One For Me escrita por livingcarpediem


Capítulo 1
Capítulo 1 - Vinte horas de viagem


Notas iniciais do capítulo

" Desembarcamos com dificuldade, pois havia uma multidão de garotas e alguns rapazes cercando as portas. Elas gritavam enlouquecidas e berravam coisas que eu simplesmente não entendia. Com meu inglês super avançado e incrível, entendi apenas uma palavra. Algo como "shining".
Procuramos por alguém para nos ajudar, até que eu simplesmente fui empurrada. Aquela multidão horrivel acabou me derrubando e eu esbarrei em alguém, quase o derrubando também.
Levantei o rosto e era um rapaz. Tinha olhos bem puxados, parecidos com olhos de gato. Seu cabelo era raspado de um lado e a franja penteada para o outro. Era bonito.
- Annyong~. - ele disse, com um sorriso, apesar de eu não ter entendido o que ele havia dito.
- A-Ahn? "



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    Acordar, tomar banho, vestir o uniforme e então ir para a escola. Meu último dia de aula. Não que eu estivesse me formando, na verdade. Eu apenas iria sair dessa escola e ir para outra, como sempre. Apenas mais um ano e eu não precisaria ficar indo de um lado para o outro. Quer dizer, era isso que eu achava.

 - .. Seoul? E onde fica isso? - perguntei, desnorteada.

- Na Córeia do Sul, óbviamente. Não estuda geografia, Lucy?! - levantando a voz, minha mãe ergueu a sombrancelha para mim e bebeu sua água. - Iremos para lá visitar sua tia. Ela anda muito doente e como meu irmão faleceu, não tem quem cuide dela.

- Hmm.. Quando? E por quanto tempo?

- Amanhã. Iremos ficar por uma semana, ou mais, se necessário.

- .. Amanhã? E as malas?

- Já preparei tudo, não precisa se preocupar com nada. Apenas vá tomar banho e certifique-se de dormir cedo.

- Tudo bem.. Boa noite então.

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E com isso, me retirei da sala.

Minha mãe sempre foi do tipo independente e que não se importa com os outros mais do que o necessário. Ficar surpresa com uma coisa dessas já se tornou impossivel para mim - estou acostumada. Apenas tomei banho e fui dormir, como ela pediu. Sinto que o dia seguinte será bem longo.

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Em São Paulo, como sempre, o tempo é frio. Sou acostumada com esse tipo de temperatura, é bem agradável. Vesti um casaco e entrei no táxi, enquanto minha mãe guardava as malas. O motorista apenas esperava, encostado no poste em frente ao nosso apartamento. Para onde foi o cavalheirismo mesmo? Arff.. Saí do táxi, a ajudei a guardar as malas, assisti minha mãe dar uma olhada mortal ao motorista e então sentar no banco da frente. A corrida seria demorada.

Trinta minutos, uma hora, uma hora e meia. O tempo demorava para passar, mas sinto que o trânsito demorava ainda mais. Com dificuldades, chegamos ao aeroporto - que, por sinal, estava vazio. Começo de férias de final de ano e o aeroporto vazio? Mais do que estranho. Mas quem se importa? Prefiro o silêncio.

Chegamos exatamente dez minutos adiantadas, aproveitei esse adiantamente para ir comer alguma coisa. Nunca como nada de manhã, mas estava ansiosa.

Viajei mais do que muitas pessoas já viajaram em toda a sua vida, mas nunca saí do Brasil. Até agora.

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Enquanto embarcavamos, minha mãe ligava para minha tia. Preparei o chiclete, um livro e meu mp4. A viagem seria extremamente longa e cansativa, precisava estar preparada para suportar vinte horas em um avião com a minha mãe reclamando de tudo e de todos ao meu lado. Com certeza seria sufocante.

Depois de sete horas, eu apenas dormi.

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Desembarcamos com dificuldade, pois havia uma multidão de garotas e alguns rapazes cercando as portas. Elas gritavam enlouquecidas e berravam coisas que eu simplesmente não entendia. Com meu inglês super avançado e incrível, entendi apenas uma palavra. Algo como "shining".

Procuramos por alguém para nos ajudar, até que eu simplesmente fui empurrada. Aquela multidão horrivel acabou me derrubando e eu esbarrei em alguém, quase derrubando-o também.

Levantei o rosto e era um rapaz. Tinha olhos bem puxados, parecidos com olhos de gato. Seu cabelo era raspado de um lado e a franja penteada para o outro. Era bonito.

- Annyong~. - ele disse, com um sorriso, apesar de eu não ter entendido o que ele havia dito.

- A-Ahn?

.

Ele piscou duas vezes, e então me analisou de cima para baixo. Puxou minha mão e me ajudou a levantar.

- Are you okay? - sua voz era um pouco fanha e apesar de ser magro, ele conseguiu me puxar com facilidade, e eu não sou uma das pessoas mais magras do mundo, sabe? - You're not hurt, right?

- Eh? Ah, yes. Thank yo--

Antes que eu pudesse terminar de agradecer, uns homens de preto me levantaram e me afastaram do garoto. Da visão de cima, pude ver que haviam mais quatro rapazes com ele. Todos jovens e bonitos. Talvez atores? Não pude memorizar o rosto deles, pois fui afastada pelo Dr. Armário e seu amigo Sr. Porta. " Ah, quem se importa. " Pensei e simplesmente fui procurar minha mãe. Não tinha porque me preocupar com aquele garoto, afinal, nem o conhecia.

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Depois de muita procura, achei minha mãe e levei uma bronca de meia hora sobre não sumir em um aeroporto de um país desconhecido e bláblá. Se eu ficasse parada sem falar nada, esse sermão provavemente demoraria mais de uma hora, então me apressei e fui atrás de um táxi.

Olhei para trás uma vez, aquela multidão já não estava mais lá.


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Notas finais do capítulo

Sei que não está muito bom e talvez um pouco cansativo, mas prometo que farei melhor no próximo capitulo! Fighting!