Superfreddie escrita por Beto El


Capítulo 38
Fora de Controle - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal... atualização semanal da minha fic que mais amo escrever!
Eu não fiquei louco, tem duas 'Sam' neste capítulo, mas explico nas notas finais.



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Embebedado pelo desejo, Kal-El, enquanto percorre o belo corpo da repórter com suas mãos, beija-a no pescoço, sentindo toda a maciez de sua alva pele nos seus lábios. Ela estava de costas para a estante da sala, e o alienígena em um determinado momento abre seus olhos, fitando um porta-retratos disposto na estante, contendo uma foto tirada do trio há muitos anos atrás, quando ele ainda era mais baixo que as duas amigas.

Ele balança a cabeça, a razão voltava lentamente.

Gentilmente, separa-se dela, virando-se em direção à sacada.

“O que houve, Kal...? Eu pensei...”

“Eu... preciso ir embora. Problemas no Afeganistão...”

Freddie decolou, com a mão sobre a sua testa.

O que... está acontecendo comigo...?

A centenas de metros acima do chão, Superman, com as duas mãos sobre a sua cabeça, contorce-se, lutando por controle dentro de sua mente.

“Freddie? Responda...” seu comunicador ganha vida, Sam falava com ele.

“S-sim, fale, Sam...”

“Então, conseguimos encurralar a Bonnie e o Clyde! Finalmente eles cometeram um erro! Vem pra cá, amor...”

Kal-El sorri, na medida em que seus olhos brilham. Certamente, um pouco de ação o faria espairecer e sumir com as dúvidas da sua cabeça.

O casal 'Bonnie e Clyde' citado causava dores de cabeça há vários meses para a polícia de Seattle. Tratavam-se da loira Samantha Rose McGowan e do moreno Richard Belson, casal de mutantes ladinos mais espertos do que a maioria dos seus colegas de crime, pois realizavam seus ataques enquanto Superman se encontrava fora da cidade. Entretanto, desta vez os doisl haviam se dado mal, pois foram reconhecidos por uma de suas vítimas, o dono de uma loja de eletrônicos, enquanto estavam fazendo compras no supermercado.

Richard, um rapaz de negros cabelos curtos, 1,80m, 27 anos, era dotado de poderes psiônicos, sendo capaz de erguer um campo de força ao seu redor e expandi-lo ao seu bel-prazer, gerando um poderoso raio de força, capaz de destruir cofres e grossas paredes.

Já Samantha, uma bela garota com longos e loiros cabelos lisos, 1,75m, 25 anos, era dotada de múltiplos poderes, tal qual um certo kryptoniano: força sobre-humana (conseguia erguer 50 toneladas), capacidade de cura acima do normal, resistência sobre-humana, capacidade de voo e habilidade de lançar rajadas de plasma com as mãos.

Os dois mutantes estavam encurralados pela polícia dentro do supermercado e, num ato desesperado, tomaram como reféns 13 pessoas, incluindo 3 crianças.

“Rick, amor, como a gente sai dessa?”, perguntava com um semblante pesado Samantha, enquanto ameaçava os reféns com seus punhos incandescentes.

“Eu não sei, Sam... Mas o que quer que aconteça, vamos os dois juntos.”, responde o rapaz, cujo poder está acionado, fazendo com que seus olhos fiquem brancos; percebe-se uma sutil camada quase invisível ao redor do seu corpo, significando que seu escudo está ativado.

A Capitã da SWAT Samantha Lang está do lado de fora, analisando a situação com seus colegas por meio de imagens retiradas diretamente de dentro do supermercado. Apesar de sua baixa idade, Sam já era bastante experiente nesse tipo de situação envolvendo reféns, mas, como neste caso também havia o envolvimento de meta-humanos, a loira considerava mais prudente contar com a ajuda do seu noivo, que por acaso era o ser mais poderoso do planeta.

De repente, um poderoso deslocamento de ar faz com que papéis, folhas, bonés de policiais e tudo mais o que estivesse solto saísse voando, inclusive quebrando as vidraças da entrada do supermercado.

Sam sabia bem o que era aquilo, mas estranhou a violência com que Freddie adentrara o estabelecimento; ele geralmente era muito mais discreto.

A outra 'Samantha', a mutante, assustou-se quando percebeu que Superman estava na frente dos dois. O herói estava com uma cara de poucos amigos, seus olhos estavam vermelhos.

“Amor, é o Superman!”, ela diz, assustada. Enquanto isso, todos os reféns comemoravam “Fique onde está, Superman! Eu vou machucar essas pes...”

Porém, antes que a loira terminasse a frase, o herói já a golpeava, atirando a mutante contra prateleiras de produtos, que caíam como uma fila de dominós. Nesse ínterim, os reféns aproveitaram para fugir.

“Sam!”, Richard exclamou, atacando Superman com um raio de força. Este, porém, mal demonstrava algum tipo de reação, apenas colocando seu braço à frente para se proteger do golpe.

O kryptoniano acionou sua visão de calor, que atingiu o peito do mutante. O golpe não foi totalmente efetivo, fazendo-o apenas dar alguns passos para trás.

O super-herói se prepara para uma nova dose, mas é surpreendido pela ladra loira, que arremete contra ele, fazendo-o se desequilibrar. Ela monta em suas costas, socando com raiva o Superman.

“Rick! Sai correndo, eu seguro ele aqui!”

O mutante não obedece sua amante, pelo contrário: começa a atacar o herói, que tenta se defender, dando alguns passos para trás ainda com a mulher em suas costas.

Farto com aquele incômodo, o kryptoniano pega a mutante loira pelo pescoço e a atira violentamente contra seu amado, derrubando a ambos. Eles ficam atordoados, mas, antes que pudessem sequer se sentar ao chão, Superman já os agarrava pelas gargantas, impedindo-os de respirar.

Os olhos incandescentes combinados com o sorriso maquiavélico que brotara em seus lábios fazem os dois mutantes terem a certeza de que algo estava errado, muito errado, aquele não era o Superman que eles conheciam dos noticiários. Sempre tiveram receio de serem pegos, mas nunca imaginariam que o herói idolatrado por todos tiraria as suas vidas.

Nesse momento, Sam Puckett vem correndo em direção à luta, com seu fuzil em mãos.

“Superman! Pare, você vai matá-los!”

Richard, com o canto dos olhos, fita sua amada, enquanto a vida se esvai de seu corpo. Como último ato, ele desesperadamente tenta alcançar a mão dela, ansioso por um último toque.

“S-Sam...” o mutante balbucia, enquanto encosta a ponta de seus dedos nos dela.

“Freddie, para... o que aconteceu, amor?!?” - a capitã Puckett sussura para seu amado.

Freddie balança sua cabeça, confuso.

“Sam...?”

Com muito esforço, ele solta os dois mutantes, já inconscientes, ajoelhando-se no chão, cobrindo seu rosto com suas mãos.

Sam olha para os lados, vê que não ninguém perto e coloca a mão direita sobre o ombro do noivo.

“Freddie, o que está acontecendo?”

Em um segundo, ele começa a levitar, seus olhos ainda incandescentes.

“Eu não sou Freddie! Eu sou Kal-El, o último filho de Krypton, e irei em busca de toda a glória que mereço ter!”

Sam é atirada para trás pelo súbito deslocamento de ar gerado pela saída em supervelocidade do kryptoniano.

Estupefata, a mulher, cuja personalidade não lhe permitia ter medo de nada, de repente se vê diante de seu pior pesadelo: seu amado, o ser mais poderoso do planeta, havia perdido o controle.

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Poucas horas depois de deixar os dois prisioneiros aos cuidados da Unidade para Meta-Humanos, Sam vai correndo até o apartamento de Marissa Benson, no velho e conhecido Bushwell. Lewbert ainda trabalhava lá, e para variar, xingou a loira, que desta vez simplesmente o ignorou, entrando direto no elevador.

“Marissa! Marissa!” Sam fala alto, tocando várias vezes a campainha.

A mulher rapidamente abre a porta, abraçando a sua nora.

“O Freddie ficou louco, Má! Ele se chamou de Kal-El, disse que o nome dele não era Freddie!”, a loira diz, chorando.

“Eu vi que ele está agindo estranhamente, vi um vídeo dele no SplashFace, querida... eu não reconheci meu filhinho...”

As duas mulheres passam um tempo abraçadas, aliviando a tensão das últimas horas. Mas Marissa já estava há anos acostumada com Freddie, então, a senhora respira fundo e, segurando os ombros da nora, fala-lhe olhando nos olhos:

“Sam, querida, nós nos desesperarmos não vai adiantar nada. Pense comigo, o que pode ter feito meu filho ficar desse jeito... alguma coisa aconteceu nesses últimos dias?”

Recompondo-se, Sam fecha os olhos e tenta recapitular os últimos dias.

“Bom... há dois dias, fomos à nossa festa de noivado, Freddie ficou muito chateado por Carly estar namorando Nevel, no dia seguinte, Freddie foi a um daqueles encontros com crianças carentes... e... oh, meu Deus...”

Sam arregala os olhos em terror.

“O que foi, Sam?”

“Uma criança... deu para ele uma pequena escultura na forma do símbolo dele... parecia feita de um cristal bonito vermelho... e agora, pensando bem... parecia muito com kryptonita.”

“Oh, não... Mas, sendo uma kryptonita, ele não devia melhorar quando saísse de perto dela?”

“Eu sei tanto quanto você, Má... mas é a única explicação, nada mais diferente aconteceu nesses últimos dias...”

“Mas e agora, o que vamos fazer?”

“Eu... não sei. Mas, por enquanto, fique com a kryptonita amarela no seu pescoço. Eu vou dar um jeito...”

A loira vai correndo até seu apartamento, onde chega meio sem fôlego. A primeira ação que precisava tomar era se livrar daquela escultura, que Freddie tinha deixado em uma prateleira da estante; ele pretendia levá-la posteriormente à Fortaleza da Solidão.

Sam se lembra de uma caldeira de uma indústria nos arredores de Seattle, à qual podia usar sua influência de policial para adentrar e jogar aquela maldita escultura lá. Essa era a parte fácil do plano. A difícil era localizar seu noivo e, pior: fazê-lo voltar a si.

Pouco tempo depois, Sam está em frente a uma caldeira de ferro derretido a uma temperatura altíssima, olhando para aquela escultura que fizera seu noivo ficar descontrolado.

Toda essa merda por causa dessa porcaria.

Ela joga a escultura no ferro. Neste momento, ela não pensará nisso, mas certamente, depois de resolver os problemas com seu noivo, voltará sua atenção a quem fez aquilo com Freddie... e essa pessoa se arrependerá de ter nascido.

A policial sai da indústria, desesperada por alguma ideia que a ajudasse a acudir seu amado. As notícias já estavam pipocando na imprensa, inclusive com algumas autoridades exigindo um plano de ação contra o herói. Entretanto, até onde Sam constatara, Freddie ainda não havia feito nada significativamente destrutivo.

A kryptonita amarela dada pelo próprio Freddie estava em um local seguro e de difícil acesso: o pico de uma montanha na qual Sam costumava treinar escalada, dentro de um tronco de uma árvore morta, muito distante da trilha, muito difícil de ser alcançada.

Mas a loira não tinha a intenção de usá-la. Ainda tinha esperanças de fazer a razão voltar a Freddie.

Já dentro do carro, ela pensa. Freddie parecia lutar por controle, e talvez ainda o estivesse tentando.

Havia apenas um lugar que ele considerava especial... e ela se pôs no caminho a este lugar.

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Ao chegar perto da clareira onde Freddie se revelara a ela, Sam tem a certeza de que ele está por lá, pois, a centenas de metros do local, podia ouvir perfeitamente estrondos de algo batendo muito forte.

Ela vai com o carro até onde era possível e, ao descer do veículo, sente em seus pés uma vibração parecida com um terremoto: sinal de que seu noivo estava batendo no chão. Clarões de luz na cor vermelha e a visão de feixes vermelhos lançados ao céu e o som de urros de desespero também denunciavam que Superman travava uma difícil luta interna.

Sam se aproxima com cuidado. Sabia que normalmente Freddie a teria escutado a quilômetros de distância, mas tinha esperanças de que ele estivesse tão desesperado para reaver o controle que mal percebesse o que estivesse acontecendo ao seu lado.

“Freddie?” ela se arrisca a falar, quando está a cerca de vinte metros dele.

A visão de Freddie era deplorável: primeiramente, seu disfarce facial estava desativado (em um dado momento, ele destruiu o indutor de imagens, pois, em um momento em que sua faceta desequilibrada estava no controle, esta considerou ridículo ter de disfarçar sua verdadeira feição) seus cabelos estavam bagunçados, seus olhos inchados e sempre incandescentes.

“S-Sam...! Saia daqui...” ele diz, virando seu rosto para sua direção rapidamente, ainda ajoelhado no chão.

“Amor... por favor, assuma o controle, não deixe esses sentimentos ruins te dominarem.” - ela tenta se aproximar mais.

O kryptoniano, no entanto, não deixa: com os dois punhos cerrados, bate com força no chão, causando um pequeno terremoto e derrubando a policial.

“Eu não sou seu amor! Eu sou o último descendente da Família El, e vou controlar este planeta, tornando todos vocês, humanos desprezíveis, meus escravos!”

Em supervelocidade, de repente ele aparece à frente dela, com um ar ameaçador.

“Aliás... eu preciso daquela amostra das reminiscências de Krypton na cor amarela...” Kal-El agarra a gola da policial - “Ou eu a torturarei, hei de fazê-la sofrer como nenhum da sua espécie já sofreu...”

Sam mantém-se serena, olhando fixamente nos olhos vermelhos do amado.

“Então, se você vai por esse caminho, faço questão que me torture e de preferência me mate. Eu não vou passar a localização da kryptonita, mas essa localização será passada pra alguém que saberá como usá-la. E, sinceramente, se for pra viver num planeta em que não há meu Freddie, eu prefiro morrer.”

O kryptoniano parece em dúvida sobre o que fazer, seus olhos voltam ao normal, ele solta a jovem.

“Vamos, ‘Kal-El’... comece logo, não quero sofrer mais esperando pelo meu fim.”

Chorando, Sam se afasta, abre os braços e fecha os olhos.

Freddie, indeciso, dá dois passos para trás e solta um urro gutural, caindo sobre seus joelhos e jogando seu corpo para frente, soluçando.

Ele se apoia com uma mão, levantando-se parcialmente, e olha para a noiva, chorando.

“S-Sam... me perdoa... eu não sei o que aconteceu comigo...”

A loira se aproxima dele, abraçando-o e depositando um singelo beijo em seus lábios.

“Shhh... Não fale nada, amor... acabou...”

Aliviados, os dois ficam abraçados por vários minutos, confortando-se do terror pelo qual passaram nos últimos dias.

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Um pesaroso super-herói voa pela noite de Seattle, em direção à sacada da repórter mais aclamada da cidade, Carly Lane. De forma incomum, seu coração palpita mais forte, sinal físico de que está incomodado com o que está prestes a fazer.

Ele pousa na sacada e lentamente se dirige à porta dupla de vidro, torcendo para que Carly estivesse fora (apesar de saber que ela estava, escutava o coração da morena batendo).

Superman bate no vidro.

Pouco depois, Carly, com um brilho nos olhos que o rapaz não se lembra de ter visto antes, abre a porta, permitindo a entrada do herói.

Ela pega na mão dele, acariciando-a, o que faz Freddie morrer por dentro.

“Superman! Como estou feliz em vê-lo de novo...”

O herói a interrompe.

“Carly. Por favor, sente-se. O que eu tenho a dizer não é agradável...”

A pobre morena realmente se senta, seus olhos brilhando e ela já antecipando o que aquele homem por quem sente tanto e que já lhe causou tanta decepção tinha a lhe dizer.

Superman se senta ao seu lado.

“Carly... eu... sei que fizemos coisas ontem... e me desculpe se eu a impulsionei a algo, mas... não era eu.”

Carly apoia seus cotovelos sobre suas coxas, colocando as mãos sobre o rosto, escondendo-o do herói. A vergonha por ter se aberto de maneira tão tola àquele que nutria esperanças toma cada parte do seu corpo de forma dolorosa. Para piorar, ele a havia visto nua...

“Eu posso explicar. Fui contaminado por um tipo de kryptonita desconhecido, que alterou minha percepção das coisas, agi de forma abominável, sinto uma vergonha indescritível...”

A morena mantém-se na mesma posição.

“Carly... por favor, me perdoe...”

“Apenas saia.”

“Carly... por favor...”

“Se quer ajudar, me dê autorização para publicar essa notícia. Não preciso de mais nada de você.”

O herói se levanta, cabisbaixo.

“Claro, autorizo. Eu vou... deixá-la só.”

Sem que trocassem olhares, Superman vai até a sacada e sai voando pela noite cinzenta. Seu alter-ego, Freddie Clark Benson, sentia-se enojado do que tinha feito. E a pior parte nem fora contar a Carly.

Planejava também contar à Sam.

Indo ao seu quarto estava Carly Lane Shay com o rosto brilhando em razão das lágrimas que insistiam em cair dos seus olhos. Ela se senta na cama, seu coração está despedaçado. Agora ela imaginava como Freddie se sentia quando ela dava incontáveis foras nele.

De repente, um brilho vindo do criado mudo lhe rouba a atenção: seu celular piscava, ao menos uma ligação não havia sido atendida.

Lentamente, ela seca de forma precária a região dos seus olhos, que estavam avermelhados. Em seguida, apanha o aparelho, apertando o botão de chamada.

Nevel havia ligado pelo menos 9 vezes. Carly o havia sumido de vista de propósito, esperando finalmente engatar um relacionamento com aquele que ela pensa amar.

A morena respira, toma uma decisão. Esqueceria o Superman, daria sua atenção àquele que, sendo bom ou não, a tratava bem.

Ela liga para Nevel.

“Oi, Nevel. Desculpe, eu... fiquei um pouco reclusa hoje, mas estou querendo muito vê-lo de novo... o mais rápido possível.”

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Freddie chega em sua sala, desativa o disfarce facial mas mantém seu uniforme. O rapaz respira fundo e medita, preparando-se para a difícil conversa que planeja ter com sua amada.

Seu coração pula uma batida ao ouvir as batidas cardíacas de Samantha Puckett.

Em poucos minutos, a loira abre a porta.

“Oi, amor... rondou a cidade hoje? Por que está de uniforme?”

“Sammy, por favor, sente-se. Eu preciso conversar contigo.”

Curiosa, a loira faz o que o noivo pediu. Ele se senta logo após dela.

“Pode falar, nerd.”

Freddie fecha os olhos, respira fundo.

“É o seguinte. Há duas noites, quando eu estava afetado por essa kryptonita, visitei a Carly...”

Nesse momento, Sam fecha seus olhos, já imaginava o que seu noivo diria. Velhos sentimentos, enterrados desde que era adolescente, começam a voltar à tona. Sentimentos que têm um gosto amargo...

A voz de Freddie começa a ficar embargada pela emoção.

“E... meu Deus... me perdoe, Sam...”

“Só... me diga até onde foram.” - Os olhos dela continuavam fechados, e, se pudesse, evitaria as próximas palavras do noivo.

“N-Nós... nos... beijamos, eu tirei a roupa dela... mas não fizemos nada além disso, eu vi uma foto nossa e consegui recobrar a consciência.”

Sam se levanta, lágrimas saindo dos olhos.

“Sam, por favor, me perdoe...”

“Freddie, por favor, me deixe sozinha. Preciso pensar. Patrulhe a cidade, vá até a sua Fortaleza... arrume alguma coisa pra fazer. Quando eu estiver pronta, nós nos falamos.”

“Claro, amor...

A loira não quer demonstrar fraqueza, simplesmente dá as costas e entra em seu quarto. Freddie sente medo, pela primeira vez em sua vida.

Ele sai pela janela, precisava ocupar sua mente enquanto esperava a resposta da noiva.

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De fato, Superman manteve sua mente ocupada, impedindo alguns crimes em outros países. Quando volta a Seattle já é meio-dia, nada de Sam chamá-lo.

Ele vê um pequeno garoto de 7 anos embaixo de uma árvore.

“Michel, desce, Michel...” - o garoto apelava para um gato preto e branco, preso em cima da árvore.

Superman sorri, pega o gato e desce ao solo.

“Oi, campeão... peguei seu gato.”

O garotinho, no entanto, faz uma cara de assustado, começa e chorar e sai correndo para longe do herói.

“Mamãe! Me salva, o Superman quer me pegar!”

Constrangido, Superman deixa o gato no chão e decola. Talvez fosse melhor passar o resto do dia como Freddie.

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“Freddie, vem pro meu apartamento, por favor.”

Enquanto estava voando pelos céus de Seattle, Freddie ouve o chamado da noiva. Sem pestanejar, ele toma a direção do imóvel, chegando lá em poucos segundos.

Ele entra na sala, desativa o indutor de imagens; Sam estava em pé, esperando-o. Ela o fita, impassível.

“Freddie, eu pensei direito a noite inteira sobre o que você me disse. Pelo que eu entendi, essa kryptonita faz você perder a percepção do certo e errado.”

Freddie se aproxima dela, mas Sam se mantém imóvel, com semblante sério.

“Ou seja, no fundo, você ainda deseja a Carly, ainda tem os mesmos sentimentos por ela...”

“Sam, eu juro, não é isso...” - ele tenta abraçá-la, mas Sam o repele.

“Pare, Freddie. Minha decisão é final, não quero sofrer por você como sofri quando tínhamos quinze anos. Por mais que me doa agora, eu não quero mais ser sua noiva... eu cansei de você sempre estar atrás da Carly...”

Após dizer isso, Sam retira o anel de noivado e o coloca em uma das prateleiras da estante. Seus olhos estão marejados, mas ela evita chorar.

Sam se vira, deixa de encarar Freddie.

“Eu sei que você consegue tirar suas coisas daqui rápido, Freddie. Então, eu peço, por favor, que você saia daqui até as nove da noite.”

Ainda sem encará-lo, Sam sai põe a mão sobre a maçaneta da porta, abrindo-a.

“Quanto a nós dois... Espero que a gente continue amigos, mas... não consigo te encarar agora, e nem sei se vou conseguir mais tarde...  Mas eu sinceramente espero que você fique bem, Freddie... quem sabe, a Carly não comece a prestar mais atenção em você.”

E Sam sai.

Uma lágrima escorre pelo rosto de Freddie, que vai em direção da estante e pega o anel de noivado, adornado com seu símbolo heróico, colocando-o na palma da sua mão direita.

Ele fecha a mão, cobre-a com a outra, encosta-as no peito e se ajoelha no chão da sala, soluçando como uma criança.

Os inúmeros foras da Carly.

Os golpes que Maxima lhe dava.

A rajada de kryptonita à queima-roupa dada pelo Homem de Ferro.

O socos de Zod em seu estômago.

Estas são algumas das lembranças mais dolorosas da vida cheia de aventuras que Freddie possui.

Entretanto, em nenhum momento ele se lembra de sentir um aperto tão grande no coração, uma dor tão descomunal no seu âmago, como a que ele sente neste exato momento.

E, de repente, ele mais uma vez se sente só no meio de bilhões de pessoas, que certamente não confiam mais nele como confiavam há poucos dias.

E o poderoso Homem de Aço, neste momento fragilizado, chora desesperadamente pela perda da amada...


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Notas finais do capítulo

Um pouco de drama...
Gostaram?
Bem, como eu disse ali em cima, essa outra Sam é uma personagem que fisicamente é parecida com a Sam do iCarly, loira, meio sarcástica, talvez ela fosse mais magra e alta que a atriz que faz a Sam do iCarly e tivesse o cabelo liso. Mas eu me recuso a mudar o nome dela, porque eu a criei muito antes do iCarly existir! kkkkkk A mesma coisa com o Rick. Eu tô pensando em escrever uma fic com eles (no universo Marvel - X-Men e Vingadores), mas fica pra depois, por enquanto serviram como saco de pancadas do Super.
Semana que vem atualizo de novo.
Muito obrigado pelos reviews, já disse que vocês são demais? Pois vcs são!
Valeu!



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