A Vida De Renesmee Carlie Cullen escrita por Nicole_Manfredi


Capítulo 2
Surpresa


Notas iniciais do capítulo

Eu li algumas fanfics sobre a Nessie e achei interessante. Mas não gostava muito do final. Então peguei algumas idéias e criei minha própria história. Se gostarem deixem reviews por favor!



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Renesmee

  Calma Renesmee. Você supera esse tédio. Disse a mim mesma enquanto arrumava meu quarto. Eu passara a manhã inteira dormindo e queria liberar toda energia que senti depois de acordar. Meus pais deixaram-me impossibilitada de sair muito de casa. Então, tinha que me divertir como dava.

  - Renesmee! - gritou meu pai. Ele estava na outra casa, mas mesmo assim pude ouvir-lo claramente. Papai nunca foi de gritar. Não precisávamos disso. Mas ele deve ter feito isso por causa da empolgação impregnada em sua voz.

  Eu pulei a janela de meu quarto e corri, seguindo seu cheiro. O dia estava chuvoso. Devia estar muito frio. Ainda bem que o clima não me incomodava. Quando cheguei na sala onde meu pai estava, ele tinha um sorriso misterioso.

  - Me desculpe por ter que mantê-la aqui por enquanto. - disse depois de ler minha mente. Nunca gostei muito do fato de meu pai ler meus pensamentos, mas já havia me acostumado. - Quando sua mãe chegar, avise-a que saí para fazer algumas coisas. - disse agora com ansiedade e pressa, levantando-se do sofá num movimento rápido.

  - Posso saber aonde o senhor irá? - disse tentando disfarçar minha curiosidade.

  - Bem, é melhor não. - o quê? Ele não vai me dizer para onde vai? Desde quando meu pai foi de esconder coisas de mim? Antes que pudesse contestar, ele já havia corrido para a garagem.

  Que ousadia. Além de me manter aqui, papai ainda esconde coisas de mim? Ele sabe melhor do que ninguém que odeio segredos. Mas era melhor eu esquecer isso. Ele já havia arrancado para longe com seu Volvo. Saí lentamente da sala e fui em direção à porta. A chuva havia cessado. Ainda bem. O clima nunca me influenciou, mas sempre preferi um dia ensolarado, porque tudo ganha mais vida. No caminho até minha casa, fiquei reparando cada folha e flores que passavam ao meu redor para me distrair. Fui em direção à porta de madeira arqueada de minha casa e a abri. Fui diretamente para meu quarto, para terminar o trabalho o quanto antes. Quando olhei no espelho de meu closet, vi que meus olhos exalavam tédio. Não pensei que meu estado de espírito estivesse tão prejudicado.

  Na verdade, minha família dava toda atenção de que precisava, mas deixar-me longe do mundo me enlouquecia. Há algum tempo eles me proibiram de sair sozinha para qualquer lugar. Papai não trabalhava, mas vivia saindo. As pessoas da cidade pensam que depois de meu pai ter formado-se na faculdade, ele começara a trabalhar em outra cidade. Eu amava ficar em sua companhia. Uma das melhores coisas que fazíamos juntos era tocar piano. Eu aprendera a tocar tão bem quanto tia Rose em pouco tempo, mas nunca passara a habilidade de meu pai no piano. Quando ficava com mamãe, ela sempre contava-me suas histórias de quando humana. Sempre me senti segura em seus braços. Tia Rose sempre falava sobre carros comigo, e também sobre "coisas de mulheres", igual diz tio Emmet. Quando ficava com tio Emmet, ele sempre fazia piadas, jogava video game e caçava comigo. Ele fazia meu humor chegar ao auge. Com tia Alice, eu falava sobre moda e etiqueta. Ela também me ensinara a vestir-me como os humanos. A companhia de tia Alice é como uma terapia para mim. Ela é muito divertida. Só me irrita o fato de ela não poder ver meu futuro. E não é só esse o problema, ela não pode ver o futuro de qualquer pessoa que esteja relacionado a mim. Com tio Jasper, eu aprendi a caçar muito bem, mas ele nunca me ensinou a lutar. E não foi por falta de tentativas. Meu pai não gosta muito do fato de ver-me lutando. Ele tem medo de que me machuque. Quando fico com vovô Carlisle ele me ensina a me controlar. Mas isso nunca foi o meu forte. Minha garganta ainda queima muito quando vejo vovô Charlie. Com vovó Esme, aprendi tudo sobre o bom gosto de decorações. Bom, essas são as principais atividades que faço com eles, mas elas são inúmeras. Uma pessoa normal nunca se entediaria com uma vida assim. Mas eu não sou normal. Eu cresci até os seis anos e congelei com a aparência de dezesseis. Até para minha espécie eu não sou normal. Nahuel e suas irmãs chegaram à maturidade aos dez anos, bem depois de mim. Para vovô Carlisle, eu ainda estou crescendo. Devagar, mas estou. Ele fala que ainda falta alguma coisa que ele não sabe para eu congelar totalmente. Eu queria apenas sair mais. Desde que Jacob se afastou um pouco de nós para cumprir suas obrigações como alfa, deixei de fazer algumas atividades humanas que gostava.

  Quando voltei a mim, fui para a casa de Carlisle. Pensei que não tivesse ninguém devido a essa loucura repentina que estava acontecendo, mas pelo cheiro, deduzi que vovó Esme estava na cozinha. Então fui até sua direção.

  - Oi minha querida! Como foi seu dia? - disse, me abraçando confortavelmente. Como de costume, toquei-a e mostrei o tédio que estava sentindo a pouco. - Oh! Por que não veio para cá? - disse com compaixão nos olhos.

  - Quando papai saiu não tinha ninguém aqui. - disse, pensando no momento em que ele partiu sem me dar respostas.

  - Cheguei logo após ele, querida. - disse amigavelmente.

  - Nem percebi. Ultimamente ando meio destraída. - disse com um suspiro no final da frase. - A senhora sabe para onde meu pai foi? - disse, deixando a curiosidade tomar conta de mim.

  - Seu pai deve ter ido caçar. - Assim como mamãe, Esme sempre fora uma péssima mentirosa. É lógico que ela sabia onde papai tinha ido. Tem alguma coisa acontecendo que todos sabem e não querem me contar.

  - Por que todos estão mentindo para mim? Qual é  o  porquê desse segredo todo? – disse irritada. Olhei furiosamente para os olhos da vovó para fazê-la falar. Ela ficou surpresa com minha reação. Ela apenas sorriu, pegou minha mão e conduziu-me até o sofá. Mesmo ela fazendo isso, eu sabia que ela não iria falar.

  - Minha querida... Não tem segredo nenhum. É apenas uma surpresa que estamos planejando para você. – disse com a voz mais calma do mundo. Surpresa? Que tipo de surpresa?

  - Qual surpresa? – tentei fazê-la falar novamente.

  - Se eu contar não será uma surpresa! – disse batendo as palmas com um sorriso estampado no rosto. – Agora eu preciso... É... Fazer algumas coisas. – “Fazer algumas coisas” nunca existiu em seu vocabulário.

  - Que coisas? – disse semicerrando os olhos.

  - É... Você sabia que seu pai vai te matricular na escola de Forks para você fazer o Ensino Médio? – ela mudou rapidamente de assunto. Mas o que? Isso não pode ser verdade. Ele nem quer que eu saia de casa e vai me matricular numa escola cheia de humanos?

  - Sério? –  disse espantada.

  - Sim! Sua mãe o está incentivando a fazer isso. Ela acredita que você pode se controlar. – mamãe acredita mais do que eu em minha capacidade de controlação. Mesmo sendo difícil para mim, aprendi a me controlar um pouco com minhas idas à cidade. Esme sabia me entreter. Escutei um barulho de carro vindo a toda a velocidade da estrada. Em segundos ele estava aqui. Com certeza era tia Alice! Mamãe e tia Rose também estavam com ela. Elas entraram rapidamente na casa e deixaram as bolsas no sofá ao lado do que eu estava.

  - Esme já lhe falou que seu pai irá matriculá-la na escola? – disse mamãe. Ela era a que menos sabia disfarçar.

  - Parem agora de fingir! – disse com muita irritação. As três olharam espantadas para mim. Mamãe foi a primeira a se aproximar de mim. Ela sentou-se ao meu lado, no sofá. Tia Alice dançou até mim e colocou suas mãos em meu ombro. Tia Rose sentou a meus pés. Todas tinham uma expressão de mistério. Isso me deixou louca.

  - Renesmee, eu e seu pai temos uma surpresa para você. Mas você tem que esperar só um pouquinho. – ela parecia perturbada. Mamãe nunca guardou um segredo de mim. Imaginei que deveria estar sendo difícil para ela. Eu olhei para ela e a abracei. Eu teria que ser paciente. Tia Alice e vovó Esme olharam como se fosse a coisa mais feliz do mundo acontecendo. Mas tia Rose apenas parecia apreensiva com a surpresa que se seguiria. Achei estranho.

  - Fez suas obrigações? – disse mamãe. Coloquei minhas mãos em seu braço e lhe mostrei o tédio do meu dia.

  - Me desculpe ter te deixado sozinha. Seu pai também tinha que ir. Mas foi preciso. Depois você vai me agradecer. – disse com um sorriso presunçoso.

  - Tudo bem. Se não se importam vou tomar um banho. Com licença. – saí rapidamente e fui para meu quarto na casa de Carlisle. Peguei uma calça Jeans , uma camisa xadrez e uma sapatilha que tia Alice havia comprado para mim. Dirigi-me ao banheiro e liguei o chuveiro. Tirei minhas roupas e fechei o Box. Eu não precisava de banho, mas ele sempre me acalmava e deixava minha mente vazia. Deixei a água escorrer pelo meu corpo por longos minutos. Saí e vesti minhas roupas. Quando parei nas escadas, já havia anoitecido. Todos estavam na sala. Mamãe estava nos braços de papai ao lado da janela. Tia Alice, tio Jasper e vovó Esme estavam no sofá. Tio Emmet e tio Jasper estavam no chão jogando vídeo game. E tia Rose estava de pé, perto da TV.

  - Olá – disse educadamente. Todos olharam para mim.

  - Oi Nessie. – disseram em uníssono.

  - O que vocês acham de uma caça em família? – disse tio Jasper olhando para cada um de nós. Todos concordaram com um gesto com a cabeça. – E você Nessie? – desci as escadas e fui em sua direção.

  - Eu fico com o maior! – mostrei a língua e saí correndo para fora de casa. Eu não estava com sede mas fui mesmo assim. Caçar é a minha atividade favorita. Logo todos estavam ao meu lado. Eu senti um cheiro de um cervo ao norte, e fui até lá. Eles seguiram uns alces a oeste e me deixaram sozinha. Quando avistei o cervo ele saiu correndo. Então me deu vontade de brincar com a comida. Então eu o deixei correr para me divertir. Quando ele estava um pouco longe, pulei para uma árvore e dei um pulo para longe, de modo que parei na frente do cervo. Logo avancei em sua direção e cravei meus dentes em seu pescoço, e em instantes ele estava seco. O cheiro dos cervos não era dos melhores, mas era legal caçá-los. Quando levantei-me para procurar minha família, escutei um rosnado saindo do meio dos arbustos. Aquele cheiro era familiar. Mas antes que o sentisse com mais atenção um lobo gigante pulou em minha direção. A minha reação foi instantânea. Eu o peguei no ar e o joguei contra uma árvore. Eu subi nela, como se o estivesse caçando, mas o galho caiu e eu junto com ele. O lobisomem era rápido e deu o bote. Quando aqueles olhos olharam para mim, e senti melhor seu cheiro, reconheci Jacob. O coração dele estava acelerado, e quando o reconheci, o meu fez o mesmo. Ele saiu de cima de mim e eu levantei-me num gracioso movimento e o abracei.

  - Nunca mais desapareça assim lobinho. – disse como o chamava quando aparentava ter seis anos. Ele acariciou meus braços com seu rosto. Em  menos de  um segundo, minha família inteira estava ali. Então entendi  o  porquê  de  todo  aquele  alvoroço. Eles queriam fazer com que a chegada de Jacob fosse uma surpresa para mim. E entendi também a expressão de tia Rose minutos atrás. Ela nunca gostou muito dele. Mas meu lobinho tinha voltado! E isso era o que importava.

  - Bem que você podia ter destroncado o pescoço desse lobo não é Nessie! – disse tio Emmet se referindo à luta que tivemos antes de eu reconhecer Jake. Eles provavelmente deviam estar por perto enquanto eu me concentrava em “caçar” meu Jake. Eu ri alto. Jake deu um rosnado suave, mas pelo que conhecia Jake, ele estava apenas brincando.

  - Vamos Nessie! Vamos deixar Jacob vestir-se. – disse mamãe aproximando-se de mim e afastando-me de Jake. Nós corremos de volta para a casa de Carlisle e chegamos na entrada. Então papai aproximou-se de mim e beijou minha testa.

  - Se quiser pode ir para o chalé para falar com Jake. Só  que  tenha  juízo mocinha. – disse papai. Juízo? Desde quando fui descuidada?

  - Só por precaução Nessie. – disse papai, respondendo meus pensamentos. Então saí normalmente da entrada da casa, para disfarçar a empolgação. Então quando tinha entrado no meio de algumas árvores, disparei em direção ao chalé. Não fazia muito tempo que Jake havia partido, mas como eu cresço rápido, quando ele foi, eu tinha uns onze anos de aparência. Sentei à beirada do rio e esperei Jake vir. Escutei passos vindos da floresta e vi Jake se aproximando. Eu corri em sua direção.

  - Por que você foi Jake? – disse abraçando-o.

  - Eu tive que me separar de você por um tempo. Desculpe-me. – eu o larguei e reparei que em seu rosto havia uma expressão de dor. Com certeza era a impressão. – E o que eu perdi? – ele disse com um sorriso torto,  que  por    sinal  eu achei lindo. Eu coloquei minhas mãos em sua mão e mostrei rapidamente todas as minha lembranças que tive desde que ele se fora.

  - Ual! Você cresceu mesmo Nessie! Nem parece aquela garotinha que apostava corrida e que ficava brava quando eu caçava o animal maior! Eu te deixo por menos de um ano e meio e você faz-me sentir como um velho. – ele sorriu  e  ficou  admirando  cada  detalhe  de  meu rosto. Não sei por que mas isso me deixou encabulada. Ele não havia mudado nada. Era o mesmo garotão de sempre que me lembrava.

  - Agora você não mudou nada! Continua com suas piadinhas! Mas e agora, me conte sobre você. Com passou esse tempo sem ser minha babá? - demos risada juntos. Então  ele  me  acompanhou  até umas pedras na beira do rio,  e  começou  a  me  contar  tudo o que tinha vivido, suas experiências, novas habilidades em combate e muitas outras coisas. Enquanto Jake falava, podia escutar risos vindos da casa. Odiava o fato de não poder ter privacidade. Mesmo assim, não interrompi as histórias de Jake. Era bom ter aqueles olhos castanhos me olhando novamente. Ficamos a noite inteira conversando, e quando amanheceu, ouvi a barriga dele roncar. O mesmo mortal de sempre. Disse a mim mesma.

  - E então? Acredito que você deva estar com fome. – disse ao me lembrar o quanto Jake conseguia e precisava comer.

  - É uma ótima idéia. – ele disse afirmando com a cabeça. Andamos despreocupadamente até a casa. Quando chegamos, todos olhavam indiscretamente para nós.

  - Ei Bella, você não me disse que Nessie tinha virado uma bela mulher! – quando ele falou isso eu olhei para o chão e senti meu sangue ferver em meu rosto.

  - Tinha que ser uma surpresa para ambos! – ela disse sorrindo para ele. Ele aproximou-se dela e a abraçou. Mamãe franziu um pouco o nariz e depois de ter abraçado Jake, foi para o lado de papai.

  - E então Nessie, gostou da surpresa? – disse vovó Esme.

  - Com certeza vó! Não poderia ser algo melhor! – Jake  riu e sua barriga roncou. É, eu estava certa sobre Jake estar com fome. Todos na sala escutaram o ronco e deram risada. Menos tia Rose.

  - O leão precisa comer! – disse tio Emmet. Eu dei risada e fui em direção a Jake.

  - Não ligue Jake. Vamos! – peguei-o pelo braço e o levei até a cozinha. E comecei a preparar a janta de Jake. Geralmente eu não  cozinhava.  Quem sempre  fazia  comida  quando  Charlie  vinha  aqui  era  a  mamãe.  Mas  eu  não  posso  deixar Jake sozinho,  só  para  garantir que  ele  nunca  vá embora. Como estou sendo ingênua! Disse, acusando a mim mesma. Mas como a impressão o afetava, afetava a mim também.


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