Diário De Um Nerd escrita por KelBumBi


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

A fic vai ser pequena. Máximo uns 3 capítulos :)



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Era um dia comum. Férias de verão, o céu nublado, Spencer acampando com Gibby e Meião. Carly pediu para que eu ficasse no apê com ela e eu aceitei; por isso eu me encontrava esparramada no sofá dos Shay´s, esperando a minha amiga terminar de fazer a pipoca, para podermos assistir ao filme, finalmente. Nada de diferente.

 

— Cadê o Nerd? — perguntei irritadiça. — Já era pra ele estar aqui à meia hora.

 

— Não sei, ele nunca foi de atrasar.— respondeu Carly, concentrada na pipoca. — Marcamos às 3 horas o filme, e até agora ele não chegou...

 

— Não?! Sério?! — debochei com sarcasmo, levantando-me do sofá.

 

— Onde você vai? — ela perguntou, olhando na minha direção depois de ouvir a porta abrir.

 

— Buscar o Nerd, oras. — respondi como se fosse óbvio a resposta.
 
Fechei a porta atrás de mim com brusquidão, um fraco “não o machuque” na voz da Carly saiu abafado pela madeira, o qual ignorei olimpamente.

 

Dei quatros passos a mais e bati na porta à minha frente, esperando que o Nerdelho, ou sua mãe neurótica, atendessem. No entanto, nada aconteceu. Bati outra vez a porta, e outra, e mais outra somando três batidas, mas ninguém deu as caras.

 

Impaciente como sou desde nascida, peguei meu grampo e arrombei a fechadura do 8B, seguindo direto para o quarto do bobalhão.

 

A cama estava bagunçada, aparentemente alguém ficou deitado sobre ela por um bom tempo. Os aparelhos de nerd do Freddie estavam todos desligados e o quarto vazio.

 

Um mistério.

 

Onde Freddie estava? Por que ele ainda não tinha ido à Carly?

 

Eu não o via desde a noite de ontem, já estava ficando aborrecida! Não com ele, muito menos por seu atraso ou pela palavra não cumprida, estava aborrecida comigo mesma por nutrir esse tipo de sentimento que me fazia ficar ansiosa por não o ver a malditas doze horas.

 

Odiava essa necessidade idiota de querê-lo sempre ao meu lado, querer vê-lo todos os dias e tê-lo por perto a cada hora, minuto, segundo. Enfraquecia-me.

 

Contudo, mais que odiar esse sentimento, odiava mil vezes mais o fato de termos terminado naquele elevador. Eu poderia ter me recusado e ter tentando um pouco mais, o arrependimento me fazia sofrer.

 

Sentia como se fosse lançada uma flexa envenenada no meu coração, e a cada vez que eu lembrasse que ele não me pertencia, uma dose do veneno radiava por dentro, ferindo meu íntimo.

 

O meu ódio era amá-lo, com cada pedacinho do meu ser.

 

Havia muita coisa envolvida para superar, eu não aguentava mais ficar naquele aposento, sentia dor permanecendo ali e idealizando o que eu já não queria lembrar. Se eu ficasse mais um pouquinho, choraria.

 

Eu estava saindo, então notei o caderninho entreaberto debaixo da cama, jogado no chão de qualquer jeito. Reparei melhor no objeto e notei que nunca tinha visto o Cabeção com ele. Curiosa, peguei o caderno encapado por couro sintético e identifiquei a caligrafia dele na página aberta. Observei desconfiada, tentando imaginar o que seria aquilo. Fechei-o para analisar a capa. Era de couro preto, sem detalhes e costurado por linha branca.

 

Uma ideia me correu pela mente, mas ri de tão absurda que era. Reabri na primeira folha só para ter certeza da possibilidade de estar enganada e que a ideia fosse absurdamente maluca mas, para minha surpresa, eu estava certíssima!

 

Yeh, baby, mamãe está sempre certa!

 

Comecei a ter uma crise de risos quando li: Diário de Freddie Benson.
 
O Nerd tinha um diário! Cara, que coisa de mulherzinha! Eu tinha que me aproveitar disso! Eu o amava, por deus, sim. Porém, nem seria por isso que deixaria de zoar o meu nerdizinho favorito. E se ele quisesse mesmo não ser zoado e que não lessem o seu "diário", teria o escondido melhor em vez de um local de tão fácil acesso.

 

Tanto faz, na verdade. Eu só sei que me sentei na sua cama e fui logo passando para a segunda folha.

 

...
“Querido Diário” - e sobre a frase havia um risco. Com certeza ele percebeu que essa frase era tão idiota quanto escrever num diário. — “Hummm... Diário... Sou Fredward Benson, também conhecido como Freddie. Pode até ser estranho um homem escrever em um diário, mas minha mãe me deu de presente. — só podia ser a Marissa mesmo. O que se esperar de uma mulher que deu um porta-jóias para o filho. — Ela também me deu um porta-jóias... Ela queria uma menina, ok?!
Eu não tenho amigos, por isso decidi desabafar com você. O que ocorre é que estou super apaixonado pela minha vizinha.— não era nenhum segredo que ele falava da Carly. Mas, mesmo assim, senti ciúmes ao ler “apaixonado”. — Ela é a menina mais linda que já vi na minha vida. É doce, simpática, boazinha, e me trata super bem. Pena que ela não se sinta desse modo por mim também, eu queria tanto namo...”

 

Blá, blá, blá. Esse papo de Nerd apaixonado me deu nos nervos. Virei a pagina, nervosa.

 

“Diário,
Minha mãe me sufoca. Ela é a pessoa mais louca que já vi na minha vida. Ela me força a comer cogumelos...”

 

Corri os olhos pela folha, e não havia nada de interessante. Humf. Pelo visto, a única coisa que eu teria para incomodar o nerd era o simples fato dele ter um diário, o qual era totalmente entediante.

 

Passei algumas folhas até uma em questão ter minha atenção.

 

“Hoje tive o desprazer de conhecer a pessoa mais cruel de toda minha vida! Aqueles cachos louros, rostinho delicado e belos olhos azuis, com perfeita carinha de anjo, ENGANAM. Ela é o demônio em pessoa! Má, maligna, cruel, malvada, perversa, entre todos os outros adjetivos possíveis para a maldade. Como a perfeita Carly pode andar com aquela coisa?
Mas o quê essa suposta anjo-demônio fez para conseguir essa fúria minha?! Pois bem, vou contar. A perfeita Carly me apresentou a sua melhor amiga hoje, e ela me olhou com desprezo, falou que eu tinha cara de Pamonha e me pediu 10 dólares. Isso não é tudo! Até o recreio ela já tinha inventado uns dez apelidos para mim, sendo o mais leve Nerd, e na saída pisou no meu pé e disse que me odiava. Eu tenho uma resposta para ela: Eu também te odeio Sam Puckett!”


Nossa quanta simpatia. - pensei com um sorriso irônico. Folheei mais algumas páginas que nada me interessavam. Eu não sabia bem o que procurava, realmente. Lia algumas partes e desistia de tão intoleráveis e escrotas que eram. A maior parte delas era declarações amorosas para Carly e reclamações sobre como a sua mãe o sufocava.

 

Então encontrei essa:

 

“Estou muito animado. Daquele favor que fiz pra Carly, ficaremos mais tempo juntos. Tudo porque eu sou o novo produtor técnico do iCarly. É claro que terei que suportar a "coisa", mas o que eu não faço pela Carly. Os ensaios começarão amanhã e devo admitir que estou nervoso.”

(...)

“Foi um sucesso, estou muito feliz! Decidimos que o programa será semanal. E estou bem mais próximo da Carly e da Sam. Ela não é tão horrível, quando não me xinga ou agride. Percebi que ela é muito engraçada e divertida. Qualquer um se divertiria ao lado dela. É, nunca imaginei que elogiaria a Sam, mas cá estou eu, escrevendo coisas boas dela. Impressionante, não é mesmo?!”
 
Um sorriso maior escapou dos meus lábios, involuntariamente. Estava em êxtase só por esse pequeno trecho. Continuei presa no diário, esquecendo-me do porquê de estar ali.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Xingamentos? Algum sinal de vida?!