Evil In Love escrita por LittleSet


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei, esse capitulo esta enorrmmeeeeee... mas foi necessario ele ficar assim, pra dar sentido ao proximo capitulo...



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A viagem foi silenciosa. Sean ficou recluso nas músicas e arquivos de seu notebook. Leah não dispensou uma música calma em seu celular e claro um bom livro. Os dois não trocaram uma palavra sequer durante o vôo. Mesmo assim, dava para perceber apenas pela expressão dos dois que seus pensamentos eram mais barulhentos que as turbinas do avião.

Depois de algumas horas de viagem, os dois adolescentes desembarcaram, indo direto para o hotel descansar para o começo da vingança de Leah no começo daquela noite. Os dois foram de carro para um hotel qualquer da cidade, Sean dirigia, e não conseguia olhar para os prédios por muito tempo. Cada rua trazia uma lembrança.

Leah sentia algo muito parecido que o garoto, só que ao contrario dele ela não sabia o que pensar sobre estar de volta à cidade. Os dois deram entrada no hotel e deixaram suas coisas por lá. Era por volta de 2 horas da tarde, e Leah decidiu dar uma volta para começar a checar as informações que tinham sobre os assassinos de seus pais.

Sean também tinha que checar algumas coisas, depois de uma troca de olhares, eles se separaram, indo cada um para um lado da cidade. O moreno pegou um taxi, assim como a loira. Nenhum dos dois queria que seus alvos reconhecessem um futuro carro de fuga.

Leah foi para um dos bares da região, ela sabia que os donos do lugar deveriam estar por lá. Checando o estoque e fazendo a contagem das bebidas, ela não era novata ali. A loira abriu a porta dos fundos e entrou.

Percebendo, com um sorriso leve nos lábios, que aquele lugar não chegava nem aos pés do The Night. A garota se encaminhou até a adega atrás do bar, onde um garoto se encontrava.

Ele tinha os cabelos cacheados até o ombro, uma pele bronzeada, e um corpo musculoso para se proteger das brigas que já tinham acontecido pelo lugar. Um lápis estava depositado em sua orelha, enquanto ele contava as garrafas de vodca com uma prancheta na mão.

- Olá, Tobby. – Leah disse, suavemente.

O garoto se virou, surpreso. Deixando a prancheta de lado, ele abraçou a loira, levantando-a do chão por um momento.

- Leah, há quanto tempo. O que esta fazendo por aqui? – Tobby disse.

A garota se afastou suavemente dos braços dele, ela não gostava de como se sentia estando perto daquele corpo.

- Apenas terminando alguns assuntos inacabados. – ela disse, sorrindo. – Aproveitando que estou aqui, você não viu o Peter por ai, não é?

A expressão de Tobby se contorceu em uma de profundo desagrado, ele se virou para a prateleira e voltou a sua contagem.

- Fiquei sabendo que ele tem se envolvido com uma gangue que vende drogas pesadas pela cidade. – o garoto disse, dando de ombros. – Ele me deve uma boa grana pela bebida da noite passada. Mas eu não sei por onde ele anda hoje, e mesmo se soubesse eu não contaria para você. Não quero te ver em confusão.

A garota não estava com paciência. Ela não dormia a quatro magníficos dias, e sabia que enquanto não matasse aqueles homens, sua mente não teria paz. Tudo o que tinha no seu caminho era Tobby, e ela nunca deixaria que ele fosse um obstáculo em seu caminho.

A loira abaixou apenas um pouco para pegar a faca presa em sua bota, e usou toda a força que tinha adquirido no seu treinamento para empurrar o rapaz contra as prateleiras de madeira, pesadas e cheias de garrafas propensas a cair a qualquer momento.

A faca da garota encontrou o pescoço do rapaz e em segundos ele tentava não respirar demais para não perder o valioso sangue que corria por suas veias.

- Eu disse que quero saber aonde ele esta e você vai me dizer. Agora! – a garota disse, apertando mais a lâmina na pele do garoto.

- Ele dorme durante o dia, mas fica todas as noites nos becos da Quinta Avenida. – o garoto disse.

- Se eu não encontrá-lo ou descobrir que você mentiu para mim, vou torturá-lo até que implore por sua morte. – a garota disse entre dentes.

O rapaz a olhou como se não acreditasse nas palavras que ela proferia, mas de todo o jeito ele sabia que ela cumpriria com sua promessa.

**********

O taxi parou no subúrbio de Manhattan. Era um lugar tão sossegado, cheio de arvores e casas grandes em estilo vitoriano. Pelas ruas não se passavam muitos carros, por isso muitas crianças tinham o prazer de jogar bola pelo asfalto, aspirando aquele gelado ar que era o início de inverno.

Só agora o garoto percebeu que o Natal se aproximava, e que muitas das casas já tinham o começo de sua decoração sendo preparadas. O moreno desceu do carro, algumas casas antes da que queria, para que a dona da construção não o visse.

Ele andou um pouco, do outro lado da rua, se escondendo entre as arvores que haviam por ali. Sean a viu com os filhos no jardim, ela estava exatamente como antes. A pele clara, os cabelos compridos pretos levemente presos em um coque. As roupas sujas por mexer na terra.

O garoto só sentiu ódio, e sua mão tremeu um pouco com a vontade que ele tinha de sacar sua arma e atirar nela naquele momento em que estava tão desprotegida. Mas ele se conteve, já que queria ver o olhar de dor dela enquanto morresse.

A mulher entrou na casa, depois de terminar de plantar algumas mudas de rosas vermelhas que esperariam até o verão para dar flor. O moreno ouviu então à porta da casa atrás dele abrir, e se virou para encarar uma velha conhecida.

Ela o chamou com a mão, pedindo a ele com uma suplica nos olhos negros que se aproximasse. Sean desviou seus olhos dos da mulher, mas fez o que ela pediu.

Ao passar pela entrada da casa, a mulher fechou a porta fechando-os ali por algum tempo. Ela o abraçou, envolvendo-o com os braços e seu perfume de lavanda.

Ela devia ter em torno dos 70 anos, já era uma idosa, mas para o garoto ela sempre seria jovem. Ela fazia parte dos motivos pelos quais o moreno não queria voltar para a cidade.

A senhora era mais baixa que o moreno, tinha o cabelo pintado fortemente de preto, fazendo a coloração dar aos fios dela um tom azulado. Suas roupas eram clássicas e modernas ao mesmo tempo. Misturando seu jeito caseiro de ser com a sua vida corrida na cidade.

- Sean, querido. Não acredito que seja você mesmo. – a senhora disse.

O moreno odiou como a voz dela soou embargada pelas lágrimas, que ela provavelmente segurava para não derramar. Odiou ainda mais ter sumido por tanto tempo, e te-la ferido tão gravemente.

- Oi Isobel... – disse o moreno, retribuindo o abraço apertado que ela lhe dava.

A senhora, tinha o mesmo problema que Clarisse. Ela não gostava que seus netos a chamassem de vó, isso a fazia sentir que estava envelhecendo.

- Venha... Venha para dentro. – Isobel pediu, puxando o garoto até a sala.

Sean se sentou em um dos sofás e a senhora se postou ao seu lado, olhando para o rosto vazio do garoto. Ela o analisou por longos minutos, e o moreno apenas deixou. Ele não conseguia contestar aqueles olhos e muito menos encará-los. Ele apenas ficou em silêncio, e deixou que ela tirasse suas conclusões.

- O que fizeram com você? – a mulher perguntou.

O moreno respirou fundo.

- O mesmo que fizeram com minha mãe enquanto estava viva, e com minha irmã. – Sean disse.

- Com Megan também? – Isobel perguntou. Sean a encarou, concordando. – Eu não fazia ideia que ele tinha ido tão longe. Vocês devem ter sofrido tanto.

- Você nem imagina o quanto. – o moreno disse, entre dentes.

- Sean, eu entendi o motivo de você estar aqui. E tenho que te avisar de uma coisa antes de interferir na vida de minha filha. – Isobel disse. – Primeiro, tire essa arma da cintura, tenho que lhe mostrar algo e não quero correr o risco de morrer quando você descobrir a verdade. Ou parte dela.

O garoto a encarou, confuso e curioso. Obedeceu ao seu pedido e a seguiu para o escritório da casa, que ficava no andar de cima. Isobel lhe entregou um álbum de fotos antigas, e lhe ofereceu café, caso ele quisesse se acalmar depois da história que viria.

**************

Sean chegou tarde em seu quarto no hotel aquela noite. Ele estava cansado, e toda a fome que poderia ter naquela hora parecera desaparecer. Era demais para sua cabeça.

O garoto seguiu pelo corredor, ele tinha que se arrumar para a primeira noite da caçada com a garota. Enquanto andava para seus aposentos, ele passou pela porta entreaberta do quarto da loira. Pelo fino vão da porta, ele conseguiu ver a garota saindo de toalha de seu banheiro.

Os cabelos recém lavados desciam escorridos por suas costas. Fora uma visão breve, já que logo ela saiu de seu limitado campo de visão. Um pensamento rápido passou pela mente do moreno, ele sorriu, mas não o seguiu. Em vez disso, se fechou em seu quarto. Tomando um banho rápido, se arrumando logo.

- Por onde começamos essa noite? – ele perguntou a garota, já pronta.

- Temos que checar alguns becos, ver onde os assassinos se encontram. Não sei se conseguiremos matá-los hoje. – Leah disse.

- Temos tempo. – ele disse.

*************

Os becos eram lugares sombrios demais para se estar em uma madrugada. A loira tentava aparentar a confiança que seu parceiro demonstrava, no entanto não era fácil voltar a se acostumar mesmo que ela tivesse passado longas horas em becos como aquele em sua antiga vida.

Os dois já tinham feito um pequeno questionário com Peter, e o garoto respondera tudo o que eles queriam sem nem ao menos dar trabalho. Agora os dois andavam pelas ruas, a procura dos verdadeiros assassinos dos pais da garota.

Os jovens podiam ouvir a música saindo pelas paredes velhas do clube ao lado deles, enquanto andavam taciturnamente pela lateral do lugar, indo direto até a porta dos fundos, para começar seu trabalho.

Antes que qualquer um deles pudesse ao menos pensar em como derrubar a porta de metal do clube, a mesma se abriu e de lá saíram dois homens bêbados. A loira congelou, e o moreno parou ao seu lado, olhando em seu rosto.

- São eles. – a garota disse confiante.

O moreno deu leves tapinhas de encorajamento no ombro da loira, mas não era isso o que ela precisava. Ela queria a coragem que precisava para tirar a vida de uma pessoa.

Respirando fundo varias vezes, a garota viu quando os homens perceberam sua presença ali. Um deles apertou os olhos ao encará-la, e tocou o ombro do outro.

- Ei cara, essa garota não me é estranha. – um deles disse. – Ela não é aquela fedelha, a qual demos um jeito nos pais?

- Ah cara, deve ser. Aquela nojentinha era muito pequena, e demos fim em tantas pessoas. Mas essa ai é gostosa, a gente podia cuidar dela. – o outro disse.

A garota reconsiderou suas ideias sobre tirar a vida daqueles dois. Leah entendeu pela primeira vez desde que entrara na organização, o propósito deles ali. Era tirar a vida de pessoas nojentas como aqueles dois homens.

Leah levou sua mão até a cintura, pegando a arma e a engatando. A garota se abaixou um pouco, pegando a faca presa em sua perna. A loira andou até os homens e atirou no que estava a sua frente, mirando-lhe o peito.

O homem caiu no chão, com a mão segurando com força o lugar do ferimento enquanto perdia sangue rapidamente.

O segundo homem olhou para a cena embasbacado. A garota andou até ele, e chutou seus joelhos para que caísse no chão. Nisso ela pegou sua faca e rasgou a garganta dele. Deixando seu corpo sem vida caído no chão.

O moreno olhou o trabalho bem feito, com os braços cruzados no peito e um olhar critico. Leah respirava duramente, seus olhos frios e sangue manchando sua mão.

O sorriso do garoto se tornou cruel, enquanto ele passava o braço em volta dos ombros de uma Leah vazia e inexpressiva. Ele a levou para o hotel e a deixou em seu quarto. Ali a garota finalmente pareceu entender o que tinha feito, ela retirou o casaco e entrou embaixo do chuveiro. Tomando um banho frio, deixando que a água levasse todo o ressentimento e sangue que havia em seu corpo tenso. 


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Notas finais do capítulo

Enfim, próximo capitulo é o que vocês estão esperando tanto gente.. o beijo de Seah kkk



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