No dia seguinte, acordei com uma dor de cabeça horrível e ela parecia que iria continuar comigo pelo resto do dia.

Levantei-me e fui para o banheiro - minha imagem no espelho não era nada agradável. Meus olhos estavam inchados, meu cabelo completamente assanhados e novamente eu vestia aquele pijama azul familiar. Saí do banheiro rapidamente e reconheci aquele quarto cheio de camas, mas dessa vez, quatro estavam sendo usadas.

Reconheci a cabeça raspada de Key na cama de cima no lado direito e puxei seu pé, tentando acordá-lo, ele apenas o sacudiu. Ouvi um gemido e vi Jonghyun na cama de cima do lado esquerdo. Sem pensar, corri para fora do quarto, tentando não fazer barulho.

De longe, ouvi uma música tocando - e eu a reconhecia. Fui atrás de onde vinha o som e acabei entrando em um quarto onde havia apenas um piano e sentado no banco tocando, estava Taemin.

De alguma forma, aquele quarto parecia brilhar. Com as paredes, porta, janelas, cortinas e também piano pintados de branco, ele parecia quase cegar, se não fosse pelo fato da luz estar apagada.

Levemente, através das janelas, uma luz batia no rapaz tocando River flows in you. Ele estava com o cabelo preso, novamente, em um rabo-de-cavalo, deixando apenas a franja solta.

De certa forma, ele parecia um anjo. Usava roupas completamente brancas, estava descalço e a luz do sol batia em seu rosto, fazendo-o brilhar ainda mais.

Esperei Taemin terminar a melodia e comecei a bater palmas. Surpreso, ele olhou para mim e logo sorriu.

– Que lindo! - admiti, me aproximando dele.

– Obrigado. - ele respondeu, afastando-se um pouco do centro do banco e abrindo espaço para mim.

Sentei-me ao seu lado e toquei uma tecla qualquer. Levantei a cabeça e notei uma partitura com o nome Better. Peguei-a mas quando fui ler, Taemin me impediu.

– Não pode! - ele disse, tirando a partitura de minhas mãos.

– Ah! Por que? - eu disse, tentando pegar de volta, mas os braços do garoto eram mais longos que os meus, e não importava o quão eu tentasse, eu não alcançava.

De alguma forma, acabei com meu rosto bem próximo do dele, mas só notei isso quando senti a sua respiração bater na minha bochecha. Afastei-me rapidamente, sentindo meu rosto vermelho.

Ele tossiu, quebrando o silêncio. Virei-me para ele e tentei fazer um pouco de aegyo.

– Toca essa música para mim? - pedi. - Por favor!

– Mas ela não tá pronta! - discutiu. - Só tem o refrão pronto.

– Então toca só o refrão, dã!

Ele suspirou e eu ri, comemorando minha vitória. Taemin colocou a partitura no lugar e eu fechei meus olhos, para me concentrar na letra.

A melodia leve no piano começou e logo a voz do rapaz veio junto. Taemin cantava extremamente bem, sua voz era leve e doce, muito boa de se ouvir. Mas a letra da música, de certa forma, me causava dor.

Se você está triste, chore.
Apenas chore honestamente como você é.
Se você continuar com dor após isso e precisar de alguém,
Venha para o meu lado.
Venha como você é,
Se você está com dor, não importa onde você esteja,
Venha para o meu lado.

Até o dia em que você pode rir novamente,
Eu estar com você, não importa quando seja isso.
Não deixe ir essas mãos, essas mãos.

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A melodia no piano havia parado e eu continuava de olhos fechados, mas só então notei que, novamente, eu estava chorando. Abri os olhos e notei que Taemin me olhava serenamente. E era apenas isso que ele fazia, apenas me encarava.

Senti a mão do rapaz tocar na minha e meu coração palpitar extremamente rápido. Com a outra mão, ele limpou minhas lágrimas e sorriu.

– Taemin hyung... - eu disse, ao perceber que ele estava se aproximando de mim lentamente.

De alguma forma, meu corpo não se movia.

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ONEW POV

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Com a porta da sala do piano aberta, consegui ver Taemin sentado, mas com uma garota de cabelos longos ao seu lado. Lucy estava, novamente, usando os pijamas do Jonghyun e seu cabelo levemente assanhado.

Taemin sorria para ela mas logo atreveu-se a se aproximar.

– Taemin hyung.. - ouvi Lucy sussurrar.

Desde o começo, eu sabia que o maknae gostava da garota, ele gostava dela antes mesmo de descobrir que era mulher - como eu.

Mas diferente de mim, ele tinha coragem o suficiente de tentar se aproximar dela.

Meu coração doía ao ver que Lucy não tentava se afastar dele.

Sem pensar, entrei no quarto.

– Yah! Seus punks! - gritei, forçando um sorriso. - Vamos tomar café?

Os dois tomaram um susto enorme. Lucy levantou-se do banco, ajeitando nervosamente o cabelo e saindo pela porta. Taemin apenas continuou sentado, suspirando.

Segui Lucy até a cozinha, mas consegui vê-la tocar seu peito e morder os lábios.

Desculpa, Lucy. Eu sou um covarde.