Eternamente escrita por Valentina Cullen


Capítulo 12
Revelações




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- Acho que você tem uma leve ideia do que eu seja, não é?

- Tenho minhas teorias. - Falei ainda maravilhada com sua beleza sobrenatural.

- E quais são?

- Bom, já tinha pensado em aranhas radioativas e criptonita, mas isso é fantasioso demais. E no final de tudo não importa o que você e Renesmee sejam, não me importo.

- Não se importa? Já deveria saber que diria isso.

- Edward, se da primeira vez não me importei com o que você era, não irá ser agora que irei me importar. Não faz diferença o que vocês sejam, sei lá, o que me importa que eu fique com vocês. Afinal de contas não foi por isso que eu voltei. Para ficar com vocês?

- E se eu falasse que sou um vampiro e Renesmee uma meia vampira e meia humana, sua opinião continuaria a mesma?

Vampiro. Cenas começaram a aparecer em minha mente.

Eu mordi meu lábio. Ele olhou pra mim, seus olhos estavam inesperadamente gentis.
"Eu não vou rir", ele prometeu.
"Eu estou com mais medo que você fique com raiva de mim".
"É assim tão ruim?"
"Em grande parte, sim."
Ele esperou. Eu estava olhando para as minhas mãos, então não pude ver sua
expressão.
"Vá em frente", sua voz era calma.
"Eu não sei como começar", eu admiti.
"Comece pelo começo... você disse que não foi você quem criou essa teoria".
"Não"
"Onde você a encontrou- num livro? Um filme?", ele testou.
"Não - foi Sábado, na praia". Eu arrisquei dar uma olhada para o rosto dele. Ele pareceu confuso.
"Eu dei de cara com um amigo antigo da família- Jacob Black", eu continuei. "O pai dele e Charlie são amigos desde que eu era bebê."
Ele ainda parecia confuso.
"O pai dele é um dos anciões Quileute". Eu observei ele cuidadosamente. A sua expressão confusa estava congelada no lugar.
"Nós fomos dar uma volta" - eu não contei que havia planejado tudo.
"- Ele estava me contando umas histórias antigas- tentando me assustar, eu acho. Ele me contou uma..." eu hesitei.
"Vá em frente", ele disse.
"Sobre vampiros". Eu me dei contar de que estava cochichando. Eu não conseguia olhar para o seu rosto agora. Mas eu ví seus dedos apertando o volante convulsivamente.
"E você imediatamente pensou em mim?". Ainda calmo.
"Não. Ele...mencionou sua família".
Ele estava em silêncio, olhando para a estrada.
Eu fiquei preocupada de repente, preocupada em proteger Jacob.
"Ele só achava que era uma superstição boba", eu disse rapidamente.
"Ele não esperava que eu pensasse nada dela". Não parecia que estava sendo o
suficiente, eu tenho que confessar. "Foi minha culpa, eu forcei ele a me dizer"
"Porque?"
"Lauren disse uma coisa sobre você- ela estava tentando me provocar. Um garoto mais velho da tribo disse que vocês não iam até lá, só que pra mim pareceu que ele quis dizer outra coisa. Então eu fiquei sozinha com Jacob e tirei a verdade dele", eu admiti, deixando a cabeça cair.
Ele me surpreendeu quando começou a sorrir. Eu olhei pra ele. Ele estava sorrindo, mas seus olhos estavam concentrados, olhando para a estrada.
"Como foi que você forçou ele a contar?", ele perguntou.
"Eu tentei flertar com ele - e funcionou melhor do que eu imaginava". Eu comecei a ficar corada enquanto lembrava.
"Eu queria ter visto isso", ele sorriu obscuramente. "E você me acusando de
deslumbrar as pessoas- pobre Jacob Black"
Eu corei e olhei para a noite pela janela.
"E o que você fez depois?" ele perguntou depois de um minuto.
"Eu fiz algumas pesquisas na Internet".
"E isso te convenceu?" A voz dele parecia pouco interessada. Mas as mãos dele
estavam apertando o volante.
"Não. Nada fazia sentido. A maioria das coisas era meio boba. E então...". Eu parei.
"O que?"
"Eu decidi que não importava", eu murmurei.
"Que não importava?" O tom dele me fez olhar pra cima -finalmente eu havia
penetrado aquela máscara. O seu rosto estava incrédulo, com só uma ponta de raiva que eu temia.
"Não", eu disse suavemente. "Pra mim não importa o que você é".
Um tom duro, de zombaria inundou sua voz. "Você não se importa se eu for um mostro? Se eu não for humano?"
"Não".
Ele ficou em silêncio, olhando diretamente pra frente de novo. Seu rosto estava sem expressão e frio.
"Você está com raiva", eu suspirei. "Eu não devia ter dito nada".
"Não", mas o seu tom estava tão duro quanto o seu rosto.
"Eu prefiro saber o que você está pensando- mesmo se o que você estiver pensando for uma loucura".
"Então eu estou errada de novo?", eu desafiei.
"Não era a isso que eu me referia. 'Não importa'.", ele me citou, apertando os dentes.
"Eu estou certa?", eu ofeguei.
"Isso importa??"
Eu respirei fundo.
"Na verdade não", eu parei. "Mas eu estou curiosa." Pelo menos minha voz estava composta.
De repente ele estava resignado. "Você está curiosa sobre o que?"
"Quantos anos você tem?"
"Dezessete", ele respondeu prontamente.
"Há quanto tempo você tem dezessete?"
Seus lábios se contorceram enquanto ele ainda olhava para a estrada.
"A algum tempo", ele admitiu finalmente.
"Ok", eu sorri, feliz por ele finalmente estar começando a ser honesto comigo. Ele olhou pra mim com olhos preocupados, como ele tinha olhado antes, quando estava preocupado que eu entrasse em choque. Eu sorri para encorajá-lo e ele fez uma careta.
"Não ria de mim - mas como é que você consegue sair durante o dia?"
Ele riu do mesmo jeito. "Mito".
"Você queima no sol?"
"Mito"
"Dorme em caixões?
"Mito". Ele hesitou por um momento e um tom estranho invadiu sua voz. "Eu não posso dormir".
Eu levei um minuto para absorver isso. "Nunca?"
"Nunca", ele respondeu, sua voz quase inaudível. Ele voltou a olhar pra mim com uma expressão tristonha. Os olhos dourados prenderam os meus, e eu perdi a linha de pensamento de novo. Eu continuei olhando pra ele até que ele virou o olhar.
"Você ainda não perguntou a coisa mais importante". Sua voz estava dura de novo. E quando ele olhou pra mim, seus olhos estavam frios.
Eu pisquei, ainda deslumbrada. "E qual é?"
"Você não está preocupada com a minha dieta?", ele perguntou sarcasticamente.
"Oh", eu murmurei. "Isso."
"Sim, isso." Sua voz estava vazia. "Você não quer saber se eu bebo sangue?"
Eu vacilei. "Jacob me disse algo sobre isso."
"O que Jacob disse?", ele perguntou monótono.
"Ele disse que você e sua família não...caçam pessoas. Ele disse que você e sua família não são perigosos porque vocês só caçam animais".
"Ele disse que não éramos perigosos?" Sua voz estava profundamente cética.
"Não exatamente. Ele disse que vocês não deviam ser perigosos. Mas os Quileute não quiseram vocês nas terras deles, só por precaução".
Ele olhou para a frente, mas eu não sei dizer se ele estava olhando para a estrada ou não.
"Então ele estava certo? Sobre não caçar pessoas?" Eu tentei manter minha voz o mais uniforme possível.
"Os Quileute têm uma boa memória", ele murmurou.
Eu considerei isso um sim.
"Porém, não deixe isso te enganar",ele avisou. "Eles estavam certos em nos evitar. Nós ainda somos perigosos."
"Eu não entendo".
"Nós tentamos", ele explicou devagar. "Geralmente somos bons no que fazemos. As vezes cometemos erros. Eu, por exemplo, me permitindo ficar sozinho com você".
"Isso é um erro?", eu ouvi a tristeza na minha voz, mas não sei se ele também ouviu.
"Um erro bem perigoso", ele murmurou.
Nós dois ficamos em silêncio depois disso. Eu observei os faróis virando com as curvas na estrada. Eles se moviam rápido demais; não parecia ser real, parecia ser um vídeo game. Eu estava consciente do tempo passando rápido, como a estrada embaixo de nós, e eu estava com um medo horroroso de nunca mais ter outra oportunidade de ficar assim a sós com ele- abertamente, as janelas que existiam entre nós haviam
desaparecido. As palavras dele haviam se acabado, e eu não gostei da idéia. Eu não queria perder nem um minuto que tinha com ele.
"Me conte mais", eu pedi desesperadamente, sem me importar com o que ele dissesse, contanto que eu pudesse ouvir a sua voz de novo.
Ele me olhou rapidamente, surpreso pela mudança do tom da minha voz.
"O que mais você quer saber?"
"Me diga porque você caça animais ao invés de gente", eu sugeri, minha voz ainda estava cheia de desespero. Eu me dei conta de que os meus olhos estavam molhados, e lutei contra a aflição que estava tomando conta de mim.
"Eu não quero ser um monstro". Sua voz estava muito baixa.
"Mas animais não são o suficiente?"
Ele parou. "Eu não posso ter certeza, é claro, mas eu acho que é como viver a base de tofu e leite de soja; nós nos chamamos de vegetarianos, nossa piada particular. Não sacia a fome -ou melhor dizendo, a sede. Mas nos mantêm fortes o suficiente para sobrevivermos. Na maioria das vezes". Seu tom se tornou obscuro.
"Umas vezes são mais difíceis que outras".
"É muito difícil pra você agora?", eu perguntei.
Ele suspirou. "Sim".
"Mas você não está com fome agora". eu disse confidencialmente, afirmando , não perguntando.
"Porque você acha isso?"
"Seus olhos. Eu disse que tinha uma teoria. Eu percebi que as pessoas- homens em particular - são mais chatos quando estão com fome".
Ele deu uma gargalhada. "Você é muito observadora, não é?"
Eu não respondi, eu só prestei atenção ao som da sua risada, guardando ela na minha memória.
"Você estava caçando com Emmett esse fim de semana?", eu perguntei quando estava silencioso de novo.
"Sim", ele pausou por um instante, como se estivesse se decidindo entre me contar alguma coisa ou não. "Eu não queria ir embora, mas foi necessário. É um pouco mais fácil ficar perto de você quando eu não estou com sede".
"Porque você não queria ir?"
"Me deixa...nervoso...ficar longe de você." Seus olhos eram gentis, nas intensos, e eles pareciam estar fazendo os meus ossos amolecerem.

- Uau, isso é estranho. - Falei meio embriagada pelas cenas que apareceram em minha mente.- Você é mesmo um vampiro.

- Estranho Bella? Isso é repulsivo.

- Não. - Gritei, mais que merda que ele estava dizendo. - Você nunca seria repulsivo. Você é a pessoa mais compreensiva que conheço. Você não me julgou uma vez que seja por eu ter tido um relacionamento com aquele monte do Jhonny, Edward, não mais fale isso.

- Bella você não entende...

- Quer saber, venha até aqui. Agora. - Nunca tinha falado assim com ele. Ele percebeu isso e gargalhou alto.

- Bella, você é mais parece um gatinho raivoso.

Quando iria falar novamente, ele já estava na minha frente, soltei um gritinho de surpresa. Iria xingá-lo, mas sua pele, sua beleza incomum me deixou muda, ele era fascinante. Eram milhões de diamantes incrustados em sua pele, era fantástico. Mesmo ele dizendo que era repulsivo, não era. Mesmo ele não querendo ele era perfeito.

- Você é lindo.

- Como lindo Bella, tenho a pele de um matador Bella.

- Não me importo. - Falei hipnotizada por sua beleza incomum.

- Como não se importa Bella, já matei antes, te matei. - Ele gritou a última parte.

- NÃO. - Falei no mesmo tom que ele. - Você não me matou antes, ainda não sei como que morri, mas você não me matou, foi uma fatalidade.

- Eu quero matar você, seu cheiro, é como uma droga para mim. Seu sangue continua com o mesmo cheiro de antes. Tão doce.

- Não não me mataria, sei disso. E você também.

Nunca conseguiria fazer mal a você, mas já fiz tanto.

- Edward, pare de falar isso. Será que você não entende. Quanto mais você ficar falando que você que me matou, mais você se afasta de mim. Não era para ser daquela vez. Se eu morri, tinha um propósito, e se eu renasci novamente, também há um propósito. Não foi você quem me matou, já falei que foi uma fatalidade. Se fosse mesmo você que tivesse me matado, então me responda: Por que eu voltei para ficar com você, hein?

A expressão de Edward foi mudando aos poucos, ele estava pensando no que lhe falei. Pela sua expressão de surpresa, ele nunca tinha pensado nisso antes.

- Nunca pensei nesse ponto de vista antes. Muda tudo que já tinha imaginado.

- Viu? Não falei. A primeira coisa que você tem que fazer é aceitar que não foi você quem me matou, afinal, você nunca me machucaria, não é?

- Sim. - Ele deu um leve sorriso, ele estava começando a entender onde queria chegar.

- Edward, não importa o que você é, não importa porque eu tive que morrer da primeira vez que estávamos juntos. Tudo isso não importa mais. A única coisa que importa, é que estou aqui. Com você. Eternamente.

Quando falei isso ele deu seu mais lindo sorriso, aquele que me faz perder o foco. Se aproximou de mim e roçou seus lábios frios contra os meus trêmulos, com nossa proximidade. O beijo começou tímido, ele colocou suas mãos em minha cintura e me puxou delicadamente para ele, enlacei seu pescoço com minhas mãos e extingui a distância que ainda existia entre nós. Tentei aprofundar o beijo, mais Edward não deixou.

- Bella... Acho que você sabe que não pode passar disso não é?

- Sei, mais tinha minhas esperanças de você ter mudado essa sua opinião.

Ele se limitou a sorrir.

- Não sabe o quanto esperei por esse momento acontecer novamente. Você aqui comigo, com a mesmo opinião absurda sobre mim como da primeira vez. Isso parece um sonho, mesmo eu não podendo sonhar.

- Você pode sonhar, mas nesse caso, não é um sonho, e se for que nunca acordemos.

- Seu desejo é uma ordem.

Ele me puxou sobre ele. Resultado: nós dois estirados no chão. Ele gargalhava alto. Era tão bom ouvir sua voz de sinos ao vento. Se fosse morrer um dia novamente, que seja com a mais doce melodia tocando: a voz de Edward.

- Eu te amo pra sempre. - Falei.

- Ah Bella, também te amo tanto, você não imagina quanto.

Sorri, se o mundo fosse acabar, ao menos morreria feliz. A pessoa mais feliz do mundo.


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Notas finais do capítulo

Minha pessoas mais lindaas do mundoooo
oooiii para todos, que sábado mais lindo e quente, pelo menos aqui está assim, no RS. Booom, chega de lero-lero e bora pro que interessa.
O que acharam do capítulo, seei lá, não achei boom o suficiente, mais minha opinião não conta né??!!!
Eu prometo que tentarei fazer o próximo melhor.
Sabe, to ansiosa para escrever a primeira conversa da Bella e da Nessie. Aiii, e esse capítulo que não chega. Mas agora ele ta perto.
Enquanto eu espero os Reviews vou olhar Amanhecer de novo, acho que pela 8 ª veez.
Beeeeijooos.
Reviews????
;)