A Place Called Wonderland escrita por Beatriz Amorim


Capítulo 3
Capítulo 3 - Algodão doce branco? É neve.


Notas iniciais do capítulo

Mais um pra vocês! Espero que gostem.



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Thomas andava sem rumo pelo parque onde se conheceram. Nunca deixaram de ir lá nem quando eram amigos, e muito menos quando começaram a namorar.

Dessa vez, ele não estava sozinho como sempre fazia. Ele estava com Lilly, sua melhor amiga desde a época de escola. Ela que acompanhou toda a fase intitulada “Bela” na vida de Tom, e nunca o deixou de lado.

- Tom, a gente podia comer algodão doce! – Lilly apontava para a carrocinha, tentando animar Tom. Mas, o que ela não sabia, era que, para ele, nenhum algodão doce faria mais sentido sem ela.

- Não Lilly, obrigado. Que tal um café?

Flashback on

25 de Fevereiro de 2008

Era fim de tarde em Londres. Apenas algumas luzes estavam acesas. Eles andavam alegremente pelo bosque até a hora que cansaram. Era inverno, o parque estava todo coberto de branco. Sentaram-se no chão, em um canteiro qualquer, em frente uma carrocinha de algodão doce. Lado a lado. Ela apontava alegremente para a carrocinha, feito uma criança.

- Thommy, Thommy, quero algodão doce! Compra pra mim? – Os olhos dela brilhavam, mas ele podia ver que estava aflita, queria contar-lhe algo. E ele precisava saber o que era, mas não a pressionaria. Ela contaria quando quisesse.

- Está bem, pequena. Que cor você quer? Pode ser branco? – Ele falava como se falasse com uma criança de cinco anos.

- Não, né, Tom? Se eu quisesse algodão doce branco, eu poderia comer neve! Porque é isso que a neve é! Algodão doce branco. Quero o azul! – Thomas riu da namorada. Céus, quantos anos ela tinha? Não importava... Ele queria sempre e somente a ela. Tirou a carteira do bolso e comprou dois. Um azul e um verde. Sentou de volta ao lado dela, e entregou-lhe o azul. Ela começou a comer e inocentemente, com uma voz calma e doce, proferiu algumas palavras, palavras que Tom nunca esqueceria.

- Azul é uma cor linda. Quero que meu avião seja azul bem clarinho, quase branco, com alguns detalhes vermelhos. Seria lindo! - Ela sorriu fraca e inocentemente, mas seus olhos já não brilhavam mais, agora os olhos que antes tinham uma infantilidade sem tamanho, agora aparentavam angústia. Tom já não entendia nada.

- Do que está falando pequena? Avião? – Ele já nem prestava mais atenção no algodão doce em suas mãos. Ela já não fazia o mesmo, falava olhando fixamente o algodão doce azul em suas mãos.

- Creio eu, que quando uma pessoa morre, ela é levada de avião para outro país, um que os vivos não conhecem. Bom, eu conheço, porque fui eu que inventei essa história, e eu estou viva, de fato. – Ela riu fracamente.

- Que país, pequena? – Ele se mostrava completamente interessado no assunto.

- Wonderland. Lá é lindo! Quando eu morrer, quero ir pra Wonderland, num avião azul claro com detalhes vermelhos, pode ser Thommy?!

- Claro que pode, princesa. Você pode tudo. Mas aonde quer chegar com o papo de morte? – Ele começava a ficar preocupado.

- Não sei se você lembra, na semana passada. Aquele dia em que não nos vimos. – Ele assentiu e ela continuou – Fui ao médico. Detectaram uma coisa. – Ela abaixou a cabeça. Lágrimas prestes a cair.

- O que detectaram princesa? Conta-me! – Ele estava preocupado, demais até para perceber os outros a volta deles.

- Detectaram um tumor atrás da minha cabeça, um pouco a cima da nuca, e está se movimentando. Segundo o médico, ele vai atingir primeiro o cérebro obviamente. Ou seja, quando ele atingir o cérebro, meus movimentos vão começar a atrofiar, e aí o meu cérebro já não vai mais mandar comandos aos meus órgãos e membros. Logo eu vou ter que ir pro hospital e ficar lá. Vou começar um tratamento, provavelmente quimioterapia. Sei lá eu por quanto tempo. Acho que até o avião vir me buscar. – Ela tentava sorrir. Por que ela tentava fazer isso? Por que tentava sorrir quando não conseguia? Tom já não escondia as lágrimas. Deixou o algodão de lado e a abraçou forte.

- Isso não importa, nada realmente importa. Estarei com você, e tudo vai dar certo, pequena, não quero que pense no pior. Tudo vai dar certo. Eu juro.

  Ela apenas o abraçou, não disse mais nada. E continuou, feito uma criança, comendo o algodão doce que ainda estava em suas mãos

Flashback off

Tom e Lilly entraram em uma Starbucks qualquer e pediram dois cappuccinos. Lilly sabia que havia deixado Tom pra baixo. Só não sabia direito o porquê.

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Notas finais do capítulo

esse foi maiorzinho e os próximo serão maiores também!
reviews? *-*



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