Em Busca Do Diadema De Afrodite escrita por Matt, Tarver, Jubilee


Capítulo 7
Capítulo 7: Evan


Notas iniciais do capítulo

Oláááá, tudo bom, gente?
Capítulo curto T-T affu



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O restaurante era abafado.

As mesas gordurosas eram azuis e as cadeiras eram vermelhas com estrelas. O piso de linóleo provavelmente já fora azul marinho, mas agora se assemelhava ao céu azul desbotado do lado de fora.

A garçonete limpava uma mesa próxima a porta e com um pano cor-de-rosa tentava expulsar as moscas. Ela era jovem, provavelmente uma estudante de artes ou aspirante a atriz. Em seu crachá lia-se Maureen.

Maureen era loira, com um bronzeado alaranjado e pestanas compridas que pareciam encostar-se aos supercílios toda vez que ela piscava. Os sapatos altos da moça faziam clap clap enquanto ela circulava pelo salão praticamente deserto.

Evan Walker estava debruçado no balcão brincando com o canudo de sua Vanilla Coke. Ele usava uma jaqueta preta e de tecido grosso, apesar do calor que fazia em Phoenix, e sua pele pálida parecia transparente. T inha cabelos negros desgrenhados e feições harmoniosas. Olhos verdes como duas pedras de jade. Dois lagos. Era possível afogar-se na tristeza presente naquele olhar.

Evan era magro, esguio e alto. Tinha um piercing nos lábios e outro na sobrancelha esquerda. Nos pulsos pulseiras de couro e tecido escuro. Os jeans pretos detonado e os coturnos delineavam as pernas longas. Os lábios exibiam pequenas marcas, como se ele passasse o tempo livre mordendo-os.

Maureen deslizou até ele, ajeitou os cabelos atrás da orelha e abaixou a camiseta decotada e apertada.

Evan era lindo. Qualquer uma em sua posição faria o mesmo... Não é mesmo?

Ela se aproximou, fazendo questão de empinar os quadris esbeltos.

— Vai querer mais uma? — ela perguntou, gentilmente.

— Não, obrigado... — ele disse, com um voz lenta que parecia manteiga.

— Tem certeza? E um café, aceita?

— Não é necessário. — ele sorriu, mostrando dentes brancos e perfeitamente alinhados.

Era um sorriso triste.

A moça deu de ombros e pegou o copo vazio, esbarrando de leve na mão dele.

O rosto de Evan assumiu uma expressão de pânico. 

Ele se levantou rapidamente e saiu do restaurante com as mãos tremulas. O garoto respirava com dificuldade enquanto do lado de dentro, Maureen estava deitada no chão tendo espasmos de dor, gritando estridentemente.

Sangue escorria por suas orelhas, narinas e pela boca. O peito subia e descia com dificuldade.

De repente, seus olhos tornaram-se vítreos. As mãos flácidas caíram sob o peito.

O gerente do estabelecimento, um homem velho e enrugado, a encontrou alguns minutos depois. Ele gritou e seus olhos azuis idosos encontraram os de Evan.

Ele deu alguns passos para trás, com medo.

“Psicopata!”

“Assassino”

“Monstro!”

“Ela tinha uma vida inteira pela frente”

“O que você tinha na cabeça?”

As vozes na cabeça do garoto ecoavam dolorosamente.

Ele era um monstro. Se ao menos pudesse morrer... Ele já tentara de tudo... Desde facas até forcas. Algo nele parecia torná-lo impossível de se ferir...

“Você a destruiu, Evan” a voz continuou “Outra vida que você destruiu.”

Evan caiu de joelhos apertando as mãos contra os ouvidos.

— Me ajude. — ele sussurrou.

...

Jess acordou suando frio.

A memória daqueles olhos verdes e tristes a encarando lhe trouxe arrepios.

“Me ajude” ele dissera.

Ela olhou para o relógio digital, marcava 3:35.

Olhou em volta e percebeu que a cama em cima da sua estava vazia.

Onde estaria Mari? A de Cléo também estava vazia, ela conferiu. Travis e Connor dormiam profundamente em suas respectivas camas.

Bel não estava ali.

Jess massageou a lateral da cabeça e foi lavar o rosto na pia do banheiro.

“Me ajude”

A água fria não conseguiu expulsar aquele pedido de sua cabeça.

O que exatamente acontecera à Maureen?!

Algo lhe dizia que não conseguiria dormir mais.

Precisava de um pouco de ar puro. Só isso.

Na porta, viu um bilhete, escrito numa caligrafia rápida e levemente desleixada em tinta verde.

Levamos Cléo ao Punho. Se não voltarmos até amanhã, fomos atacadas por monstros e morremos. Talvez não. Não entre em pânico, Jess.

Mari! O que ela estava tentando fazer com Cléo?

“O mesmo que fez com você.” disse uma voz em sua cabeça.

Jess lembrou-se de seus primeiros dias no Acampamento... Achara graça das maldades que Mari e seus irmãos faziam.

Até aderira a algumas. Destruíra o chalé de Afrodite com espuma para árvore de Natal, colocara café e estimulantes na água do rio Lete do chalé de Hipnos. Riu dos cabelos tingidos.

Percebera tarde demais que aquilo era errado.

“Antes tarde do que nunca” ela sempre repetia para si mesma.

Jess conquistara seu lugar como Conselheira, e, dava seu máximo para usar apenas a parte boa de sua personalidade: a hospitalidade. Ignorava suas tendências cleptomaníacas, a vontade de pregar pegas e o orgulho.

Enquanto andava até o Punho, percebeu que nos últimos meses abdicara de sua personalidade.

Algo nos olhos verde de Evan a lembrou de como era ser livre.

Quando avistou as três garotas rindo, suspirou.

Esqueceria todas suas responsabilidades hoje.

...

— Jess? Você está bem? — perguntou Quíron, um tanto preocupado.

— Estou ótima — murmurou.

Ela passara a noite com as meninas, rindo. Não dormira nem um minuto além daquelas horas nebulosas em que sonhara com Evan Walker.

Estava pálida, enjoada e extremamente cansada...

Ela bocejou.

— Nunca estive melhor, senhor.

— Preciso que leve Cléo ao Oráculo. — ele disse.

— Levarei. O Olimpo está com problemas?

— Talvez... Ninguém sabe dizer.

— Hm, certo.

Ele me olhou.

— Jess, há algo que queira me contar? Um sonho, talvez?

Ela negou com a cabeça.

— Não... Claro que não! — ela mentiu, sentindo as bochechas assumirem um tom de vermelho escuro ao lembrar do comentário de Bel sobre Evan.

“Piercings? Roupas pretas? Sonhou com um bad boy, Jess?”



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Notas finais do capítulo

O que acharam do Evan?
xxMari



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