A lavagem cerebral foi forte, arranhei seus braços e passei as pernas por sua cintura, puxei seu cabelo e correspondi ao beijo desesperado e urgente, lutando com ele por espaço dentro da minha própria boca e da dele também.
Sentindo o cheiro de cigarro, álcool e perfume, o cheiro irritante e gostoso, que a cada vez que eu inspirava, me fazia apertar o dono com mais força.
Ele apertou minhas coxas com força e partiu o beijo, encostando a testa na minha de olhos fechados e ofegante, assim como eu.

Ele passou a língua pelos lábios e abriu os olhos, me encarando por longos segundos, fechou os olhos e desceu a boca à minha, me beijando com calma dessa vez.
Explorando minha boca milimétricamente, apertando o corpo no meu e acariciando minha barriga com a mão que não segurava seu próprio peso.
Eu passeei as mãos por suas costas e braços, voltando ao pescoço, acariciando cada um dos músculos no caminho até o cabelo, onde embrenhei as mãos e o puxei mais pra mim, apreciando o gosto dele, menta, cigarro, álcool… Enfim, não sei direito, mas que era o que eu queria no momento.

Gates separou nosso beijo de novo, me dando vários selinhos e suspirando ao encostar a testa minha, depois escorregou o rosto para a curva de meu pescoço, onde beijou e mordeu demoradamente.
Continuamos a nos beijar, até que ele parou e colocou a testa na minha de olhos fechados, suspirou e abriu os olhos.

[Hora do Plaay! (y']
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Gates jogou o corpo pro lado e eu acabei sendo obrigada, pelas minhas pernas, a fazer o mesmo.
Estava um clima sério, sua expressão era pensativa e ele mal piscava enquanto me encarava, um braço por detrás da cabeça e o outro passado na minha cintura.
- Você está bêbada? - Perguntou de repente.
Pisquei confusa - Como?
- Está bêbada Vampira? - Repetiu sério.
- Não. - Disse e ele fechou os olhos, parecendo relaxar um pouco.
Me puxou pra perto e passou os lábios pelos meus, que se abriram na hora esperando o beijo que, para minha surpresa, não veio. Ele gemeu baixo e voltou para onde estava, me deixando extremamente confusa.

Esperei para ver o que estava acontecendo, ele baixou os olhos e acariciou minha coxa.
- Estou pesado?
- Não.
Ele riu pelo nariz e apertou o lugar, levantou o olhar pra mim e sorriu fraco. - Você me beijou porque estava com medo… Não foi? - Perguntou cansado.

O olhar de Gates era penetrante, eu não tinha exata certeza do que responder, mas senti que não devia ferí-lo atoa… Pelo menos não agora.
- No começo sim. - Respondi sincera - Depois não.
Ele fechou os olhos e respirou fundo, parecia que eu tinha tirado um gigantesco peso dele.
- Então… Em algum momento você quis me beijar? - Perguntou ainda sem abrir os olhos
- Quis. - Respondi antes de pensar, depois me condenei por isso, e dai que ele ficaria mal? E o meu orgulho?
Ele apertou mais minha coxa, então saiu de entre minhas pernas e sentou na cama. - Espera ai. - Disse e se levantou, indo para o banheiro.
Logo ele voltou e foi pra porta, girando a chave na fechadura, voltou pra cama e deitou do meu lado, sem me olhar, focalizando o teto.
- Pode ir. Desculpa.
Eu fiquei confusa, me sentei e pensei um pouco, não fazia diferença mais, fazia?

Deitei ao seu lado e olhei o teto branco com ele.
- Que foi? - Perguntei
- O que?
- Que foi que deu em você? - Perguntei me virando pra ele
Gates lambeu os lábios e respirou fundo. - Não sei. Tesão?
- E tesão fez você querer ter certeza de que não tinha me obrigado a te beijar?
Ele fechou os olhos e cruzou os braços na frente do peito. - Não sei Vampira. Eu te quis. Depois percebi que fui estúpido.
- Quis? - Perguntei num tom mais provocativo do que queria.
- QUERO! - Gritou irritado se sentando rápido - É O QUE VOCÊ QUER OUVIR CARALHO? É ISSO QUE VOCÊ QUER VAMPIRA? - Continuou e saltou da cama
Pisquei assustada e me sentei devagar na cama.
- O… - Comecei, mas ele estava fora de si o suficiente para nem perceber.
- QUER ME OUVIR DIZER? EU QUERO! TENHO TESÃO! EU QUERO VOCÊ!
- Eu…
- QUER SABER POR QUE EU CORTEI O CABELO? FOI POR SUA CAUSA SIM PORRA! POR QUE EU TÔ AGINDO DIFERENTE? POR SUA CAUSA TAMBÉM! - Ele gritava andando de um lado para o outro.
- Gates? - Chamei assustada e ele me olhou
- QUE FOI? QUER QUE EU PEÇA PRA VOCÊ NÃO ME ZOAR PRA SEMPRE? EU PEÇO SE QUISER! ESTOU SENDO UM IDIOTA DE QUALQUER JEITO!
Nunca tinha o visto tão irritado e fora de si, na verdade, nunca tinha o visto descontrolar.
- Não… Eu só…
Ele caiu ajoelhado e bateu a cabeça no colchão. - Quer saber? Eu estou bêbado. Esquece isso e vai embora daqui.

Escorreguei da cama para o chão e ajoelhei do seu lado. - Me desculpa. - Disse tocando seu ombro - Mesmo que seja verdade, eu não devia ter te falado o lance da Michelle.
Ele fechou as mãos em punhos e se levantou - Eu já disse! Estou bêbado! Esquece o que você ouviu e dá o fora daqui Jade. - Disse andando para longe de mim.
- Eu só queria…
- Me ridicularizar, como sempre… Mas quer saber? Foda-se. Eu sou melhor que isso.
- Gates, eu só quero conversar com você, não vou te ridicularizar. - Disse chegando perto dele.
- Há! - Riu falso e irônico - Claro, como se você fosse uma pessoa legal.
- Me escuta! - Eu disse irritada, mas ele continuou me ignorando, parecia um maluco.
- Já disse que não quero ouvir suas piadinhas de sempre. E daí que eu tenho tesão por você? Sexo é sempre só sexo e você é um demônio!

Arregalei os olhos e fiquei calada, talvez ele estivesse mesmo muito bêbado, ou tivesse feito tudo isso para me atingir, ter certeza que eu não ia tentar repelí-lo e depois pisar em mim.
- Calou a boca agora? Milagre! Achei que ia falar alguma coisa, pra ver se me deixava com mais raiva, quem sabe pisar em mim um pouco mais?
- Eu não quis te magoar, de verdade… - Eu disse sentindo minha garganta travar
- Não. Porque é óbvio que jogar na minha cara que ficou comigo porque queria irritar minha ex é um comentário que você faz sem intenção ruim.
- Eu não sabia que significava…
- SIGNIFICAVA! No passado! Por que quer saber? Cansei de você e do seu ódio continuo. Vampira é bem certo, você suga as pessoas até não dar mais!

Meus olhos marejaram e eu mordi o lábio com força, virei as costas e comecei a andar devagar pelo quarto.
- Se está andando devagar para eu acabar te chamando de volta e dizer que foi tudo um erro, que foi sem querer, pode esquecer.
Apertei meus olhos e girei a maçaneta, saí e puxei a porta.
- Quer saber Brian? Eu sinceramente sinto muito pelo que eu fiz com você. Mas achei que se lembrasse que eu posso ser legal e não ridicularizar as pessoas. Afinal de contas quem ficou com você quando estava mal pela sua mãe fui eu. - Disse e fechei a porta atrás de mim.

Andei pela rua devagar, podia ouvir os gritos dos garotos, já que a casa de Gates era bem perto da praia.
Enquanto me afastava dos gritos, respirei fundo e olhei para minhas mãos que tremiam.
Pessoas são todas idiotas, por isso eu costumava odiá-las, e eu sempre estive muito bem com isso tudo, o ódio, a indiferença e o medo delas de mim.
Por isso eu não gosto de mudanças, porque eu não queria amigos novos, casa nova, vida nova e o diabo a quatro, pra mim, minha antiga casa, meus antigos “amigos” e meu antigo namorado estavam muito bem.

Cheguei em casa e subi para o quarto, me jogando na cama e suspirando, quanto será que custava ter minha antiga vida de volta?