Alice Dreams escrita por Mikaeru Senpai


Capítulo 9
A Storm Approaches


Notas iniciais do capítulo

Nossa, eu sumi muito. ._.

Desculpa, espero que gostem, notas finais, etc. Amo vocês, amo mesmo, pra valer.



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Era tudo muito confuso. O silêncio correspondia suas ideias e considerações sem julgá-la. Estava sentada em sua cama com as cobertas sobre as pernas. Tinha as duas mãos sobre um livro que encarava como se ele fosse responder suas indagações.

– O que eu...

Murmurou para encerrar em um suspiro. Desde o dia anterior ela não pensava direito, entendia o que havia acontecido. O volume da “Bíblia do Romance” descansava em seu colo contendo tudo o que achava ser verdade. Mas acabou por não ser bem assim. Não foi cortejada, não disputou, não sofreu... Apenas aconteceu. Aconteceu. Não sabia se devia sorrir pelo acontecimento.

Seus dedos escorregaram pela lateral das páginas até abrir o livro e revelar suas informações. A página em questão era sobre ciúmes, nada que tivesse sentido ainda. Suspirou profundamente virando as páginas, demorando-se em cada uma delas. Até que chegou numa parte sobre beijo. Sentiu seu rosto corar com uma velocidade assombrosa, então fechou o livro num estrondo. Sharon soltou o livro e deitou rapidamente, enfiando o rosto nos travesseiros e permanecendo desta forma até precisar respirar novamente. Então deitou de lado e ficou encarando a janela. O céu estava escuro, provavelmente choveria logo. Se encolheu e olhou para baixo buscando em seu conhecimento como ficariam as coisas agora.

Lembrou então do sorriso de Oz. Iluminado, doce, gentil. Sua voz sempre tão acolhedora, seu jeito de zelar por quem o cerca e determinação em ser o mais agradável possível para todos à sua volta. Ela se pegou sorrindo e com um aperto no peito, então levantou da cama em um salto e pôs-se a andar pelo quarto.

Era um cômodo maior que os outros, com estantes de livros próprias, uma escrivaninha larga com vasos de flores pequenas, tapetes e uma grande cama redonda. Andava descalça e tensa, tentando se livrar um pouco da angústia e poder finalmente descansar. Os longos cabelos lisos e alaranjados esvoaçavam às suas costas enquanto ela o fazia, agitando a camisola com o deslocamento.

– Acho... – Murmurou enquanto diminuía a velocidade de seus passos e descansava a não esquerda no encosto de sua cadeira. – Que eu devia falar com ele.

Mal havia terminado de falar e uma batida firma foi ouvida na porta. Sharon se assustou e recuou encarando a passagem fechada. Deu um passo hesitante até lá, receando ser Oz... Ou desejando que fosse ele.

Outra batida, ligeiramente mais impaciente.

– Q-quem é? – Gaguejou Sharon unindo as mãos diante do rosto.

– Eu! – A voz do outro lado era impaciente e feminina.

– Alice?

Sharon avançou até a porta e a abriu deparando-se com a garota. Ela parecia transtornada, e estranhamente vestia uma camisa que parecia grande demais para ela, ao mesmo tempo que que era estranhamente familiar. A lady tinha uma mão diante do próprio peito e outra na porta, evidentemente tensa. Alice aparentava estar tão tensa quanto, embora revelasse com muito mais facilidade.

– Você tem que prometer! – Exclamou a pequena.

– Prometer...? Prometer o que?

– Prometer que não vai brigar nem ficar brava! Ou... Ou eu vou... Eu falo com outra pessoa!

– Eu prometo, o que quer que seja! – Exclamou – Agora entre de uma vez!

Alice entrou e ficou para até Sharon conduzi-la a uma cadeira. A dona do quarto sentou na cama, como era esperado, e apoiou as mãos no colo, apertando um pouco a camisola sob as mãos por estar tão desconfortável. Suspirou com os olhos fechados, tentando prender sua atenção na menina.

– Alice, como posso te ajudar? – Forçou um sorriso na esperança de fingir estar sã o suficiente para ajudar alguém.

– Sha... Sharon onee-sama! – Choramingou – E-eu não sei o que está acontecendo! – Alice abraçou o próprio corpo e desviou o olhar. – O-o Gil...

– Gilbert-sama?

Sharon lembrou da preocupação de Oz, do que ele dissera sobre os dois estarem estranhos perto um do outro, por Oz não encontrar Alice e hesitar diante do quarto de Gilbert. E a camisa estranhamente grande que ela conhecia. Instintivamente levou as mãos aos lábios, as duas, cobrindo parte de seu rosto. Encarou Alice com incredulidade, vendo, obviamente, o pior dos cenários que podem ocorrer entre duas pessoas.

– V-vocês! – Falou tensa, fazendo a Corrente levantar confusa e tão tensa quanto ela.

– F-foi só uma vez! N-na verdade duas... – Disse abaixando o tom de voz e contando nos dedos, olhando para o outro lado – Primeiro no jardim e depois no quarto... Mas não tenho certeza se foi só e...

– COMO ASSIM?

A garota de cabelos alaranjados levantou e pegou a menos pelos ombros. Tinha o rosto vermelho e tremia um pouco, mas por estar segurando a outra não era visível. Que absurdo! Então os dois fizeram “aquilo”? E mais de uma vez? Em mais de um lugar?! Ela não conseguia organizar seus pensamentos e apenas ficava cada vez mais constrangida com a menina diante de si. Alice não entendia o motivo de tanto, estava confusa a ponto de achar que aquilo era, de fato, pior do que parecia ser.

– E-eu não sei! E-eu esbarrei nele, a-ai... E-ele me... E-e ai o chapéu voou e...

– Ele te o que, Alice? – Perguntou, mas desta vez da forma perigosa que apenas ela conseguia fazer.

– E-e-e-ele m-me... E-eu não sei o que é... M-mas f-foi com...

Então ela levou o indicador até os próprios lábios indicando-os e desviou o olhar. Nisso, a aparência de medo foi substituída por uma revolta genuína que fez Sharon se acalmar um pouco.

– E eu não deixei! – Rosnou – Ele só foi e fez e foi estranho! Sharon... – Recebeu uma nova ameaça pelo olhar – S-Sharon onee-sama... E-eu não sei o que fazer ou o que foi aquilo...

Sharon suspirou mais calma, soltando o aperto nos ombros da menor e convidando-a para sentar na cama ao seu lado. Era muito melhor saber que nada demais havia acontecido e ficava mais fácil de lidar com a situação.

– Então, Alice-chan, como você se sentiu quando isso aconteceu?

– Bom... – Ela ficou vermelha e olhou para o lado oposto a Sharon – Ele era pesado, então foi estranho e...

– Pesado, você diz? – Suas mãos tremeram um pouco quando ela voltou a olhar a menor. – E por que você o acharia pesado?

– Ah, ele estava em cima de mim e-

– COMO?

Até que Alice conseguisse explicar o que aconteceu decentemente Sharon teve algumas pequenas crises. Foi difícil para a Corrente impedir que ela fosse atrás de Gilbert com seus leques, mas no final puderam dialogar.

O problema era a culpa que Sharon sentia.

Alice expressou o quanto estava confusa sobre Oz e o quanto gostava dele, o quanto ele importava para ela e como era importante vê-lo feliz. Ela confiou em Sharon para revelar suas preocupações, se Sharon não fizesse o mesmo sobre o ocorrido entre ela e Oz... Sentiria-se culpada por guardar aquilo para ela mesma, portanto contaria.

– Alice-chan...

– S-sim? – Tinha o medo na voz e já se afastava lentamente.

– Ontem... Oz-sama foi te procurar e...

– E-ele foi? – Alice olhou para o chão chateada, um pouco preocupada. – E...

– Mas ele não chegou a encontrar vocês... Acabamos conversando e ele... Bom, nós...

E houve uma batida na porta.

A tensão que há pouco deixara Sharon retornou. A garota levantou e caminhou em passos tão hesitantes quanto antes até a porta. Alice não entendeu o motivo, então continuou ali com sua expressão confusa. A porta foi aberta. Primeiro ela viu flores, então pode ver quem segurava o buquê. Oz estava ali sorrindo constrangido, escondido atrás das violetas que ajeitara em um vistoso buquê.

Num momento curto Sharon lembrou da presença de Alice e da camisa de Gilbert cobrindo seu corpo, lembrou do que houve com Oz e de como a situação estava dependendo daquela porta ser fechada para não desabar. Ela saiu do quarto e fechou a porta atrás de si, sorrindo de forma não-convincente.

– O-Oz-sama! Que alegria vê-lo, mas não é um bom momento...

– S-Sharon-chan... E-eu só queria me desculpar e...

– Não há motivo pra se desculpar! A Alice está aqui agora e nós...

– A Alice! Eu preciso falar com ela, será que eu posso...

– Oz-sama, não é um bom momento, obrigada pelas flores – Ela pegou o buquê e o abraçou, abrindo uma fresta da porta atrás dela. – Nos falamos amanhã, certo? Então conversamos sobre tudo! Boa noite! – Então, numa atitude impulsiva e um pouco coberta pelo desespero, ela deu um breve beijo sobre os lábios dele, uma sensação familiar e rápida.

E num movimento rápido ela escorregou para dentro do quarto e fechou a porta. Passou alguns momentos parada apoiada sobre a madeira escura, arfando enquanto voltava a pensar. Por que fizera aquilo? Havia piorado a situação, isso era muito claro. Mas a troco de que? Foi bom, apesar de tudo, mas rápido demais. Este pensamento fez seu rosto ficar vermelho e a barulheira em sua mente se tornar tão ensurdecedora que ela sequer percebeu que Alice havia se aproximado.

– Que flores são essas e... Cheiro do Oz. – O Coelho Negro farejou o ar se aproximando de Sharon. A garota ficou tensa, grudada na porta e olhando para Alice com o rosto virado para o lado. Ela continuava seguindo o cheiro no ar, até que seu faro a levou para o rosto de Sharon, de onde ela não se aproximaria mais do que aquilo. – Você... Por que você tem o cheiro dele no seu rosto? Aqui? – E apontou para a boca dela como fizera mais cedo para se explicar – E por que essas flores... S-Sharon... – A menina recuou um pouco e franziu o cenho – V-vocês... E você não me...? E eu confiei que você... – Alice abaixou o rosto angustiada e rosnou alguma coisa. – Eu achei que você estivesse do meu lado! Como você pode?!

Antes que Sharon pudesse protestar, Alice abriu a porta e a empurrou para sair, correndo corredor a fora. O cheiro das flores era agradável, parecia amenizar sua infelicidade. Ao fechar a porta ela apenas rastejou até a cama e sentou encolhida em um canto desta. Afundou o rosto nas próprias mãos e pegou seu livro de volta, retornando à parte sobre ciúmes que ela deixara passar mais cedo.


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Notas finais do capítulo

Bom, é, sumi, não tenho certeza se ficou bom, fiquei um pouquinho confusa em como terminar o capítulo, mas acho que é uma boa pra poder desenvolver melhor. É difícil continuar "tendo história"....

Só espero mesmo que vocês gostem, e mais uma vez, perdão pela demora. :/



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