“Não poucas vezes esbarramos com o nosso destino

           pelos caminhos que escolhemos para fugir dele.”

Outro suspiro, e nada me vêm na cabeça a não ser o que se passou naquela sala. Mais o problema maior é que eu não consigo tirar uma certa morena dos pensamentos. Eu não aguentei ficar muito tempo no mesmo ambiente que ela, por isso ao invés de estar com todos do Club Glee numa reunião na casa do Santana, cá estou eu no quarto de Beth olhando a parede fixamente, tentando manter minha cabeça longe dela.

“Beth.” Chamei sem me virar.

“Ainda tô aqui, se bem que pelo tempo que tá demorando pra você falar, eu vou já descer pra comer alguma coisa.” Falou de olhou no pc. Que verme.

“Não sei por onde começar.” Eu tava confusa, não sabia se queria contar pra ela o que eu tô sentindo. Mais o que tô sentido?

“Por que não conta do começo?” falou vindo deitar do meu lado.

A última vez que eu, Santana e Britty cantamos juntas essa música eu tinha quinze anos. Na época tudo era mais fácil, não existiam problemas, nem doença. Foi a melhor época da minha vida. Quando comecei a cantar, alguma coisa dentro de mim despertou e não pude evitar olhar pra morena dos olhos castanhos. Percebi que ela também olhava pra mim o que fazia me virar completamente. Eu só podia tá maluca, só pode tá afetando o cérebro também, não existe outra explicação. O Mrs Shuester nos olhava admirado pelo visto ele tá gostando, que bom. Ela também tá gostando, até sorriu quando Britty mostrou um passo legal de dança. Ela tá olhando pra mim agora e eu sorri pra ela, droga eu tô pirando. Para de olhar Fabray até Santana tá percendo o clima estranho, mais é mais forte, você é forte, não sou, é sim, não sou, que belo começo, enlouquecendo na frente de todos. Não se preocupe já tá acabando, você só tem que manter longe o contato visual por mais alguns minutos, seria mais fácil se ela parasse de olhar pra mim. Essa garota é estranha olha só as roupas que ela usa, se bem que com essas saias minúsculas mostrando essas pernas torneadas quem liga pro resto, eu tô tentando te ajudar e você vem me falar das pernas!!! Por que tá todo mundo olhando pra mim?

“Q você tá bem?” Britty perguntou.

Por que você é louca, oh cala a boca se não dou na tua cara, que é a sua também.

“Fabray tá me ouvindo?”. pela voz Santana tá irritada com a gente, com você quer dizer. A música acabou? Faz tempo. Por que você não me avisou? Você não perguntou. Já chega me deixa em paz. Como, se sou você. Eu tô mal. Bom já vou indo mais cuidado com o que pensa. Já vai tarde.

“Fabray vou dá na tua cara se não me responder agora.” Pela voz Santana tá irritada e preocupada mais não a impediria de cumprir o que prometeu.

“Oi” respondi só percebendo que não estava mais em pé no meio da sala cantando e sim sentada numa das cadeiras na fileira da frente. Com todos em volta de mim

“Q você tá bem?” Britty perguntou de novo se ajoelhando na minha frente. Percebi que ela tava do meu lado me olhando com os enormes olhos, não tão grandes assim mais que demonstrava preocupação.

“Tô sim,Britty. O que aconteceu?” perguntei sem lembrar de nada.

“Você desmaiou quando a música acabou. Porra Fabray.” Percebi que ela não estava irritada comigo e sim com o que aconteceu.

“Acho melhor             a levarmos pra enfermaria.” Mrs Shuester disse.

“Não se preocupem eu tô bem.” E realmente estava, o que é estranho por que toda vez que desmaiava não me aguentava em pé.

            “Tem certeza Q?” dessa vez não foi a Britty que perguntou.

“Tenho S.” já tava até em pé.

“Bom acho melhor a gente encerrar por hoje.” Mrs Shuester disse. “Meninas vocês foram ótimas, já estão com certeza dentro do Glee.”

Percebi que ela não tirava os olhos de mim, parecia até que tava pronta pra me socorrer se eu caísse de novo. Desvia minha atenção dela, não queria mais pensar nisso.

“Que tal uma reunião só o Club, pra nós conhecermos melhor?” Puck perguntou quando Mrs Shuester saiu. Todos concordaram.

“Eu acho melhor não S.” Britty falou olhando pro garoto que andava de cadeiras de roda.

“A gente não vai. Vamos levar a Quinn pra casa.” Santana mantinha o braço ao redor da minha cintura com medo que eu pudesse sair correndo dali. Era o que eu queria fazer.

“Não precisa Santana.” Falei a empurrando gentilmente. “Eu já falei que tô bem.” Já começava a ficar irritada.

“Quando a pessoa desmaia significa que ela não tá bem.” Falou rispidamente.

Ela tem razão, mais nesse caso eu não desmaiei por causo do problema de sempre, mais por que eu desmaiei? Só por que eu vi uma garota? Como se eu nunca tivesse visto uma garota. Mais ela não parece ser uma garota normal. Claro que não é, garotas normais não se vestem com roupas da sua avó com estampa de animal.

“Mais dessa vez eu não faço ideia do por que.” falei a olhando bem pra ver se ela entendia o que pro meu alívio ela entendeu.

“Ok. Se a Q diz que tá bem, que tal a reunião ser lá em casa.” Santana falou depois da nossa conversa de mudo.

“Na sua casa?” perguntou o menino de cadeiras de roda.

“Não, na do papai noel.” Santana falou com todo carinho.

“Vamos pra casa do papai noel S?” Britty perguntou se jogando no pescoço da latina.

“Hoje não dá Britty, depois tá.” Respondeu dando um beijo na bochecha da loira.

“Então vamos logos.” Puck falou.

Todos que eu ainda não sabia o nome, se bem que não me lembro foram saindo e antes que a morena saísse ela olhou pra mim como se certificar se eu realmente estava bem. Eu fui saindo e antes que chegasse ao meu carro disse.

“Eu não vou.” Santana me olhou com raiva, nossa ela realmente queria minha presença.

“Você disse que tava bem.” Falou tentando se controlar, espero que ela consiga.

“É que marquei de encontrar com a Beth depois da escola.” Enquanto falava percebi que a morena que eu ainda não sabia o nome estava encostada no carro do Puck e no mesmo instante olhou pra mim como se adivinhasse. Senti um frio na barriga, não de novo não. Por favor, Santana me deixa ir, pensei.

“Ok. Pelo menos deixa eu te levar pra casa, já que agora deu pra desmaiar por qualquer coisa.” Eu ia responder mais achei melhor não.

“Não precisa, minha casa é perto e quero andar.” Dei meia volta e já ia saindo quando a ouvi gritando.

“Fabray, volta aqui agora!” pela voz achei melhor voltar, não que eu tenha medo dela, muito pelo contrário eu sou a única que bate de frente com o furacão Santana, mais naquele momento estava confuso por um motivo totalmente contrário. A viagem foi no total silêncio só quebrado por Britty falando por que não ganhamos o tal robô. Quando o carro parou em frente a casa de Beth percebi que estava sendo seguido pelos os garotos do Glee e quando sai vi que ela tava na janela do carro do Puck eu a olhei tentando entender o que se passava na minha cabeça. Eu acho que já sabia mais não poderia ser. Sai praticamente correndo, Santana ainda ficou esperando até a porta ser aberta e eu entrar. E estou aqui deitada na cama da minha amiga com ela do meu lado, sem saber o que falar pra ela. Tenho medo de falar realmente o que estou sentindo o que eu acho que estou sentindo o que eu torço que seja mentira, em voz alta seja verdade.

Mais ela é minha amiga, minha melhor amiga e ainda preciso de um conselho mesmo sendo de Beth. E mesmo eu não estando preparada.

“Vou comer, quer alguma coisa?” ela falou indo direto pra porta na hora que eu ia falar. Ela me olhou e deu um sorriso acolhedor e eu vi o que ela queria dizer. Não precisava ser agora.

“Bacon.” Falei agradecendo com o olhar esperando ela entender. Sei que entendeu.

“Sabia que ia pedir isso.” Falou saindo e voltando no mesmo instante só com a cabeça na porta. “Depois quero te ver cantar.” E saiu me deixando a sós com os meus pensamentos que iam a todo o momento pra morena com roupas de velhas. O que tá acontecendo comigo?!