Eu seguia para o interior do apartamento após mais um dia de trabalho. Como de costume, abri a porta e deixei minha maleta e as chaves sobre a mesa, sentindo o cheiro maravilhoso de comida. Segui para a cozinha e ela estava lá, como todos os dias.

- Olá querido, como foi hoje no trabalho? – Ela me perguntou, vindo em minha direção, com um lindo sorriso nos lábios e seu corpo sedutor.

- Entediante, como sempre. E o seu?

Quando ela ia me responder, dos seus lábios saiu um som diferente…

“ If you ever leave me, baby (Se você for me deixar, baby)

Leave some morphine at my door (Deixe alguma morfina em minha porta)

‘cause it would take a whole lot of medication…(Porque eu vou precisar de muita medicação)”

Desde quando ela fala com a voz do Bruno Mars?

Então eu abri meus olhos. Era um sonho e o som do meu celular despertando. Muito bem Edward, de volta a realidade.

Sou Edward Cullen, e não há nenhuma mulher maravilhosa ao meu lado, nem agora, nem quando eu voltar do trabalho.

- Nem nunca vai haver – murmuro pra mim mesmo, enquanto vou em direção ao banheiro.

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- Bom dia Angêla, o que temos para hoje? – Perguntei a minha secretária assim que entrei em meu escritório.

- Bom dia Edward. Sua manhã está livre, você tem somente uma reunião com o chefe de marketing às 14 horas.

- E porque minha agenda está tão vazia assim, Ang?

- Bom, eu achei que o você fosse aproveitar um pouco o dia de hoje, por isso evitei agendar qualquer coisa hoje.

- E que dia é hoje, pra eu querer aproveitar? – Perguntei, estranhando a atitude de Angêla.

- Você está de brincadeira, né? Edward, hoje é seu aniversário! Pelo amor de Deus, ninguém esquece o dia do próprio aniversário! – ela me disse inconformada comigo.

- Bom, eu esqueci completamente. – E havia esquecido mesmo… o meu sonho com ela havia feito isso comigo?

- Eu não acredito. – Angêla disse, dando risada.

- Bom, já que é assim, que tal você almoçar comigo? Não programei nada especial, e já que vou passar meu aniversário sozinho, minha doce secretária poderia me acompanhar, não acha?

- Vou consultar minha agenda… Afinal, eu ainda tenho meus compromissos – Angêla disse saindo da minha sala, em tom de brincadeira.

Deixando apenas o tempo suficiente para que ela chegasse a sua mesa, interfonei e perguntei – E então, srta. Webber, vai dar o cano no dia do meu aniversário?

- Não Edward, almoço com você, afinal, hoje é dia de eu fazer uma caridade… - Ela respondeu na mesma moeda.

- Esteja pronta ao meio-dia – brinquei e desliguei.

Ao contrário do que muitos pensam, Angêla é minha amiga, e uma funcionária excelente. Trabalhamos juntos desde que eu assumi a diretoria da filial da Cullen’s Entretaiment em New York, e ela esteve comigo em todos os momentos, tanto nos bons como nos ruins.

Enquanto analisava alguns dados para a reunião com o chefe do setor de marketing, foi interrompido por uma ligação.

- Alô, Edward Cullen falando.

- Olá filho! Parabéns Bebê!

- Oi mãe… Por acaso a senhora esqueceu que eu estou fazendo 28 anos?

- Ora Edward, para as mães, os filhos nunca crescem!

- Então é por isso que a Allie é tão baixinha?

- Hey! Eu ouvi isso! – Alice gritou

- É cabeção, você está no viva-voz – outra voz muito conhecida por mim disse.

- Hey Allie, fala Emm.

- Parabéns cabeção, e aí, já encomendou as gatinhas pra hoje a noite?

- Emmett, cala a boca! Isso lá são modos de falar na frente da mamãe? – Alice perguntou

- Qual é, como se ele não fizesse isso…

- Filho, pelo amor de Deus, pare de incentivar seu irmão. – Minha mãe argumentou, sabendo que seus esforços seriam em vão…

- Okay, nada de ficar discutindo minha vida sexual por telefone, principalmente no meu aniversário. Pode ser Emm?

- Cara, você que sabe!

- Ótimo. E estão só vocês aí?

- Não Edward. Eu estou aqui também. Parabéns meu filho. – Meu pai se manifestou pela primeira vez.

- Obrigado pai.

Passei mais algum tempo conversando com minha família, até que meu pai pediu para falar comigo, em particular.

- Bom Edward, eu tirei do viva-voz, precisamos conversar filho.

- Fale pai, qual é o problema.

- Nesse instante, você.

- EU? – perguntei alterado – Como assim eu sou o problema?

- Calma filho. Você sabe que eu estou prestes a me aposentar, não sabe?

- Sim.

- E sabe que você será o Cullen a assumir a empresa, não é?

- Sim, pai, e qual o problema?

- Digamos que sua vida social é o problema.

- Está me perdendo, sr. Carlisle. Não tenho aprontado nada aqui, não estou bebendo até cair e não estou gastando minha furtuna com prostitutas…

- Na verdade, isso você faz, desde que ela te deixou… - meu pai disse com pesar na voz.

- Não quero falar sobre ela. – Fui categorico com meu velho.

- Eu muito menos filho. Mas compreenda, eu preciso que você a supere.

- Eu já superei.

- Não Edward, você não superou. Fazem cinco anos, e neste tempo você não se envolveu com mais ninguém, e isso é ruim perante os olhos dos investidores.

- Aonde você quer chegar, pai?

- Edward, tenho sido pressionado para que você não seja meu sucessor. Você precisa fazer com que nossos investidores acreditem que você não vai deixar que a empressa vá a falencia, e sua vida é um espelho disso. Se até a convenção anual você não estiver em um relacionamento sério com alguém, sinto muito filho, mas a presidência da empresa será decidida através de voto dos acionistas.

Não, não, não, não e não… Isso não pode estar acontecendo, não comigo!

- Você só pode estar de brincadeira!

- Desculpe filho, mas nunca falei tão sério em toda a minha vida. Pense bem no que eu te falei, e não aja precipitadamente.

E assim, ele desligou, e eu passei o resto da manhã pensando “Que diabos eu vou fazer agora?”