Take My Heart -Em suas mãos tudo começou escrita por M Iashmine M


Capítulo 9
Capítulo 08 – Pétalas e conversas


Notas iniciais do capítulo

Buenas, pessoal!
Desculpem (novamente) pela demora. Finalmente estou de volta depois de um tempinho sem postar.
Estive trabalhando muito neste capítulo, pois as partes que ainda não estavam na minha cabeça acabaram fluindo melhor para a página do que aquelas que já estavam. Sim, é estranho.
Mas quero (espero) compensar um pouco agora que estou de férias a curto prazo. XD
Espero de coração que vocês gostem do capítulo, pois vou contar cada vez mais sobre os personagens de agora em diante.



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Pétalas e conversas: “Surgem fragmentos de verdade”

Darell guiou Catherine até o lado de fora da mansão e seguiu por uma trilha, a mesma que a menina vira na sua chegada. Seguiram até estarem ladeados pelas árvores do bosque que iniciava novamente atrás da casa. Depois de alguns minutos, chegaram a uma estrutura elegante de metal e vidro, mas Catherine não conseguia ver o que havia dentro, pois o vidro estava muito escurecido por uma grossa camada de limo.

– Venha – disse Darell depois de abrir um pequeno portão que separava a trilha da porta de vidro logo à frente.

– Que lugar é esse? – perguntou a pequena, observando enquanto o homem remexia seu molho de chaves novamente.

– Já vai descobrir – respondeu simplesmente. Quando encontrou a chave, esta era delicada e cheia de detalhes, o que chamou a atenção de Catherine.

Colocando a chave na fechadura, Darell precisou forçar a maçaneta para que ela se movesse, pois já estava um tanto enferrujada. A porta rangeu ao ser empurrada e pode-se ver que amontoava folhas mortas atrás de si à medida que avançava. O ar estava cheio de poeira e teias de aranha eram visíveis em todos os cantos, mas longos balcões se estendiam dentro da estrutura, com muitos recipientes espalhados e os vestígios de que já sustentaram vidas era claro para a jovem dama.

– Uma estufa?

Darell não respondeu imediatamente. Ficou parado olhando o ambiente abandonado ao seu redor. Suspirou e pegou a mão da menina, guiando-a vagamente pelos corredores entre os balcões.

– Esta estufa pertencia à mãe do senhor Henry, mas como ela faleceu pouco tempo depois do seu nascimento, o lugar acabou ficando abandonado por muitos anos.

– Isso é muito triste! O senhor Henry deve sentir muita falta dela – comentou Cathie, apertando um pouco a mão que segurava a sua. – Assim como sinto da minha mamãe... – complementou, baixando a cabeça.

– O senhor Henry não chegou a conhecê-la realmente, pois era muito, muito jovem. Quem o criou foi seu tio, o irmão de sua mãe.

– Mas e o papai dele?

– Eu não sei muito a respeito disso. O senhor Henry só me disse que cresceu sendo criado pelo tio, que assumiu a guarda quando sua mãe morreu. Na verdade, tudo o que o senhor Henry sabe a este respeito foi o que seu tio lhe contou. Aparentemente os dois sempre se deram muito bem e nunca escondiam nada um do outro.

– Mas o titio dele também não sabe sobre o papai dele?

– Como eu disse, ele não me contou muito a respeito, então não é fácil tirar uma conclusão. Mas tenho minhas hipóteses. Talvez ele soubesse, mas não quisesse contar ao sobrinho por alguma razão, por algum motivo familiar.

– Eu não consigo entender isso – respondeu Cathie. – A mamãe e o papai sempre se deram muito bem, e o papai sempre se importou muito comigo.

O comentário da menina pegou Darell de surpresa. Ele não sabia nada mais sobre a família da garota além do que Henry havia lhe contado, da mãe e dos tios que morreram no incêndio. Talvez ela ainda tivesse alguém esperando por ela e que poderia nunca mais encontrá-la.

– Você tem pai, senhorita Cathie?

– Sim, eu tenho, mas... – a menina se interrompeu, mas logo continuou. – Meu papai não pode estar sempre comigo, mas sei que ele me ama muito. Ela ama a mamãe e eu, mas ele trabalha muito em todo lugar, então quase não pode me ver.

– Mas você sabe onde ele está agora?

Catherine não respondeu, apenas baixou o rosto e balançou a cabeça em negação.

Que tipo de pai é esse que supostamente ama a esposa e a filha, mas passa a maior parte do tempo longe de casa e nem sabe o que acontece com as duas? Será que já sentiu falta delas até agora? É provável que ainda nem saiba a respeito do incêndio em Copenhague, ou, se sabe, não deve estar ciente da morte da esposa e do “desaparecimento” da filha. Que tipo de homem é esse? Darell não conseguia impedir tais pensamentos, o que o deixou frustrado e revoltado. Sentia cada vez mais compaixão pela criança que estava a sua frente, mas controlou-se para não demostrar a desaprovação pela imagem que associou ao homem. Catherine não precisava a esta altura que alguém criticasse uma pessoa que lhe era tão querida.

Erguendo a cabeça e deixando o olhar vago, Darell começou cogitar suas opções em silêncio. Desde o início ele tivera a intenção de leva-la até lá para distraí-la com algo enquanto seu patrão estivesse fora. Juntando as peças e considerando as opções, ainda que fosse algo sem a permissão de Henry, ele queria arriscar e fez sua sugestão.

– O que acha de limparmos a estufa e plantarmos algumas flores até a chegada do senhor Henry?

– Podemos fazer isso? Ele não vai ficar bravo? É a estufa da...

– Não se preocupe com isso. Mesmo sendo a estufa da mãe dele, já houve outra pessoa que cuidou deste lugar antes...

– Outra pessoa? Quem?

Darell suspirou e esboçou um sorriso triste, mas desviou-se da pergunta.

– Isso não importa. Não se preocupe – disse, acariciando o topo da cabeça da menina ao ver sua expressão apreensiva –, vou me responsabilizar por tudo. A senhorita me ajuda a arrumar a estufa?

Considerando novamente o convite do rapaz, Cathie sorriu e acenou com a cabeça, concordando.

– Tudo bem.

Na manhã seguinte...

Henry já havia partido para a capital e passara a noite hospedado no hotel de costume. Agora se encontrava em uma reunião particular com seu superior no escritório do mesmo. O ambiente era grande e tinha muitas janelas, embora todas estivessem fechadas e cobertas por suas cortinas. A única fonte de luz era a luminária sobre a mesa principal, tornando o lugar obscuro e misterioso ao mesmo tempo. A pouca luminosidade permitia a Henry ver apenas alguns objetos sobre a mesa e metade torso do homem a sua frente. Ele estava com os cotovelos apoiados nos braços da sua enorme cadeira e com as mãos entrelaçadas sobre o colo, mas seu rosto estava envolto por sombras que a luz da luminária não conseguia alcançar.

– Impressionante... Mais uma vez você terminou sua missão com sucesso. Mas parece que, mais uma vez, você estendeu seu envolvimento além das suas obrigações.

Henry normalmente reportava a resolução de suas missões através de uma carta, mas sabia que ser convocado significava que seu relatório não fora suficiente e que teria que justificar algumas coisas.

– Sim, senhor.

– E esta é a segunda vez que acontece algo assim com você em uma missão.

– Sei disso, senhor.

Henry detestava quando isso acontecia, pois se sentia uma criança sendo repreendida por ter feito algo que não considerava errado.

Um longo momento de silêncio se estendeu sobre os dois e a atmosfera do lugar se tornou mais pesada. Henry não sabia o que lhe seria dito ou ordenado, mas se sentia incomodado e sufocado. Na esperança de relaxar a tensão que se formava, levantou-se de sua cadeira em frente à mesa principal, caminhou até uma das janelas, afastou um pouco a cortina e espiou pelas frestas de madeira o movimento intenso que se passava na avenida em frente ao prédio. O outro homem permaneceu sentado e não repreendeu a atitude de Henry, mas observou seus movimentos e suspirou.

– Acho que você puxou isso do seu tio. Ele também era um homem de princípios que se importava muito com os outros, mas quando era necessário sabia tomar a decisão certa, por mais difícil que ela fosse – comentou.

– Acha que tomei a decisão errada? – perguntou Henry sem se virar.

– Não disse isso. Pelo contrário, acredito que tenha sido uma decisão difícil, mas não sei se foi a mais sensata.

– Então o que eu deveria ter feito, Linus? – agora o rapaz se virou para encarar o outro. – Deveria tê-la ignorado? Não fiz o que fiz por uma decisão leviana, mas porque achei que seria o certo.

– Eu acredito em você, Henry. Eu acreditei também quando foi a vez de Darell, apesar de que deve ter sido uma situação bem mais simples de se lidar, afinal ele tinha uma idade próxima a sua quando o encontrou. Já com essa menina...

– Tudo é diferente...

– Sim, completamente diferente.

Mais um minuto de silêncio.

– Eu só não queria que ela caísse na mão de gente hipócrita que só ficaria com a guarda dela pelo dinheiro da herança. Eu odeio pessoas assim.

– Sim, eu sei que odeia. Até mesmo a mansão você demorou a aceitar como sendo sua propriedade, mesmo sabendo que era o desejo que sua mãe deixou em testamento. Você não a queria porque era um presente do seu pai para ela quando eles se casaram, não é?

Henry fechou as mãos com força.

– Por que tocou nesse assunto? Sabe que eu odeio falar sobre isso, e principalmente que odeio falar sobre aquele homem. Ele desapareceu quando minha mãe estava grávida; meu tio me contou tudo. Para mim, aquela casa significa uma herança ilusória, que não me pertence de fato. Às vezes parece que herdei um cemitério.

– Não fale uma coisa dessas. Conheci seus pais, Henry. Sei de muitas coisas que você não sabe sobre a vida e sei que o que eles tinham entre si era especial. Cheguei a conhecer um pouco do relacionamento dos dois antes de eles casarem.

– Sei que você era amigo da minha mãe e sei que aquele homem já trabalhou para você, mas não me interessa o que aconteceu entre eles antes do casamento. Ele foi embora... – Henry claramente começava a se irritar e deixou isso transparecer em sua voz, mas foi interrompido.

– Por que não aceita que eles se amavam, garoto?! Você sabe por que ele foi embora? O quê você sabe de fato?! – o homem chamado Linus bateu as mãos na mesa e se levantou, claramente mostrando-se frustrado com a birra do rapaz. – Escute aqui, eu não queria entrar em detalhes, mas se você não parar com essa implicância que, em minha opinião, já está velha e gasta em argumentos, vou te afastar das suas funções e sabe-se lá quando irei te permitir aceitar uma missão novamente. O que aconteceu, aconteceu, e você precisa aceitar isso e seguir em frente.

– Se você sabe de tanta coisa, por que não me conta? Já está claro para mim que tem algo errado por aqui... Ou meu tio não sabia ou não me contou toda a verdade, ou é você quem não quer me contar. Não acha óbvio que eu me revolte?

Linus inspirou fundo, foi na direção de Henry e colocou a mão em seu ombro.

– Não posso te obrigar a pensar diferente e sei que sou culpado por não lhe contar mais do que sei, mas, mais do que alguém com quem trabalhei, seu pai também era meu amigo, e ele me fez jurar que manteria sigilo sobre algumas coisas. Você terá que perdoar a nós dois.

– Cabe a mim decidir a quem devo perdoar.

– Isso é justo... Em partes. Mas também sou eu quem irá julgar se algumas de suas escolhas referentes ao trabalho estão corretas ou não. Quando estas escolhas envolvem outras pessoas, por mais que elas sejam vítimas das circunstâncias, eu preciso interferir de alguma forma. E você já sabe o que tem que fazer...

Henry encarou o homem com ainda mais seriedade.

– Acho que dessa vez não... – disse determinado.

– Você não tem escolha quanto a isso; não é uma opção – respondeu Linus serenamente, mas com a mesma seriedade.

O rapaz trincou os dentes e bateu o punho contra a janela fechada.

– Não quero envolve-la nisso – respondeu entredentes.

– Ela está envolvida, caso não tenha percebido. Você a envolveu nisso, quando assumiu sua guarda e a trouxe para sua casa. Agora é inevitável. Será o mesmo que foi com Darell. O único modo de se proteger uma pessoa é conhecendo esta pessoa. Sei que você quer o bem dela e não questiono isso, mas só posso garantir que ela esteja segura, mesmo que você se ausente em algum momento, se nós a conhecermos. Nossas famílias são aquilo que temos de mais valioso, por mais que os laços sejam sanguíneos ou não, como no seu caso.

– Será simples como foi com Darell? – perguntou já mais tranquilo pelas palavras ditas pelo outro.

– Isso dependerá de você. A maior complexidade para nossos problemas geralmente é nossa mente que cria. Tudo é mais simples quando você permite que seja.

– Está bem. Não gosto muito disso, mas vou tentar não dificultar as coisas – suspirou Henry.

– É o melhor que você tem a fazer – disse Linus por fim, dando leves tapinhas nas costas de Henry e retornando para sua mesa. – Ah! Se quiser permanecer na capital até organizar as ideias e pensar em algo para trazer a garota até aqui sem maiores problemas, sinta-se a vontade. Você pode me encontrar aqui no meu escritório a qualquer hora que precisar.

– Está bem. Acho que vou ficar por aqui mesmo, afinal você me deixou mais incomodado do que de costume – provocou Henry.

– É um talento natural – rebateu Linus, rindo e mexendo em alguns papéis sobre sua mesa.

– Certo. Vou evitar passar por aqui para não te dar uma bordoada, “chefinho” – brincou o rapaz, encaminhando-se para a porta de saída.

– Quero vê-lo primeiro tentar se conseguir, garoto – Linus devolvia cada provocação com uma resposta à altura e dava continuação ao que parecia ser um duelo verbal.

– Não abuse da sorte, velho – disse Henry por último.

O outro deu mais uma risada, mas não respondeu. Apenas pigarreou e disse:

– Henry, mais uma coisa. Como eu disse antes, eu não queria entrar em detalhes, mas agora vou falhar um pouco com a promessa que fiz ao seu pai...

O rapaz, que já estava com a mão na maçaneta e a porta entreaberta, se virou e olhou para seu superior com muita atenção, esperando que este continuasse.

– Seu pai não foi embora porque ele quis... Houve um motivo muito mais forte do que sua própria vontade que o obrigou a partir...

– Se ele era o homem forte e admirável que você o faz parecer, o que poderia ser mais forte do que sua própria vontade se ele quisesse ficar?

– A vida da sua mãe – respondeu Linus, diretamente. - Isso era mais forte que qualquer desejo dele.

– O que... – Henry começou a falar, mas se atrapalhou a princípio. – O que você quer dizer com isso?

– Quero dizer que ele foi embora para proteger sua mãe. Por estar com ele, a vida dela corria perigo e ele quis evitar que qualquer mal fosse feito a ela.

– Por que está me dizendo isso? – Henry começou a tremer involuntariamente. Estava em choque com aquelas palavras, pois elas eram inesperadas e não estavam fazendo sentido dentro de sua cabeça.

– Você não queria a verdade? Estou lhe dando um fragmento de verdade.

– Como assim? O que quer dizer com “a vida dela corria perigo”? – Henry fechou a porta novamente e avançou até a mesa de Linus, apoiando-se com as mãos sobre ela. – O que eu deveria saber sobre ele e você não quer me contar? Diga-me Linus! Por que minha mãe corria perigo por estar com ele?!

Linus observou a confusão e a frustração do rapaz e sentiu-se culpado por ter tocado novamente naquele assunto.

– Isso é tudo o que posso lhe dizer por hora. Não posso entrar em muitos detalhes além disso. Peço que me desculpe, mas isso é tudo o que você vai ouvir de mim por hoje.

– Como assim, isso é tudo por hoje? Como pode me pedir para desculpa-lo se você me diz uma coisa dessas de repente? QUE BRINCADEIRA É ESSA, LINUS!?

– Não é nenhuma brincadeira, Henry. Só achei que deveria lhe contar um pouco sobre a razão da partida do seu pai para você parar de julgá-lo como vem fazendo durante todos esses anos.

– Linus!

– Já chega, Henry! Isso é tudo por hoje. Pode se retirar.

O rapaz bateu as mãos fechadas em punho com força na mesa, respirando enfurecidamente.

– Vá para o hotel descansar. Nossa conversa hoje foi além das expectativas. Novamente lhe peço desculpas por toda essa situação, mas você vai ter que conviver com isso e deixar a ideia penetrar bem fundo em você. Esta é uma boa oportunidade para você amadurecer. Sei que você é capaz de lidar com isso... Você é garoto muito bom e inteligente, e espero que logo se torne um homem honrado para as coisas que lhe serão confiadas no mundo lá fora... para as vidas que lhe serão confiadas. Sei que sua mãe teria muito orgulho de você... Assim como seu tio teve e assim como eu tenho. Como eu já disse, eu confio em você. Seja digno dessa confiança.

Henry estava frustrado demais para dizer mais uma palavra sequer. Então apenas apertou os dentes com força, sem conseguir parar o tremor de raiva que agitava seus braços e mãos, e virou-se para ir embora, batendo a porta com violência ao sair.

Algumas pessoas que trabalhavam no lugar e circulavam pelos corredores do lado de fora da sala observaram espantadas o rapaz avançando enfurecido pelo corredor principal para fora do prédio.

Em Diekirch, naquela mesma tarde...

Darell e Catherine já haviam comprado várias sementes, terra preta, ferramentas novas de jardinagem e agora procuravam mudas de flores. À medida que iam comprando os itens, Darell colocava-os dentro da carruagem que utilizara para leva-los até ali. Catherine estava tão feliz em conhecer o lugar que olhava para todos os lados o tempo todo, girando com uma cesta nas mãos. Estava usando um vestido rosa claro cheio de babados, e a cada giro que dava, sua saia rodopiava seguindo o movimento.

– Desse jeito você vai acabar tropeçando, Cathie – comentou Darell a certa altura, segurando o riso. – Tem certeza de que não quer que eu leve a cesta com as sementes?

– Não, está tudo bem. Eu vou tentar ficar mais quietinha – respondeu a menina rindo.

Darell vestia um traje bege claro com uma echarpe branca ao que contrastava com sua pele morena. Ele se destacava na rua e chamava a atenção das mulheres que passavam pelos dois.

– Vejamos o que falta... – disse ele, examinando uma pequena lista. – Já compramos jasmim da índia, hepática nobilis, clívias, narcisos, jacintos e peônias, então faltam as rosas.

– Podemos levar lírios e astromélias também?

– Acredito que sim, mas não sei se encontraremos astromélias por aqui. No lugar delas podemos comprar frésias, já que são parecidas, e os lírios eu também sei onde encontrar – concordou Darell.

– Oba! – comemorou Catherine, agarrando o braço do homem.

Passaram em mais uma floricultura e compraram as flores que procuravam. Como todas as plantas não caberiam dentro da carruagem, Darell mandou que as entregassem na mansão. Por fim passaram em uma pâtisserie, que por sinal era uma das gerenciadas por Darell, para comprar algumas guloseimas para o chá da tarde.

Ao chegarem à mansão, Darell logo se prontificou a preparar o chá para os dois em uma mesa no jardim atrás da casa. Não começariam a trabalhar na estufa imediatamente, pois as flores seriam entregues apenas algumas horas depois, então aproveitaram para conversar enquanto esperavam.

– Sabe, quando cheguei a esta casa, a primeira coisa que me encantou foi este jardim – comentou o homem, contemplando a beleza do lugar.

Catherine fez o mesmo, olhando ao redor para absorver cada detalhe das plantas e da decoração. Havia corredores de arbustos medianos bem podados cercando pequenas trilhas de brita rosa que levavam em várias direções, algumas que se cruzavam e outras que desapareciam de vista; a mesa e as cadeiras onde os dois estavam sentados se encontravam no centro do jardim, ladeadas por cinco pequenas, porém carregadas, árvores de camélia rosa; duas trilhas levavam a uma linda fonte artificial de granito que jorrava a água do topo, fazendo-a caindo em vários níveis, contornando todos os detalhes até retornar a uma grande base habitada por ninfeias; canteiros de amores-perfeitos e tulipas preenchiam os espaços entre as trilhas e davam ao jardim a mais linda combinação de cores que Catherine jamais vira.

– É você que cuida do jardim, Sr. Darell?

– Sim, é meu tesouro nesta casa.

– É simplesmente maravilhoso! – exclamou a menina, logo em seguida ficando com uma expressão reflexiva. – Na minha casa em Warwickshire também temos um jardim, mas não é tão grande. Mamãe e eu cuidávamos dele. Ela sempre me ensinava algo novo enquanto trabalhávamos nele... Ela me disse que as flores são muitos frágeis e que precisam ser amadas para florescerem.

– O que sua mãe disse é verdade. Há quem acredite que as flores possuem emoções, afinal estão vivas como nós, e que se expressam através de sua beleza e de seus diversos aromas.

– Você acha mesmo?

– Acredito que sim. Por isso elas precisam ser amadas e bem cuidadas para mostrarem essa beleza para nós.

Você também, minha cara, é uma pequena flor que está crescendo, pensou Darell. Você sofreu fortes danos e quase foi abandonada, mas está tentando se recuperar e não estará mais sozinha daqui para frente.

A conversa ainda seguiu por alguns minutos até que alguém finalmente chamou de fora do jardim.

– Acho que nossas flores chegaram – disse Darell.

– Chegaram? Então podemos ir à estufa? – perguntou Cathie, pulando da cadeira.

Darell sorriu com a empolgação da menina.

– Sim, agora podemos – respondeu, estendendo a mão para Cathie. – Vamos buscar as plantas com o entregador primeiro.

– Sim! – concordou, segurando a mão do rapaz e seguindo-o para frente da mansão.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado do capítulo!*-*
Por favor, deixe seu review para mim, pois ele é muito importante e me traz motivação para continuar esta história!^^
Beijos e até o próximo capítulo!



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