No dia seguinte aos acontecimentos do capítulo anterior, Sakura acabava de chegar da escola depois de mais um dia de aula e como já sabem, o pai dela ainda estava ausente e portanto a Card Captor só não estava sozinha porque tinha a companhia de Kero, a quem ela encontrou em seu quarto jogando videogame.
SAKURA – Ainda jogando Kero? Não dói as vistas?
KERO – Eu já estou acostumado.
SAKURA – Você não tem jeito mesmo.(de repente o telefone tocou) - Eu vou atender lá em baixo.
Sakura não queria atender no quarto com Kero jogando e portanto guardou sua mochila e desceu para atender na cozinha.
SAKURA – Alô!
TOMOYO – Alô Sakura! Sou eu.
SAKURA – Tomoyo?! Que bom que me ligou, cheguei da escola agora pouco.
TOMOYO – Eu sabia que á essa hora você acabaria de chegar da escola, eu estou atenta à diferença do fuso horário, você está 5 horas na minha frente.
SAKURA – Então ainda é de manhã aí.
TOMOYO – Sua voz está muito boa Sakura, percebo que está bem melhor.
SAKURA – Estou sim! Quando você vem passar as férias por aqui? Estou morrendo de saudade, amiga.
TOMOYO – Acho que daqui a um mês, tem as provas finais... mas não vamos falar disso, eu quero falar de você... se está bem assim é por que “pintou” outro amor, não estou certa?
SAKURA – Ainda não, eu prefiro ir com calma.
TOMOYO – Ainda pensa no Shoran?
SAKURA – Se eu disser que não penso, estarei mentindo, mas ele decidiu me deixar e tem que aceitar e respeitar sua decisão, por isso vou seguir minha vida.
TOMOYO – É assim que se fala amiga! Estou orgulhosa de te ouvir falar assim.
SAKURA – Eu também me orgulho muito.
TOMOYO – Eu só liguei para saber se estava bem, e agora noto que sim...eu tenho que ir á aula, até um dia, amiga.
SAKURA – Até...e depois quando voltar me traga algumas fotos da Torre Eiffel e do Arco do Triunfo.
TOMOYO – Pode deixar...eu te amo amiga.
SAKURA – Eu também, tchau!
Sakura desliga o telefone mas uma coisa não saia da cabeça dela, o fato de alguém estar com o colar de magia wika, ela não parava de pensar nisso, e enquanto isso Eric acabara de chegar a seu apartamento quando encontra Nanami dentro dele segurando uma maleta.
ERIC – Você ainda está por aqui? Pensei que já estivesse longe.
NANAMI – Eu vim aqui só para me despedir, vou levar o colar para a sede da Rosa Negra nos EUA.(mostrando a maleta)
ERIC – Eu fico feliz por ter sido útil a Rosa Negra.
NANAMI – Você não é nada parecido com teu pai.(ele fica surpreso)
ERIC – Por que diz isso?
NANAMI – Você tem esse jeito frio, mas sabe tratar bem as pessoas, o teu pai nem sempre é assim.
ERIC – Se é só isso que veio dizer por ir.(se virando de costas para ela)
NANAMI – Eu já vou indo.(ela chega a abrir a porta mas de repente para) - Você é mais parecido com tua falecida mãe.
ERIC – O que? Você conheceu minha mãe?(ele se vira surpreso)
NANAMI – Foi ela quem me recrutou para a Rosa Negra, ela era uma mulher extraordinária, conseguia uma combinação exata de firmeza com delicadeza, se ela fosse viva teria orgulho de você...adeus Eric.
Nanami vai embora deixando Eric pensativo em suas palavras, e enquanto isso de volta a casa de Sakura, ela, naquele momento preparava o almoço quando o telefone tocou novamente, e assim ela foi atender.
SAKURA – Alô!
JUN – Sakura, sou eu, Jun Sato.
SAKURA – Eu reconheci tua voz, Jun... em que posso ajuda-lo?
JUN – Eu queria saber se tudo está bem, quando você voltou ao hospital com tua amiga você me parecia preocupada com algo.
SAKURA – Você é mesmo um bom observador... é sim, mas são coisas minhas.
JUN – Mas está tudo bem, não está?
SAKURA – Está sim! É muito gentil da tua parte se preocupar comigo assim.(sorrindo)
JUN – Então se não for muito atrevimento meu, gostaria de convida-la a ir á um lugar superespecial.
SAKURA – Está me convidando a sair? Para um encontro?
JUN – Não seria um encontro amoroso, só dois amigos se encontrando e se divertindo, jantando, o que acha?
SAKURA – Eu não tem nada para fazer em casa... eu aceito.
JUN – Eu te pego em casa, às sete e meia está bom para você?
SAKURA – Claro que sim, vai ser ótimo.
JUN – Então até as sete e meia.
SAKURA – Até!(ela desliga o telefone toda eufórica e sente um cheiro) - Que cheiro é esse?
Sakura se vira e percebe que esqueceu a panela no fogo onde tudo estava queimando e quando conseguiu apagar tudo Kero entrou na cozinha.
KERO – O que houve por aqui?
SAKURA – Acho melhor pedirmos uma pizza, o que acha?
KERO – Eu acho melhor mesmo.(olhando a bagunça como ficou a cozinha)
SAKURA – Depois eu limpo essa sujeira.
E naquele exato momento a campanhia toca, fazendo Kero subir rapidamente para que Sakura pudesse atender e ela teve uma surpresa em ver quem era.
SAKURA – Chiharu?! O que faz por aqui? Pensei que seus pais tivessem te deixado mais um dia no hospital, não foi na aula hoje.
CHIHARU – Eu já estou melhor.
SAKURA – Mas que grosseria a minha, você não quer entrar?
CHIHARU – É uma passada rápida, eu vim te trazer um convite para uma reunião para comemorar a minha surpreendente recuperação... eu mal me lembro do que houve.
SAKURA – Você merece.
CHIHARU – Eu convidei todos os colegas de classe, você vem para festa, não é Sakura?
SAKURA – Eu tinha um compromisso mas eu dou uma passadinha antes por lá.
CHIHARU – Pode trazer quem quiser, principalmente aquele gato do hospital.
SAKURA – Ora Chiharu, nós só somos amigos.(ela ficou corada)
CHIHARU – Claro que são.(com um olhar irônico e malicioso) - Até mais tarde.
Depois que sua amiga foi embora, Sakura fechou a porta e ficou encostada de costas nela tentando entender os sentimentos que começavam a brotar nela a respeito de Jun, pois ele a fazia se sentir bem como há muito tempo não sentia, e enquanto isso Eric, que ainda estava em seu apartamento, acabara de receber o convite para a mesma reunião em que Sakura foi convidada.
ERIC – A Naoko está convidando todos da classe para essa reunião.
Olhar o convite faz com que Eric se recorde da ultima conversa que teve com Norma, sua mãe, antes desta morrer.
FLASH BACK DE UM ANO
Olhando as estrelas em uma noite quente onde o céu estava sem nenhuma nuvem, Norma Keller e seu filho Eric estavam conversando na varanda da casa deles.
ERIC – Por que a senhora olha tanto o céu, mãe?
NORMA – Eu gosto de olhar as estrelas... Acalma-me.
ERIC – Isso é meio bobo, não acha?
NORMA – Pode ser, mas eu gosto assim mesmo.(ela olha para o filho com carinho) - Sabia que as estrelas que olhamos na verdade não estão lá? São apenas luzes enviadas há muito tempo.
ERIC – São corpos luminosos que já não existem mais, e o que quer dizer?
NORMA – Quando olhamos para as estrelas olhamos para o passado, isso é muito complexo, a complexidade humana me fascina, sabia?
ERIC – O que quer dizer?
NORMA – Eu quero dizer que precisamos conhecer mais as pessoas, entender suas necessidades interiores, é o que tento fazer, para fazer melhor meu trabalho.(ela novamente olha fixamente para o filho) - Olha filho, eu não quero que acabe como teu pai.
ERIC – Mas por que fala assim dele?
NORMA – O John é um bom homem e eu o amo, mas às vezes ele é muito obcecado e direto, ele acha que não temos que conhecer a necessidades dos outros para entende-los mas eu discordo disso... as pessoas são melhores do que ele imagina, ele acha inimigos em todas as partes.
ERIC – Eu entendi mãe.
NORMA – Então se lembre sempre disso! Tem que saber conhecer as pessoas.
Eric ouviu atentamente as palavras de sua mãe e eles voltaram a se abraçar.
FIM DO FLASH BACK
ERIC – Conhecer melhor as pessoas e suas necessidades, está bem mãe... eu vou tentar do teu jeito.
Eric falava isso olhando o retrato que tinha de sua falecida mãe.
HORAS MAIS TARDE
Já estava perto da hora marca de Jun buscar Sakura e ela ainda estava se arrumando em seu quarto experimentando vestidos.
SAKURA – Você acha que esse vestido está bom Kero?
KERO – Você está ótima Sakura, não sei por que está nervosa.
SAKURA – Eu quero deixar uma boa impressão para o Jun.(arrumando o cabelo)
KERO – Mas você não ia à reunião da casa da Chiharu?
SAKURA – Eu vou pedir ao Jun para darmos uma “passada” lá antes.(ela ouve a campanhia) - Deve ser ele.
KERO – Então divirta-se Sakura... e não volte muito tarde.
SAKURA – Vê se não me enche!
Sakura desceu correndo as escadas e ao abrir a porta da de cara com Jun, que ficou atônito com a beleza dela.
JUN – Você está muito bem.
SAKURA – Você também está muito bem.
JUN – Nós já podemos ir?
SAKURA – Se não for pedir muito Jun, eu gostaria de ir a um lugar antes.
JUN – Claro! Então vamos no meu carro.
Jun acompanhou Sakura até seu carro para abrir a porta e depois ele entrou e ambos foram para a casa de Chiharu.

Próximo capítulo = Coração de mãe – parte 2