– Quim... – diz Magali sem jeito – Eu sinto muito, mas eu acho que não quero entrar num relacionamento agora!

– Ah... – diz Quim desapontado – Entendo... Espero que continuemos sendo amigos, não é?

– É... – diz Magali sem jeito – Acho que vai ser melhor!

– Bem, obrigado por não ter sido rude comigo! – diz Quim com um sorriso

– Que isso, eu não ia ser tão má assim... – diz Magali retribuindo

Uma sensação de alívio se estende pelo corpo da garota, ela ficou com pena de ter dado fora em um garoto que parecia ser muito atencioso com ela, mas ela tinha até ficado feliz.Depois do seu longo dia no Jornal da escola, Magali retorna para casa cansada e decide ligar para Mônica e dar a notícia.

– Qual é o seu problema?! – diz Mônica sem acreditar ao telefone– Depois de todos os planos que eu fiz, depois de todos os momentos românticos você diz não?!

– Que momentos românticos Mônica? – diz Magali sem entender – Eu e o Quim nunca tivemos momentos românticos!

– E aquele beijo no encontro, hein? – pergunta Mônica inconformada

– Foi só uma vez! – diz Magali sem paciência – E além disso, não foram os seus planos que fizeram com que o Quim me pedisse em namoro, eles deram errado!

– Droga... – diz Mônica inconformada – Ele parecia gostar de você...

– Eu sei... – diz Magali – Fiquei chateada por ele, mas eu pensei primeiro em mim, não acha?

– Claro boba, eu só fiquei chateada por que eu pensei que você também gostava dele – diz Mônica – Você mudou nesse tempo em que veio pra escola Magali...

– Pra pior?

– Claro que não! – diz Mônica num tom animado – Para melhor!

Naquele momento, dona Lili entra no quarto de sua filha.

– Magali... – diz ela – Preciso falar com você!

– Mônica, tenho que desligar! – diz Magali ao telefone

– Tudo bem, até amanhã! – diz Mônica

A garota desliga o telefone e a sua mãe começa a falar:

– O que você fez com o Darwin?

– Nada ué! – diz ela sem entender

– Você sabe muito bem, ele falou comigo! – diz dona Lili – Eu não estou louca!

– Ah! – diz Magali compreendendo – É só mais uma de minhas invenções!

– Ah graças a Deus é isso... – diz dona Lili aliviada – Ele me deu um susto sabia?

– Desculpa mãe, eu posso imaginar... – diz Magali quase rindo

– Me avise da próxima vez... – diz dona Lili

O gato entra no quarto de Magali.

– Eu tentei explicar! Mas ela saiu correndo, Magali... – diz Darwin

– Por que será né? – diz Magali com um sorriso

A mãe muda de assunto.

– Outra coisa filha, hoje teremos visita – diz dona Lili – Vê se aparece arrumada lá em baixo hein!

– De novo?

– É, te vejo lá em baixo daqui à uma hora... – diz dona Lili saindo de seu quarto

Assim que sua mãe sai de seu quarto, Magali pergunta ao seu gato:

– Sabe quem vem?

– Não faço ideia... – diz Darwin – Mas ela estava arrumando tudo lá em baixo!

– Da ultima vez que ela fez isso foi quando... – diz Magali se tocando – Ai não...

– O que houve?

– O Cascão e a família dele vem pra cá! – diz Magali nervosa – Eu não posso ir desse jeito!

– Ué... –diz Darwin – Pensei que não ligasse para a sua roupa!

– N-Não ligo! – diz Magali nervosa – Mas da ultima vez minha mãe ficou uma fera quando eu desci desarrumada!

– Sei... –diz Darwin

Magali começa a se arrumar, nada muito exagerado, mas pelo ou menos do jeito que sua mãe esperava que fosse, ou quase tudo.

– Magali, esses óculos de novo?

– Mãe, por favor... – diz Magali nervosa

– Ah tudo bem! – diz dona Lili – Já fico contente que tenha se arrumado toda!

– É verdade! – diz seu pai – Ficou linda!

– Não exagera... – diz Magali avermelhada

Naquele momento a campainha toca, Seu Carlito e Dona Lili recebem a família mais uma vez, aquela era a segunda vez que ele estava jantando na casa dela, desde a ultima vez, muitas coisas tinham mudado entre eles. Ao vê-lo a garota apenas dá um simples sorriso, mas o garoto não corresponde e aquilo a deixa preocupada.

As famílias se reúnem na mesa, os adultos sempre conversando animados, já que eram amigos de infância, cada frase dita por eles era uma gostosa nostalgia do passado, mas apenas eles estavam se divertindo, já que havia em clima estranho entre Cascão e Magali.

Magali não aguenta ter que ficar encarando ele na mesa, então vai até sua varanda tomar um ar, o que ela não esperava é que o garoto fosse atrás dela.

– O que faz aqui? – pergunta ela

– Não posso ficar aqui fora?

– Ah, claro – diz Magali sem graça.

Eles ficam em silêncio por alguns minutos até que Cascão comenta:

– Eles devem ter sido grandes amigos, não é? – diz o garoto olhando para o céu

– É... – diz a garota – Eles estão tão felizes por terem se reencontrado...

– Você está?

Magali congela com o comentário.

– Como assim?

– Está feliz por ter me... Reencontrado?

Magali começa a rir.

– O que? – diz ele sem entender

– Nós conversamos a primeira vez aqui fora, lembra?

– Sim... – diz Cascão se lembrando – Eu tinha te dito que eu não falava com perdedores!

– Mas você passou a falar... – diz Magali com um sorriso

– Você que pensa! – diz Cascão num tom sério

Magali fica surpresa com o que o garoto falou, mas ele logo continuou:

– Você não é uma perdedora... – diz Cascão com um sorriso

Aquilo deixa a garota mais surpresa e ruborizada.

– Eu acho que eu fui injusto com você – diz Cascão voltando a olhar para o céu – Acho que você acabou me ajudando com meus problemas e foi a única que não fugiu de mim...

– Por que iria fazer isso? – diz Magali – Você nunca me assustou...

– Na verdade, o que eu queria dizer... – diz Cascão começando a ficar a nervoso – Eu queria dizer que...

– O que? – pergunta Magali curiosa

– Eu sou grato! – diz Cascão avermelhado – Por você não ter desistido de mim!

Magali sente seu coração bater forte, sem pensar, ela acaba o abraçando, aquilo surpreende o garoto, ele não estava esperando aquela reação. Ela desfaz o abraço dizendo:

– Fico feliz... – diz Magali com um sorriso

– Amigos? – pergunta Cascão estendendo a mão

– Claro!

Ao invés de apertar sua mão, a garota o abraça novamente, ela fica muito feliz em saber que ele ligava para ela, que ele realmente se preocupava como havia dito uma vez. Aquele abraço se estende por alguns segundos, quando o desfazem eles se separam avermelhados.

– Acho melhor voltarmos... – diz Cascão a puxando pelo braço

– Espera!

– O que foi? – pergunta Cascão sem entender

– Eu queria te dizer que... –diz Magali avermelhada – Eu não aceitei o pedido do Quim...

Cascão sente seu rosto mudar de cor, aquilo surpreende Magali.

– Algo errado?

– N-Não! – diz Cascão disfarçando – M-Mas por quê?

– Eu não quero entrar em um relacionamento agora, eu acho que...

– Você sente alguma coisa? – diz Cascão a interrompendo – Você sente alguma coisa quando eu te beijo?

– Que pergunta foi essa?! – diz Magali vermelha como um pimentão

– Estou falando sério, eu queria entender, só isso... – diz Cascão direto

É claro que ela sentia, mesmo não sabendo direito o que era, mas a garota não sabia se falava sério com ele ou se simplesmente fugia daquele assunto, o único problema é que ela não conseguia fugir de um assunto difícil.

– E-Eu não sei, sinto muito... – diz Magali nervosa – Não sei responder!

– Tudo bem... – diz Cascão desapontado

Seus pais acabam os chamando para comer a sobremesa e o assunto acaba se encerrando entre eles, Magali não podia falar nada até ter certeza se era aquilo que ela sentia, aquilo era impossível para ela, vejam só, apaixonada? Claro que não... Não é?

Continua...