_Eu vou ficar no sofá, se você precisar de mim é só chamar.

_ Fique aqui comigo… por favor.

A voz era quase uma súplica.

“Quem no mundo seria capaz de resistir a um pedido desses?”

Ela retirou o casaco ficando apenas de camiseta, lançou longe os sapatos e sentou na cama, não resistiu e voltou a massagear novamente a cabeça dele. Meia hora depois Sara sentiu o peso do cansaço chegando.

_Sara... deita aqui um pouco...você deve estar cansada.

Sara deitou a cabeça no ombro dele.

_Grissom eu não quero que você piore, acho se eu que ficar aqui...

_Sara, eu já estou bem melhor, a dor diminuiu 80%.

_Então acho que já posso ir andando.

_Não, ainda não. Se a dor voltar eu estarei sozinho.

 “Isso é uma chantagem!”

_Grissom, você esta me chantageando?

Ele sorriu divertido do comentário inteligente.

_Eu não diria exatamente isso. É que...você me faz bem.

Ela baixou a cabeça novamente sentindo o calor do ombro masculino. O quarto também estava escuro, ela queria dormir, mas seria impossível estando na cama de Grissom e ainda por cima abraçada a ele, apesar da circulação de ar esta ligada o calor interno estava incomodando, ficou quieta com receio de acordá-lo, se era isso que dava para ter então aproveitaria ao máximo.

Grissom fechou os olhos, não para dormir, mas para dominar a erupção de sentimentos que começou a fluir de seus poros. Respirou lentamente para que seus batimentos cardíacos voltassem ao normal depois que ela deitou a cabeça outra vez em seu ombro. Quis levantar e correr quando uma mãzinha pousou no seu peito e brincou com o botão até abri-lo marotamente, ela deveria estar dormindo. Buscou na mente algo que o afastasse do impulso de abraçá-la, 

“Corrida de baratas!”

Sara ouvia a respiração tranqüila e compassada dele. Pensou que finalmente ele avia adormecido. Sentiu ama satisfação interior tão imensa que traduziu em palavras.

“_Se você soubesse o quanto o amo... eu não deveria estar aqui por que sei que não conseguirei dormir amanhã quando estiver sozinha em minha cama... eu queria que você parasse de ter medo, um medo que eu não consigo entender o motivo... amo você Gil...”

As ultimas palavras saíram quase como um sussurro. Grissom parou de respirar. Não acreditou o que seus ouvidos captaram. “Não. Ela não falou isso...” só podia ser imaginação. Ela continuou a falar, talvez pensasse que ele estava dormindo, “Sim Sara eu tenho medo...” Mas o que o fez estremecer foi o: “ ...amo você Gil...”. Os olhos dele se abriram fitando o teto em busca de um sinal, algo que indicasse como deveria reagir. A mãozinha suave continuava passeando em seu peito. “Não posso continuar assim! Chega de solidão!”

_Sara...

“NÃO ACREDITO QUE ELE ESTA ACORDADO!”  Sara gritou em seu interior. Desejou saber algum truque de ilusionismo que a fizesse desaparecer naquela hora.

_Sara?  Ele chamou mais uma vez.

Em resposta ela sufocou o próprio rosto no peito dele, não conseguiria encará-lo.

_Vamos querida, eu sei que você esta acordada... Eu tenho medo Sara você esta certa. Tenho medo de estragar a sua vida, você merece alguém que pode te dar uma vida normal...

_O que você chama de normal Griss?

Ele se inclinou para o lado ficando de frente para ela na cama. Os olhos brilhavam na pouca claridade, ele sentiu que o olhar confuso dela.

_ Casamento, família, casa, trabalho convencional...

_ Mas o que eu desejo não conta?

_Claro que sim, mas isso é o que toda mulher sonha reali...

_Grissom, para de supor o que eu quero você nem me perguntou o que eu queria!

_E se você encontrar alguém mais jovem depois?

_E se eu nunca conseguir amar mais ninguém?

_Você me ama?

Ela respirou pesadamente. Não dava para mentir mais, o jogo já estava no ponto máximo.

_Sim. Grissom...eu não estou cobrando nada de você.

_Tem razão, você não me pediu nada. Mas eu estou cansado de viver à margem de sua vida.

_Você não é a margem da minha vida. Pelo contrario, nunca escondi que vim pra Vegas por sua causa. Nunca passou pela sua cabeça que na verdade você fosse o centro?

_E...Eu...não, nunca imaginei.

As mãos dele se  moveram em direção ao rosto dela. Estavam muito próximos, a respiração um do outro estava curta, a tensão crescia rapidamente.

_Sara...eu...eu...

_Já entendi, você não sabe o que fazer.

_Para de tentar supor minhas palavras.

Ela riu da replica á sua antecipação. Não sabia se era só uma tentativa de descontração, mas foi muito intimo.

_Isso não é engraçado. Mas confesso que amo seu sorriso.

_Isso foi uma cantada?

_Não. Eu sou o seu supervisor, você pode me acusar de assédio.

Ela gargalhou mais auto. Era o tratamento que ele estava precisando. Nada mais precisava ser dito. Os dedos acariciaram os lábios dela suavemente. Não demorou e ele substituiu pelos próprios lábios. “Estou sonhando!!” ele flutuou.

Poderia passar horas apreciando o doce sabor dos lábios dela. Dias até. “Não! Dias não! Tenho que parar ou não vou mais conseguir.” O longo beijo acabou em pequenos selinhos para que ambos pudessem respirar um pouco.

_Você quer uma água, um suco ou alguma cosia?

_Humm, não. Você por acaso esta tentando me tirar daqui?

_Sim, confesso. Não vou conseguir parar o meio do caminho querida.

_E se eu não quiser que pare?

_Sabe,eu também amo você Sara...

Ela lançou os braços ao redor dele e o cercou fazendo com ele ficasse quase por baixo sem qualquer reação. Beijou-o uma, duas, três vezes, até perdeu as contas. Ele se deixou envolver naquele abraço. Dor de cabeça? Enxaqueca? Nem passou por seus pensamentos.

Uma mulher que sabia o que queria. Enquanto o beijava, as mãos se mantinha ocupadas em desabotoar a blusa.

Ele deixou as mãos vagarem pelas costas, por baixa da camiseta até perceber que ela não usava sutiã, um gemido fraco escapou da garganta dele quando ela tocou a borda de sua calça para abri-la também. Num gesto rápido a camiseta dela voou longe e ele sentiu o toque suave dos seios magníficos em contato com o seu peito. Isso o fez perder o medo,  ele deu-se o prazer de encher as mãos com as nádegas, mas o jeans não permitia muita coisa.

Ele deitou-a na cama e pôs-se nos cotovelos admirado com a deusa seminua em sua cama. Tocou o vale entre os seios descendo em direção ao fecho da calça dela. Sentou-se e terminou a tarefa de deixá-la de calcinha.

Os momentos que se seguiram foram dignos das mais loucas fantasias sensuais daquele casal, gemidos de prazer ecoaram e preencheram não só o quarto, o suor dos corpos inundou os lençóis da cama. Ele a tocava com maestria, como um músico manuseava seu instrumento, e ela se deixava ser tocada, nos seios, no pescoço, na sua carne úmida com beijos, toques suaves até o momento ápice daquele ato extracorpóreo. Um grito de prazer escapou da garganta daquele homem completamente dominado pela paixão que sentia por aquela mulher.

Horas depois a camiseta escura estava sob um raio de luz que escapava das frestas das cortinas. Também jazia jogada com a camiseta uma calça jeans, um moletom, uma calcinha...

O telefone toca repetidamente acordando Grissom.

_Grissom!, ele ainda estava sonolento.

_Ei homem inseto você esta melhor?

_Catherine?

_Quem mais poderia ser?

_Ahh. Estou bem melhor, pode acreditar.

_Sara fez milagres então. Tenho que agradecer a ela por ter me substituído nessa tarefa árdua.

“Sara.” Ele olhou para o lado e a viu sob as cobertas. Não foi um delírio.

_Sim, faça isso.

Catherine quis perguntar ode estava sua amiga agora, mas ele desligou o telefone prevendo o ataque da loira.

Grissom observou encantado as costas nuas de Sara. Apele clara e macia, algumas sardas suaves espalhadas e agora umas marcas suaves do amor que compartilharam. Ela se mexeu acordando.

_Pode não ser da minha conta, mas quem era?

_Catherine. Você faz parte da minha vida agora, então tudo que me diz a respeito é da sua conta.

_Você disse alguma cosia pra ela?

_Não. Eu não estou preparado para partilhar você com o mundo. Por enquanto quero desfrutar de você sozinho.

_Eu também não. Vamos aproveitar nosso momento.

_Acho que a dor de cabeça voltou, ele Fe uma careta de desolação, talvez eu precise de cuidados especiais outra vez.

_Eu sei qual o tratamento especial que você precisa.

Uma nova maratona de amor.

The End