Ana Beatriz

Dei as costas para os meninos, e saí pela enorme casa com um copo de Vodka na mão. Eu estava completamente perdida, pois eu não conhecia a casa e o pior... Eu não conhecia ninguém nessa festa a não ser os dois caras que eu havia acabado de dar as costas. Não ia adiantar eu procura-los agora, pois eu já estava perdida e com certeza eles estariam muito ocupados beijando – ou até algo mais – com uma garota qualquer.

As pessoas esbarravam em mim e nem se davam ao trabalho de pedir desculpa, eu já havia xingado dois garotos e três garotas, porem eu não pude ser escutada, pois o som estava alto demais. Eu me sentia sozinha, então tive a brilhante ideia de ir até o banheiro e mandar mensagem para a Mary – minha melhor amiga -, eu tinha certeza que ela estaria acordada uma hora dessas.

Depois de me perder umas três vezes eu subi a escada, e achei o banheiro. Lá em cima pelo menos a música era bem mais baixa e dentro do banheiro quase não se escutava nada.

Peguei meu celular, que estava em lugar secreto e digitei uma mensagem para a Mary.

“Mary socorro, estou em uma festa chata. E sozinha, halp-me”.

Sentei-me na pia e esperei meu celular vibrar. Enquanto eu esperava uma garota entrou no banheiro. Ela tinha estatura media, seus cabelos eram pretos e lisos com uma franja meio Emo, seus olhos eram castanhos claros. A garota usava um vestido preto tomara que caia com cintura marcada, e com a saia rodada que batia no meio das suas coxas e usava um all star preto de cano médio. No pescoço uma gargantinha prata com uma pequena cruz.

Ela entrou parecendo revoltada com a vida, me olhou por um momento e se sentou ao meu lado de braços cruzados e com a cara fechada.

_ Aceita? – Ela disse me oferecendo uma garrafa de vodka que estava na sua mão.

_ Obrigado. – Falei pegando a garrafa e bebendo um pouco.

_ Mya.

_ O que? – Perguntei meio confusa.

_ Me chamo Mya, 17 anos. – Ela disse olhando pra mim._ E você?

_ Ana Beatriz, faço 17 em setembro. – Falei sorrindo.

_ Nunca te vi na cidade e em nenhuma das festas da Carla.

_ Eu estou passando as férias aqui. Sou a meia-irmã do Brad.

_ O Brad nunca disse que tem irmã – Ela disse parecendo meio indignada.

_ Conhece ele?

_ Todo mundo conhece o Brad. – Ela disse cruzando as pernas e se virando para que ficasse de frente pra mim. _ Ele é o garoto mais popular da faculdade e do colégio.

_ Espera aí. Eu estou confusa. – Falei me virando pra ela e também cruzando as pernas. _ Ele saiu do colégio faz muito tempo então como ele é popular lá.

_ Ele saiu do colégio ano passado. – Ela disse fazendo uma voz misteriosa. _ Ele era o goleiro e capitão do time da escola. O garoto mais bonito e querido da escola, mas isso não é tudo... Ele era e é conhecido por ser o filho de uma famosa estilista aqui de São Paulo.

_ E você é amiga dele ou algo assim?

_ Não. O Brad só anda e conversa com garotas como Alyne Bridem. – Percebi que Mya falou o nome dessa garota com certo nojo na voz.

_ Garotas como Alyne Bridem?

_ Patricinhas que se acham as donas da escola e de tudo e de todos.

_ E essa tal Alyne é a dona da festa?

_ Não. A dona da festa é a Carla minha irmã. – Mya falou me oferecendo mais um pouco de vodka. _ E a proposito... a faculdade e o colégio do ensino médio pertencem ao mesmo prédio, por isso ele é conhecido em ambos.

_ Entendi.

Mya era uma ótima garota. Então curtimos a festa dentro do banheiro bebendo vodka e rindo. Nestes momentos junto com a Mya eu voltei a senti o carinho de uma amiga que eu não sentia desde que eu havia chegado à casa do Brad.

Brad

_ Oi Alyne. – Falei com uma voz não muito feliz.

_ Nossa que comprimento mais seco. – Ela jogou os cabelos para trás e me deu um Celinho.

_ Alyne, a gente já conversou sobre isso...

_ Brad, nos dois sabemos que aquilo não passou de um pequeno mal entendido. – Ela passou a mão na minha nuca me fazendo arrepiar. Droga, não é possível que eu ainda sinta desejo por ela. _ Ambos sabemos que você me ama e que você me quer não me quer?

Ela mordeu o lóbulo da minha orelha e por fim eu não resistir a puxei para mim e lhe dei um beijo de tirar o folego. Eu a puxava para perto de mim, mas não era o suficiente. Eu só precisava leva-la para um dos quartos, e depois mostraria a ela o que acontece quando uma garota me provoca.

Subi com ela distribuindo beijos, e mordida pelo seu pescoço não me preocupando se ia deixar ou não marcas. Quando achei um quarto vazio, tratei de joga-la na cama e me deitei por cima dela e a beijei novamente.

Ana Beatriz

Depois de um tempo conversando no banheiro eu e a Mya decidimos sair de lá afinal nossa Vodka havia acabado. Quando eu e a Mya estávamos descendo a escada vi um casal subir aos amassos a procura de um quarto.

_ É cada um que aparece nas festas da Carla. – Mya falou.

Eu reparei um pouco no homem que beijava a mulher, ele me parecia familiar... Meu Deus era o Brad. Eu estava surpresa... Afinal eu sempre achava que ele era gay ou algo do tipo. Tudo bem, ele continua sendo Gay, isso não muda nada.

_ O que vamos fazer agora? – Perguntei a Mya tentando afastar aquela imagem da minha cabeça.

_ Eu vou te apresentar para a galera. – Ela disse me puxando escada abaixo, e entrando no meio da multidão de pessoas que se esfregavam.

Ela me levou até o lado de fora da casa, que estava completamente vazio exceto por um cara e uma garota que estavam sentados perto da piscina com algumas garrafas de bebidas do lado deles.

_ O cara é o Mike e a garota é a Adriane. – Ela falou assim que chegamos perto deles.

_ Oi. – A Adriane disse fazendo um sinal da paz com os dedos.

Ela tinha o cabelo loiro cortado de um jeito um tanto quanto sinistro. Ele era curto e estava meio bagunçado e possuía mechas de várias cores no cabelo dela – Isso me lembra do cabelo da Mary – ela usava uma calça jeans toda rasgada, um coturno por cima da calça e uma blusa vermelha escrito “Devil May cry”.

_ Beleza? – O tal de Mike disse me lançando um sorriso tímido.

Ele tinha o cabelo loiro liso com uma franja que quase tampava seus olhos, estes eram azuis. Ele usava uma calça jeans normal e uma camisa preta do ACDC e um all star vermelho.

Então eu e a Mya nos juntamos a eles e começamos a conversar e é claro e beber aquelas garrafas de bebidas que estava dando mole do nosso lado.

Pedro

O relógio marcava 4:30 da manha, eu já estava com tedio afinal a garota com quem eu estava dando uns beijos foi embora antes que eu pensasse em sequer subir com ela para algum quarto.

Eu tinha que chamar o Brad pra gente ir embora, mas eu não sabia onde ele estava. Vi Ana Beatriz passar por mim com uma garota então resolvi segui-la. Ela estava sentada junto com duas garotas e um garoto perto da piscina, e eles riam e bebiam Vodka. O Brad vai me matar e matar ela se souber disso.

_ Ana Bia! – Falei chegando perto da onde eles estavam.

_ A é você... O que foi? – Ela me perguntou com indiferença na voz.

_ Vim te chamar para ir embora. – Falei pegando no seu braço e a levantando. _ Vamos.

_ Me solta seu Gayzinho de quinta categoria. – A soltei. _ O Brad já está no carro por acaso?

_ Não. Alias eu nem sei onde ele está.

_ Ótimo! Quando você achar ele, vem me chamar. – Droga, eu já devia saber que ela agiria desta forma.

Peguei meu celular do bolso e liguei para o Brad.

Telefone on

_Alo!? – A voz do Brad saiu do telefone.

_ Brad, aonde você está cara? Estou te procurando a um tempão pra gente ir embora.

_ Me encontra no carro.

_Beleza.

Telefone off

Ana Bia

_ O Brad já está indo para o carro. – Pedro falou olhando para mim.

_ Tchau galera. – Falei me levantando acenando com a mão.

_ Até a próxima. – Mya falou.

_Até.