Chances Ao Meu Novo Mundo escrita por Hawtrey


Capítulo 5
Finalmente o primeiro dia...


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pelas demora. Mas minha net tem escolha propria agora...



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LAYSE P.D.V ON

Dá pra acreditar que eu cheguei à Hogwarts há duas semanas e só hoje vou ter o meu privilegiado primeiro dia de aula!? Que desgraça... Eu e Ana tivemos que acordar CINCO HORAS DA MANHÃ! Isso só porque tínhamos que resolver algumas coisas em relação às aulas... De qualquer forma, quando acordei Lyane já não estava mais, me disseram que ela estava adiantada, nem liguei, ela é muito rancorosa e duvido que me queira por perto por um bom tempo, ainda mais se Ana estiver comigo. Que frescura!

Que seja! Agora aqui estou eu, já pronta e praticamente correndo pelos corredores junto com Ana e com um Snape mal humorado atrás de nós. Snape disse que não assistiremos às aulas que ocorrem depois do almoço, que sempre são Adivinhação ou Runas, porque não são necessárias, uma perca de tempo (na humilde opinião de Snape), portanto, logo depois eu devo estar na sala dele e Ana deve estar na sala de Dumbledore, porque ele é o mentor dela (ela é foda), perguntei à Snape se ele não tinha que dar alguma aula depois do almoço e sabe o que ele respondeu?

― Se tenho ou não, não importa a você. Cuide da sua vida e deixe a minha em paz.

Bem educado ele, não? #ironiasempre.

No café da manhã eu e Ana nos separamos porque ela foi selecionada para a Sonserina (pode uma coisa dessas!?) bom... ela é uma Lestrange, pra que outra casa ela iria?

Lá estava eu, sozinha, na mesa quase vazia da Grifinória, quando um certo moreno senta ao meu lado e uma dupla à minha frente.

― Ora, ora, ora... O trio de ouro veio me dar as boas-vindas, estou me sentindo honrada agora ― comentei rindo enquanto me servia.

Fala sério! Eu estava me segurando para não ataca-los! MEUS IDOLOS!

― Nem sei porque aceitei vim falar com você... ― comentou Rony meio emburrado.

― Porque sabe que sua mãe vai lhe dar uma bronca por ignorar uma pessoa só por causa de sua família ― respondi convicta.

― Como sabe disso? ― questionou ele pasmo ― Por que eu ignoraria você por causa do seu nome?

Hã? Eles perderam a memoria ou quê? Tão zoando com a minha cara?

― Está falando sério? ― desacreditei. Ele é tão lerdo assim? ― Que seja. O importante é que Molly Weasley é uma ótima pessoa, a decepcione e eu decepo você.

― Então você sabe mesmo a nossa história!?

― Naaaoooo! Quê isso! ― ironizei fazendo Hermione e Harry rirem.

Dei um pulo quando o maldito Snape jogou na minha frente os meus horários.

― Muito obrigada ― agradeci sarcástica, recebendo um olhar mortal dele.

― Caso não saiba, o seu olhar não tem a fabulosa capacidade de matar alguém ― provoquei irritada ― Portanto, pode me olhar assim quantas vezes quiser, vou ignora-lo sempre.

― Garota impertinente ― disse o professor afastando-se.

― Morcego seboso ― rebati, mas infelizmente ele não ouviu.

― Não gosta do professor Snape? ― quis saber Hermione.

― Estou começando a não suporta-lo mais... ― respondi.

― Bem-vindo ao clube “Não suportamos o Snape” ― disse Rony já com a boca cheia.

― Eu realmente não sei o que diabos aconteceu ― revelei confusa ― Eu sempre admirei Snape, agora eu o admiro e o odeio ao mesmo tempo... Nossa, eu mesma não me entendo. Por que tudo tem que ser tão complicado!?

― Quer nossa ajuda? ― sugeriu Harry.

― Ainda pergunta? Como acha que vou sobreviver nesse mundo sem a grande ajuda de Harry Potter, Hermione Granger e Ronald Weasley? ― brinquei.

*

— Transfiguração é uma área muito nobre da magia, por isso é necessária na maioria dos testes que irão fazer futuramente ― começou a professora McGonagoll ― Vocês estão no quinto ano e é inaceitável que não saibam ao menos transfigurar seres inanimados! Portanto, vocês terão uma semana para treinar o necessário e na semana que vem teremos um teste prático e não admito falhas!

Todo esse discurso da professora Minerva estava sendo feito porque todos que ela pediu para transfigurar um livro em uma pena, não tiveram sucesso. E eu aqui tentando me esconder para não piorar as coisas...

― Srta. Snape? ― chamou ela me procurando pela sala.

Ah que droga!

Todos, corvinais e grifinórios, começaram a procurar pela sala, porque além de tudo, ninguém ali sabia que eu e Lyane éramos filhas do Snape.

― Srta. Snape venha aqui na frente e faça uma demonstração ― chamou ela mais uma vez.

Será que ela não lembra que hoje é meu primeiro dia!?

Tremendo e chamando muita atenção, levantei-me e fui ficar a frente de todos.

― Transforme esse livro em uma pena, srta. Snape ― ordenou a professora ― Caso consiga, darei trinta pontos à Grifinória.

Ai meu Deus!

― Mas professora... ― tentei meio que gaguejando ― É o meu primeiro dia aqui e-

― Sei que você é capaz ― confirmou Minerva veementemente.

Engoli em seco. Peguei minha varinha branca (só mais um detalhe que chama a atenção né?) e mirei o livro sobre a mesa.

Concentre-se Layse. Você consegue.

― Meus parabéns, srta. Snape ― comemorou a professora quando o livro diminuiu e transformou-se em uma pena branca ― Trinta pontos para a Grifinória!

Como foi que eu consegui fazer isso mesmo hein?

*

― Você é filha do Snape!? ― exclamou Harry ao meu lado.

― Harry... fique calmo, Lays deve ter um bom motivo para não ter nos contado, né Layse? ― questionou Rony apreensivo. Seus olhos diziam claramente: é bom que tenha um bom motivo!

Que ousadia dele...

― Não só um, mais sim três motivos, Ronald Weasley ― comecei séria o que fez o trio me encarar confuso ― Primeiro: não achei que isso fosse tão importante assim; segundo: com certeza iriam tirar conclusões sobre mim apenas com esse detalhe e terceiro: comecei a falar com vocês essa manhã e não tenho obrigação alguma de dar satisfações à vocês sobre isso!

Dizendo isso, apenas dei as costas à eles, não estava a fim de ter raiva logo no primeiro dia e logo com eles... Meu ano não pode ser tão ruim assim né?

*

Como dito nos livros e bem mostrado nos filmes, o almoço é realmente delicioso, que me desculpem os Chef’s franceses, mas essa comida aqui bate qualquer um.

― Layse ― chamou Hermione sentando ao meu lado e colocando seus livros sobre a mesa ― Queremos falar com você...

― Queremos? ― eu não estou ficando cega... só há ela ali.

― Sim, queremos ― confirmou Harry sentando ao meu lado e Rony sentando a minha frente.

― Nunca pensei que fosse dizer isso à uma garota que conheci em poucas horas... mas me desculpe, fui idiota ― pediu Rony cabisbaixo, repentinamente ele levantou a cabeça, assustado ― Que feitiço usou em mim!?

Apenas ri, apesar de ser um completo idiota, Rony pode fazer uma pessoa se sentir bem.

― Posso te fazer companhia? ― perguntou Ana já sentando ao meu lado.

― O que faz aqui? ― perguntou Rony de forma rude.

― Olha como fala Rony, ela é minha irmã ― repreendi.

― Irmã?! ― exclamaram eles em uníssono.

― Snape tem três filhas!? ― sussurrou Hermione horrorizada.

Merda!

― Foi você que contou... ― sussurrou Ana querendo fugir da culpa ― Olha gente, muita calma nessa hora, Layse, vai contar tudo.

Arregalei os olhos pra ela e lhe dei um tapa na cabeça. Idiota.

― Somente eu e Lyane somos filhas de Snape, Ana é minha irmã por parte de mãe.

― E quem é sua mãe? ― questionou Harry curioso.

Com certeza eles estavam pensando quem poderia ser a mulher doida que teve três filhas com o Snape.

― Bellatriz Lestrange ― respondi num suspiro.

― O QUÊ!?

― Acalmem-se por Merlin! ― pediu Ana.

― Srta. Snape, srta. Lestrange ― chamou a professora Minerva da mesa principal.

Por que ela insiste em dizer tais nomes em publico.

― Sim professora? ― dissemos ao nos aproximar da mesma.

― Faltam apenas cinco minutos para o término do almoço ― avisou ela indiferente.

― Ai meu Deus, Snape! ― apenas peguei minhas coisas e sai correndo rumo às Masmorras, se eu me atrasar Snape vai acabar comigo.

Quando cheguei a sua sala a porta já estava aberta e ele já me esperava impacientemente no local.

― Está atrasada.

Como assim?!

 ― Entre antes que eu desista de ficar em sua companhia.

Como ele é um pai maravilhoso ne?

Sentei na cadeira que ele indicou e ele sentou na outra, defronte a mim. Somente a mesa nos separava, ou melhor, somente a mesa me separava de chegar até àquele pálido pescoço e esmaga-lo até que aquele morcegão ir embora e deixar somente o Severo que eu sabia que existia. Resmunguei baixinho. Provavelmente ele me mataria antes disso, mas não custava nada tentar ne?

― Pensamentos banais? ― questionou ele cruzando os braços.

Cruzei os braços também e disse:

― Por que não invade minha mente e descobre se são ou não pensamentos banais?

― Permitiria que eu invadisse sua mente?

― E desde quando você precisa da permissão de alguém?

Ele suspirou, provavelmente estava impaciente e eu apenas estava me divertindo.

― O Chapéu Seletor disse que você uma mente semelhante à minha. Então provavelmente está pensando em algum tipo de vingança ou está apenas se divertindo com essa situação.

Ele é bom...

― Que situação?

Ele suspirou novamente, agora massageando as têmporas. Segurei-me para não rir. Ele curvou-se, colocando suas mãos entrelaçadas sobre a mesa.

  ― Não pense que só porque você e sua irmã vieram para Hogwarts, que eu vou me transformar em um bom e carinhoso pai. Jamais serei isso.

― E eu jamais esperei isso ― mas, tinha esperanças ― Sei tanto quanto você, que seu orgulho em ser o temido professor é grande o suficiente para manter essa mascará de carrancudo que está usando agora. Conheço você Severo. Sei que você é tolo o suficiente para achar que ninguém mais, em exceção de Dumbledore, sabe o bom ser humano que você guarda a sete chaves dentro de si mesmo.

― Esse dito ser humano bom já morreu há muito tempo ― ele levantou-se ― Eu sou o que você está vendo, não escondo nada! E ninguém, muito menos você, sabe o que se passa na minha mente e principalmente na minha vida!

Ele ficou tão furioso que nem percebeu que eu o chamei pelo primeiro nome e que não o chamei de senhor e sim você.

― Ah não? ― desacreditei irônica ― Ótimo! Então você não se culpa todos os dias pela morte de Lilian Evans? Não odeia Harry Potter simplesmente por lembrar muito o pai? Não considera Dumbledore um pai!?

― Isso não interessa! ― exclamou ele jogando um copo na parede, fazendo o som dos estilhaços sendo quebrados ecoar, provavelmente, por todo o corredor ― Pelo menos finja que é uma Snape e comporte-se como tal!

― E qual é a diferença? Vou ter que quebrar copos também? ― perguntei sarcástica e calma ― Estou vendo como um Snape consegue manter a calma.

― Não me faça perder a paciência... ― disse ele entredentes enquanto voltava a se sentar.

― E nesse momento, você ainda sabe o significado da palavra paciência? ― eu sabia que só estava piorando as coisas. Mas eu sabia que, de que qualquer maneira, ele não seria bonzinho comigo, então estou me adiantando um pouco.

O silêncio estalou-se pela sala. Ficamos apenas no encarando, negro no negro, sem nem ao menos piscar. Longos minutos passaram-se. Nem sei como estou conseguindo...

― Então? ― chamei ― Vai ficar tentando me matar apenas com o olhar ou vai pensar logo num assunto para tentarmos conversar? Você é o adulto maduro aqui e ainda temos cerca de meia hora sozinhos.

― Conte-me sobre você... sobre sua personalidade ― pediu em um tom de voz divertido.

― Sou chata, irritante, teimosa, cabeça dura, orgulhosa, intrometida, adoro perturbar os outros, nunca perco uma briga e nunca me verá fugir de uma, penso bastante, sou vingativa e tenho uma língua muito afiada... exatamente como você.

Ele fechou a cara.

― Mas não sabe exatamente o que dizer para uma pessoa explodir...

― Duvidas de mim? ― perguntei arqueando uma sobrancelha.

― Com certeza ― confirmou ele.

Levantei-me, pigarreei, coloquei minhas mãos sobre a mesa, aproximei-me dele e falei da forma mais acusatória e convincente que consegui:

― Você é o pior tipo de homem que já vi. Não passa de um velho morcego que se esconde nessa masmorra fria. Covarde. Traidor. Assassino de-

Não houve tempo de terminar, em um movimento brusco ele levantou-se e agarrou meu pescoço, aproximou meu rosto do dele.

― Sei que disse essas coisas somente para provar sua tese ― sua voz era baixa e letal, poderia ser a voz de alguém muito cruel ― Mas nada nesse mundo pode permitir que você, uma aluna qualquer, possa me julgar. Não quero você me atrapalhando, não quero você me importunando com questões que só você acha importante, não quero você dizendo que me conhece, pois não me conhece e não sabe do que sou capaz. Você pode saber do futuro, pode conhecer essa historia, mas nada lhe dá a certeza sobre a minha vida. O futuro é incerto assim como o rumo de uma vida qualquer. Se está pensando que vou ser ao menos um pouco mais educado com você, pode esquecer. Isso não inclui sua irmã, pelo o que vi nesses dias, ela é uma legitima Sonserina, tornou-se amiga de Draco. Sabe o que isso significa? ― eu já não conseguia respirar muito bem, mas não me importava com a resposta ― Que ela tem mais mente que você, ela merece minha atenção porque sei que tenho uma chance de me orgulhar dela...

Ele me soltou ao mesmo tempo em que me empurrava, acabei caindo no chão. Não consegui segurar as lagrimas, deixou-as cair sem qualquer vergonha.

― Pelo visto não se parece tanto comigo... ― comentou ele com ironia ― Mal consegue segurar as lagrimas diante de fracas situações.

Mesmo triste, não pude esquecer o quanto eu queria enfrentar ele.

Olhei para o chão e vi uma pequena poça de sangue se formar, foi quando percebi que havia um feio corte na minha mão, feito por um dos grandes estilhaços de vidro do copo que ele havia quebrado.

Ele olhou da poça para mim, mas eu não deixei que falasse nada, apenas me levantei e veementemente decretei:

― Tudo bem professor Snape, se quer que eu seja igual ao senhor, tudo bem, se assim deseja, então assim será. Talvez eu seja até pior.

Peguei minhas coisas e abandonei o local sem dizer mais nada.

Tá, eu continuou admirando-o, eu sou idiota, admito. Mas bem que ele podia ter deixado de me comparar a Lyane ne? Podia mesmo. Odeio quando me comparam a ela! Ela sempre é a mais engraçada, a mais popular, a mais legal, a mais corajosa, a mais impertinente, a mais intrometida na aula. Porra! Por acaso vão morrer se olharem para mim sem lembrarem dela!? Ou quanto ela é maravilhosa!? Isso tudo é muito chato.

Mas tá. Ok. Se ele quer que eu seja que nem ele, tudo bem. É claro que eu não vou ser arrogante com todo mundo ou algo desse tipo, mas vou fazer o possível para me assemelhar ao máximo! E se prefere a Lyane, tudo bem. Não me sinto feliz com isso, mas digamos que já estou acostumada. E não vou me jogar da torre por causa disso. Posso chorar um pouco mais tarde, mas não na frente de todo mundo ne? Mas é normal alguém se sentir triste por causa disso, não é?

Ah droga! Estou me complicando toda!

Minha mão ainda sangrava bastante, mas não liguei. Não vou morrer por causa disso. Apenas peguei um pano de dentro da minha bolsa e tentei estancar o sangue, mas não parecia ter muito efeito.

— Sozinha? Onde está seus amigos, Layse? 

Só pode ser brincadeira...

— Pansy... o que quer? — perguntei com a voz entediante.

Virei-me para ela e assim percebi que estava acompanhada por mais duas amiguinhas.

— Ora, ora, ora... está sangrando? — zoou ela sarcástica — Pelo visto mais alguém odeia você.

— Ah claro. Isso já é normal — respondi no mesmo tom.

— Não devia estar em aula, srta. Parkinson? — questionou Snape aparecendo ao meu lado.

— Só estávamos de passagem, professor — respondeu Pansy sem graça.

— Estavam, agora já podem ir — ordenou ele rude.

As garotas acenaram rapidamente e se retiraram.

— Volte para a minha sala — ordenou ele já começando a andar.

Até parece.

— Não estou a fim — neguei fazendo-o parar e me encarar.

— Volte para a minha sala, é uma ordem — insistiu ele impaciente.

— Para cortar minha outra mão também? Não obrigada — teimei dando as costas para ele.

Sentir ele segurar meu braço e me puxar.

— O que pensa que está fazendo? — exasperei tentando me soltar — Não pode me forçar a ficar naquela sala!

— Posso força-la a qualquer coisa, sou o seu pai.

— Ah... agora você é o meu pai? — questionei sarcástica.

Ele me empurrou para dentro da sala, trancou a porta e lançou um feitiço sobre ela. É agora que vou morrer...

— Qual é o seu problema? — questionou suspirando — Decida-se sobre o que quer!

— Qual é o seu problema? — corrigi irritada empurrando-o contra a parede — Você dá um discurso sobre como devo me comportar. Praticamente joga na minha cara que não me quer como filha e pior: ainda me compara com a Lyane! Decida-se você!

— Escute-

— Calado que eu ainda não terminei — interrompi — Você é o pior pai que já conheci, perdendo apenas para o meu pai adotivo, não digo isso para machuca-lo, digo somente a verdade e conhece a verdade. E vou deixar bem claro: você é um idiota, irritante, teimoso, seboso, chato, covarde e muito mais, é um homem cheio de defeitos. Mas também é meu pai e mesmo que não fosse, nada mudaria, eu o admiro e respeito, no entanto, nada nesse mundo me fará aguentar as feridas formadas por suas palavras. Portanto, decida-se Severo Snape, decida quem vai ser comigo. Qual mascara vai usar?

Novamente o silencio tomou conta. Eu respirava com dificuldade e minha mão doía mais ainda.

Então uma batida na porta nos fez pular de susto.

— Posso entrar, Severo? — era voz do diretor Dumbledore.

— Não — negou Snape sem tirar os olhos de mim.

— Sim, pode entrar diretor — repliquei com a voz controlada.

Snape revirou os olhos e sentou em sua cadeira, bufando.

Dumbledore não entrou sozinho, logo atrás dele estava Ana.

Snape levantou-se abruptamente e entrou em seu laboratório.

— Algum problema, srta. Snape? — questionou o diretor.

— Acho melhor me chamar apenas de Layse, vai deixar o seboso ali mais feliz — avisei desabando em uma cadeira.

— O que houve com sua mão!? — assustou-se Ana correndo ao meu encontro.

— Deixe que eu cuido disso — avisou Snape voltando com uma caixa em mãos.

Ele pegou uma cadeira e sentou-se ao meu lado, puxou meu braço. Com um aceno de varinha estancou o sangue, então, manualmente, passou uma poção sobre o ferimento e enfaixou.

— Não precisa de pontos. Mas se voltar a sangrar, volte comigo — avisou ele suavemente.

— Obrigada... — agradeci hesitante.

Espera... Ele não é vampiro? Como conseguiu se controlar?

“O lugar me parecia familiar... um campo vasto, coberto pela grama verde. O vento estava forte, fazendo folhas secas voarem. Bem perto havia uma única árvore, grande e dali saiam as folhas secas.  Encostada a ela estava  Severo Snape olhando o horizonte, quando me viu, seus olhos arregalaram-se.

O que está fazendo aqui? questionou exaltado.

Olhei para trás a procura de mais alguma pessoa, mas havia só eu e ele ali.

Na verdade não sei. E você?

Você veio me matar, não veio?

Por que eu faria isso?

Ora, não se faça de fingida! Isso não serve comigo! ele deu um passo a frente e sacou a varinha Você é vampira por causa, tornou-se amiga de todos, jurou fidelidade a Dumbledore e traiu todos nós! Traidora! Assassina!

Recuei com as acusações. Eu não estava entendo nada do que estava acontecendo.

Mate-o... essa é a ordem... Mate-o uma voz sibilante ecoou entre nós.

O que está esperando? Faça!

Só então percebi que ele olhava em minha direção, mas não olhava para mim.

Atrás de mim surgiu uma cópia minha mais velha. Com a varinha em mãos e lagrimas nos olhos que tentava esconder, minha versão mais velha aproximou-se de Snape.

Desculpe pai-

Não me chame de pai! interrompeu ele furioso Você não é minha filha!

Lagrimas rolaram pelo rosto dela e pelo meu também. Por que isso estava acontecendo? Por que eu estava vendo isso?

Não espere mais... Mate-o. Isso é uma ordem ordenou a voz que reconheci sendo de Voldemort.

Quase aos soluços ela ergueu a varinha e apontou para Snape.

Posso escutar suas últimas palavras? questionou ele sério e irônico.

Ela mostrou uma faca prateada e disse:

Eu sempre o amei, pai... em seguida cravou a faca em seu peito.

Sufoquei um grito de pavor. Saindo do transe, Snape correu para o corpo de inerte daquela que futuramente será eu.

Por que fez isso? quis saber Snape num sussurro.

Porque é assim que tem que ser...

— Ah meu Merlin! — exclamei me afastando de Snape.

Ana arfava. Com certeza ela também viu o mesmo que acabei de ver.

— O que foi isso? — questionei confusa.

— O que foi o que? — questionou Snape desconfiado.

Olhei para Ana pedindo explicações. Ainda assustada, ela chamou:

— Temos que falar com Cedrico, agora. 


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