Resistance escrita por Jones, isa


Capítulo 9
Assinatura do Irresponsável




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James trabalhou por dias a fio em cima de seu novo projeto. Não fora difícil resgatar a solicitação enviada aos Malfoy, embora ela tenha voltado em péssimas condições por Effie, a coruja de Potter, na qual ele depositava a maior confiança, de modo que só podia deduzir que Draco havia amassado e depositado o envelope no fundo da lixeira. Além do mais, o fato de Effie estar cheirando a bicho morto ajudava a consolidar a cena.

Quando Rosie e Scorpius tentavam delicadamente fazê-lo desistir, ele mantinha o orgulho, chamava-os de incrédulos e parafraseava Einsten (se, a principio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela).

E contra todas as expectativas, no dia anterior ao vencimento do prazo, mais ou menos durante a última palestra de Rose sobre Cultura Trouxa para os alunos interessados, James conseguiu.

Ela era linda. Divertida. E sabia se expressar muito bem. Não era de se admirar que tanta gente resolvesse assistir as suas aulas mais do que as de qualquer outro monitor. Durante os dias em que estivera trabalhando em prol da disseminação de informações sobre hábitos trouxas a mando de McGonagall, Rose Weasley mostrou aos grifinórios – bem como aos alunos das outras casas – de quantas formas conseguia ser brilhante.

Scorpius precisava verificar de cinco em cinco minutos se não estava babando.

— Bu! – James sussurrou, sentando-se perto do garoto.

— Onde você esteve? – Scorpius bronqueou – Você sabia o quanto essa ultima palestra era importante para ela e... – ele parou de falar, repreendido por um olhar de censura vindo de Phil. Cerrou os punhos lentamente.

— Digamos que eu estava apenas garantindo sua liberdade para o dia 31. – James sibilou baixinho, antes que o idiota do namorado da prima resolvesse ir pessoalmente até eles, convidando-os para se retirarem. – Alem do mais, a palestra ainda está rolando né.

— Você conseguiu? – surpreso e com os olhos arregalados, ele encarou Potter com incredulidade.

James assentiu com a cabeça, triunfante, então voltou-se para frente, prestando atenção em Rose e divertindo-se internamente, porque sabia que Scorpius devia ter um zilhão e meio de perguntas a fazer.

— Então é isso, senhores. – Rose finalizou, meia hora depois, com um sorriso bondoso e milhares de cartazes colados na lousa atrás de si – Eu falo por toda a equipe... – e apontou com os olhos para os monitores sentados ao seu lado – Quando desejo antecipadamente um ótimo halloween trouxa a todos vocês. Tanto o pessoal do primeiro ao terceiro que terão as festas nas salas comunais, quanto do quarto ao sétimo, no salão principal.

As palmas ecoaram por toda a sala por alguns minutos e Rose sorriu tímida. Os monitores acompanharam os alunos de suas casas de volta as aulas normais do dia, enquanto a garota ficava para recolher o material que usara para lecionar.

— Você esteve fantástica. – Scorpius elogiou, escorando-se de um lado da lousa, enquanto James fazia o mesmo, do outro.

— É verdade Rosie, nem dormimos. – James salientou.

— Obrigada pelo suporte, meninos. – ela abraçou os dois ao mesmo tempo, verdadeiramente contente.

— Tia Hermione ficaria orgulhosa – bagunçando o cabelo dela, James fez o comentário que emocionou a menina.

— Falando em mamãe, ela deve enviar minha fantasia hoje.

— O que você escolheu? – Scorpius inquiriu, curioso.

Rose encolheu os ombros.

— Nada, na verdade. Estava em duvida entre um monte de coisas, então pedi para que ela comprasse algo que achasse legal. Nós temos gostos parecidos, vocês sabem.

— Nesse caso, você vai acabar vestida de livro, sabe disso, não sabe? – James brincou e Rose deu língua.

— E quanto a você?

— Ah, minha mãe não aprovou minha solicitação de vestes de diabo, de modo que eu acabei deixando a escolha para ela também. Estava muito ocupado tendo sucesso na falsificação do sr. Malfoy.

— Você conseguiu? – Rose mordeu o lábio num misto de felicidade e preocupação.

Se Scorpius realmente iria embora no próximo ano, então aquela noticia era grandiosa. Pelo menos ele aproveitaria bem um dos melhores eventos da escola. Por outro lado se ainda existia uma mínima chance de ele ficar... Descobrirem a falsificação excluiria essa chance para sempre.

— Consegui. – Inflou o peito.

— E como você está em relação a isso? – ela segurou a mão de Scorpius, receosa.

— Bem. – Malfoy pigarreou, tentando se manter calmo, apesar de muito consciente das mãos juntas. – Sério. Não se preocupe.

Ela concordou com a cabeça.

— Mas você acaba de me lembrar da outra parte do processo. – James matutou, coçando o queixo e olhando para o alem.

— Vai começar... – Scorpius suspirou, revirando os olhos.

— Que outra parte do processo, Jay? – Rose quem decidiu perguntar.

— A parte em que precisamos decidir sobre e, principalmente, como conseguir a fantasia de Scorpius Hyperion Malfoy.

À medida que o baile se aproximava, os alunos ficavam cada vez mais agitados. James, encarregado de encontrar uma fantasia para Scorpius, estava encontrando dificuldades para arranjar uma veste decente. Não era como se pudesse fabricar uma fantasia ou comprar alguma coisa nesse período curto de tempo.

Rose, por outro lado, ainda respondia pacientemente as perguntas das meninas sobre as fantasias. Por toda a atenção que dedicava, havia se tornado a monitora predileta e a mais popular de Hogwarts. Como nunca tinha sido uma das mais populares, sentia-se estranhamente radiante por estar sendo reconhecida pelo seu trabalho.

Já Scorpius, além de tentar encontrar uma fantasia para si mesmo, lutava contra o medo de ser descoberto e arruinar qualquer possibilidade que tivesse de voltar a Hogwarts ao mesmo tempo que tentava escapar do assédio das garotas da Sonserina que insistiam em acompanhá-lo para o baile. Como se isso não fosse o bastante, lutava ainda contra o desejo de destruir qualquer que fosse a fantasia de Phil para que ele não pudesse ir ao evento, mas, principalmente, lutava contra os estranhos e, aparentemente, repentinos sentimentos por Rose.

— Scorpius, fiquei sabendo que você vai ao baile. – se aproximou Pam Folley, uma quintanista morena de cabelos lisos e longos, uns vinte centímetros mais baixa que Scorpius. – Você já... Tem um par?

— Eu tenho um o que? – Ele não queria se lembrar disso, estava primeiramente preocupado com a hipótese de não ir ao baile e depois com a fantasia que não encontrava. – Não, na verdade nem pensei nisso, Pam.

— Pensei que como você e April não estão mais juntos... – Pam começou, ruborizando e sendo interrompida por Scorpius.

— Nunca estivemos juntos. – corrigiu secamente.

— Ok, ok... – ela mirou os próprios pés. – Estava pensando se você gostaria de ir comigo.

— Ér... Bem, obrigado pelo convite, Pam, mas eu acho que vou sozinho mesmo, não estou é... Procurando um par. Entende? – Scorpius disse um tanto desconcertado. O que menos queria era outra pessoa tão obstinada quanto April perseguindo-o.

— Tudo bem, mas se mudar de ideia pode não encontrar nenhum par... – Pam disse decepcionada. – Todos terão um.

— Ér, obrigado. – Scorpius respondeu querendo acabar com a conversa de uma vez.

Todos teriam um par. Essa era a verdade. Scott Ferguson iria com April Palmer, que não insistira mais em Scorpius desde o dia que ele a havia 'maltratado' (de acordo com ela) por dizer algo que ele nem mesmo sabia o que era para Rose; Axel Cartwright iria com Aurora Puntfrey e Lance Mosley iria com Taylor Finnigan da Grifinória, um acerto que James arranjara para ele.

Simon Greene, depois de insistir bastante, convencera Lucy Baltimore de acompanhá-lo ao baile apesar de Lucy ter achado que ele estava mais impressionado por suas habilidades no quadribol do que por algum atributo que ela poderia ter.

Lily Potter iria com Hugo Weasley, (claro que diziam que como amigos), e o melhor amigo deles, Alvo Potter, já se arranjara com Izzie Dawson, uma garota de cabelos ondulados e castanhos da Corvinal, uma das companhias mais invejadas pelos garotos pelo senso de humor que ela imprimia em cada texto no jornaleco escolar que distribuía gratuitamente.

James iria com Abbie Jones, uma baixinha de cabelos negros encaracolados que pertencia a Grifinória e estava no ultimo ano como ele. E, principalmente, Rose iria com o idiota do Phil Phillips. Scorpius se imaginou chegando ao baile sem companhia e se sentiu patético. A ideia de ver Rose se divertindo e beijando Phillip Phillips enquanto ele ficava lá sentado no canto dos perdedores que não tinham um par desejando assustadoramente ser Phillip Phillips o impulsionou a reconsiderar sua decisão.

— Hey, Pam! – Scorpius a encontrou na sala comunal de Sonserina. – Estava me perguntando se você ainda gostaria de ir comigo ao baile.

— Mudou de ideia? – ela perguntou com os olhos brilhando. – Claro que sim!

— Ótimo. – Scorpius disse assustado com a empolgação manifestada pela garota. – Só para deixar claro, iremos como amigos, não é?

— Ah, mas é claro, Scorpius. – Pam disse sorrindo e batendo palmas. – Apenas como amigos.

— Legal. – Scorpius se apressou em sair antes que mudasse de ideia novamente.

Aliás, havia algo na expressão da menina que fazia ser fácil de visualizar ela matando-o caso voltasse atrás novamente, e isso o desencorajou a fazê-lo.

— Hey, Scorpius! – Pam gritou. – Última coisa! Vai fantasiado de que? De repente podemos combinar algo...

— Ah... – Scorpius disse se virando lentamente com uma careta pronta. – Ainda não sei, mas vou arranjar algo, não se preocupe.

Quando Scorpius chegou ao gramado onde sempre encontrava James deitado, este tinha um olhar perdido, como se planejasse algo. Malfoy conhecia bem aquele olhar porque James o mantinha por pelo menos 23 horas por dia.

— James. – Scorpius disse desconcentrando o amigo. – Duas coisas: arranjei uma moça talvez levemente assustadora como acompanhante para o baile e ainda não tenho uma fantasia.

— Quem? April Palmer? – ele disse fazendo careta. – Ela é bonita, mas achei que você já tinha saído dessa, bro.

— Bro? – Scorpius perguntou e James riu, o ignorando continuou. – Não, Pam Folley.

— Pam? Quem é Pam? – James perguntou interessado. – A bonitinha baixinha de olhos vidrados esquisitos ou a loira comprida de cara azeda?

— A baixinha de olhos vidrados esquisitos. – Scorpius disse sabendo que a loira de cara azeda a qual se referia era Aurora Puntfrey. James riu mais ainda. – Não tem graça. Eu lembrei que todos tem um par, você tem a Abbie e a Rose tem aquele retardado, e num impulso aceitei o convite.

— Bem, você ia parecer meio derrotado se não aparecesse com um par mesmo. – James constatou rindo. – Mas poderia ser alguém menos...

— Estranha? Talvez levemente psicótica? – Scorpius tentou completar, desesperado.

— Eu ia dizer emocionalmente instável, mas você usou palavras mais interessantes. – James riu e completou. – Tirando os olhos ela é... Interessante.

— Como se eu estivesse ligando para isso, estava mais preocupado com o fato de estarmos às vésperas do baile e eu não ter ninguém. – Scorpius disse se jogando na grama seca. – Eu vou fingir que estou passando mal, uso uma daquelas balas que vendem na loja dos seus tios, aquela que nos faz vomitar e depois melhorar. Aí resolvo dois problemas: a companhia perigosa e a falta de fantasias.

— Ah, mas não vai mesmo! – James disse se levantando bruscamente e semicerrando os olhos. – Não depois do trabalhão que tive para fazer aquilo. Sem contar que se eu disse que iria arranjar uma fantasia para você, então eu vou. Está tudo sob controle.

— Você já notou que você tem uns certos bordões como: confie em mim, tive uma ideia e está tudo sob controle e nenhum deles significa algo bom e seguro? – Scorpius disse sorrindo e abraçando os joelhos, sentado na grama.

— Scorpius, meu caro... – James disse se deitando novamente. – O que é a vida...

— ...Sem aventuras! – Scorpius completou revirando os olhos. Ele havia perdido mais uma discussão e ainda foi obrigado a escutar meia hora de reclamações sobre o outono, a “estação inútil”, e como James se sentia entediado.


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