Chances Ao Meu Novo Mundo escrita por Hawtrey


Capítulo 11
Delírios parte II


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pela demora pessoal, mas agora vou entrar de ferias e vai melhorar muito =D



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Layse abriu os olhos e logo estranhou a claridade, mesmo esta sendo mínima. Sentou-se com certa dificuldade, mas não ligou, só queria sair daquela cama o mais rápido possível. Não lembrava como fora parar ali, mas pelos discretos detalhes sabia que aquele quarto pertencia a Severo Snape, seu pai. Ele é seu pai, não é? Por que tudo lhe parecia tão estranho? Sua visão estava lenta e por vezes turva e sua mente estranhamente pervertida e divertida. Riu ao pensar nisso e logo depois parou, do que estava rindo mesmo? Ela precisava sair daquela cama, daquele quarto, daquelas Masmorras. Estava estranhamente abafado ali, estaria mesmo nas Masmorras? Bom, Severo Snape não moraria na Torre de Astronomia. Uma nova risada sem motivo para ela.

Não andou pelo quarto ou mesmo olhou ao redor, duas coisas que faria se estivesse em seu estado normal. Mas ela não estava e sabia disso, não pela sua visão estranha ou pelos pensamentos impróprios que rondavam sua mente, ou pelas risadas sem motivo, e sim porque acordara na cama de Severo Snape. Ele não a levaria ali se ela não tivesse, no mínimo, batido a cabeça. E talvez tenha acontecido isso mesmo...

— Se eu soubesse que passar cinco minutos fora faria você levantar - reclamou Snape entrando no cômodo e colocando um copo sobre a mesinha de cabeceira - eu teria feito antes.

Layse virou-se abruptamente e encarou seu pai.

— O que aconteceu?

— Não lembra? - ele questionou estranhando o olhar da garota.

— E do que eu deveria lembrar?

Snape se aproximou cautelosamente da filha e constatou que ela ainda ardia em febre.

— Ainda esta delirando...

— Cala a boca — respondeu Layse sorrindo — Estou lúcida suficiente para concluir que vocês finalmente estão juntos.

Snape a fitou confuso, ate seguir seu olhar e perceber que ela fitava Belatriz, que acabara de entrar.

— A febre não abaixa e os delírios não somem — concluiu a bruxa previamente — Acho que esta na hora de procurar um especialista, Severo.

— Especialista? — Layse recuou.

— Sou perfeitamente capaz de cuidar dela, obrigado — o mestre retorquiu, sarcástico.

Belatriz revirou os olhos e suspirou. Teimoso...

— Não estou julgando você como incapaz, mas fez tudo o que podia e nada resolveu. Não é preciso ser um gênio para perceber que ela precisa de um especialista na área.

— Ela está bem! — insistiu Snape impaciente.

— É mesmo? — disse Belatriz sarcástica — Então onde ela está?

Snape rapidamente olhou ao redor, exceto por ele e Belatriz, o quarto estava vazio. Layse não estava mais naqueles aposentos.

***

Layse cambaleava pelos corredores, não tinha um rumo certo, mas não queria ter mesmo. Olhou ao redor: corredor vazio, silêncio. Era tudo o que precisava naquela hora, ou talvez não. Encostou-se a parede e deixou-se cair no chão... precisava respirar fundo, clarear sua mente, ficar quieta. Mas ela não queria e nem podia fazer nada disso. Mas o que faria?

— Ora, ora, ora... Snape. Sozinha e indefesa nas Masmorras? — aquele era Draco Malfoy, que por sinal também estava sozinho.

— Você também está sozinho — implicou Layse rindo;

— Pelo menos eu não estou bêbado — zombou ele se aproximando.

E naquele momento Layse percebeu que a presença dele não era bom sinal. Observou ele se aproximando, o cabelo bagunçado, o sorriso que estava entre o sedutor e safado e o olhar que o acompanhava nesse caminho. E então teve certeza de que Merlin estava brincando com ela. Porque ela não gostava do Malfoy. Não podia gostar! Mas ali estava ele, praticamente desfilando na sua frente, implicando e zombando, e tudo o que ela conseguia pensar era: como ele pode ser tão lindo? Puta merda!

— Sem fala Snape? — era ele zombando mais uma vez — Eu sei o quanto sou lindo, não precisa babar.

E soltou mais um daquele mesmo sorriso. Layse tremeu internamente e, ainda sentada, fitou o loiro de forma descrente. Não devia estar pensando esse tipo de coisa insana logo com ele. E o problema não era que estava ali um Sonserino e sim que aquele Sonserino. Ela já não tinha azar suficiente? Merlin tinha que colocar logo Draco Malfoy na sua frente hoje?

— Snape? — Malfoy verificou passando a mão na frente dos olhos de Layse, nem por um segundo desgrudaram dos seus — Quantos whisky’s você bebeu?

— Eu não estou bêbada — disse, levantando-se abruptamente, fazendo-o recuar assustado.

— Não parece... — ele contrariou cauteloso.

Layse o fitou novamente... o sorriso e o brilho no olhar continuava ali, respirou fundo e inconscientemente deu um passo em direção a ele.

— Talvez tenha razão Malfoy... — algo no tom de voz de Layse fez Malfoy encara-la mais atentamente. Podia ver ali um tom sedutor ou estava imaginando coisas?

— Tenho? — ele questionou já sabendo a resposta, somente para ouvir aquele tom novamente.

— Talvez sim... — sim, ali estava o tom sedutor e único. Será que ele percebeu o quão intenso era o olhar que lançava a ela naquele momento?

— Algum problema sr. Malfoy? — sim, ali estava aquele maldito sorriso dele. Será que ela percebeu o efeito que sua voz causava nele ou se prendeu no sorriso?

E o loiro não respondeu. Aquela voz ainda ecoava na mente, como um canto de uma sereia. É isso mesmo, ele estava encantado. E algo na sua mente, lá no fundo, gritava o quanto isso era patético. Mas algo bem maior e mais forte o fazia ignorar completamente esse grito, algo que não conhecia.

— Sem fala? — Layse não segurou o tom zombeteiro e sorriu de lado.

Malfoy a fitou com curiosidade. Reparou no sorriso de lado e no brilho do olhar, conhecia-os muito bem, pertencia a ele.

— Acho que não passou tanto tempo comigo Snape — ele implicou se aproximando novamente — Mas me imita muito bem...

Layse não conseguia desviar os olhos de Draco, talvez não percebesse, mas ele estava cada vez mais próximo. Ela não queria pensar se estava agindo certo ou não, e muito menos nas consequências. Na verdade não conseguia pensar em nada especifico naquele momento. E foi assim sem pensar, ou avisar, que agarrou o pulso do Malfoy e o arrastou até a primeira sala vazia que encontrou. Em nenhum momento ele reclamou ou hesitou, afinal, por que faria isso?

Antes que ele notasse, a garota havia trancado a porta com um feitiço e o empurrado contra a parede, prensando seu corpo no dele. Layse percebeu que uma das mãos dele fora imediatamente pressionar a cintura dela, enquanto a outra puxava sua cabeça para mais próximo.

Tudo o que sentiram durante esses singelos toques não foi nada comparado ao que sentiram quando seus lábios se tocaram. Layse não havia planejado nada assim e Draco não esperava nada parecido.

Mas quem disse que eles pensaram em acabar com aquele momento?

***

Ela revirou-se e demorou a se dar contra de que não estava deitada em uma cama, mas sim em um chão frio. Estava tudo calmo, mas a mão em sua cintura a despertou completamente. Layse segurou o impulso de gritar ou virar-se para ver o invasor. Então respirou fundo e bem lentamente, virou-se. Ao ver madeixas loiras bagunçadas, subitamente lembrou-se da noite anterior e, esquecendo-se de manter a calma, tocou o próprio corpo. Respirou aliviada, sim, ainda estava usando suas roupas, mas fechou os olhos, descrente, ao perceber que sua blusa estava completamente desabotoada, sua saia torta, seus sapatos e suas meias estavam bem longe.

Respirou fundo mais uma vez.

Primeiro pensou na confusão que seu pai faria só por ver aquela cena, naturalmente, pensaria o pior. Depois, teve certeza de que ele caçaria Malfoy até o inferno se preciso. Mas esquecendo desses fatos óbvios, concluiu que gostara da situação, ou mais que isso. Fitou o loiro que ainda dormia, e percebeu que ainda sim ele continuava lindo, ironicamente angelical, mas lindo.

Sorriu e beijou os lábios dele, adorando aquela sensação. Draco se mexeu e piscou algumas vezes, atordoado. Layse pensou que essa seria a hora que o garoto recuaria, arrependido. Em vez disso viu um sorriso sincero nos lábios dele que se inclinou para um beijo mais demorado.

— Pensei que acordaria sozinho — confessou se afastando.

— Não estou arrependida, se é isso que quer saber — cortou Layse — Pensei nisso por um momento, mas logo depois vi que era inútil. Eu adorei essa noite.

Draco sorriu suavemente.

— Eu não me arrependo nem por um momento.

— Então devemos nos apressar e sair daqui — avisou Layse enquanto se levantava e fechava a blusa.

— Por que? — ele a olhou confuso.

— Porque se Snape nos pegar você vai se arrepender pelo resto da vida.

Ele arregalou os olhos.

— Seu pai. Snape.

— Sim , ele é meu pai, lembra? — confirmou rindo da reação dele.

Draco levantou-se abruptamente e começou a ajeitar suas roupas da maneira mais rápida que conseguiu. Será que ele percebeu que sua camisa está abotoada de forma errada e que estava tentando colocar o sapato do lado esquerdo no lado direito? Bem, Layse percebera, mas estava mais satisfeita rindo da situação.

— Fique calmo... — pediu serenamente, aproximando-se do garoto.

Tentou ignorar o que ainda estava se formando, mas que já a deixava animada demais. Levemente passou a mão no abdômen dele enquanto abotoava cada botão calmamente. Sempre com seus olhos grudados nos dele e ciente do que estava causando naquela mente e talvez no corpo.

— Precisamos ir — ele disse tocando o rosto dela carinhosamente.

— Eu sei — Layse respondeu enquanto depositava um selinho perto da boca dele.

***

Layse entrou no dormitório correndo. Precisava fazer seu melhor tempo para se arrumar e estar na sala do Snape. Já estava atrasada mais de cinco minutos e ele é pontual! Snape a mataria...

— Onde estava?

A garota paralisou. Maldita voz, maldita hora. Como entrara ali e não percebera que Snape estava sentado na poltrona de frente para a porta principal?

— Como entrou aqui? — perguntou assustada.

— Eu fiz uma pergunta primeiro — ele retorquiu enquanto levantava.

Ela percebeu a raiva contida em sua voz.

— Eu estava na biblioteca, no fundo — respondeu rapidamente.

Recuou ao perceber o brilho mortal em seu olhar. Ele rebateu entredentes

— Eu e seus amigos procuramos por você o dia todo e em todos os lugares — aproximou-se vagarosamente, ameaçador — E durante a noite eu mesmo procurei por todo esse castelo, cada corredor, cada sala, cada passagem secreta. E sabe o que é curioso? Dentre todas as salas, somente uma estava trancada e nessa mesma sala eu escutei vozes e entre elas estava justamente a sua.

Layse encostou-se na parede e engoliu em seco.

Estou ferrada, estou ferrada!

— Me dê um motivo para não acabar com a raça do Malfoy — ele rosnou a encarando.

— Não... não aconteceu nada — ela rebateu hesitante.

— E quem disse que preciso esperar algo acontecer? O objetivo é não deixar nada acontecer.

Snape se aproximou ainda mais e se abaixou um pouco para encará-la melhor.

— A partir de hoje você vai cumprir detenções comigo todas as noites depois do jantar — ele anunciou, e quando ela abriu a boca para rebater, continuou — Não quero reclamações, não quero atrasos e, principalmente, não quero que isso aconteça de novo.

Ela ouviu a porta bater e escorregou pela parede até cair no chão, soltando o ar dos pulmões.

— Meu Merlin...

***

A expressão furiosa de Snape ainda estava em sua mente quando ela enviou um bilhete para Malfoy, pedindo para que ele a encontrasse na Sala Precisa na hora marcada. E agora estava esperando o loiro enquanto tentava engolir o cacho que uvas que roubara da cozinha.

— O que quer comigo?

Layse se sobressaltou, deixando o cacho cair. O fuzilou com o olhar.

— Oi pra você também doninha.

Ela mal se virou quando foi surpreendida por um beijo dele, não era um selinho, era um beijo. Ela não estava delirando e ele não estava se aproveitando da situação, ambos estavam conscientes do ato e exatamente por isso Layse correspondeu, tocou levemente o ombro dele enquanto o mesmo a puxava pela cintura. Era uma sensação incrível para ela, muito melhor do que o primeiro beijo que tiveram naquela noite.

Separaram-se apenas quando o ar foi extremamente necessário. Ela fitou aqueles quase azuis e enxergou sinceridade, carinho e algo mais que nem ele devia saber o que era, mas tudo parecia tão claro, parecia um livro aberto.

— Meu pai quer matar você... — disse suavemente para não assustá-lo.

— Eu sei.

Surpreendeu-se com a calma que ele respondera, uma tranquilidade que não esperava. Recuou minimamente sem sair dos braços dele.

— Sabe? E por que não se mudou para o Japão ainda?

Malfoy riu e deu mais um selinho nela, respondendo:

— Não quero fugir.

— O quê?

Ela odiou sair dos braços dele, mas a situação já estava ficando estranha demais. O que ele queria dizer?

— Eu não consigo parar de pensar em você. Isso é horrível para mim — Malfoy admitiu enfiando as mãos nos bolsos de modo nervoso. Ele estava nervoso — Nunca... eu nunca pensei em uma garota assim, elas sempre foram passageiras para mim, nada além de distrações. Mas você... com você foi diferente, não rolou nada entre a gente além de beijos e mesmo assim eu não conseguir parar de pensar em você.

O silencio reinou por um tempo. Eu realmente não sabia o que dizer e nem onde ele queria chegar. Como eu poderia dizer que ele causou o mesmo efeito em mim?

— Não passou muito tempo, talvez você-

Ele fez uma careta e negou rapidamente, interrompendo-me:

— Não, não. Eu me conheço Layse.

— E o que quer?

Malfoy se aproximou dela rapidamente e a segurou pelos braços.

— O que eu quero? Eu quero... — gaguejou e em seguida respirou fundo — Quer namorar comigo?


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Notas finais do capítulo

Capitulo bem rapido. O que acharam.