Calaleão O Mundo Perdido escrita por UchiHaruAkasum


Capítulo 25
Amigo Dado Por Perdido


Notas iniciais do capítulo

Yo pessoal! Eu sei, faz uma eternidade que não atualizo, mas em minha defesa, estou atolada até o pescoço com o curso que comecei, os cuidados com o meu irmãozinho e o serviço que estou realizando de manhã, por isso quase não tive tempo para escrever, porem não pretendo abandonar as minhas fics, então elas serão atualizadas, mas não com muita frequencia. Espero que gostem do cap. ele ficou meio grande e revela algumas coisas interessantes. Deixem um coment, me dizendo a reação de vocês. Beijos e até a proxima!



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Calaleão O Mundo Perdido

 

Cap.25. Amigo Dado Por Perdido

           

Dor, era tudo no que se resumia o seu estado no momento, seus ossos estavam em frangalhos, os músculos doíam, as articulações estavam prestes a se partir e o seu corpo já não respondia como deveria, as costelas espetavam seus pulmões a deixando com dificuldade para respirar, o gosto metálico de sangue inundava a sua boca, ameaçando afoga - lá. Como? Como aquilo fora acontecer?

— Kaya... – A voz tremula de Tenten ao seu lado, a incentivou a pelo menos mover a cabeça para tentar vê – lá, mas não conseguiu, seu pescoço protestou e tudo o que pode enxergar com a vista embaçada era o corpo belíssimo do Guadalupe em que estivera montada poucos segundos antes, as pernas grossas estavam viradas em um ângulo não natural e a grande crina empapada de sangue assim como a sua imobilidade não deixava duvidas, ele estava morto. – Nós... precisamos...

Um urro gutural dominou a floresta a frente fazendo tudo tremer e as dores no corpo da rosada piorarem. Fechou os olhos esmeraldas, tudo havia acontecido tão rápido que ainda não conseguira assimilar, ainda não conseguira acreditar...

Ela e Tenten estavam fazendo o contorno que a morena sugerira, de inicio ela se manteve tensa, aquela sensação ruim sem abandona – lá ou dar trégua, mas o trote macio e tranquilo de suas montarias aliado a calmaria dos guardiões acabaram por aliviar aos poucos o temor que sentia, mas aquilo não durou muito...

Um tronco, o maior que já vira em toda a sua vida, veio voando na direção deles com tamanha velocidade que seus olhos nem conseguiram registrar o movimento, quando dera por si estava no chão, com o Guadalupe se contorcendo em agonia a sua frente e o corpo quente de seu guardião inexplicavelmente sob o seu.

— Kaya... – Chamou a morena a trazendo de volta a aquele presente nem tão distante, ouvir o tom lamurioso da amigo a princesa conteve as lagrimas fazendo ainda mais força quando os dedos frios dela apertaram o seu em um sinal mudo de que não estava sozinha. – Aguente... nós... vamos sair... daqui...

— Tenten... – Ela tentou falar, mas o sangue entupiu o seu nariz a sufocando por alguns segundos, tossiu um pouco para desobstruir o caminho, seus pulmões protestaram e apenas depois de alguns segundos em sofrimento conseguiu voltar a respirar. Não sabia quanto tempo ainda tinha, mas a julgar pela gravidade das dores podia garantir que não era muito. Por isso precisava... contar a verdade a aquela garota que tanto lhe ajudara. – Eu... Eu... não sou...

Suas palavras foram abafadas por outro urro próximo, o animal que atirara aquele tronco se encontrava a apenas algumas arvores de distancia, logo tudo teria fim.

“Sasuke – kun...” Ela pensou deixando as lagrimas rolarem, se esforçara tanto para cumprir aquele desafio, prestara tanta atenção as aulas do moreno, mas no fim não fora o suficiente... no fim ela não era boa o suficiente para ser a princesa de Calaleão. Nunca voltaria para o Uchiha, nunca mais veria o seu pai e os Hyuuga, a família que lhe criou com tanto amor, jamais saberiam o que aconteceu a ela. “Eu... estou com medo... dói demais...”.

— Haru...? – Aquele nome junto do tom questionador da morena, lhe fez abrir os olhos, o lobo negro tinha erguido a cabeça e olhava atentamente por aonde em alguns segundos chegaria o animal que acabaria com o sofrimento deles.

— O que você...? – Começou contendo uma careta de dor quando sem aviso o guardião se colocou de pé cambaleante, ainda com toda a atenção voltada para as arvores que começavam a balançar, eles não tinham muito tempo... – Vá embora...

O lobo voltou o focinho para ela, os olhos sem um resquício sequer da sua habitual selvageria, as orelhas estavam baixas e um ganido sofrido escapou do fundo da garganta dele quando lhe deu uma lambida no rosto.

— Se salve... Haru... – Pediu ao perceber que o guardião não tinha a menor intenção de sair de seu lado. – Por favor... vai...

A sua resposta foi outra lambida no rosto e no segundo seguinte quando o animal que os atacara enfim chegara onde estavam tudo o que Haru fez foi se adiantar cambaleante em direção do inimigo com o frasco que carregava no pescoço entre as presas afiadas e a pele por baixo do pelo repleta de rastros de lava quase como uma tatuagem tribal, o calor que emanava dali era sufocante.

— Não! – Berrou ao ver uma espécie de gorila de uns cinco metros de altura passar entre as arvores em direção a eles. O pelo do animal era branco, os olhos fundos, os dentes imensos e a intervalos regulares havia vários pequenos chifres recurvados ao longo dos braços compridos e poderosos, não havia duvidas de que fora ele quem lhes atirara aquele tronco.

— Wi... – Arquejou Tenten descrente ao seu lado. – Wikan... mas... não é possível...

Sakura porem não estava ligando para aquilo, tudo o que via era o seu guardião, o seu amigo desde o começo daquele teste maluco se colocando entre ela e o gorila gigante, sem hesitação, quase como se mesmo ferido tivesse certeza de que poderia derrotar aquele monstro.

— Não! Haru! – Berrou vendo que o lobo começara a correr meio de arrasto em direção ao inimigo o frasco ainda estava entre os seus dentes os rastros do que parecia ser lava ficando cada vez mais fortes ao longo de todo o corpo negro. – Não!

            Tudo o que conseguiu ver a seguir foi uma luz incrivelmente branca a cegando e antes de perder os sentidos teve a impressão de ouvir um urro de dor tão alto que só podia pertencer ao gorila preencher todo o ar a sua volta.

Muito tempo depois...

— Eu ainda não acredito nisso... quer dizer... eles nunca nem ao menos... deram uma pista... – A indignação de Tenten foi a primeira coisa que seus ouvidos captaram. O que de certo modo a deixou mais calma, se a morena tinha energia para se indignar com alguma coisa, era sinal de que elas tinham sido socorridas e não corriam mais perigo. – Vou matar os meus pais assim que os ver!

— Não há razão para isso. – Alguém respondeu e aquela voz levemente rouca, lhe fez sentir todos os pelos dos braços se arrepiarem, sabia de quem era aquele tom, mas... mas... era impossível que...

— Ah... olha, ela esta acordando! – A morena constatou e no segundo seguinte a princesa pode sentir uma leve mudança no ar a sua volta, ao que parecia alguém estava se aproximando de seu rosto.

— Sakura? – Chamou aquela voz novamente e o toque cuidadoso e quente que sentiu contra a bochecha foi o suficiente para que tudo dentro dela se quebrasse e sem poder mais se conter sentiu um soluço lhe escapar entre os lábios. – Não chore, esta tudo bem agora.

Braços fortes e familiares lhe circundaram com cuidado, seu rosto afundou contra o peito trabalhado que conhecia bem e o cheiro que se desprendeu dele, lhe deu a certeza de que não era uma alucinação.

— Sas... Sasuke – kun... – Chamou tentando abrir os olhos, mas a sua cabeça doía demais para isso.

— Estou aqui. – O moreno falou se mantendo abraçado a ela. – Não se preocupe com mais nada... estamos seguros...

— Aquele gorila... – Começou sentindo suas costelas protestarem diante daquele aperto, mas mesmo assim desejava que ele a abraçasse com mais força ainda.

— Ele... não será mais um problema. – Garantiu Sasuke, mas por algum motivo a voz dele saiu estranha, quase como se tivesse algo próximo a sua boca o impedindo de falar corretamente.

— O que aconteceu com você...? – Ela questionou estranhando aquilo. Com muito esforço abriu os olhos esmeralda e o que viu a fez soltar um grito.

— Ei, calma Ka.... quer dizer Sakura. Ta tudo bem. – Tenten disse batendo de leve em seu braço enquanto tentava acalma – lá.

— Sasuke – kun... você esta com...

— Eu sei. – O moreno confirmou a soltando para que a garota pudesse chegar nela. A sua intenção era obvia se afastaria dela para não assusta – lá mais, porem  quando começou a se afastar sem pensar direito virou as costas para ela o que a fez se sobressaltar novamente dessa vez no abraço de Tenten.

— Cau... Cauda? – Perguntou – se sem entender. Aquilo não fazia o menor sentido.

“Será que eu morri e esse aqui é o limbo?” Pensou mais sentindo do que vendo a amiga lhe dando leves tapinhas no rosto para tira – lá daquele transe.

O suspiro cansado do Uchiha foi o que acabou por traze – lá de volta, sem acreditar muito bem no que vira na primeira vez arriscou outra olhada, mas nada mudara, havia mesmo um par de orelhas negras no topo da cabeça do moreno, duas presas afiadas saiam da boca dele ultrapassando o queixo e uma cauda negra estava grudada as costas dele. Era loucura demais.

“Se aqui não é o limbo, devo ter batido a cabeça com muita força...” Foi o que constatou sentando com a ajuda de Tenten que começara a abana – lá temendo que ela fosse voltar a desmaiar.

— Sakura! Respira, ta tudo bem. Só respira! – Pedia a garota.

— O que aconteceu? Por que o Sasuke...

— Ele nos salvou. – Contou apressadamente. – Aquele gorila estava prestes a nos esmagar quando o Sasuke se meteu na frente e o derrotou.

— Mas... o Haru... foi ele que...

— Ah, o Haru... – Tenten começou hesitando e sorrindo sem graça  enquanto olhava para as costas do moreno que enrijeceram ao ouvir aquele nome. – É... acho que você devia contar pra ela.

— Me contar? Me contar o que? – A rosada perguntou agitada. – Ah meu Deus! Não me diga que... que o Haru...

— Não, ele não... – A morena tentou consola – lá se adiantando.

— O Haru esta bem Sakura. – Foi tudo o que Sasuke disse ainda sem se virar para ela.

— Ta? Ah, graças a Deus! Antes de desmaiar o vi correndo feito louco na direção do gorila. Cadê ele?

— Bem aqui. – O Uchiha disse por fim se virando para ela que a olhou sem entender. Ele voltou a suspirar, parecendo esgotado. – Eu sou o Haru.

— Que!? – Berrou sentindo que todo o ar fugia de seus pulmões, aquilo não era possível. – Você...

— Eu... hã... vou pegar algumas frutas... – A morena informou sem graça saindo apressada do que a rosada percebeu ser uma pequena caverna. Em questão de segundos ela estava fora de vista e eles a sós.

— Sasuke – kun... o Haru... – Começou ela ainda incerta do que ouvira.

— Eu sou ele, Sakura... – O moreno admitiu novamente evitando olha – lá nos olhos. – Não era pra você ficar sabendo... só estava te protegendo...

— Me protegendo? Como... quer dizer quando? Eu não entendo...

— Não podia te deixar entrar em Gestar sozinha. Por mais que tenhamos treinado muito você ainda não esta preparada para o Rito é... muito perigoso, todos em Calaleão se preparam a vida toda para isso, você teve duas semanas... além do mais... Kimimaru podia ficar sabendo e se aproveitar da situação para mata – lá... e foi o que acabou acontecendo...

— O que?

— Aquele monstro era um Wikan. – Ele começou e a rosada lembrou-se do assombro da morena ao vê – lo. – Um dos mais violentos animais de Calaleão e um dos que não deveria aparecer em Gestar. Nenhum adolescente de quinze anos tem a menor possibilidade de derrota – lo, até mesmo a maior parte dos adultos tem dificuldades em lidar com eles.

— Então o Kimimaru...

— Ele deve ter aberto um caminho para o wikan até você. – O moreno disse a olhando sério. – Entende agora o porquê de eu precisar estar por perto? Aquele monstro... ele quase...

— Estou bem Sasuke – kun... – Ela disse percebendo só naquele momento que as dores haviam praticamente sumido e que seu torso estava completamente recoberto de tecidos e pelo cheiro que emanava dali indicava que algumas ervas foram colocadas sobre os seus ferimentos. Olhou rápido para ele que desviou os olhos no mesmo instante. – Você...

— Desculpe... eu precisava... tinha tanto sangue...

— Achei que fosse morrer... - Ela confessou depois de alguns segundos de silencio entre eles. – Doía muito... eu não conseguia respirar...

— Cheguei a pensar isso também. – O moreno confessou baixinho sem olha – lá. – Quando enfim consegui derrota – lo e me aproximei de você...

A expressão que tomou o rosto dele geralmente tão impassível a fez se comover, seus pelos se arrepiaram ao imaginar a situação inversa, se ela o visse machucado daquele jeito... possivelmente entraria em desespero.

— Ta tudo bem Sasuke – kun. – A rosada repetiu se adiantando dolorosamente até ele e pegando as suas mãos entre as suas.

— Não esta zangada comigo?

— Por que estaria?

— Eu me meti em um Rito que você deveria realizar sem a minha ajuda.

— É verdade. Mas se não fosse por isso eu não estaria viva agora. – Constatou apertando mais as mãos dele. – Entendo o porquê de ter feito o que fez.

“E o porquê de não encontra – lo na arquibancada no inicio do Rito.” Pensou satisfeita por enfim descobrir o paradeiro do seu moreno. Até por que chegara a pensar que o mesmo tinha sido enviado para os campos de batalha.

— Isso é... bom...

— Mas me responde uma pergunta?

— Qualquer uma.

— Como sabia que eu escolheria justo você?

O moreno voltou a se enrijecer e desviar os olhos novamente, de todas as perguntas que ela podia ter feito, a rosada escolhera justo uma das que ele não queria responder, porque tinha certeza ela iria odia – lo depois disso.

— Eu sou o Haru.

— Sim, eu já entendi isso, apesar de ainda ser meio difícil de acreditar. Você pode se transforma em lobo! É incrível!

— Não, você não entendeu. – Ele meneou a cabeça atormentado. – Eu sou o Haru, o seu Haru... o Haru da sua infância...

— O... meu... Haru... – A princesa repetiu arregalando os olhos esmeralda ao se dar conta do que aquilo significava. – O Haru que eu criei desde filhote? O Haru que...

A sua ultima lembrança daquele lobo voltou a sua mente nublando tudo, até mesmo a expressão desconfortável do moreno que parecia estar esperando e temendo a reação dela.

Cerca de um ano antes, em um dia como qualquer outro estava jogando vôlei com as suas irmãs e mais algumas adolescentes da vizinhança, apesar da rua ser calma, elas se limitaram a ficar na calçada. O jogo já estava quase acabando quando Hanabi em uma tentativa desesperada para virar o placar deu um saque relativamente forte, a bola voou por um bom tempo e acabou caindo no meio da rua. Caçoando a caçula Sakura se adiantou para pegar o objeto de volta, antes de atravessar olhou para os dois lados a procura de perigos, mas como era de se esperar estava tudo calmo, por isso começou a caminhar na direção da bola, totalmente despreocupada.

Estava a poucos metros de seu objetivo quando um carro virou a esquina a toda direto em sua direção. As garotas na calçada gritaram assustadas, o motorista imprudente tentou frear quando a viu, mas a velocidade em que estava só o que conseguiu foi derrapar, Sakura paralisou vendo – o se aproximar e algo dentro dela pareceu registrar que aquela seria a ultima coisa que veria na vida.

Então veio o empurrão, um forte empurrão a derrubou para o lado a tirando da linha de impacto, ela caiu e rolou muito, ralando, pés, mãos, joelhos e cotovelos no asfalto duro, mas nem chegou a sentir aquilo, pois o som de algo colidindo e quebrando a desnorteou e quando virou – se instintivamente para olhar o que havia acontecido. O sangue congelou em suas veias.

Lá estava Haru, o lobo que encontrara em uma tarde chuvosa, fraco e doente, que cuidara, alimentara e criara com tanto amor, estirado no chão com sangue por toda parte, seu tórax largo visivelmente esmagado e a cabeça enorme coberta pelo liquido carmim, a língua pendendo para fora entre os dentes que quebraram na batida.

Ela gritou, gritou e gritou. Em desespero, em angustia em dor. E ninguém pode fazer nada pelo seu grande amigo, nem seus pais, nem seus vizinhos, nem o babaca que quase a atropelara, o belo lobo morreu em poucos minutos a deixando em uma espiral de lagrimas e culpa.

— Sakura... – A voz hesitante de Sasuke a tirou daquele tormento e ao olhar de volta para ele, teve a confirmação, aqueles... aqueles eram os olhos de Haru... do seu Haru...- Você esta bem?

Tenten da entrada da caverna mordeu o lábio nervosa observando a amiga encarar o moreno que as salvara mais cedo, os olhos verdes não demonstravam nada, não havia raiva por ter sido engada, felicidade por reencontrar o seu amigo que dera por perdido e muito menos confusão por tudo que lhe fora revelado. Ela havia simplesmente congelado.


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Notas finais do capítulo

Kkkkkkkkkkkk! Alguem desconfiava que o guardião da Sakura era o Sasuke? Deixei algumas pistas nos caps. anteriores, mas acho que ninguem suspeitou, deixem um coment nem que seja para me xingar por ter demorado tanto para revelar esse segredo. Vou tentar postar o proximo o mais rapido possivel! Beijos e até o próximo cap.!!!



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