At First Sight escrita por Biah_FA


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

É a primeira vez que me aventuro a escrever algo, então por favor tenham paciência comigo.
Patti, muito obrigada por ler, corrigir e me aturar falando dessa one. rs
Espero que vocês gostem.



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E mais uma vez estou me arrumando para ver minha perdição. Sim, perdição é o único modo que consigo descrever o que essa mulher com rosto de menina significa para mim.

Faz exatamente um mês que vou todas as noites a essa casa noturna. Não que eu seja um desocupado, faço faculdade de medicina, tenho um ótimo estágio e preciso estudar bastante. Contudo, apesar de tudo isso, não me permito deixar de ver minhamenina todas as noites.

Não sei seu verdadeiro nome, não sei sobre sua família – se é que ela possui uma –, não sei o porquê de ela trabalhar naquele lugar. A única certeza que tenho é que a partir do momento que ela sobe àquele pequeno palco e começa a dançar o mundo ao meu redor para e só consigo vê-la.

Entrei no carro e dei a partida, dirigindo em direção a boate. Decidi que hoje daria mais um passo. Criarei coragem e enfim pagarei por uma dança privada. Quero vê-la mais de perto, sentir o aroma do seu perfume, ver seus lindos olhos me fitando.

A casa noturna está realmente movimentada, embora eu não entenda o porquê, já que era uma quarta-feira. No dia seguinte provavelmente todos deveriam ter trabalho, faculdade... se bem que eu não me importava, então por que eles deveriam se importar?

Sentei-me em uma mesinha bem próxima ao palco. Uma garçonete muito bonita, loira e de olhos azuis veio em minha direção.

- Gostaria de beber algo? – perguntou junto com um sorriso.

- Por favor, um uísque com gelo.

A simpática garçonete se retirou e voltou em poucos minutos com minha bebida. Agradeci e voltei minha atenção para o palco, onde uma das dançarinas já se apresentava. Ela até era muito bonita, mas nada que pudesse se comparar a minha menina. A dança pareceu demorar horas, mas quando finalmente terminou, Victória, a dona do local, entrou no palco. E é nessa hora que minha ansiedade chega ao limite, porque sei o que está prestes a acontecer. Ela iria apresentar a principal atração da noite, Claire.

- Boa noite a todos. A hora mais esperada vai começar. – é nesse momento que tudo ao meu redor perde a minha atenção. A hora que ela vai entrar. – Com vocês, a nossa Claire! – anunciou.

Victória saiu do palco e nele entrou minha menina, com seus lindos cabelos castanhos avermelhados, olhos cor de chocolate, boca carnuda muito convidativa, pele branquinha, corpo curvilíneo, vestindo uma fantasia de colegial de deixar qualquer indivíduo neste estabelecimento maluco. Uma música muito sensual começou a tocar deixando o ambiente com um clima perfeito para a apresentação dela.

A dança começou calma, com pequenos rebolados e provocações aos homens presentes. Com muita sensualidade ela começou a retirar o top da fantasia, deixando à mostra um sutiã vermelho rendado, muito provocante. Depois de mais algumas insinuações e provocações, Claire começou uma dança voluptuosa em uma barra existente no centro do palco.

De repente senti a necessidade de ingerir mais bebidas, para me acalmar e tentar manter meu juízo. Chamei a simpática garçonete que rapidamente veio ao meu encontro, onde fiz meu pedido que prontamente foi atendido por ela.

A essa altura, a minha menina já estava sem a saia da fantasia. Achei prudente ir falar com Victória sobre a dança privada o mais rápido possível. Levantei-me e fui a seu encontro em um canto da boate.

- Olá, Victória. Teria um minuto para conversar comigo? – pedi, mostrando-lhe meu melhor sorriso.

- Claro. Gostaria de ir ao meu escritório? – ela perguntou.

Dei um aceno positivo e então a segui em direção a escada. Entramos numa sala muito aconchegante, com uma mesa e cadeiras. Quando sentamos soltei um suspiro, tomando coragem para fazer a proposta.

- Bom, Victória. Freqüento seu estabelecimento há um tempo e gostaria de lhe fazer uma proposta. – ela me olhou com o cenho franzido.

- Primeiro preciso saber seu nome... – disse ela, sorrindo.

- Edward. Edward Cullen. Muito Prazer. – Estendi minha mão para um cumprimento amigável, que foi aceito de bom grado.

- Muito prazer, Edward. Qual sua proposta?

- Na verdade, gostaria de saber se aqui há serviço de dança privada. E se existir, como funciona. – expliquei.

Victória me fitou com um sorriso nada inocente.

- Infelizmente não fazemos dança privada, mas temos outro serviço que provavelmente irá agradá-lo. – Fiquei ansioso com essa informação e a pedi que prosseguisse. – Bom, como você deve ter percebido, estamos no último andar desse pequeno prédio. – Fiz que sim com a cabeça e ela continuou - No piso inferior a este existem vários quartos, cada um corresponde a uma dançarina. Nesses quartos nossas dançarinas encontram homens que, como você, gostariam de ficar um pouco a sós com elas. Com qual das meninas você gostaria de se encontrar?

- A Claire é a única que me interessa. – informei.

Victória riu um pouco, respirou fundo para se controlar e me encarou.

- Ela é o encontro mais caro... – não deixei ela terminar a frase.

- Pago o que for por ela. – respondi com firmeza.

- Ótimo. Nesse quarto você pode fazer o que quiser com ela, você decide ela obedece. – Não gostei dessa história dela obedecer, mas eu quero muito ficar mais próximo da minha menina.

Discutimos mais alguns detalhes, acertamos o pagamento e seguimos em direção ao segundo andar, onde os quartos ficavam. Victória avisou-me que a apresentação de Claire já estava no final, que ela se arrumaria para mim e viria ao meu encontro em alguns minutos.

Estou no quarto há menos de cinco minutos e a ansiedade já tomou conta de todo os meus sentidos. Resolvi dar uma olhada no local para me distrair. O quarto é grande, as paredes pintadas de vermelho, uma cama king size no centro com bonitos lençóis de seda preto, em um canto um sofá que parece muito confortável e em frente a esse sofá um pequeno palco com uma barra igual a do palco principal. Estava imaginando como seria ver a minha menina de tão perto quando escutei um barulho muito baixo na fechadura da porta. Olhei naquela direção e então a vi entrando. Com o cabelo úmido, um robe azul meio transparente que me permitia ver o conjunto de corpete e calcinha no mesmo tom de azul que estava por baixo. Ela fechou a porta e voltou-se pra mim com um pequeno sorriso no rosto. Retribuí seu sorriso enquanto ela se aproximava de mim.

- Boa noite. – ela falou com uma voz muito meiga e um sorriso ainda maior no rosto.

- Boa noite. Sou Edward. – me apresentei, não conseguindo raciocinar muito bem com o seu cheiro maravilhoso me inebriando.

- Sou Claire. Mas acho que isso você já sabe. – sorriu, continuando – O que você quer que eu faça?

- Hm... Conversar...? – saiu mais como uma pergunta do que uma afirmação.

- Só conversar? – Olhou-me com o cenho franzido. – Temos uma hora aqui, e você pagou caro que eu sei... e você só quer conversar?

- Podemos nos sentar? – perguntei. – Depois eu te explico tudo. – Ela deu um aceno de cabeça e seguimos em direção ao sofá. – Sim, por enquanto eu só quero conversar. Sei que paguei caro e também estou ciente do tempo que temos aqui, mas no momento a única coisa que quero é saber mais sobre você. – sorri torto para ela.

- Bom, se é isso que você quer, eu...

- Sim, é isso. – a interrompi, sorrindo em seguida. – Você pode me dizer sua idade? – pedi.

- Sim. Tenho 19 anos. E você? Quer dizer, se você quiser falar sua idade. – ela sorriu.

- Oh, claro. Tenho 22. – seu cheiro estava mais intenso agora, com a nossa proximidade. Podia apostar que ela cheirava a morangos. Era de dar água na boca. – Você... er... trabalha aqui há muito tempo?

- Há quase um ano. E você vem muito aqui? Tenho quase certeza que já te vi algumas vezes.

- Venho com bastante freqüência. Gosto de admirar certa pessoa. – Minha menina corou fortemente. Estendi minha mão para tocar sua bochecha, fazendo um leve carinho. Um pequeno sorriso apareceu no seu lindo rosto. – Você pode me dizer seu nome?

- Você já sabe meu nome. É Claire.

- Esse não é seu nome verdadeiro. Sim, é bonito, mas não combina com você. Se não puder dizer eu vou entender. – sorri fraco.

- Edward, eu gostaria de dizer, mas é uma regra da casa. Victória acha que se algum cliente sabe nossos nomes, pode ser perigoso para a nossa discrição.

- Ok. Eu entendo o seu lado. Não vou insistir. – fitei seus lindos orbes chocolate. – Por que você trabalha aqui? – questionei. Ela me olhou triste antes de responder.

- Preciso de dinheiro para pagar minha faculdade. Não tenho família para me ajudar, e esse foi o único emprego que consegui.

Apenas a encarei e assenti.

Conversamos por mais algum tempo. Descobri que sua família sofrera um acidente de carro e a única que sobreviveu havia sido ela. Também me informou que fazia faculdade de Literatura no turno da manhã, e morava sozinha em um apartamento perto da boate. Contei a ela algumas coisas da minha vida também. Não me lembro de ter me sentido tão bem na companhia de uma pessoa. Ela é tão doce, alegre, nem parecia que já sofrera tanto na vida. Nosso tempo já estava acabando e eu precisava vê-la dançando antes de ir embora.

- Claire, será que você poderia dançar um pouco para mim? Nosso tempo já está acabando... – sorri incerto.

- Claro. – ela sorriu.

Ela se levantou e retirou o robe lentamente, indo em direção a barra, jogou o tecido em cima da cama e ligou o som. A partir daquele instante só conseguia dar atenção aquela visão; o corpo perfeito que dançava sensualmente na minha frente, aqueles olhos que me fitavam com tanta intensidade, sua boca que me presenteava com um lindo sorriso. Claire deslizava o corpo naquela barra, com movimentos para cima e para baixo, fazendo com que a minha imaginação voasse para longe. Retornei dos meus devaneios quando a música já estava na sua última batida.

Minha menina se aproximou de mim novamente. Agora seria a pior hora. A hora de ir embora, de me despedir.

- Está na hora de ir embora. – disse com um sorriso triste.

- É, está na hora. Você volta?

- Amanhã estarei aqui de novo. Não consigo ficar longe de você. – ela me fitou e corou. Não podia deixar de sorrir. Ela fica ainda mais linda quando cora.

- Então nos vemos amanhã, Edward.

Aproximei-me mais um pouco e lhe dei um beijo de despedida no rosto. Ela sorriu singela e me abraçou em troca. Foi difícil dar o primeiro passo para fora do quarto. Antes de fechar a porta dei um último e pequeno aceno. Desci as escadas, paguei minha conta no bar e fui em direção a saída, entrando em seguida em meu carro e dando partida. Tudo que precisava agora era o aconchego do meu apartamento. O aperto que senti no meu peito assim que saí daquele quarto só pareceu aumentar à medida que ia me distanciando da boate.

Estacionei o carro na garagem do meu prédio, e subi para o apartamento. Rumei para o banheiro, onde me despi e entrei na água morna do chuveiro. Logo minha mente se transportou para a imagem da minha menina, do nosso encontro. Fiquei ainda mais encantado por ela, pela sua história, o seu sofrimento e luta para conseguir cursar a faculdade. Tudo nela era convidativo aos meus olhos. Sua mania de morder o lábio inferior quando está concentrada, seus pequenos gestos como passar constantemente as mãos nos cabelos, o rubor em seu rosto quando recebe um elogio ou quando eu demonstrava o meu carinho por ela. Terminei meu banho, vesti uma boxer e fui comer algo.

Deitei, mas dormir estava sendo muito difícil. Não conseguia parar de pensar na minha menina, em tudo que estou sentindo agora que tivemos oportunidade de conversar. Passei a me preocupar com ela, queria protegê-la de todo o mal que possa lhe acontecer. E foi pensando nela e nos meus sentimentos que adormeci.

E foi assim que se passou o resto da semana. Faculdade de manhã, estágio à tarde e à noite me arrumava para encontrar minha menina. Todas as noites paguei para ficar com ela em privado naquele quarto. E como na primeira vez não fizemos nada, apenas conversamos, descobrimos mais um do outro, estávamos mais próximos, mais amigos e meus sentimentos por ela só aumentaram. Agora eu sei o que sinto. Estou apaixonado, ela não sai mais da minha cabeça. Minha menina se tornou essencial na minha vida.

Sábado passou rapidamente. Estudei, fiz alguns trabalhos que estavam pendentes e à noite estava indo mais uma vez para a boate. Cheguei bem perto do horário da apresentação de Claire, e fui imediatamente falar com Victória sobre meu tempo com ela.

Claire. Ainda não descobrira seu verdadeiro nome, mas sei também que ela só não me revela por ser uma regra do trabalho. Quando tudo ficou acertado, fui me sentar em uma mesa próxima ao palco, pedi uma bebida à garçonete e esperei pela apresentação da minha menina. Não demorou muito para Victória subir ao palco e apresentá-la. Deslumbrante como sempre, minha menina surgiu e começou sua apresentação.

Depois que percebi que estava apaixonado ficou cada vez mais difícil vê-la se apresentando para tantos homens, rebolando e se insinuando. Meus pensamentos foram interrompidos pelo barulho de uma cadeira caindo. Olhei ao redor procurando a origem do som quando vi um rapaz estranho se movimentando na direção do palco e algumas pessoas tentando impedir sua passagem. Logo, ele chegava ao seu destino, subindo e tentando agarrar minha menina, que se esquivava dele como podia. Vi vermelho na minha frente. Levantei-me e corri em direção a eles, juntamente com os seguranças que logo pegaram o rapaz, o tirando dali. Quando alcancei a Claire, a encontrei chorando muito.

- Shhh, calma. Venha, vamos sair daqui. – tirei-a do palco, levando-a pelos bastidores em direção ao quarto onde sempre ficávamos.

Minha menina não parava de chorar e se agarrar a minha camisa, como se eu fosse seu porto seguro. Chegamos ao quarto e a deitei na cama, cobrindo-a com o lençol e indo buscar água no frigobar que ficava ali mesmo no quarto.

- Querida, beba essa água e se acalme, por favor. – eu já estava desesperado. Não sabia mais o que fazer para acalmar minha menina. – Claire, fale comigo. Você se machucou? Ele conseguiu te machucar de alguma forma? – não poderia ter acontecido nada com ela. Se tivesse juro que iria atrás daquele homem até no inferno.

- Na... Não, eu tô... bem. – ela ainda chorava, mas podia ver que estava se acalmando aos poucos.

- Você conhece aquele homem? Sabe por que ele tentou te atacar no palco?

- Ele é um cliente. Vejo-o constantemente na boate e já o atendi uma vez nesse quarto. – ela falava nervosamente, como se tivesse escondendo alguma parte da história.

- Tem certeza que é só isso? Não entendo o motivo do ataque quando você estava se apresentando. – pedi, desconfiado.

- Não é nada, Edward. Ele devia estar bêbado. – Falou nervosamente.

- Claire, você pode confiar em mim. Me diga o que está acontecendo. Eu só quero entender para poder te ajudar. – assim que insisti minha menina voltou a chorar. Se eu tinha alguma dúvida de que tinha algo muito errado, nesse momento ela tinha se esvaído. – Confie em mim, eu juro que vou te ajudar.

- Ele é mesmo um cliente. – ela começou. – Sempre o vi em alguma mesa nas minhas apresentações e também teve esse dia que ele pagou por um encontro comigo aqui nesse quarto. – respirou fundo e continuou. – Não aconteceu nada demais. Ele só pediu uma dança, me elogiou e logo seu tempo acabou. Continuei vendo-o por aqui, mas ele nunca mais conseguiu algum encontro comigo desde que você começou a vir. – me mantive quieto, esperando mais detalhes. – Um dia, quando estava atrasada para uma aula na faculdade e comecei a correr, no caminho esbarrei em alguém e derrubei os livros que carregava. Abaixei-me para juntar todos novamente e a pessoa começou a me ajudar também. Quando estava com os livros nas mãos, levantei-me para agradecer e então pude ver quem era.

- Quem era? – perguntei, mas já sabendo a resposta.

- Era esse homem de hoje. – Bella respondeu.

A raiva que tinha adormecido voltou com força total.

- Rezei mentalmente para que ele não tivesse me reconhecido, mas era impossível essa possibilidade acontecer. A única coisa que muda quando coloco meus pés aqui é meu nome. Minha aparência é a mesma aqui ou lá fora. Ele se apresentou, disse que seu nome era James e perguntou se eu me lembrava dele. Tentei disfarçar, dizendo que não, mas ele continuou insistindo, dizendo de onde nos conhecíamos, falando que não conseguia deixar de vir e me ver, que eu era perfeita e que estava apaixonado por mim. – meu coração batia no mesmo ritmo que a intensidade da minha raiva. Minha vontade era encontrar esse tal James e acabar com ele. Claire é minha. Apenas eu sou apaixonado por ela. Voltei minha atenção para a história que ela continuava a contar. – A partir desse dia ele começou a me seguir em todos os lugares. Na faculdade, no meu caminho para casa e até na hora de vir ao trabalho. James me pedia para dar uma chance a ele, para eu largar tudo. Acreditei que com o tempo ele esqueceria, mas nada mudou e acho que hoje ele juntou forças e tentou me atacar no palco.

O silêncio tomou conta do espaço. Ainda não conseguia digerir toda essa história, sobre esse homem que só podia sofrer de algum problema psicológico. Como pode perseguir e atormentar a vida de uma pessoa com a desculpa de estar apaixonado? Quando amamos queremos o bem e a felicidade dessa pessoa. Fico pensando o que poderia ter acontecido se ele tentasse algo num local onde não tivesse pessoas para defender minha menina.

- Fale alguma coisa. Esse seu silêncio está me deixando nervosa. – ela pediu, voltando a chorar.

Não pensei em mais nada e a abracei. – Não precisa ficar nervosa. Só estava tentando colocar a cabeça em ordem, pensando em tudo que você me contou. Alguém mais sabe disso?

- Contei a Victória, mas ela disse que era besteira, que logo ele iria parar.

Se era possível, fiquei ainda mais transtornado. Como pode achar besteira o fato de alguém estar sendo perseguido? O acontecimento de hoje pelo menos serviu para mostrar a seriedade da situação.

- Certo. Então ninguém mais sabe? – Ela confirmou com a cabeça. – Acho que você deveria se trocar. Vou te levar em casa. Você precisa descansar e precisamos conversar sobre algumas coisas ainda, mas aqui não é o lugar. Tudo bem?

- Fico pronta em 10 minutos. Você me espera aqui? Preciso avisar a Victória também.

-Não se preocupe. Eu converso com Victória e te espero próximo ao bar. – ela assentiu e em seguida se dirigiu à porta.

Respirei fundo quando ela saiu, tentando me acalmar. Levantei-me e fui procurar por Victória. Ela estava em seu escritório, sentada, como se nada tivesse acontecido. Lembrei-me de que ela sabia que esse James perseguia minha menina e não fez nada.

- Victória, levarei Claire para casa. Ela está abalada com o que aconteceu, precisa descansar. Está trocando de roupa para irmos.

- Aquele maluco acabou com a noite. Depois da confusão, nenhuma das garotas se apresentou bem e os meus clientes foram quase todos embora. Tivemos um grande prejuízo.

Não consegui acreditar no que estava ouvindo. Ela só estava preocupada com o prejuízo que tivera hoje? Não se importava em saber como estava a minha menina, se ele a tinha machucado?

- Realmente não me preocupo com o seu prejuízo e ainda acho pouco pelo seu descaso quando Claire a informou que ele a estava perseguindo. Mas não irei gastar mais o meu tempo com você. Claire está indo embora agora e é só com ela que me preocupo neste momento.

Saí sem olhar para trás, mas a tempo de ouvir Victória resmungar. Contudo nada me importava. Desci as escadas e segui em direção ao bar. Claire logo apareceu, me levando a um corredor com a explicação de que sairíamos por uma porta lateral. A porta dava para um beco muito escuro, onde um cheiro horrível impregnava o ar. Seguimos em direção a rua principal.

Estávamos caminhando para sua casa, mas eu tinha a necessidade de ouvir sua voz. Lembrei que ainda não sabia o seu nome e achei que esta poderia ser uma ótima oportunidade. Não agüentava mais não saber o nome verdadeiro da minha menina. Queria poder chamá-la pelo seu nome, saber a sensação de finalmente tê-lo saindo dos meus lábios.

- Claire?

- Sim?

- Agora que você sabe que pode confiar em mim... - hesitei antes de continuar. – será que não mereço saber seu verdadeiro nome? – ela olhou-me incerta, então acrescentei. – Queria poder chamá-la pelo seu verdadeiro nome.

Ela sorriu tímida.

- Hmm... Acho que você merece mesmo saber meu nome. – A expectativa estava me deixando inquieto, ela percebeu e soltou risadinhas. Terminei rindo junto com ela. – Me chamo Isabella, mas minha família, antes do acidente, e agora os meus amigos da faculdade me chamam de Bella, e eu prefiro assim.

- Isabella, Bella. Seu nome é lindo, perfeito para você. – dei meu sorriso torto, Bella corou.

Estávamos chegando a uma rua com muitos prédios e Bella informou que era onde ficava seu apartamento. Seguimos em frente mais um pouco e paramos em frente a um prédio muito antigo. Olhei por um tempo a fachada, observando os detalhes. Era uma área pobre da cidade, o prédio tinha algumas rachaduras, a pintura já estava descascada e percebi que só existiam quatro andares nele.

Bella me cutucou e apontou para a entrada. – Vamos subir? Você disse que queria conversar mais algumas coisas comigo. – assenti e fomos para a entrada.

O interior do prédio não era diferente. Tudo muito velho, descascado, a escada fazia alguns barulhos estranhos quando pisávamos. Minha menina seguia a minha frente, chegando ao terceiro andar, onde ela seguiu em direção a uma porta, procurando por algo em sua bolsa. Logo presumi que era o apartamento que ela morava e que eram as suas chaves que procurava. Quando conseguiu encontrá-las, abriu a porta em seguida, me dando espaço para entrar. Deparei-me com uma sala pequena, com um sofá de 3 lugares, televisão e uma mesinha de apenas 2 lugares no canto.

- Senta, Edward. Você quer beber alguma coisa? Suco, café, água?

Fui em direção ao sofá e me sentei. – Não quero nada para beber, obrigado. Só gostaria de conversar mesmo. – Não sabia o que exatamente eu tanto queria conversar com Bella, mas tinha uma necessidade muito grande de falar, de ficar perto por mais um tempo, ter certeza que ela estava bem. Sei lá, quem sabe tentar convencê-la a denunciar James.

A quem estou querendo enganar?

- Certo. Então vamos conversar. – sorriu e veio sentar-se próximo a mim no sofá.

- Eu não sei por onde começar, na verdade eu não sei o que falar. – Bella me olhou sem entender nada. - Estou tentando me convencer que só quero saber se esta mesmo tudo bem, saber se você precisa de alguma coisa. – Estou divagando. – Sei que não estou fazendo o menor sentido para você.

- Realmente não está fazendo sentido. Por que você não começa novamente? – ela pediu.

Por que não conseguia falar o que estava sentindo?

Olhei para minha Bella e vi a doçura em seus olhos. Para que o medo? Por que não consigo me abrir?

Respirei fundo e encarei Bella.

- Estou perdidamente apaixonado por você. – Sua boca formou um "o" perfeito. – Sei que pode parecer inesperado para você, mas estava quase impossível guardar esse sentimento. Me apaixonei por você na primeira vez que te vi. Desde esse dia não parei mais de ir ao clube,indo somente para ver sua apresentação. – Eu olhava para minhas mãos, sem coragem de ver as reações de Bella. – Um dia juntei coragem para perguntar a Victória se existia algum tipo de sala privativa e então ela me explicou dos encontros no quarto, que você era a mais cara da casa e que eu poderia fazer qualquer coisa com você. Eu paguei, e depois daquela nossa primeira conversa minha paixão só aumentou. – Sorri de canto e continuei. – Vi o quanto você era esforçada, que só trabalhava lá para pagar a faculdade, vi o quanto era doce, amável. Sempre que vou para casa após nossos encontros só penso em você, Bella. Você não sai da minha cabeça um só minuto. – A encarei. Seu rosto era indecifrável. Queria tanto poder ler sua mente e saber como ela se sente. – Fale comigo Bella. Me diga o que você sente.

Ela não falou nada, só me encarou por um longo tempo.

- Me deixe cuidar de você. – Falei novamente. - Irei procurar um emprego melhor pra você, te levarei para um apartamento melhor. Nós não precisamos ficar juntos para isso, entendo que você não gosta de mim e...

Bella não me deixou terminar a frase. Encurtou a distância entre nós e me beijou. Um beijo cheio de carinho e adoração. Era lento, nossos lábios se tocavam com amor, pedi passagem com minha língua que foi dado de bom grado por Bella. Seu gosto era maravilhoso, não tinha com o que comparar. Quando nossos pulmões começaram a pedir por ar, nos separamos com singelos selinhos e mordiscadas. Encostei minha testa na dela e suspirei. Perfeito, era tudo que se passava em minha cabeça. Olhei para minha menina e ela tinha um pequeno sorriso no rosto.

- Sim. – Ela disse. Eu a olhei sem entender. – Sim, eu deixo você cuidar de mim. – Sorri largamente, espelhando o lindo sorriso de Bella. – Mas eu tenho uma condição.

- Qual? Faço qualquer coisa por você. Me diga e eu faço.

- Nós precisamos ficar juntos, porque eu também estou completamente apaixonada por você. Desde o nosso primeiro encontro privado no quarto do clube. – rimos juntos. – Eu não consigo mais ficar longe de você, Edward.

- Então não fique.

Nos beijamos novamente, apaixonadamente. Com a certeza de que juntos cuidaríamos um do outro para sempre.


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Notas finais do capítulo

Me digam se gostaram ou se devo esquecer totalmente essa história de escrever...
Se estiver bom já tenho um outtake pronto. rs
Beijos e comentem por favor...



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