W-what Is This Shit? escrita por Junya, Maaih Walker


Capítulo 4
Capítulo IV - So, start the action!


Notas iniciais do capítulo

Nada de piadinhas pela nossa demora, pfvr. q
Então gente, pequeno texto de desculpas por favor se tiverem saco, leiam.
Mil perdões, sério mesmo, pela demora de quase UM ANO de postagem da fanfic. Maaih e eu tivemos grandes dificuldades em nos reunir pra escrever, escola comendo nosso tempo e pra terminar de jogar a merda no ventilador, eu comecei a trabalhar durante o dia, e sim eu também trabalho nos finais de semana, então eu ficava realmente sobrecarregada.
Então, já devem imaginar a desgraça. E como eu andava cheia de provas não consegui MESMO tempo pra postar e tinha também os cursos da minha pinguim então não venham dizendo que era vagabundagem. [/Mesmo sendo um pouquinho q]



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Título: W-what Is This Shit?

Autoras: NanaKunigan; Maaih-chan

Anime: D.Gray Man;No.6

Casal: Kanda x Allen; Nezumi x Shion

Classificação: + 16. (Por enquanto -qq)

Gênero: Yaoi/Lemon

Beta: Ukiyo-e

–-x--

W-what Is This Shit?

Capítulo 4 - So, start the action!



Arfando, Allen encarou Kanda com horror. Seu rosto pálido ruborizado e assustado demais com a situação. Mantinha os braços ainda a frente do corpo, como se quisesse que a distância entre ambos permanecesse, voltando a indagar.


- O que diabos acabou de fazer, Kanda?! – Allen quase gritou. Franzindo a testa, mostrando irritação, embora a expressão ressaltasse mais sua incredulidade.


“Tch.”, foi o único som que saiu da boca dele antes de se retirar em direção à saída. Kanda não tinha uma resposta, aliás, a mesma pergunta ainda permanecia em sua mente. O que diabos tinha acabado de fazer?


Allen olhou embasbacado para o que saía da sala, não se atrevendo a segui-lo. Sabia que, no mínimo, levaria uma patada acompanhada, talvez, de uma tentativa de ser fatiado pela Mugên.


Permaneceu por um longo tempo dento da sala, sem se atrever a voltar o olhar para o rosto de Kanda, escutando o som de seus passos sumirem. Tentando assimilar e entender o que acabara de acontecer, gritou: “Kanda ficou louco?!”.


Shion, ao entrar no recinto onde se encontrava o albino e vendo-o com uma expressão nada boa, perguntou:


- Allen-kun, você está bem? Aconteceu alguma coisa?


- Ah, estou bem sim! Shion-san, desculpa por ter gritado...


Allen apressou-se em responder, tropeçando nas palavras. Shion permaneceu com o rosto avaliador.


- Eu estou bem. Desculpa... De novo. – deu uma risada nervosa, mostrando-se sem graça. Seus pensamentos estavam confusos. Culpa do BaKanda! Allen levou a mão amaldiçoada à cabeça e coçou os cabelos esbranquiçados para trás num gesto nervoso.


Shion notou que Allen claramente escondia algo. Achou por bem deixar perguntas inoportunas de lado, voltando para o foco principal, o porquê havia ido falar com o albino.


- Se você diz... Allen-kun, eu estava pensando se você e o Kanda-kun não querem conhecer o Distrito Oeste, já que praticamente só conheçeram nossa casa. – Disse em um sorriso amigável.


Allen assentiu, ainda que confuso. Abanou a cabeça, afastando os pensamentos atormentadores, pensaria naquilo depois. Shion merecia sua atenção no momento.


- Obrigado, Shion-san. Vou falar com o Kanda e então poderemos ir quando a tempestade passar. Se bem que... – Allen riu, meio que nervoso. Numa mistura de diversão e sarcasmo, disse: – Aposto que o BaKanda adoraria sair daqui.


Shion riu baixo, do jeito que um tratava o outro, era bem capaz. Direcionou-se a Allen, antes de dizer:


 - Vocês devem ser muito amigos. – gentilmente e fitando os olhos cinzentos.


- É... Mais ou menos isso... – Allen riu, agora completamente nervoso.


Shion deu de ombros e o riso de Allen foi extinguindo-se, aos poucos, enquanto se lembrava dos peculiares momentos de "amizade" que tinha com Kanda.


- Me pergunto se é realmente amizade. – Perguntou mais para si mesmo do que para Shion. Os olhos transtornados, quase amedrontados, pois os flashs dos momentos em que a maioria esmagadora eles estavam entre surras e xingamentos.


- Entendo... Às vezes uma amizade pode ter algo a mais...


Allen fez cara de paisagem, quando iria dizer algo, Shion continuou.


- Mas falamos disso depois. Tenho que chamar o Nezumi para ir com a gente. Não esqueça de chamar o Kanda-kun! – Disse Shion, referindo-se a algo muito mais forte do que amizade.


Allen fez uma cara indescritível, quando abriu a boca novamente para explicar-se, Shion já saía às pressas. Agora tinha os pensamentos confusos como um nó.


Shion entrou no quarto, logo viu seu amado deitado, displicente e relaxado. Nezumi desviou os olhos do livro para um olhar rápido, pousando-os novamente na leitura de Shakespeare, nada disse, ele estava com cara de pedinte.


- Você pode ir dar uma volta no Distrito com a gente? – disse Shion, receoso.


Nezumi virou a página. Shion esperou pacientemente, enquanto Nezumi esperava silenciosamente que ele presumisse um “Não.”. Virou mais uma página. Shion chegou a pensar se ele realmente estivera ouvindo-o e estava ignorando-o, voltou a quebrar o silêncio, o tom impaciente.


- Nezumi.


- Quer que eu dê uma de guia? – seu tom era mal-humorado, beirando ao sarcasmo, típico de quando não queria atender a seus caprichos.


- Que mal há? – retrucou, sem entender.


- Não  devia ser caridoso com eles, Shion. – Disse seco, encerrando o papo.


Embora não quisesse demonstrar preocupação com a gentileza natural do menor, deixou-a transparecer quando perdeu o interesse na leitura. Pôs o livro na cômoda ao lado da cama e virou-se para o lado da parede.


Shion suspirou. Andou até a cama e sentou-se ao lado de Nezumi. Sabia que seria difícil convencê-lo a ir; por isso, resolveu falar colocando-se no lugar dele.


- Eu sei que quer que eles saiam, que vão embora logo... Seja lá o porquê deles estarem aqui, se conhecerem o Distrito Oeste com nossa ajuda, provavelmente, irão mais cedo. Depois nada vai nos atrapalhar de novo. – Sorriu para o companheiro convicto de que o convenceria.


Nezumi olhou-o de soslaio.


- Já deveriam ter ido embora. – Reclamou num muxoxo.


Shion deu de ombros, era o melhor a fazer, expulsá-los não seria nada educado. Encarou Shion, certo de que ele escondia muito bem seu lado nada feliz com os intrusos, um sorriso malicioso instalou-se em seus lábios. Inclinando-se sobre ele, puxou-o pela cintura esguia, enquanto segurava o queixo fino com a mão livre, pressionou os lábios contra os do albino.


- Vou matá-los se me atrapalharem dessa vez.  – disse Nezumi.


O albino correspondeu ao novo beijo, lembrando-se que precisava da confirmação dele, parou-o na melhor parte.


- Então... Você vai?


Nezumi suspirou de desgosto. Era óbvio que não deixaria Shion sozinho com os dois "convidados", mas não tão óbvio ao ponto de Shion “sacar” isso.


- Não tem outro jeito. – ele disse por fim.


Voltando a firmar os lábios aos do menor, Nezumi esgueirou suas mãos pelas roupas de Shion até a barra da camiseta que este usava. Shion sorriu largo com a vitória. Entre um beijo e outro, Nezumi fez o menor deitar abaixo dele. Fazendo suas costas tocarem na cama, Shion levou a mão até a nuca dele, puxando de leve os fios escuros, fez o cabelo desprender e cair sobre os ombros largos.


Nezumi pouco se importou, sua atenção estava fixa ao menor abaixo de seu corpo. Deslizou os dedos longos e ágeis pelo tórax de Shion, parando na curva de sua cintura; enquanto a outra mão enfiava-se por baixo das roupas do outro, tocando diretamente no que se encontrava ali por baixo.



Ao fim do longo beijo, desceu os lábios pelo rosto pálido; a ponta de sua língua deslizou desde o começo do pescoço alvo até a base lentamente.



Enquanto isso, Shion mordia o lábio inferior para conter os gemidos. De repente, sentiu a necessidade de fazer algo, levantou a camisa de Nezumi, queria retirá-la.



Um sorriso contornou os lábios do moreno, interrompendo por um momento o que fazia, ajudando-o a livrá-lo da camisa; voltando a provar da pele dele, lambuzando-a de saliva conforme avançada. Sua língua deslizava pela pele alva como se quisesse satisfazer-se desta. Os dedos longos alcançaram os mamilos do menor e apertaram-nos suavemente.



Shion levou suas mãos para as costas dele, arranhando-o com força. Deixando um gemido escapar de seus lábios ao sentir as mãos e a língua de Nezumi passearem por seu corpo. Sorriu de modo sádico ao ouvir o gemido do albino, pressionando seus mamilos com mais força, esfregando os dedos sem dó, usando a unha para tal. Usou a língua, passando agora a chupar-lhe, dando mordidinhas, deixou pequenos pontinhos vermelhos na pele de Shion, enquanto pressionava a cintura deste sobre a sua, sentindo a região entre suas pernas já desperta.



Expirou de prazer, os gemidos de Shion eram liberados vez ou outra, quando sentia a língua atrevida do maior chupar-lhe de forma mais ousada. Nem percebeu quando sua camisa fora arrancada por Nezumi que, agora, deslizava por seu peito. Ele retirou o resto de suas roupas sem aviso, fazendo Shion gemer ao sentir o atrito entre ambos os membros, mesmo que ainda recobertos.


Porém, evidente que o casal não estava com sorte. De súbito, a porta do quarto foi aberta e aquela pessoa tão absurdamente parecida com Nezumi, adentrou o local de cabeça baixa, resmungando algo como “Moyashi estúpido, tch”. Quando Kanda cruzou olhares com o casal, paralizou.


Nezumi não segurou a irritação que lhe assolou ao encarar o visitante, se não fossem os braços de Shion, certamente, teria perdido o controle e partido pra cima do japonês. Soltou um grito de ódio e proferiu uma reclamação cheia de palavrões, enfurecido por mais uma vez ter sido atrapalhado. Sentou-se na cama, encarando os olhos escuros de Kanda em pura cólera, levantou e agachou-se para agarrar a própria camiseta que havia largado no chão. Pisando firme, caminhou para a porta. Deu um esbarrão no ombro do exorcista, antes de sair do lugar a ponto de cuspir fogo.


Kanda apenas observou Nezumi sair do quarto, irritou-se com o esbarrão, porém não foi atrás do outro e, sem virar-se para Shion, disse, já de saída:


- Tch, por que sempre vocês estão fazendo isso? Vamos logo. O quanto antes eu puder sair desse lugar melhor.


Por mais que se recusasse a mostrar a cidade para os dois exorcistas, o moreno fora sem questionar junto ao menor quando este o chamara, resmungando por alguns minutos, contrariado com a idéia, mas deixar Shion sozinho com aqueles dois lhe parecia uma escolha ainda mais insana.



Kanda apenas queria deixar aquele lugar, irritado demais para pensar em qualquer outra coisa que não fosse se ver livre do casal que o fazia lembra de si próprio e do Moyashi, o que acarretava a mente do japonês à vagar ao acontecimento de poucas horas atrás... O beijo roubado que o fizera ficar ainda mais irritado e principalmente confuso. Por que diabos beijara aquele amaldiçoado?!



Com essa pergunta martelando na cabeça do japonês, os quatro alcançaram o ponto mais alto do lugar deserto onde antes se encontravam, dando uma visão ampla e minuciosa do lugar onde estavam. Gigantescos arranhásseis de metal, que mais pareciam prédios arredondados, mas ainda assim de uma altura inimaginável enfeitavam quase toda a área de um dos lados do terreno a sua frente. Mais abaixo prédios mal cuidados e casas de madeira pútrida, caiam aos pedaços, mostrando a decadência e estado lastimável em que aquele lugar se encontravam.  Allen se perguntou se o futuro de seu próprio mundo algum dia poderia se tornar assim, seu raciocínio sendo quebrado por Nezumi, que os apressara a ir andando, tomando a liderança ao lado de Shion, embora sua verdadeira intenção fosse apenas sumir da vista daqueles dois com o menor, deixando-os se virarem por conta própria sem mais atrapalhá-los.



Kanda então olhou para o outro lado da visão da cidade devastada e observou a enorme parede que ali se encontrava, como se quisesse separar toda aquela cidade repleta de pobreza e crueldade de um lugar melhor. Como se aquele lugar em estado deplorável não existisse.



Os mesmos pensamentos invadiam a mente de Allen enquanto seguia Shion e Nezumi a uma curta distancia, mantendo a real distancia é de Kanda, recusando-se a se aproximar do moreno, sua mente ainda atormentada com os acontecimentos anteriores, embora ainda fingisse ser o mesmo perto do casal.



O albino vasculhava as ruas amontoadas de gente do Distrito Oeste, as lojas a céu aberto com toalhas e panos velhos servindo de portas e janelas às pequenas barracas comerciais em estado lastimável. O mau cheiro de pessoas sem banho e urina de animais sendo uma característica marcante do lugar, as frutas e alimentos a mostra enquanto moscas se banqueteavam a céu aberto.


--x--



- EU NÃO VOU! – Ouviu-se o grito do supervisor por quase toda a Ordem Negra que estava sendo praticamente arrastado pelo ajudante até seu escritório –



- A sua brilhante idéia não deu certo e não temos idéia de como ajudar o Allen e o Kanda, querendo ou não você vai chamá-lo, arque com as suas responsabilidade e deveres, Diretor Komui! – gritou Reever antes de dar com a prancheta na cabeça do chinês, que levou ambas as mãos a cabeça choramingando alguma coisa enquanto acariciava o galo que se formava em sua cabeça.



Fez um leve beiçinho e logo se dirigiu até o telefone de aparência antiga de seu escritório.



- Tudo bem...



Pegou o mesmo e fingiu discar o número de Bak, desligando em seguinda



- Ah que pena, ninguém atendeu – sorriu, cantando com a vitória.



- Diretor Komui. – disse o loiro, irritado.




Reever espalmou a mão na mesa amarrotada de papeis, os olhos castanhos-claros fitando o moreno como se fosse matá-lo com o olhar.



- Sabe o que vai acontecer se a central descobrir que você mandou dois Exorcistas extremamente capacitados para arriscarem suas vidas em uma missão que não fora confirmada como sendo realmente um envolvimento do Conde? – perguntou, o rosto se aproximando de modo assustador do rosto anguloso de Komui.



O diretor olhou Reever assustado e acabou até mesmo soando frio antes de ligeiramente discar o número e aguardar que fosse atendido, ainda tenso.



- Sim? – perguntou a voz do outro lado da linha. – Ah, Komui-kun. – disse com um sorrisinho nos lábios finos antes de sentar-se sobre sua cadeira, apoiando os pés sobre a mesa a sua frente antes de quase cair desta, buscando apoio ao agarrar-se à mesa, quase derrubando todos os papéis que acabara de arrumar.



Porém era óbvio que o loiro não estava com muita sorte, pois o susto que levou quando a situação lhe fora dita minuciosamente por Komui fez com que o mesmo acabasse de vez no chão, perdendo o pouco do equilíbrio.



- VOCÊ FEZ O QUÊ?! – exclamou com o moreno do outro lado da linha, bufando enquanto andava pelos corredores do Setor Asiático com um golem voador em seu encalço, a voz do loiro se fazendo ouvir por quase todo o lugar.



Tinha os braços cruzados sobre o peito, o polegar tamborilava de modo pensativo sobre os lábios do loiro enquanto fitava com evidente curiosidade até, os destroços do que um dia fora a máquina que enviara Kanda e Allen para o lugar até agora completamente desconhecido por todos naquela sala.



- E então, Bak-san? Acha que conseguimos arrumá-la? – indagou nervosamente Johnny enquanto arrumava os grandes óculos, as mãos tremendo ligeiramente em nervosismo enquanto observava aflito, assim como a maioria dos outros ali, para o chefe do setor asiático.



- Não tem salvação. – disse fazendo um pequeno bico, o indicador pousado no lábio inferior do Chang enquanto ainda tinha os olhos no monte de lixo a sua frente. – Lou Fa, acha que conseguem construir um protótipo para que possamos recriar a máquina e tirar o Walker de lá? – perguntou ainda de modo pensativo.



- C-com certeza! – exclamou a pequena garota de jaleco branco, ignorando as exclamações que surgiram alarmadas na cabeça dos dois que a acompanhavam. As mãos da morena se juntando enquanto os pequenos olhos brilhavam em expectativa, a imagem de Allen sendo resgatado por si dominando a mente da garota enquanto grandes gotas se formavam na cabeça de Rikei e Shifu.



- Podemos tentar recriar a maquina ou fazer um protótipo de um telecomunicador que possa de alguma forma entrar em contato com Walker-san. – começou o mais baixo e de olhos incrivelmente puxados, ignorando a amiga de olhos brilhantes e perdidos ao seu lado.



- Hai! – concordaram os três em uníssono, batendo continencia ao maior antes de se voltarem para Johnny, Reever e os demais cientistas da Ordem, pedindo ajuda e dando opiniões, permitindo-se até dar ordens em alguns momentos, enquanto Komui olhava boquiaberto a iniciativa e dedicação do Líder do setor Asiático em relação ao "resgate" de Allen e Kanda.


--x--

Continuaram andando pela cidade miserável e logo puderam avistar alguns guardas espalhados pela mesma, mas que não receberam muita importância pelos visitantes da outra dimenção.



Após alguns minutos de turismo pela cidade "abandonada", alguns vultos em particular passaram a atrair a atenção de Nezumi. Eles pareciam fazer uma formação entre a cidade e não pareciam estar apenas naquela região, franziu o cenho, os olhos cinzentos e profundos procurando algo mais obvio, pois nenhum morador parecia notar a presença deles e isso o deixou receoso. Arregalou os olhos ao ver um dos homens erguer suavemente a capa que lhe cobria o corpo grande demais para um morador miserável como os que viviam ali, revelando uma das armas que conhecia tão bem.



- Soldados da No.6 – sussurrou trincando o maxilar, algo em sua mente o fazendo sentir uma onda de terror percorrer o corpo todo. –Shion! – chamou, segundos antes de o primeiro tiro anunciar o começo da invasão, e o pânico tomar a cidade por completo.



Antes mesmo que alguém notasse, distraídos pela chuva de tiros que eram direcionados para todas as localidade da cidade, inclusive para eles, não notaram algo que se aproximava por trás, uma espécie de máquina grande de destruição, que ao chegar perto suficiente, os quatro garotos sentiram o leve tremor causado pela mesma. Porém ja era tarde demais.



Viram uma das máquinas mais próximas atirar um projétil em sua direção, obrigando os quatro a separarem-se em dois grupos. Allen puxou Shion para dentro de um dos becos, os dois albinos apertando-se contra a parede antes que fossem atingidos pela bala, Kanda e Nezumi por pouco não sendo atirados para longe. O Rato levantou-se de seu desajeitado tombo com facilidade, os olhos buscando o mais novo entre as ruelas repletas de gente correndo e gritando, pareciam formigas desorientadas e em pânico, fugindo de um predador, mas a situação não passava disso afinal, certo?



Nezumi e Kanda foram cercados e afastados dos outros dois, Kanda sacando a espada, embora soubesse que a mesma não surtiria tanto efeito como fazia com os Akumas, eram humanos afinal. Nezumi vasculhava os escombros atrás do parceiro, praguejando ao notar que apenas se afastavam,lançou um olhar raivoso ao japonês que apenas acertava alguns guardas com o lado cego da katana, fatiando as arma de fogo que os mesmos carregavam. Cortando alguns dos homens quando voltavam a atacá-lo.



- Mate-os logo! – esbravejou, irritado antes de acertar um dos homens armados com a pequena e efetiva faca que carregava sempre consigo.



- Cale a boca! Não vou acatar suas ordens! – grunhiu Kanda irritado, sem seguir o “conselho” dado pelo outro moreno, ainda lutando com os guardas sem matá-los, mas aplicando bastante força nos ataques. Ativar a mugên seria perda de tempo, eles não eram Akumas.



Permaneceram assim por alguns minutos sem conseguir parar, o fluxo de homens armados era muito, fazendo com que os dois não percebessem o quanto se afastavam dos dois albinos. Allen pensara em ativar a Innocence, mas poderia machucar os humanos, e seu dever era protegê-los e não matá-los. Mordeu o lábio inferior. Shion, notando sua luta mental, agarrou-lhe o pulso e correu com o mesmo pelo caminho que conhecia, buscando alcançar Nezumi e Kanda para que pudessem sair dali rapidamente, se fossem pegos...



- Shion-san! – exclamou o exorcista.



Antes que puxasse o outro para um beco estreito, escondendo a ambos de um pelotão de homens armados que passava próximo aos dois encurralando e matando alguns habitantes da cidade.



- Obrigado. – sussurrou, os olhos escarlate se arregalando, ao tarde demais, notar uma das máquinas derrubando a construção sobre suas cabeças.



Shion gemeu, sentindo as pálpebras tremerem, pouco antes de abrir seus olhos lentamente, seu corpo um pouco pesado, como se outro se encontrasse sobre o seu, arquejando ao notar que Allen havia o protegido, uma fina linha vermelho púrpura escorria pela lateral do rosto do amaldiçoado, fazendo com que entrasse em pânico, tentando reanimar o outro.



- Allen! – chamou, içando o corpo para trás, puxando-o consigo, tentando tirá-los de entre os escombros.



A máquina se aproximando dos dois enquanto fazia barulho e atirava, agora abrindo uma porta de metal a sua frente, transformando-a em uma espécie de rampa, tragando os corpo e pessoas ainda vivas para seu interior, fazendo com que Shion se apressasse, em vão.



Logo alguns guardas se aproximaram dos dois albinos e tiraram ambos dos escombros sem nenhum cuidado e simplesmente os jogaram para dentro da máquina mortífera, fazendo Shion sentir o impacto frio do metal contra sua pele, logo constatando também a presença de um líquido quente. Sangue. Não só das outras pessoas que ali se encontravam mas também de Allen que permanecia inconciente e que com a queda, fizera seu ferimento se agravar.



Shion agarrou-se ao corpo inconsciente do outro albino ao ouvir o rosnar do motor da maquina, agarrando-se ao amaldiçoado de modo quase protetor enquanto via a luz que antes invadia o buraco onde se encontravam ficando escassa até sumir, o silêncio de Allen e o choro das outras pessoas também capturadas sendo o único som a invadir os ouvidos do garoto antes do rosto do moreno surgisse como um turbilhão em sua mente.



- Nezumi...

--x--


Do outro lado, Kanda e Nezumi permaneciam lutando contra os guardas que vinham em tropas para aquela região, fato que fez Kanda ter de ativar sua innocence para que pudesse lidar mais facilmente com os números de soldados que apareciam por todos os lados.


Empunhou a pequena faca em mãos ao ver mais um grupo de homens avançar em sua direção, apenas desviando os olhos felinos por um instante para avaliar o japonês, correndo em seguida na direção dos homens de farda, apunhalando-os em sequência, o pequeno "utensílio" em sua mão parecendo ser mais mortal que as armas que os soldados da cidade carregavam.



Ambos continuavam assassinando os guardas com suas lâminas, tornando o lugar um verdadeiro baile sangrento, onde Nezumi não resistiu em provocar ao outro moreno.



- É só isso que consegue fazer? Já está 30 a 28 pra mim – Nezumi sorriu ao ver a expressão de raiva direcionada a si e logo tudo aquilo se tornou uma competição... Uma competição que os distraia e os afastava dos albinos.



Cerrou os olhos com a clara provocação do outro moreno, a capacidade do japonês em pensar racionalmente durante os momentos de raiva se fazendo presente quando ativara a Mugên, evoluindo-a para um segundo estágio, a matança multiplicando-se por parte do mesmo enquanto quase sorria de modo cruel quando a competição ja estava praticamente ganha, o dobro de homens mortos pela katana.



Nezumi não havia proposto a competição por nada, com a separação do grupo, o mesmo permanecia preocupado com o que poderia estar acontecendo com Shion, e tinha um mal pressentimento sobre isso. Tentando Kanda a matar mais rapidamente, também faria com que fossem o mais rápido possível atrás dos outros já que no momento era impossível com o número de guardas por alí, alias, não podiam atraí-los até onde os outros estavam também.


Kanda deixou-se levar pela pequena provocação do outro, parando apenas quando não havia mais nenhum soltado, a roupa do moreno que usava manchada de vermelho vivo, assim como a própria Mugên ainda embainhada quando virou-se para Nezumi que parecia relaxado com sua excepcional rapidez em terminar a luta, a iminente ausencia dos dois mais novos    finalmente     chegando aos neurônios do Japonês. Os olhos escuros vasculhando a àrea devastada atrás do amaldiçoado começaram antes mesmo que o outro moreno pudesse abrir a boca.



- Vamos! Temos que encontrar o Shion! – Disse o rato já correndo em direção ao local que viram os dois da última vez.



Ignorou o outro, passando por este e apressando o passo, deixando o outro para trás se pudesse escolher. Os olhos escruos vasculhando a área destruida tentando identificar onde os dois albinos [Uke's] haviam estado quando se separaram.



- Droga! – esbravejou Nezumi.



Ao notar que procurar pelos dois garotos não estava tendo progresso, vasculhou a área com maior cautela, até encontrar um dos homens que havia sido deixado para trás, entre os escombros.



- Você, viu dois garotos, pouco mais baixos que eu, ambos de cabelos brancos, um tinha olhos vermelhos e uma marca na bochecha direita. – perguntou apreensivo, embora o tom fosse firme e autoritário, mal se importanto com o estado de semi conciência do homem.



O homem piscou os olhos algumas vezes, um deles havia sido completamente arrancado no meio da invasão, fazendo com que a aparência do mesmo se mostrasse ainda mais penosa. Tossiu algumas vezes antes de encarar o moreno com o olho "bom" tentando assimilar as palavras do garoto. Apenas apontou na direção de uma pilha de escombros, perdendo a consciência logo depois.



Kanda correu os olhos escuros na direção que o moribundo apontara pouco antes de desmaiar, ou morrer... Não fazia diferença. Cerrando os olhos quando não viu absolutamente nada além de um cão, tinha um corte na orelha esquerda e mancava levemente, tinha um pedaço de pano preso ao focinho, era azul escuro e tinha uma mancha fresca de sangue que seguia a poucos metros, sumindo repentinamente no meio da área onde as máquinas haviam passado.



Em seguida olhou para Nezumi, vendo o mesmo andar atrás do cachorro, a contra gosto, o seguiu também pela rua destruída do local, o que demonstrava claramente a passagem de algo muito pesado e ataques consecutivos. Logo pôde-se avistar uma garota morena com cabelos castanhos levemente ondulados acariciando o mesmo cachorro de antes.



- Ah, Nezumi! – cumprimentou a garota, tinha os cabelos desalinhados e jeito desleixado, como o de um garoto.



Ela esboçou um sorriso ao ver o moreno aproximar-se, os dentes brancos colocando-se a mostra.



- Onde está o seu protegido? – indagou de modo sarcástico, quase sombrio enquanto retirava o pequeno retalho da boca do cão. – Pode voltar pra casa agora, garota. – pediu ao animal pouco antes de voltar-se ao maior, ignorando a presença de Kanda momentâneamente, embora a postura do japonês a incomodasse quase tanto quando a do próprio Nezumi.



- O que descobriu? – indagou o mais alto aproximando-se da garota.



Inukashi novamente exibiu os dentes brancos como os de um cão, apontando para a direção em que a destruição se alastrava e com um sorriso sombrio, disse:


- É o que acontece quando não protegemos o que nos é precioso, Nezumi. – murmurou enquanto o sorriso desmanchava-se aos poucos. - Ele foi levado.



Cerrou os punhos com a ultima declaração da garota, os dentres trincando antes de avançar para cima da morena, que recuou instantaneamente.


- Ei! O que pensa que está fazendo?! Não fiz nada! Então porque está me atacando?! – gritou exasperada, quase ofegante pelo movimento brusco.



- Por que não cala a merda da boca? – rosnou, e num movimento quase silencioso, já tinha a garganta pequena entre os dedos de uma das mãos, impedindo-a de engolir em seco.


- Ne...zumi... – esganiçou sem ar, sendo solta longos cinco segundos depois, os olhos do moreno faiscando, antes de soltar o pescoço de Inukashi.


- Quero os mapas da central.    Agora    .



Kanda observava quase com cautela a reação de Nezumi ao se ver sem o albino, não estava tão preocupado com Allen, embora jamais tivesse admitido sabia o quanto o baixinho era forte. Não via necessidade de preocupação. Mas Nezumi parecia pensar diferente em relação ao garoto parecido com o Moyashi.



- ESTÁ LOUCO?! O QUE PENSA EM FAZER?! – berrou a garota que mais parecia um menino, as vestes rasgadas e surradas batendo no corpo pequeno e sujo.


- Vou buscar o Shion. 



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Notas finais do capítulo

Não vou prometer quando o próximo capítulo virá, mas suponho que seja mais rápido que o anterior.
E então, o que acharam?