Where Are You Now? escrita por Kaah_1


Capítulo 3
Sofrimento.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/172698/chapter/3

Depois da escola fui pra casa de Aline. Eu sempre ia pra casa dela depois das aulas, pois, eu não agüentava mais ficar na minha casa. Era uma tortura.

- Pode dormir aqui se quiser. – Aline sorriu, enquanto se sentava em sua cadeira em frente ao computador.

- Obrigado. Mas, vou dormir em casa, tenho que cuidar da minha mãe... Sabe. – suspirei, enquanto sentava-me na cama a sua frente.

- Af, sua vida é tão estranha, Nina. – ela riu. – Primeiro, você é apaixonada por um garoto que nem sabe da sua existência e segundo... Seus pais são mesmo doidos. Sem ofensas. – arqueou a sobrancelha enquanto ria fraco. Tentei até rir junto, mas, a verdade é que eu mal tinha forças pra rir.

- Eu sei. Sou uma completa esquisita. – dei de ombros, enquanto ria sem jeito.

- Você não. Sua vida. – piscou. – Quer comer alguma coisa? – sorriu de canto.

- Não. To... To bem assim. – retribui o sorriso, lembrando que já fazia alguns dias que eu não comia.

Eu não sentia fome. Não sei por que, simplesmente não sentia.

- E... O que foi aquilo com o Thomas hoje? – ela deu uma risadinha abafada. Eu apenas revirei os olhos.

- Cala boca, ele só viu os cortes e tentou ajudar.

- Desenhando uma borboleta no seu pulso? – apontou para o mesmo. Apenas assenti calada.

Fiquei fitando seu quarto. A casa e a vida de Aline era tão perfeita. Sua mãe era empresária e seu pai um advogado famoso. Ela tinha uma casa enorme, sua família se amava e ela tinha uma irmãzinha de quatro anos, muito linda. Eu sempre invejava sua vida, sua beleza e todo aquele amor. Minha mãe sempre me disse que inveja é um sentimento ruim, mas, não consigo evitar. Já que minha vida, é essa porcaria.

- Aline, acho melhor eu ir embora. – me levantei, colocando minha bolsa nas costas. – Sabe como é, minha mãe vai precisar de mim. – sorri fraco.

- Tudo bem, eu te levo. – se levantou também.

- Não precisa.

- Precisa sim. – riu, enquanto me conduzia até a porta de seu quarto.

Ela já tinha carteira de motorista e um carro lindo. Vida perfeita, claro ou com certeza? Ri de meus pensamentos e me senti tonta por um minuto, cambaleei pro lado e voltei a andar normalmente. Logo estávamos dentro do carro, indo pra minha casa, que não ficava lá muito longe. Bocejei, enquanto ouvia Aline tagarelar alguma coisa ao meu lado. Às vezes eu chegava a ser tão desligada, que se algum carro batesse em nós em nem iria notar.

Quando vi, estávamos em frente a minha casa. Bem vinda ao inferno, Nina.

- Entregue. – Aline disse, enquanto eu abria a porta e saía pela mesma. – Cuidado, e... Boa sorte. – sorriu.

- Obrigado amiga. – mandei um beijo pro ar e saí correndo até a porta.

Peguei minha chave extra e abri a porta, já que estava trancada. A casa estava um pouco silenciosa, acho que não tinha ninguém por ali. Passei pela sala, deixando minha mochila jogada no sofá. Que ótimo, sempre sozinha. Caminhei até a cozinha e peguei uma jarra de suco na geladeira, a colocando sobre o balcão e enchendo um copo com o mesmo. Passei meus olhos pelo local e os mesmos pararam em uma figura encolhida no chão.

- Mamãe? – gritei, arregalando os olhos. Corri até ela, que estava no chão, abraçando suas pernas e com a cabeça abaixada. – O que aconteceu? Você t-ta b-bem? – gaguejei, tentando fazer com que ela olhasse pra mim.

- Desculpa, querida. – ela sussurrou, sua voz estava fraca e logo após me abraçou forte.

- Não mamãe... Desculpa eu... Mas, o que aconteceu? – coloquei seu braço sobre meu ombro e a ajudei a levantar. Ela cambaleava, mas, logo a ajudei a sentar na banqueta em frente ao balcão.

- Seu pai... Esteve aqui mais cedo... – murmurou, fitando o nada.

Não consegui dizer mais nada, pois, minha mãe começou a chorar desesperadamente na minha frente. Sabe como é ver sua mãe chorar e não conseguir fazer simplesmente nada? Nada mesmo? É horrível... Só consegui a abraçar e prometer que tudo ia ficar bem... Mesmo não sabendo o que iria acontecer. Eu tinha mesmo medo, do futuro.

Minha mãe pediu para que eu a deixasse sozinha por um tempo, então, foi o que eu fiz. Subi pro meu quarto, sentei no tapete que ficava ali e peguei meu notebook o colocando no meu colo. Resolvi colocar uma musica, do Justin. Relaxava ouvindo sua musica, sua maravilhosa musica. Deixei meu notebook por ali, e me deitei na cama enquanto meu quarto era invadido pelo som de Down to Earth, eu adorava aquela musica. Mas, ela sempre me fazia chorar mais e mais... Sempre.

Afundei minha cabeça no travesseiro, pensando nas coisas que ocorreram... Meu pai era sempre assim, sempre querendo nos machucar, ele não conseguia nos deixar em paz e ainda dizia que nos amava. Chorei mais, deixando meu travesseiro molhado de lagrimas, tudo em vão... Do que adiantaria ficar ali, chorando? E então, em meio a lagrimas, eu adormeci.

Acordei algumas horas depois, ouvindo alguns barulhos que vinham lá de baixo. Me espreguicei, levantei-me e desci as escadas correndo. Parei ao meio da escada, ao ver meu pai ali, gritando coisas a minha mãe que eu não queria ouvir. Já não agüentava mais. Em questão de segundos, vi meu pai a empurrar bruscamente, fazendo com que a mesma caísse no chão.

- CHEGA, POR FAVOR! – desci as escadas desesperadamente e me pus na frente de meu pai. – PARA COM ISSO, NÃO VOU MAIS DEIXAR VOCÊ FAZER ISSO COM A MINHA MAE! – gritei, com medo, mas, gritei.

- Vocês duas são todas iguais. Vagabundas. – ele murmurou. Lutei contra as lagrimas, e antes que pudesse fazer algo, senti meu pai me dar um tapa na cara, o que fez com que eu me atirasse no chão. – VÁ JÁ PRO SEU QUARTO, E NÃO SAÍA DE LA PRA NADA! ATÉ EU MANDAR! – ele gritou, apontando pras escadas.

Corri dali, enquanto sentia minhas lagrimas caíram. Eu não queria mais chorar, não queria mais ser a garotinha fraca e boba, eu só queria... Voltar a ser forte e feliz.

Fechei a porta do meu quarto e me sentei, se encostando da ela. Ainda chorando, muito mesmo. Puxei meu notebook, o colocando sobre minha perna, a procura de alguma coisa que prestasse. Algo que me fizesse sorrir. Entrei em um dos sites de noticia do Justin, poderia ter uma noticia que me fizesse se sentir orgulhosa, e sorrir em meio a essas lágrimas.

Mas, não. Assim que o site abriu, pude ler em letras grandes: “Justin Bieber e Selena Gomez apaixonadinhos em um jogo de Hockey.” E mais aquelas fotos, dos dois, se beijando, abraçados, sorrindo... E toda aquela coisa que eu prefiro chamar de pouca vergonha. Atirei meu notebook longe, em qualquer lugar, estava pouco me importando se quebraria ou não. A verdade era que, agora, nada, não havia nada que me fazia sorrir novamente. Não sorrir verdadeiramente. Não tinha nada.

Minha casa estava uma bagunça. E eu tinha que ver a pessoa que eu mais amava em todo esse mundo ser feliz com outra. Há algo pior que isso?

Me arrastei até o banheiro, fiquei sentada ali, até abrir uma das portinhas em baixo da pia e pegar... Uma lamina, é isso. Uma lamina que eu guardava ali. Fitei meu pulso com as borboletinhas que Thomas havia desenahdo mais cedo e suspirei.

- Adeus borboletinhas. – sussurrei a mim mesma, direcionando a lamina prateada até meu pulso.

Pela primeira vez, eu recueei. Tentando convencer a mim mesma, que aquilo não iria mudar nada. Não tinha nada, nenhum milagre que pudesse acontecer, que mudasse minha vida... Minha vida sofrida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Ruim, eu sei. Não sei se vou continuar com essa fic, sabe... Eu até que tava com ideias pra fic, hm.. Mas, sei lá, me desanimei com os poucos reviews que recebi KKK.
--
Mesmo assim, obrigado amores :)