Show De Vizinha escrita por Luana Rocha


Capítulo 14
Fratricídio


Notas iniciais do capítulo

*Muito obrigado pelos review, como sempre. Vocês são muito legais.
*Espero que gostem do capítulo.



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“Fernando!” Foi o grito agudo de Eileen, assim que ela e Santana encontraram o rapaz sentado sozinho em um banco tomando Coca-Cola.

“Ah oi Eileen, Santana, alguém quer?” Ele estendeu a latinha na direção das duas meninas, sua namorada parecia perplexa e sua irmã a beira de um ataque de risos.

“Era essa a sua preocupação Eileen?” A latina ironizou. “Eu vou embora que eu tenho mais o que fazer.” Ela não agüentou e começou a rir. “Acho que vocês dois realmente precisam discutir a relação.” Santana virou as costas e deixou os dois jovens sozinhos. Fernando evitava olhar nos olhos de sua namorada que cruzou os braços, furiosa.

“Fernando, seu idiota, o que você fez?” Fernando olhou para ela, mas não se sentia mal, nem culpado.

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“Me solta, por favor.” Brittany praticamente implorou os olhos já cheios de lágrimas, lutando para se soltar, mas Fernando segurou seu outro braço, deixando-a cara a cara com ele. “Por favor, Fernando não me machuque, por favor...” Ela insistiu, mas o rapaz parecia bastante firme e determinado, mas o medo nos olhos de Brittany o fez desistir de suas ações, e para a surpresa da loira ele a soltou.

“Me desculpe, me desculpe, eu não queria te machucar.” Ele estava sendo sincero em suas palavras, para a atordoada Brittany. “Vai, vai embora daqui garota.” Ele não queria que Santana a visse ali, não queria que sua irmã achasse que ele era um lixo humano capaz de machucar uma garota indefesa.

Brittany saiu dali o mais rápido possível, ainda sem entender o que estava acontecendo, mas arrependida por não ouvir as palavras da amiga que a alertou, e ela ignorou de forma infantil.

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“Como você pode ser tão burro?” Eileen estava extremamente furiosa. “Você estragou tudo, seu grande idiota!”

“Eu não ia fazer isso com a garota, ela estava chorando e com medo, eu... Eu não sou um monstro, tudo bem?” Fernando pareceu desapontado com a namorada. “Eu não quero ser assim, certo?”

“Tudo bem, você é o bonzinho não é? Então eu quero só ver quando seu pai descobrir...” Fernando se levantou.

“Isso é problema da Santana, não meu, eu não quero mais ficar me metendo nessa história, eu nem sei o que vai acontecer se a garota falar sobre isso com ela, eu já posso sentir a dor nas minhas bolas.” Fernando extravasou.

“Você é um covarde!” Eileen o acusou com raiva.

“Não, eu não sou, se eu fosse eu teria ido até o final desse plano ridículo!” Ele se defendeu. “Agora vamos embora daqui!”

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Brittany andava cabisbaixa pela rua. Não sabia o que pensar, tivera tanto medo de Fernando, mas naquele momento ela estava achando que assim como Santana ele não era tão má pessoa assim, afinal, muitas vezes ela achou que a latina fosse lhe bater ou lhe machucar de alguma forma que não fosse com suas palavras duras, mas isso não aconteceu, assim como naquele momento...

“Ei Britt.” A loira olhou para o lado, e lá estavam Mike e Tina, quem havia lhe chamado, em seu carro.

“Oi.” Brittany sorriu ao responder. “ O que vocês estão fazendo por aqui?”

“Viemos ver se estava tudo bem, eu achei muito estranho aquela mensagem da Santana, então nós decidimos ver se você não precisava de ajuda.” Tina parecia paranormal, sensitiva ou algo do tipo, pressentindo quando alguma coisa estava errada. “Está voltando para casa?”

“Sim.” Ela respondeu.

“Quer uma carona?” Foi Mike quem ofereceu.

“Claro.” A garota entrou no carro, mas não conseguiu esconder o nervosismo. O medo ainda lhe causava mãos trêmulas.

“Brittany o que aconteceu?” Tina perguntou séria. Alguma coisa havia acontecido. “O que Santana fez?” A asiática ainda não confiava plenamente em sua vizinha morena.

“Ela não fez nada, Enem foi ela quem me mandou a mensagem.” Brittany respondeu tristemente. Provavelmente seu namoro estava terminado agora que sabe-se lá quantas pessoas que não deveriam saber de nada sabiam disso. Os outros dois adolescentes por sua vez se entreolharam pasmos.

“Então quem mandou a mensagem?” Mike perguntou, a hippie revirou os olhos. Realmente não queria falar sobre aquilo.

“Fernando, eu acho.” Ela respondeu baixo.

“Meu Deus, e o que aconteceu? Ele fez alguma coisa para você?” Tina pareceu bastante preocupada, se Santana já não era confiável, Fernando era bem menos. Brittany ficou em dúvida, apesar do medo, Fernando não havia lhe machucado, e pareceu sincero em suas desculpas, e tudo podia terminar ali, mas se seus amigos ficassem sabendo coisas piores poderiam acontecer, além do mais ela não conseguia o que Santana faria se soubesse daquilo, e ela não queria colocar irmã contra irmão.

“Se ele fez eu juro que arrebento a cara dele!” Mike esbravejou. Não suportava covardia contra garotas ou mulheres.

“Não, ele só me disse para ficar longe da Santana.” Ela mentiu com os olhos baixos. Não conseguia fazer isso olhando diretamente nos olhos das pessoas.

“E agora Britt?” Tina perguntou preocupada, aquilo poderia ser um grande problema.

“Eu não sei.” Ela estava tão confusa sobre tantas coisas, mas tudo parecia o fim da linha, e ela não sabia o que fazer. “Vamos esperar para ver.” E esse esperar era o que matava. A incerteza do que estava por vir era uma verdadeira tortura.

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Santana já se preparava para dormir, afinal dali três dias as penúltimas competições das Olimpíadas se iniciariam, e ela precisava estar bem disposta para os ensaios e treinos intensos que seriam os dias nesse intervalo de tempo.

Alguém bateu na porta de seu quarto, e para a sua surpresa era Fernando.

“Oi Santana, nós podemos conversar?” Ele perguntou. Estava sério, de braços cruzados e parecia aflito. Estivera assim o dia todo, e depois de ser encontrado sozinho naquela praça, ele evitara contato visual com a irmã.

“O que você quer?” Ela perguntou rudemente. “Não posso perder horas preciosas de sono com você, então fale logo.”

“O que eu tenho para falar não pode ser falado aqui no meio do corredor, você não iria gostar que outras pessoas soubessem.” Santana suspirou, que irmão desgraçado que ela tinha.

“Não enrola não.” Ela falou assim que o rapaz entrou em seu quarto e ela trancou a porta.

“Por que trancar a porta?” O rapaz perguntou intrigado com aquele gesto.

“Para garantir que ninguém vai me atrapalhar se eu quiser te jogar da janela se você me disser algo que eu não gostar.” Ela deixou claro, e Fernando riu.

“É fratrcídio agora, é?” Ele ironizou.

“Não me irrite Fernando, e diga logo o que você quer.” Santana o cortou, então o rapaz suspirou.

“Eu sei de tudo.” Santana revirou os olhos, e ficou encarando o irmão. “Sobre você e Brittany.”

“Desde quando você chama ela pelo nome?’  Ela o questionou, afinal era sempre hiponga, esquisita, ou qualquer outro nome nada agradável, que ela costumava usar também. “Como você sabe?”

“Eu segui você, vi quando vocês duas se encontraram em frente à casa da tia, e ficaram lá a noite toda.” Ele suspirou, e pela primeira vez ele perceber que Santana estava com medo dele.

“E você vai me entregar para os nossos pais?” A adolescente evitou olhar nos olhos do irmão a perguntar isso, e uma lágrima escorreu por seu rosto.

“Apesar de eu achar que você anda meio pinel das idéias por estar fazendo uma coisa dessas, eu não vou fazer isso.” Ele respondeu, surpreendendo Santana.

“E a troco de quê você vai manter o meu segredo?” Ela sabia que ele era chantagista, mas ele sacudiu a cabeça e sorriu.

“Nada, eu só não quero que a nossa família entre em um colapso ou algo assim.” Ele respondeu, deixando Santana confusa. Será que ele estava sendo sincero? “Assim como as pessoas acham você um monstro, elas acham isso de mim também, mas nem você nem eu somos isso não é mesmo?”

“Por que está me dizendo isso?”

“Porque eu quero manter o jogo limpo, é isso.” Ele deixou claro, e nenhum dos dois irmãos estava acostumado àquilo, conversar durante aquele tempo sem estarem brigando. “Acho que eu vou indo, não quero atrapalhar seu sono.”

Ambos os irmãos estavam sentindo algo estranho, eles queriam se abraçar, mas não o fizeram, ao invés disso, Fernando deixou o quarto e deixou a irmã pensativa, até cair no sono, não sem antes mandar uma mensagem de boa noite para a sua namorada.

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No outro dia logo de manhã, antes dos ensaios se iniciarem Eileen estava na cozinha, comendo um lanche sozinha, quando Fernando chegou com seu violão e um sorriso esperançoso. A garota bufou, não estava falando com o namorado desde o dia anterior.

“Ei gatinha.” A garota virou a cara para o lado oposto de onde o rapaz estava, mas ele não iria desistir. “Eu quero cantar uma música para você me perdoar.” Ela não disse nada, não iria quebrar seu voto de silêncio.

Nesse momento Santana chegou ali e pôde ver a cena, Fernando começou a tocar seu violão e a cantar:

Come on Eileen, oh I swear (what I mean)

(VamosEileen, oh eu juro (o que eu quero dizer))

At this moment, you mean everything to me

(Neste momento, você significa tudo para mim)

“Detesto essa música!” Ela esbravejou e saiu dali, passando por Santana, que sentiu pena do irmão ao ver a decepção em seus olhos. Ele devia mesmo gostar mesmo de Eileen, porque ele nunca ficara assim por nenhuma outra namorada. Ela com certeza tomara seu coração do mesmo jeito que Brittany tomara o dela.

Dois dias depois

“Senhoras e senhores, estamos chegando ao final de mais uma edição das Olimpíadas do McKinley, hoje teremos a competição de dança.” Os aplausos era intensos e eufóricos. A parte musical da competição era a favorita da maior parte do público. “O placar se atual está dessa forma, em primeiro lugar, Lopez com 9 pontos, em segundo Cohen Chang com 8 pontos e por último Pierce, com 6 pontos.”

“Depois da roubalheira descarada da última prova.” Gregory murmurou irritado para a família. “Mas dessa vez isso vai ser diferente, nós vamos aterrorizar com essa prova.”

“Olha lá ‘Hound Dog Pierce’, prontos para mais uma derrota?” Simon ironizou, assim que passou acompanhado de sua família, próximo a família hippie.

“Por quê? Você comprou o juiz dessa vez também?” O patriarca hippie respondeu, colocando as mãos na cintura.

“Você sabe muito bem que não precisamos disso, seu chorão.” Simon começou a rir. “Elvis Presley descreve bem você e sua família, mostre para eles, Santana.” A adolescente assustou com o que ouviu, não esperava ser chamada na discussão.

“O quê?” Ela perguntou confusa, então Simon lhe encarou.

“A música dos Pierce, vamos lá, minha pequena Beyonce.” O homem lhe pressionou, ela mordeu o lábio inferior e olhou diretamente para os Pierce. Brittany estava ao lado da mãe e de Tammy, que lhe lançava um olhar do ódio naquele momento.

You are nothing than a hound dog, crying all the time

(Você não passa de um cão de caça, chorando o tempo todo.)

You are nothing than a hound dog, crying all the time

(Você não passa de um cão de caça, chorando o tempo todo.)

“Tudo bem, já ouvimos o bastante.” Gregory a cortou, impaciente. “Mas não se esqueçam, os porto-riquenhos são as mais conhecidas rainhas do drama, então vamos ver quem vai chorar o tempo todo quando isso acabar.” Os Pierce, e até mesmo Brittany, riram do comentário do homem.

“Amiguinho de todo mundo, mas o racismo contra os latinos nunca desaparece.” Angélica falou.

“Vocês tem muito mais preconceito contra o estilo de vida da minha família do que qualquer outra coisa.” Foi Joan quem defendeu sua família.

“Mas vocês escolheram ser hipon... Ser hippies, nós não tivemos escolha, ninguém perguntou se queríamos ser latinos.” Angélica rebateu.

“Mas isso não te dá o direito de nos humilhar, ridicularizar, nos apelidar com nomes extremamente desagradáveis, além de outros atos que nem valem a pena ser comentados.” A mulher loira deu um sorrisinho.

“Ora Pierce, não tem nem comparação, nós não escolhemos a cor da nossa pele, nem mesmo o sotaque de nossos pais que acabam incorporando nosso jeito de falar também, mas vocês poderiam não se vestir com trapos, não cantar para o sol, arrumar empregos de verdade e ter menos filhos e animais.” Joan detestou tanto aquelas palavras vinda da latina mais velha, que quase perdeu a compostura, mas rapidamente se lembrou do pequeno Jackson em seu interior.

“Você tem sorte de eu estar grávida.” Ela falou, e deu as costas aos latinos.

“Você é que tem sorte, senão fosse por esse mini hippie em sua barriga eu iria te mostrar como resolvemos nossos problemas em Lima Heights.” Angélica respondeu.

“Olha só, latinos do gueto, muito interessante, falsos grã-finos.” Gregory ironizou e acabou seguindo a esposa, assim como fizeram os seus filhos.

“Falso grã-fino?” Simon murmurou. “Eu tenho certeza que esses hippies na minha vida só pode ter sido aquela macumba que a Consuelo fez para mim.” Fernando e Santana se entreolharam confusos.

“Quem é Consuelo?” O rapaz perguntou.

“Consuelo foi uma ex-namorada minha, eu larguei dela para me casar com sua mãe, e ela fez uma macumba para nosso casamento fracassar.” O homem suspirou. Santana estava surpresa com aquela história, nunca tivera a mínima noção de que isso acontecera. “Ela me disse que eu iria me arrepender e nunca mais teria mais na minha vida, e não muito tempo depois essas coisas apareceram na minha vida.”

“Parecem até enviados do inferno.” Angélica comentou. “Ainda vou acertar as contas com aquela bruxa da Consuelo.”

“Mas meu bem, podia ser pior, um de nossos filhos poderia querer namorar um daqueles filhotes de neanderthal, ou mesmo coisa pior.” Simon comentou sem perceber o que isso fizera com Santana. O coração da adolescente falhou por um instante, então seu pai olhou em sua direção. Fernando estava ao seu lado. “Eu confio em nossos filhos, eles jamais se rebaixariam a tanto.”

“Mas seria tão ruim assim?” Fernando perguntou inocentemente, fazendo o pai se aproximar dele e olhar diretamente em seus olhos, com uma expressão bastante séria.

“Seria uma traição imperdoável, Fernando, na minha casa essa pessoa não pisaria mais, pode ter certeza disso.” Santana chegou a sentir náuseas. O tom assombroso na voz do pai era sem dúvida bem pior que suas palavras. Quando o homem virou as costas, os irmãos se entreolharam, o rapaz parecia com pena em seus olhos, e a menina, com medo.

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“Daqui cinco minutos a competição de dança se iniciara, e os primeiro a mostrar o seu talento são os sempre favoritos, os Pierce.”

Brittany, Tammy e Julian eram os três competidores que participariam naquele momento. Eles estavam vestidos de branco e com os cabelos amarrados, já que o rapaz tinha cabelo comprido como as irmãs também. Eileen chegou ali e sorriu ironicamente.

“Vocês estão parecendo uns macumbeiros em dia de Cosme e Damião, vão jogar balinhas para as crianças na platéia também é?” Ela ironizou.

“Olha só se não é a nojentinha trapaceira.” Tammy respondeu, a garota apenas abriu um sorriso debochado.

“Ora, vocês deveriam estar acostumados a serem passados para trás, isso acontece todo o tempo.” Ela falou, e colocou as mãos no bolso.

“O que você quer aqui?” Julian perguntou irritado. Aquela garota o tirava do sério, apesar de ser bastante atraente.

“Eu só vim para desejar à vocês, muita, mas muita má sorte mesmo, que vocês errem todos os movimentos, caíam e principalmente que você...” Ela apontou para Brittany. “... Sofra alguma coisa, e acabe quebrando a sua pata...”

“Olha como você fala da minha irmã!” Julian vociferou e apontou o dedo para Eileen, que riu alto.

“Calma, eu já estou indo, mas não sem antes deixar meu beijinho de má sorte.” Ao dizer isso ela avançou em Julian segurou em seu pescoço e lhe deu um beijo, que sem relutância, foi correspondido pelo rapaz. Tammy e Brittany ficaram boquiabertas com a situação, e sem reação alguma também. “Tem gosto de capim.” Ela falou e virou as costas, feliz por nunca ter se sentido assim com um beijo, e por ter dado o troco no idiota do Fernando, que não conseguia ser um homem de verdade para ela.

Julian ficou parado e passou os dedos nos lábios, e acabou sorrindo meio sem querer. Fora um beijo maravilhoso, e na namorada de Fernando ainda por cima, o que tornava tudo ainda mais saboroso.

“Julian será que ela não tinha veneno nos lábios?” Tammy perguntou, mas o rapaz estava encartado e ‘em outro planeta’. “Julian!”

“Ah... Bom, vamos, temos que entrar lá e mostrar quem é que manda nisso aqui!” Ele falou ainda não completamente recuperado. Tammy suspirou e sacudiu a cabeça.

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Os três Pierce entraram na pista de dança, e Julian pegou o microfone.

“Olá, somos os Pierce, Julian, Brittany e Tammy e vamos dançar ‘Give me everything’ de Ne-Yo e Pitbull.” Os olhares de Brittany e Santana se cruzaram nesse momento, mas o contato foi quebrado quando a loira formou uma roda com os irmãos e eles gritaram ‘Pierce’ antes de tomarem suas posições para dançar.

A música começou, e como sempre os Pierce arrasavam com seus movimentos, e Brittany era a que mais chamava a atenção. Ela estava à frente dos irmãos atraindo a atenção de todos ali, especialmente de Santana, que estava praticamente enfeitiçada. Seu corpo parecia mágico, era quase como se ela não tivesse ossos, tamanha facilidade que ela se movimentava.

A maioria dos rapazes estavam indo ao delírio, assobiando e gritando o nome de Brittany, e alguns até de Tammy, para o incômodo de Gregory e Santana.

Quando a música terminou eles foram extremamente aplaudidos, e saíram com um enorme sorriso no rosto. Eles vibraram, porque estavam confiantes mesmo sem ver os seus adversários.

“Essa já é nossa.” Julian falou animado, e abraçou as irmãs. “Esses Lopez arrogantes vão ter que engolir a nossa vitória.”

“E nós não somos uns trapaceiros, ganhamos limpo.” Tammy comentou.

“Nós ainda não sabemos o resultado.” Brittany lembrou os irmãos, que falavam da arrogância de seus vizinhos, mas naquele momento eles estavam se comportando da mesma maneira.

“Ora Britt, quem você acha que pode nos vencer? Santana até dança bem, mas Fernando dança como um boneco de posto de gasolina.” Tammy falou, fazendo o irmão rir, e até mesmo Brittany deu uma risadinha lembrando das imagens do rapaz latino tentando fazer alguma movimentação rítmica.

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“Senhoras e senhores depois dessa apresentação quentíssima dos irmãos Pierce, vamos nos preparar para a apresentação dos Cohen Chang.” O narrador falou quando Tina, Mike e Robert Jr. entraram, e a garota tomou a frente.

“Somos os Cohen Chang, Tina, Mike e Robert Jr. e vamos dançar ‘I wanna go’  de Britney Spears.”  A adolescente falou sorrindo.

A música começou e a dança dos asiáticos estava muito boa também. Mike e Brittany eram praticamente do mesmo nível de dança.

Eles foram bastante aplaudidos, mas não como os Pierce.

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“Ei Eileen, você não vai me dar pelo menos um beijinho de boa sorte?” Fernando perguntou, assim que se aproximou da namorada e piscou para ela. A garota apenas virou o rosto e o ignorou. Ele apenas abaixou a cabeça, desanimado.

Santana não fazia a menor idéia do porque Eileen estava tão brava com seu irmão, porque o acontecido do parque claramente não passava de um mal entendido, mas ela estava com bastante pena dele, que ficava visivelmente magoado com a reação da namorada cada vez que ele tentava uma aproximação.

Os três entraram para dançar e Fernando foi apresentá-los.

“Nós somos os Lopez, Fernando, Santana e Eileen e vamos dançar ‘On the floor’ da Jennifer Lopez, nossa tia.” As pessoas começaram a rir. “É brincadeira, a Jennifer Lopez não é nossa tia não.” As pessoas riram mais ainda.

“Ei ei ei , todo mundo vira de costas.” Foi a ordem vinda de Gregory para os filhos, que o olharam meio confusos. “Nós estamos em protesto pela roubalheira que foi a última prova.” Brittany suspirou, estava morrendo para ver sua namorada dançando, mas não podia se recusar a obedecer a uma ordem de seu pai, principalmente quando todos os seus irmãos acataram sem mais delongas.

A música começou e os Lopez dançaram, também aplaudidos e com os e as adolescentes gritando em delírio pelos movimentos sensuais e ousados especialmente das duas garotas, o que estava torturando Brittany, que queria de toda forma olhar para a namorada.

Quando a música terminou, os Pierce se voltaram a sua posição original. Brittany estava frustrada.

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Os nove competidores estavam reunidos no centro da pista de dança quando o narrador chegou com o resultado.

“Aqui em minhas mãos está o resultado dessa prova, que foi decidida após uma longa conversa entre os jurados.” O homem falou. Os três Pierce estavam de mãos dadas. “Em segundo lugar ficaram... Cohen Chang.” Os asiáticos pularam de alegria. Mais um feito histórico para eles.

A tensão entre os Pierce e os Lopez aumentaram nesse momento.

“Disse que essa era nossa.” Julian murmurou, sorrindo confiante.

“E o primeiro lugar ficou com... Os grandes campeões são os Pierce!” Os três loiros e seus familiares explodiram com o resultado.

“Merda!” Eileen exclamou, revoltada.

Gregory e Joan trocaram um beijo, e em seguida olhou para Simon e Angélica há poucos metros de distância, ambos cabisbaixos.

“E aí Lopez, acabou o dinheiro de comprar os juízes?” Ele provocou, sorrindo. Os latinos nem olharam em sua direção.

Na pista de dança Brittany se aproximou dos Lopez, que estavam de cara fechada, e olhou fixamente para Eileen.

“Não fica triste não garota punk, essa vitória foi para você.” Ela falou e piscou para ela. Fernando nem conseguiu olhar nos olhos da garota. “Só estou devolvendo o favor, e de forma limpa.” Santana até sorriu por poucos segundos para a sua namorada, porque apesar de derrotada, ela sabia que Eileen e Fernando jogaram sujo e mereciam aquilo, e que as palavras da loira não foram em nenhum momento direcionadas à ela.

“Agora a competição está da seguinte maneira, Pierce e Cohen Chang empatados na primeira posição com 11 pontos e logo atrás Lopez, com 10 pontos.” O narrador avisou aos espectadores.

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Os Lopez chegaram em casa cansados, e sem muita demora cada um foi para um cômodo diferente da casa. Após as derrotas não costumava haver muitas conversar e o barulho de comemoração vindo da casa a frente não ajudava em nada.

Santana e Fernando acompanhado de Eileen seguiram para seus quartos, Simon para sua sala de leitura, e Angélica acabou ficando na sala assistindo televisão, quando o telefone tocou.

“Alô, residência dos Lopez.”

“Angélica?” Era uma voz feminina conhecida da latina. “Aqui é Deborah, a vizinha da sua irmã.”

“Ah sim, oi Deborah, como vai querida?” A mulher perguntou de forma bastante simpática. Deborah e ela costumavam sair acompanhadas de Sandra, sua irmã que estava em Paris, madrinha de Santana. Ela tinha um bom conhecimento de vinhos.

“Sim eu estou bem.” Por algum motivo a latina percebeu que havia alguma coisa errada com aquela ligação de Deborah. Não era algo normal. “Mas é que aconteceu uma coisa estranha.” Ela sabia. “Esses dias eu vi que a casa da sua irmã andava acesa e acabei espiando, achei que pudesse ser um ladrão ou algo assim, mas era a Santana, sua filha, ela veio aqui por duas noites, acompanhada de uma menina.”

“Menina?” Angélica sabia que Sandra amava Santana como uma filha, e por isso deixava a chave de sua casa com ela, caso ela precisasse de privacidade com seus namorados. Namorados, não meninas.

“É, uma menina loira, com umas roupinhas estranhas, pareciam uns trapinhos psicodélicos.” O coração de Angélica parou por alguns segundos. Menina loira vestida com trapinhos psicodélicos só podia ser uma Pierce.

“Você tem certeza disso, Deborah?” Ela não queria nem imaginar no que poderia estar acontecendo. “Mas ela viu você?”

“Não, ela estava bastante distraída.” Angélica suspirou. Ela não merecia aquilo.

“Muito obrigada Debbie, eu vou tirar essa história a limpo com a Santana.” Sem mais delongas ela desligou o telefone, e ficou pensativa por alguns instantes, imaginando uma infinidade de cenários para aquela situação, e nenhum deles era favorável. Santana não podia estar fazendo aquilo que ela estava imaginando, seu coração de mãe não suportaria tamanha decepção. “SANTANA!” Agora a garota teria que explicar tudo bem direitinho a ela.


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Notas finais do capítulo

*Músicas: Come on Eileen(Save Ferris) e Hound Dog( Elvis Presley)
*No próximo capítulo teremos 'CONFUSÃO' hahaha.
*Obrigado por lerem a fic.