Quando Cissa ia me responder, ouço uma voz conhecida.

- Lena! – E quando vi, Hermione me abraçava.

Eu abracei-a também.

- Oi Mione. Senti saudades de você. – Disse para ela.

- Por onde você... – Mas antes que ela concluísse sua pergunta, a voz do santo Potter preencheu meus ouvidos.

- Com comensais, é claro, Hermione. Olhe a companhia dela e veja se reconhece.

Hermione olhou para Narcisa e vi seus olhos se arregalarem e ela pegar sua varinha.

Eu prontamente me postei ao lado da Cissa, e encarei-os.

- Se vocês não se importam, eu e Cissa estamos tomando nosso chá da tarde. Poderia me incomodar em outra hora, Potter?  - Disse irônica.

- Não precisa falar assim, Lena. – Choramingou Hermione.

- Me desculpe, Hermione, mas não quero ninguém incomodando meus amigos. – Respondi fria.

- Seus amigos? Gentinha dessa laia são seus amigos?

- São sim, e se não se retirarem agora, tenho certeza que eles adorariam vir até aqui saber por que você está me incomodando.

- Até parece que você é alguém importante para Voldemort ou os comensais. – Disse o ruivo Weasley.

- Sou mais importante para o Lorde das Trevas do que você, ruivo, pode imaginar. – Dizendo isso virei às costas, mas senti a mão de alguém agarrar-me o braço.

Quando vi, Narcisa estava em pé, com a varinha em punho e diretamente apontada para o rosto de Hermione.

- Cissa... – Eu resmunguei sentindo o aperto no meu braço apertar cada vez mais. Virei novamente e dei de cara com o Potter me segurando. Aff, garoto que só sabe incomodar os outros.

- Solte-a agora, garoto Potter, ou quem pagará será a sua amiguinha de sangue sujo. – Eu lancei um olhar de censura para Narcisa, e creio que isso não passou despercebido por Hermione.

- Solte ela, Harry. Hellena é maior de idade, tem direito de escolher com quem anda. – Disse Hermione, sábia como sempre.

Harry me soltou e puxou o ruivo Weasley e a Hermione com ele. Antes de ir, Hermione me lançou um olhar duvidoso e sorriu. Eu retribui.

- Você não deveria se aproximar deles, Hellena. Eu deveria ter chamado imediatamente os comensais, como o Lorde ordenou! – Resmungava Narcisa.

- Não Cissa, você fez bem, só iria causar pânico em Hogsmead e chamar a atenção dos aurores e da ordem da fênix. – Respondi-lhe.

Resolvemos ir embora antes mesmo do chá e bolo chegarem. Por onde passávamos eu ouvia sussurros sobre mim, sobre meu sumiço e sobre eu, uma mestiça genial, andar com comensais da morte. Alguns até mesmo me olhavam com medo e saiam de perto.

Oras, e eles nem sabiam a verdade sobre meu desaparecimento e minha súbita vontade de andar com comensais da morte! Se soubessem que Voldemort vai se casar e que eu sou a noiva, eles estariam em pânico. Por um momento eu achei a idéia divertida, mas então me repreendi por pensar assim. Isso é coisa de sonserinos, e eu sou e sempre serei uma corvinal! Assim que pensei nisso, uma vozinha na minha cabeça disse “herdeira dos 4”. Não! Eu não sou herdeira deles, meu sangue pode ser puro, mas passa longe da linhagem dos 4 criadores de Hogwarts! Esse posto era da Lorena, e eu não o quero para mim. Não me envolverei novamente com artes das trevas. Ao fazer minha ultima afirmação, eu pude sentir a mentira em minhas palavras, e isso me chocou.

Quando percebi, Narcisa já tinha pego minha mão e logo senti a sensação ruim de aparatar. Chego em casa e a primeira coisa que vejo é Tom sem camisa. Oh, sedução. Mas, a melhor parte não é isso, ele estava comendo macarrão, e quando me viu, se engasgou, derrubou macarrão em si mesmo, no chão, no sofá (onde já se viu comer no sofá?!) e respingou até na parede. Ai a Cissa começou a tossir, provavelmente para segurar a risada, eu cai no chão de tanto rir e Tom me encarava bravo.