. Sozinho. Naruto espreme os lábios. Ele se sente uma criança. Ele se retira da cozinha e repara na sala de estar. Com tudo claro pela manhã ele vê melhor o lugar pelo qual vagou na madrugada. Há algumas fotografias espalhadas pelas paredes e estante da sala. O loiro se aproxima de cada uma. Reconhece Hinata em meio a pessoas parecidas com ela. São registros de família. O Uzumaki passa o dedo sobre as imagens e sente o vidro que protege cada uma delas. Naruto pensa que fotografias são pinturas e que a tela de vidro serve para protege-las, evitando que alguém desmanche a tinta. Na estante há fotos de Hinata com uma loira de olhos azuis. Em vários lugares diferentes. Após ele observar cada foto, ele se volta ao meio da sala. Na mesa de centro há um conjunto de cerâmica que o faz sorrir. É uma família de cisnes. Tem um controle remoto ao lado das cerâmicas e ele resolve segurá-lo. Passa o dedo de leve sobre os botões e gosta da superfície. Entre todos os botões cinzas existe um único de cor vermelha. Naruto o aperta. A televisão de plasma liga.

Eles não estão respeitando o sinal de trânsito. Estou atrasada para o trabalho e acho uma pouca vergonha esperar esses inconsequentes atravessarem.

Uma senhora reclama dentro de um carro. Sendo entrevista por um repórter.

— Mulher!!! Como foi parar aí dentro?!!! — Naruto se apavora:

— venha!!! Passe para outro lado!!! — ele se aproxima da tela e quando põe as mãos nela percebe que não consegue atravessá-la:

— maldição!!! Não acontece como no quadro mágico!!!

Na tela, a entrevista muda para a cara do repórter e o loiro volta um passo.

— Tem mais de uma pessoa aí?!!!

— Naruto! — Hinata retorna à sala trazendo uma fita métrica. Estando a televisão ligada e o pavor na cara do loiro, ela presume o que se passa.

— Doce Hinata! Temos que tirar essas pessoas daí. Vejas. São muitas.

O repórter agora está entrevistando um homem e atrás do entrevistado se percebe um aglomerado de pessoas.

— Naruto. Elas não estão aprisionadas como você esteve no livro. Vou lhe mostrar o que acontece. — Hinata coloca a fita métrica na mesa de centro e depois busca pelo seu celular. Coloca o celular para filmar:

— fique parado. — Ela o pede e o filma de longe durante um minuto. Salva o vídeo na galeria e o acessa. Aproxima o celular do loiro e ele arregala os olhos.

— Este é eu!

— É sim. Isso se chama filmagem e é por meio dela que se informa sobre muitas coisas. A tela ali na parede é uma televisão. O que você viu nela foi uma entrevista. O repórter é a pessoa que segura o microfone que é o objeto que faz a voz aumentar de volume. Ele aponta para a pessoa com quem quer conversar. E enquanto os dois conversam há alguém filmando para mostrar aos outros. Há pessoas que moram longe e perto da entrevista. Se elas tiverem uma tela como essa em casa, não precisarão ir até a entrevista para escutar a conversa.

O Uzumaki está fascinado:

— Incrível!!! Nunca imaginei que a magia estaria tão aperfeiçoada!!! É usada tão facilmente!!! Isto pouparia os mensageiros de guerra de arriscarem suas vidas ao atravessarem os campos de batalha!!!

— Não é magia Naruto. É só tecnologia.

Ele ergue uma sobrancelha. Tenta pronunciar a palavra desconhecida:

— Tec- tec-

— Tecnologia. É quando se somam técnicas, métodos e instrumentos para se construir ou aperfeiçoar algo. Lembra-se quando o exército de Samas enfrentou aquele exército de lanças?

— Se lembro! As armas deles eram muito primitivas!

— Pois é. Eles não conheciam o ferro. O metal. Como vocês de Samas conheciam. Para eles suas espadas eram muito evoluídas. E para se construir espadas, alguém teve uma ideia e desenvolveu um método de construí-las. Isso é tecnologia.

— Minha espada é uma tecnologia. — Naruto fala pensativo.

— Sim. É o resultado de uma tecnologia avançada em relação as lanças de madeira. Pois produz um resultado maior quando se trata de ferir os inimigos.

— O abajur é uma tecnologia avançada das velas! — o Uzumaki deduz. Considera que ambos os objetos têm o objetivo de iluminar o ambiente.

— Exato. — Hinata sorrir diante a animação do loiro:

— você aprende tudo muito rápido. Naruto. Quando se adaptar à minha era, você aprenderá um monte de coisas. Tente manter a calma sempre que ver uma coisa nova. Está bem?

— Sim. Entendi. Doce Hinata.

Ela sorrir e pega o controle remoto e desliga a televisão.

— Agora vem cá que preciso tirar suas medidas.

Ele vê Hinata retirar a fita métrica e curioso não para de observar o objeto. Ele confia nela. Chega mais perto. Assim que a Hyuuga anota todas as medidas necessárias para escolher o tamanho adequado das roupas, ela entrega a fita métrica para ele. Ela percebeu que durante a medição, ele queria segurar o objeto. Com a fita nas mãos, Naruto fica com aquela cara de que descobria um novo mundo – o que não é uma inverdade – ele se diverte vendo o tanto de fita métrica que consegue puxar da caixa da trena. Ele larga a fita e surpreso a assiste se recolher sozinha. Ele retorna a puxá-la. Puxa-a de montão e solta. Ele gargalha pelo modo “desesperado” que a fita se recolhe. Hinata o deixa distraído com aquilo e se retira para ir se banhar e trocar de roupa. Depois, ela tem uma ideia e vai buscar algumas coisas no ateliê. Separa várias folhas de papel, potes pequenos de tinta e pincel. Naruto ao se virar para a Hyuuga não presta atenção aos materiais que ela trouxe. Apenas na aparência dela. A perolada está com o cabelo trançado. Boina preta. Um lenço azul pastel em torno do pescoço. Uma calça pantalona amarela âmbar. Camisa decotada em V e mangas folgadas e desfiadas. Usa dois cordões de pequenas miçangas hexagonais transparentes. Usa sapatilhas bege escuro.

— Prefiro vê-la de cabelos soltos. Doce Hinata.

— Também prefiro. Mas está um dia quente hoje. Quando anoitecer eu os solto.

— Estas vestes são estranhas. — Ele a observa de alto a baixo.

— Não gosta?

Ele se demora a contemplá-la e responde:

— Adoro. Teu corpo se molda bem.

— Obrigada. — Ela sorrir, mas o sorriso some quando ele prende o olhar no decote. Rápida, ela muda a atenção do olhar dele:

— veja Naruto. Eu trouxe isso aqui para você.

Ela aponta para os materiais de pintura que distribuiu na mesa de centro. O Uzumaki dá uma rápida sacudida de rosto. Luta contra si mesmo para afastar a vista da bela divisa do busto feminino. E desce o olhar até os materiais de pintura.

— Ha. — Ele sorrir. Tentando ignorar o calor na virilha e evitando a fitar os seios dela de novo:

— nunca tive eu a oportunidade de ser um pintor.

— Eu gostaria de colar algumas pinturas bonitas nas paredes. Pintaria coisas bonitas para mim? Naruto?

— Claro! — ele observa as paredes:

— quer que eu coloque-as entre as pinturas de sua família?

— Hu. — Ela olha para as fotografias:

— não são pinturas. São fotos. Quando eu retornar te mostro como elas são tiradas. Já viu todas?

— Sim. Sem contar com a mulher loira, os outros são parecidos contigo. Doce Hinata. Mas tu continuas sendo a mais bela.

— Obrigada. Espelho mágico. — Ela enrubesce.

— Que disseras?

— Nada. Depois que eu regressar, também conversarei sobre minha família. Ainda vai conhece-la.

— Estou ansioso. Doce Hinata.

— Que bom. É melhor eu ir logo. Naruto.

— Antes que partas, doce Hinata, quererá pinturas minhas, mesmo sendo eu inexperiente como pintor?

— Quando se pinta com o coração, não importa se é profissional ou não. — Ela se usa de um tom triste:

—  mas se não quiser fazer isso por mim-

— Faço! Pintarei o quanto quiseres!!! — ele se desespera.

— Que bom, isso me deixará feliz. Retornarei o quanto antes.

— Esperá-la-ei. Doce Hinata.

Ela foi até o ateliê. Ainda precisará limpá-lo. Deixará para outra hora. Encontra a bolsa. Retorna à sala de estar. Sorrir, vendo o loiro ajoelhado no chão, na frente da mesa de centro. Ele se prepara para iniciar as pinturas. A Hyuuga chega perto dele e se curva. Ela põe uma mão sobre o ombro dele e ele vira o rosto para fitá-la amavelmente. Ela faz carinho na testa dele. Arrastando os cabelos loiros e arrepiados para trás. Ele fecha as pálpebras. Apreciando o delicado contato.

— Naruto. Não abra as cortinas da janela e nem abra a porta se alguém bater. Não responda a ninguém. É melhor que só se comunique com as pessoas, quando eu estiver por perto. Será mais seguro assim.

Ele abre os olhos.

— Mas este comportamento perdurará apenas enquanto desconheço muito sobre sua era?

— Exato. Quando tiver conhecimento suficiente sobre a época na qual vivo, você poderá até passear sozinho pela cidade.

— Passeios só serão divertidos com a doce Hinata.

De bochechas rosadas ela o sorrir. Ela o beija na testa e ergue a coluna, mas ela não se afasta porque ele segura a mão dela. Sereno, ele pede:

— Poder-me-ia, beijar-me nos lábios?

O coração dela se torna célere em um estágio distinto. Ela fantasiou com o Uzumaki durante inúmeras noites. Ele é muito mais belo do que sua imaginação desenhou. Suas pernas ficam bambas diante o pedido íntimo do loiro.

— Doce Hinata? — ele nota que ela treme:

— fui muito ousado? Tu não precisas atender ao meu pedido se não quiseres. Peço-te perdão! Perdoe-me!

— Não. — A Hyuuga retorna a acarinhar os cabelos do Uzumaki. Sorrir. No início é um sorriso forçado. Aguarda-se se acalmar. Depois se torna um sorriso sincero:

— eu quero beijá-lo Naruto. Só que não acho correto.

— Por que não? Doce Hinata? — ele se vira de frente para ela. Ele se mantém de joelhos e segura a outra mão da perolada:

— se tu queres e eu a quero, o que impede a nós?

— Temos que ser cuidadosos com o tipo de relacionamento que compartilharemos. Pois moraremos juntos. Pelo menos até você conseguir ser independente na minha era. Quando chegar esse momento - uma dor aguda sobe pela faringe - você poderá querer morar em outro lugar. Conhecerá outras mulheres. E até esse dia chegar não podemos correr o risco de nos relacionar intimamente, pois algo pode dar errado. Isso prejudicará nossa convivência.

— Que besteira. Não quero eu ir a outro canto deste mundo se minha doce Hinata não estiver nele. Eu não me envolveria com outra mulher. Nem que ela fosse a própria Ishtar!

No livro se descrevia Ishtar como a deusa da guerra, fertilidade e amor. Entre as divindades femininas ela era a mais bela.

— Naruto, vamos conversar sobre isso em outro momento? Preciso comprar suas roupas.

Ela o beija nos cabelos e ele fecha os olhos. Ele inspira com força o perfume da camisa dela. A Hyuuga percebe. Ele tem um cheiro bom sem precisar de perfume. Ainda sim, ela precisa orientá-lo a se banhar, mas seria melhor fazer isso depois que retornasse com as roupas. Pois imagina que ele se sujará com as tintas. Quanta coisa tem que fazer depois de retornar pra casa! Sua primeira semana com o loiro será cheia. Necessita de uma agenda. De uma lista para auxiliá-la.

— Não se esqueça de minhas recomendações. — Ela ruma à porta.

— Não esquecerei. Doce Hinata. — Ele ainda sente o cheiro dela. Ele fita os materiais de pintura. Escuta a porta se fechando:

— todas as pinturas serão de coração. Doce Hinata.

CONTINUA


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