Praedestinatum Em Busca Do Sonho. escrita por vanessa-vvf


Capítulo 7
Está morta_ Lucas


Notas iniciais do capítulo

Glossário:
Festa Pace: Festival da paz.
Interfectorem: Assassino.
Tutela: Protetor.
Patriam Ventosa: País do Vento.
Somnium Vastator: Destruidor de sonhos.
Oiii! He! Finalmente consegui postar um capitulo em menos de uma semana! Vivas! Espero que gostem. É bem cheio de flash Backs do que narração do presente,mas mesmo assim espero que seja explicativo e que gostem. Boa leitura.
Capítulo dedicado a Kushina-sama, por ser sempre meu braço direito. Te devo... mais uma :P
E a musa-chan! achei lindaaaaaaaaa a sua recomendação. Brigada vc me deixou muito feliz e espero que goste deste capitulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/170733/chapter/7

Capítulo 6: Está morta_ Lucas.

[Pov Lucas]

Tinha como piorar? Fernando tinha sido capturado, Tom foi atrás dele, já eu e Clarice tínhamos que correr contra o tempo e chegar ao local demarcado como final da prova carregando quatro pessoas.

Só que ainda tinha um porem, como eu e Clarice iríamos carregar quatro pessoas? Acho que ela não conseguia carregar nem um, sem contar, é claro, os kilometros que ainda tínhamos que percorrer.

Eu e ela trocamos olhares cúmplices, com certeza pensado na mesma coisa. E então Clarice teve uma idéia genial. Disse para arranjarmos tronco de arvores, deixá-los deitados sobre o chão e prendê-los com o restante de cordas que ainda tínhamos, jogar os corpos sobre e então arrastá-los. Bem, admito que entre todas as idéias foi a melhor decisão. Não que seria muito mais fácil arrastar quatro corpos nesse utensílio roliço que criaríamos, mas pelo menos era mais prático. Mas só poderíamos começar a montar amanha, pois já havia escurecido. O melhor que eu e Clarice poderíamos fazer naquele momento era encontrar um lugar seguro para nós seis. E foi difícil, o local era bem plaino e não encontrávamos nada bom para passar a noite.

– Sinto falta agora do Fernando. – Ela murmurou desanimada.

– Eu também – Murmurei do mesmo jeito que ela, arrastando aqueles quatro com uma corda, onde Clarice também puxava, eles eram pesados. Mas ao encará-la percebi que ela tinha uma expressão triste no rosto: os lábios puxados, os cenhos franzidos e um olhar tristonho.

– Não precisa se culpar por nada. Fernando só fez o que achou certo e o objetivo do time que nos caçava era capturar alguém. Poderia ser você ou qualquer um de nós.

– Ele captura aquele que acha mais frágil – Disse séria, sendo dura de mais com sigo mesma. Mas sabia que por um lado ela estava certa, e se fosse eu no lugar dela, pensaria do mesmo modo.

Cansados de mais procurando por um lugar seguro e ainda arrastando aqueles quatro corpos pesados, concluímos que era melhor acampar lá mesmo, na planície aberta de grama alta. Admito que não era uma escolha sensata, mas era o que poderíamos fazer.

Os nossos quatro capturados continuavam desacordados e espero que continuem por muito tempo ainda. Para não causarem mais confusão, afinal, eles estão em quatro, já eu e Clarice apenas em dois. Obviamente eles iam perceber a vantagem numérica rapidamente.

Joguei-me cansado no chão, com a respiração ofegante. Clarice estava no mesmo jeito que eu. Ela começou a procurar algo para a gente comer em sua mochila e eu fui tentar acender o fogo, algo que demorou e muito.

Frequentemente olhava para os nossos capturados, atento se um recordar-se a consciência para tirá-la rapidamente, para não criar problemas. Sabia que o mais fácil seria carregar corpos mortos, assim como também sabia que as maiorias dos inscritos que fosse passar desta fase fariam isso. Não havia nenhuma norma de proibição, e seria insano se tivesse, afinal, estávamos tentar nos tornar um interfectorem.Teríamos que ser assassinos frívolos, não queira dizer que eu já era, assim como qualquer integrante do meu time.

Eu só queria matar um tipo de pessoa, tirando eles, nenhum outro sangue escorreria pelas minhas mãos.

Quando já tinha acendido à fogueira Clarice me entregou o pouco de frutas e água que tínhamos para nos alimentar, ela comentou:

– Esqueci de mandar qualquer tipo de mantimento para Tom.

– Não se preocupe com Tom. Para ele se tornar uma tutela oficial passou por um treinamento muito mais pesado do que essa nossa prova para se tornar um interfectorem.– Senti minha barriga reclamar de fome, por isso comecei a comer.

–Você sabe muito sobre as tutelas. Como?

Engoli lentamente meu alimento que passava pela garganta seca. Olhei para o fogo, fitando seriamente as labaredas. Sabia que não havia segundas intenções com a curiosidade de Clarice, era ingênua de mais. Apenas gostaria de saber a verdade sobre o passado de Tom. Assim como quando eu era pequeno.

– Eu era uma criança muito curiosa. Obriguei que me contassem.

– Quem?

– M-Meu pai... – Fraquejei quando me lembrei dele, principalmente de sua imagem. Tive medo em um dia poder esquecê-la.

Ainda lembro-me de seus olhos, das mesmas cores que os meus, prateados esbranquiçados com presença de íris. Lembro-me também de seu sorriso, ele não sorria muito quando tinha suas reuniões ou conversava sobre o trabalho, apenas quando chegava em casa, depois de um exaustivo dia, mas ao me ver brincando na sala em companhia de minha mãe, ele sorria – onde muitas vezes Verônica também estava presente apenas observando a distância – Um rosto da cor clara, cheio de expressões faciais onde hoje sei que foi feito por sempre estar preocupado de mais com tudo e todos. A barba rala, onde já se aparecia os primeiros fios brancos. E os cabelos loiros um pouco mais cumpridos que os meus, com um aspecto também mais claro, por conter também alguns fios brancos. Tudo aquilo era nostálgico.

– Foi ele que me contou.

Ela me encarou curiosa e com apenas o olhar pedia para que eu continuasse. Para que eu a explicasse. Dei um singelo sorriso, tenho certeza que no dia que perguntei ao meu pai deveria ter um olhar tão parecido quanto o dela naquele momento.

Eu narrei a ela como descobri, me lembrando perfeitamente daquele dia:

Como meu pai faz isso comigo?! Uma garota! Um ano mais nova do que eu! Tenho certeza que ele só poderia ter perdido o juízo!

Já não era ruim o suficiente ter uma tutela! Tinha que ser uma garota! MAIS NOVA DO QUE EU! E ELA TINHA QUE ME SEGUIR PARA TODOS OS LUGARES SEMPRE?!

Enquanto eu andava rapidamente pelos largos e luxuosos corredores, ela estava lá. Seguindo-me, um pouco mais atrás de mim, com uma expressão tranquila.

Abri a enorme porta de mármore ornamentada sem bater na porta antes. Interrompi uma conversa entre dois homens lá dentro. Um estava sentado atrás de uma enorme mesa, carregada de papéis; o outro estava de pé, de costas a porta e de frente a enorme mesa de mármore ornamentada com os mesmo símbolos que a porta. Ambos eram loiros com olhos da cor prateados esbranquiçados, com presença de íris.

– Pai! – Exclamei aborrecido lhe chamando, sem me importar com os bons modos e encarando sério o velho. Ele não tinha o direito de fazer aquilo comigo! Era humilhante!

– Lucas, o que faz aqui? Isto são modos de entrar na minha sala? – Argumentou o homem atrás da mesa, olhando seriamente para mim. Mas eu não me intimidei com o olhar de meu pai, estava muito irritado com ele! Porque eu tinha certeza que aquela garota continuaria atrás de mim.

– Desculpe por entrar assim em sua sala... – Meu pai a interrompeu antes que ela terminasse de falar algo.

– Não se preocupe, Verônica. Sei que apenas está obedecendo a minha ordem, em vigiar constantemente meu filho mal criado. – E voltou-se novamente seu olhar severo a mim – Leonardo, você pode me dar licença por alguns instantes, acho que terei uma séria conversa com meu filho.

– Sim, senhor. – Curvou-se levemente e partiu da sala o homem que anteriormente meu pai conversava.

– Também me dá licença, Verônica?

– Claro, senhor. – Eu nem precisava encará-la para saber que também deveria ter se curvado diante à presença onipotente de meu pai.

Não demorou muito para ouvir a porta de fechar atrás de mim. E mesmo ainda tendo os olhares sérios dele sobre mim eu não deixei perder a minha postura de nariz empinado e de encará-lo tão sério quanto antes. Ele estava muito enganado se ia me intimidar tão fácil. Sempre tive um ótimo mestre que me ensinou a nunca abaixar a cabeça a ninguém, ele mesmo.

– Vamos, Lucas. Estou esperando uma explicação. Não pode entrar desse jeito na minha sala, sabe disso. Estou trabalhando em assuntos sérios!

– Você sempre está trabalhando em assuntos sérios.

Percebi seu olhar fraquejar, suspirou cansado e se ergueu. Se aproximando de mim.

– Sei que faz um tempo que não nos vemos. Mas precisa se comportar desse jeito?

– Você precisava contratar uma tutela!? Pai! Não preciso de proteção!

– Você ainda é muito pequeno, querido. – Se abaixou e ficou na minha altura, fazendo um singelo sorriso e colocou uma de suas mãos sobre minha cabeça, mexendo lentamente nos loiros fios finos, como se brincasse com eles. – Estamos em tempos difíceis, não quero que ninguém ofereça perigo às pessoas que amo.

– E como uma g-a-r-o-t-a mais nova do que eu me oferece proteção!?

– Ah! Então é isso. – Ele não conseguiu conter uma risada. Ele se divertia com a minha irritação e principalmente o motivo dela. E isso, só me fez ficar mais irritado.

– Papai!

– Ah! Desculpe-me, filho. – Tentou ficar mais sério, mesmo ainda com um enorme sorriso. Ele realmente achava muita graça sobre aquilo – Não seja tão severo com Verônica. Ela é apenas uma criança, assim como você. – Permaneceu um momento em silêncio, voltando a se erguer e ainda sorridente – Não sabia que era tão orgulhoso.

– Não quero ter uma tutela!

– Já lhe disse que precisa de proteção – Voltou a falar com um tom sério, parecia que não mudaria de opinião.

– E como é que ela pode me proteger? – Disse no mesmo tom que ele, e sabia que era ousado de mais. Não duvidava nada em ficar de castigo por isto.

Mas em vez de meu pai me lançar um olhar severo, ele suspirou, como se estivesse cansado, sentou-se em sua confortável poltrona e me chamou com um aceno nas mãos para eu me aproximar. O fiz.

– Não julgue as pessoas pela aparência, já não lhe disse isso? – Acenei com a cabeça. Era lógico que eu já havia ouvido isso, ele me dizia em todas as manhãs que nos encontrávamos, não queira dizer que fossem muitas, principalmente ultimamente, ele andava atarefado de mais. – Quando uma criança nasce, se mede a quantidade de energia elementar natural presente na criança. Normalmente são níveis baixíssimos. Mas uma criança em cada mil nasce com essa energia acima do normal. Dependendo do nível, a criança é mandada para o exercitus, lá recebe um árduo treinamento desde seu nascimento para tornar-se leal ao exercitus. No caso de Verônica, ela foi designada a se tornar uma tutela oficial. Normalmente o tempo médio para se formarem é de dezoito anos. Mas Verônica é a formada mais nova já existente da história do exercitus. Com apenas sete anos ela passou com a nota máxima em todos as provas. Ela foi considerada o maior gênio da história de tutelas.

– Por que está me falando isto, pai?

– Pra você entender, meu filho. A única coisa que quero é proteger o bem mais precioso que tenho, e não vejo uma melhor forma de fazer isto. Verônica tem quase a sua idade, podem se tornar amigos, não percebe? Acho bem melhor tê-la como amiga e protetora do que um marmanjo de dezoito anos, não é?

Mesmo aborrecido não contrarie meu pai. Mas não concordava com ele, ainda.

Fiz um sorriso nostálgico por me lembrar, com riquezas de detalhes, aquela cena. Eu era muito novo quando conversei sobre isso com meu pai, tinha por volta de oito anos. E me achava o adulto mais responsável que existia.

Sorri ainda mais em pensar a última fala dele. Sim, ele estava certo. Com o passar do tempo realmente tornamo-nos amigos, talvez, mais do que isto também.

– Não conheço muitas tutelas, mas nunca conheci uma que fosse mulher.

– Eu também não. É difícil ter mulheres que trabalharão no exercitus. Você é a única que vi que passou para a segunda fase da prova este ano.

Encarei Clarice, depois de lhe explicar tudo que sei. Ela ficou pensativa por um tempo. Deveria estar imaginando nas coisas que Tom passou, ainda quando pequeno.

– Você conhece há muito tempo o Tom?

– Um pouco mais que um ano, eu acho muito. Por eu também ser uma elementorum origo,meus pais nunca gostaram que eu tivesse muitos contatos com pessoas, até mesmo criados. Tom é o primeiro.

– Entendo. Eu já não sofri esse problema, eles não controlavam as pessoas que convivia.

– Sorte sua – Comentou desconfortável Clarice, que mexeu na franja do cabelo. Por isso sabia que não era bom continuar naquele rumo de conversa. – Verônica continuou sendo sua tutela por muito tempo?

Sorri em me lembrar da imagem dela adolescente: ela tinha uma pele bem clara, cabelos escuros cumpridos e com olhos também escuros; uma boca rosada e lábios carnudos. Lábios que tantas vezes tentei beijar na adolescência, mas que nunca conseguia; mas o toque aconteceu uma única vez, na última vez que a vi.


– Sim, crescemos juntos. Ela continuou minha tutela por mais sete anos.


– E por que ela não é mais?


Aquele foi o momento em que eu fiquei desconfortável, sempre havia pedaços de minhas memórias do passado que eu não gostava de lembrar. Voltei a olhar as labaredas da fogueira que havia feito, onde agora, a luz era menor e logo acabaria a madeira que era queimada e assim a fogueira se apagaria.


– Ela está morta. – Restringi a responder com dificuldade, sentindo a minha garganta seca, meu tom de voz áspero e melancólico. Por sorte, Clarice não perguntou sobre mais nada.


Depois ordenei que ela ficasse em vigia e que no meio da noite me acordasse para trocarmos de lugar. E assim, terminou o quarto dia da missão.


Deitei-me no chão duro, a grama ainda pinicava o corpo. Naquele momento realmente senti falta de Fernando, ele sabia encontrar um bom lugar para passar a noite.


Mas por ter me lembrado de meu pai, fez com que eu me lembra-se de tudo do meu passado. Tentei vasculhar as memórias mais antigas da minha terra natal, não havia muitas coisas que ainda me lembra-se, até mesmo mais crescidinho com Verônica. Talvez alguns fleches, algumas falas, mas nada tão concreto do que a memória que narrei para Clarice.


As coisas que eu mais me lembrava era quando tinha 12 á 14 anos, não eram muitas, apenas as mais chocantes, que de um modo ou de outro, sempre foram as mais importantes.


Mudei de posição, fazendo um enorme barulho pelo fato da grama estar desidratada. Clarice poderia até ter imaginado que eu estava acordado, mas fingi que ainda estivesse dormindo. Eu realmente queria.


Suspirei cansado, e na conclusão que cheguei, era que a memória mais antiga que eu tinha ainda, era por volta mesmo de onze ou doze anos, com Verônica, é claro. De todos, com certeza era com ela que eu mais convivia diariamente.

Treinávamos o uso da espada. Para a minha idade eu não era um espadachim ruim, também, não era o melhor. E com certeza, sempre perdia de meu mestre, melhor, de minha mestra, Verônica. Não havia ninguém melhor do que ela como espadachim em Patriam Ventosa, mesmo com a pouca idade, papai não pensou duas vezes em pedi-la a me treinar quando passei dos dez anos.

– Mais atenção, Lucas! Você precisa ler a minha mente, entender a maneira que sou e a maneira que ajo. E então saberá qual será meu ataque. Eu consigo te ver. Você também precisa me ver.

– Eu consigo te ver! – Conseguia mesmo, ela estava na minha frente, em posição de ataque. Com uma longa e fina espada, onde a lâmina era da cor avermelhada.

– Entendeu muito bem o que eu quis dizer.

Ah sim, o “ver” dela não era apenas a parte física, onde apenas os olhos enxergavam. O “ver” dela era algo além, você precisava enxergar dentro e fora à pessoa. Como se isso fosse fácil!

– Precisa limpar a sua mente!

Como poderia limpar a minha mente sendo ela que me treinasse? Apenas o olhar concentrado dela sobre mim já me distraia. Mas ela sabia disso! Ah se sabia! Afinal, ela me “via”, não é? Era como se fizesse de propósito, tentando fazer com que eu superasse este obstáculo. Mas é claro que eu nunca superei.

– Não consigo.

– É claro que consegue! Concentre-se!

 

– Não consigo – Repeti encarando aqueles olhos oblíquos – Desejo o que é proibido. – Ela permaneceu em silêncio e ficou com uma expressão mais séria do que o normal parecendo que nem respirava. Entendia muito bem o que eu queria dizer. – O que posso fazer, mestra? – Perguntei com um sorriso sarcástico.

Ela permaneceu séria e pude ouvir, mesmo à distância, um suspiro longo. Ela fechou os olhos e desfez a posição de ataque, guardando a espada de volta a bainha presa nas vestes de sua cintura. Abriu, mas logo depois fechou os lábios carnudos que há tanto tempo já desejava. Girou os calcanhares e se afastou, tentando agir indiferentemente a mim. Começando a subir uma ladeira.

– Onde pensa que está indo? – Sei que o meu tom de voz havia sido ignorante, mas não sentia um bom pressentimento disto. Verônica jamais se afastava de mim. Bem, se afastava quando estava no banheiro e quando eu ia dormir, apenas; mas jamais durante uma tarde, ao menos que meu pai ordenasse, coisa que não era este caso.

– Você não sabe o que fazer, certo? Eu sei. – O tom de voz dela frio e indiferente me assustou. O que ela pretendia?

– Eu estava brincando – E forcei um enorme sorriso, querendo fingir ter feito uma piada na qual apenas eu me divertia.

– Não, você não estava – Séria disse ainda se afastado. Eu a conhecia bem, nos primeiros meses de convívio não nos dávamos bem, mas aos poucos sim, e realmente nasceu uma verdadeira amizade entre nós. Verônica jamais era tão séria por mais de duas falas, ao menos que estivesse diante de meu pai. – Se não me ver, não deseja. – Ela olhou para trás, com alguns metros de distância de mim, parando no topo da ladeira sobre a grama verde e macia. Havia um estranho brilho em seu olhar, seria tristeza? - Eu posso muito bem ainda te vigiar sem que você me observe.

Surpreso, arregalei os olhos, ela só poderia estar brincando.

– Nem pense nisso! – Foi tudo o que pude dizer.

Ela desviou rapidamente seus olhos dos meus e se afastou novamente, sumindo de minha visão de repente.

Corri até o topo daquela ladeira, chegando lá, havia uma enorme depressão.

Olhei ao meu redor, não havia muitas opções onde se esconder, mas eu sabia que se ela não queria ser encontrada, eu jamais conseguiria achá-la.

– Droga! – Exclamei chutando furioso uma pedra. Eu deveria ter ficado de boca fechada. Agora parecia que ela estava assustada! Sim, acho que é isto. Ela esta com medo.

Olhei frustrado ao meu redor, assim como também preocupado. Apesar de Verônica ser uma garota extremamente obediente ao meu pai, é apenas a ele. De restante parecia um animal selvagem. Ela tinha medo de sentir sentimentos seus e dos outros. Tinha medo de viver. Existiam segredos dela que parecia que jamais eu iria descobrir.

– O que teme, Verônica!? Verônica!!! – Mas meus gritos naquele pasto jamais tiveram respostas.

Abri meus olhos rapidamente, sentindo meu coração bater tão freneticamente que parecia que sairia da boca. Lembrava-me daquele dia mais do que poderia ter imaginado. Era como se... Vivesse aquilo de novo.

Remexi desconfortavelmente na grama seca fazendo um enorme barulho naquele breu de noite. Poderia estar muito bem aproveitando minhas poucas horas de sono que ainda me restavam. Mas não! Eu tinha que remoer minhas memórias.

Suspirei lentamente. Sentia falta dela, sentia falta de meu pai. De minha família. De tudo que havia sido tirado de mim. Agora, o que me restava era remoer as poucas mais importantes memórias. Era a única coisa que Somnium Vastator não tirou de mim. Por isso aproveitei a calma daquela noite silenciosa para me relembrar. E realmente querer voltar a viver aquelas lembranças.

Aquele era o dia da Festa Pace, o festival mais conhecido e comemorado pelos quatro países elementares. Comemorado toda a virada de ano do calendário fraternista. A data comemorativa pelo o fim do império e a volta da liderança dos quatro Líderes Elementares depois de mais de 300 anos de ditadura.

Como de costume, o país inteiro comemorava. Por isso, o palacete estava lotado. Todos os Elementorum Origo de Patriam Ventosa estavam presentes. Sem contar, muitos convidados do grande Líder do Vento.

Apesar de ter meus 12 anos, não era um garoto muito baixo. Mesmo assim, pelo fato do salão principal do palacete estar lotado de gente, não conseguia encontrar meus pais ou amigos.

Senti algo me abraçar por trás, virei-me lentamente. Sabia muito bem quem fazia aquilo:

– Olá Juliana. Faz tempo que não te vejo, não é? – Perguntei sorridente e percebi o abraço dela se afrouxar.

– Estava com saudades! – Exclamou alegre e me largou parando na minha frente.

Juliana era uma amiga de infância. Tínhamos as mesmas cores de cabelo e cor de olhos. Era uma menina meiga e doce. Às vezes, muito mimada e chorona. Odiava perder qualquer jogo que brincávamos principalmente quando era mais nova. Por isso, aprendi a sempre deixá-la ganhar qualquer jogo que fazíamos; isso a deixava tão feliz que a deixei mal acostumada. Ela era também uma Elementorum Origo, uma prima muito distante de mim, mas ainda sim, dá família. Nossos pais eram amigos também de infância.

Sendo sempre a “princesinha do papai” ela usava um vestido rosa pink, cheio de panos de vários tipos. Algo fino e apropriado para a ocasião.

– Está sozinho? – Perguntou desconfiada olhando ao meu redor, a procura de alguém. – Cadê a sua tutela?

Dei de ombros fingindo não me importar. Juliana conhecia Verônica, ambas não se davam bem. Uma história boba e infantil. Juliana por ser a única Elementorum Origo do sexo feminino da nova geração, quando conheceu Verônica da mesma idade que a mesma, ficou extremamente feliz. Tinha encontrado uma menina de sua idade para brincar. Mas Verônica era minha tutela, e nunca podia sair de perto ou perder a sua atenção de mim, por isso recusou quase todos os convites para brincar, apenas um ela aceitou, por muita insistência de Juliana. Obviamente, Verônica não se deixou vencer, mesmo sabendo o quanto que Juliana era mimada e chorona quando perdia um jogo. Emburrada com a nova amiga – ou inimiga –Juliana nunca mais chamou Verônica a brincar, e desde então, não se dão bem.

– Aonde estão os seus irmãos? – Perguntei interessado. Carlos, Júlio e Jean eram ótimos primos. Adorávamos pentelhar.

– Estão rolando e cavando a grama úmida do jardim já faz um tempo, não demorara a nossos pais descobrirem. Sua mãe ficará muito irritada quando perceber que eles arrancaram alguns copos de leite do jardim de entrada. Meus pais estão juntos dos seus, então é melhor não se juntar com eles agora. – Sabia que ela estava certa. Não estava a fim de ganhar um bom puxão de orelha de minha mãe por algo que nem havia feito. – Vamos dançar! – Exclamou contente já me puxando para o meio da pista de dança cheia de adultos.

– Vamos – Respondi sabendo que não tinha escolha.

A dança era a nossa cultural, algo cheio de reverências e sincronismo de todos os casais, eram passos simples onde apenas se movimentava o tronco, braços e pernas. O som dos instrumentos acústicos e de algumas cordas de tripas de animais que passaram pelo higienizador produzia um som calmo, com batidas de notas com diferença de uma oitava e com um compasso de três por quatro.

Durante os passos decorativos, olhei para o salão. Cada vez estava mais cheio. E durante a observação, onde muitos dos convidados eu não conhecia, eu a encontrei.

Retraída em um canto de parede em companhia de Lilá, a velha conselheira do Líder do Vento. Desde que Verônica voltou para Patrium Ventosa, ela mora com Lilá. Meu pai nunca permitiria que uma “criança” ficasse sozinha.

Perdi meu olhar nela. Nunca a havia visto de vestido, não era algo muito pomposo como o de Juliana, mas nem não por isso menos bonito. O tecido era branco, com alguns detalhes em azul marinho. O vestido era longo, suas alças grossas eram caídas nos ombros. O corte do vestido era levemente mais justo na cintura, ressaltando suas curvas femininas. Algo que nunca pude reparar antes, apesar de saber de sua pouca idade, jurava que pelo menos ela deveria ter uns 17 anos por possuir um corpo daquele.

Senti meu coração palpitar tão forte que parecia que fazia anos que não a via, na verdade eram poucos dias, menos que uma semana. Mas estava tão acostumado com sua presença diária, que as saudades eram enormes.

Mesmo conversando com Lilá, Verônica continuava atenta a tudo. Em poucos segundos nossos olhares se encontraram e imediatamente percebi um desconforto em suas expressões.

– Lucas! – Exclamou Juliana por eu ter parado de dançar.

– Desculpe, Júh. Mas depois nos falamos. – Olhei novamente para a direção de Verônica e vi que agora Lilá estava sozinha. Droga! Aquela garota realmente sabia desaparecer! Fui para aquela direção mesmo sabendo que Verônica não estava mais lá. Vi uma movimentação à direita e de esgoela percebi que era ela se afastando do salão principal. A sorte que entre tantos loiros, uma morena se destacava.

A segui me desviando das pessoas do salão cheio e não querendo-na perder em mais nenhum momento de vista. A vi saindo do salão e a segui.

Acho que deveria saber que a perseguia, porque parecia que mais gente entrava na minha frente, como obstáculo. Até que a vi indo para o jardim dos fundos.

Fui para lá, estava escuro comparado com a claridade da festa que não chegava a clareava lá, mas a iluminação da lua fazia com que a noite não se tornasse um breu total.

Para a minha surpresa, Verônica não tentava se esconder. Estava de pé, em uma postura ereta e de braços cruzados, encarando-me.

– Por que está me seguindo? – Perguntou objetivamente séria.

– Por que você acha? – Disse no mesmo tom do que ela.

Ela mexeu nervosamente nos cabelos ondulados soltos e olhou para o lado, mordendo o lábio inferior.

– O que está errado?

– Nada. – Respondeu rapidamente, rápido até de mais. Encarei-a desconfiado. –Lucas... Eu... – A interrompi, antes que ela dissesse alguma coisa sobre o dia que treinávamos.

– Olha, vamos esquecer. Está certo? Esqueça o que eu te disse no treino e volte a ser a minha tutela e amiga próxima de mim, por favor.

Ela fez um sorriso singelo e afirmou positivamente com a cabeça.

– Bem, não era sobre isso que eu ia dizer, mas precisávamos resolver isto também. Eu concordo, desde que você pare de falar sobre... Bem, você sabe.

– De eu estar a fim de você? – Disse em um tom firme e convicto. Ela se exaltou e olhou para os lados, como se assegurar que ninguém havia ouvido.

– Pare. – Quase soletrou me lançando um olhar me repreendendo – Nos meterá em grandes problemas se descobrirem isso. Esqueça.

Eu poderia dar-lhe um grande sermão explicando que não dava mais. Mas percebi que se voltasse a falar sobre o assunto, realmente Verônica ia se afastar definitivamente. E era eu que a queria de volta, não é? Eu dei a proposta. Então era eu que ficaria quieto, desta vez.

– O que você ia dizer? – Perguntei querendo mudar de assunto.

Se possível Verônica parecia ainda mais nervosa, nunca havia a visto tão aflita. Ela segurou com força seus próprios braços e voltou a morder nervosamente o lábio inferior, com tanta intensidade que não duvidava nada que começasse a sangrar.

Dei alguns passos em sua direção, diminuindo nossa distância. Parei em sua frente e a fitei, percebi que estava ofegante.

– O que está acontecendo? – Estava realmente ficando preocupado, jamais a havia visto tão vulnerável. Ela abriu os lábios trêmulos e sua voz saiu falha.

– Se eu pedisse ajuda a ti. Ajudaria-me?

– Que pergunta mais besta, Verônica. É claro que sim. – E coloquei as mãos em seus ombros nus. Nos encaramos aflitos, havia algo muito errado. Algo realmente a incomodava.

– Venha – Ela pediu convicta e então comecei a segui-la.

Saímos do jardim e fomos em direção de um enorme lago, era nas terras dos fundos do palacete. O pasto, na qual eu me “declarei” dias atrás não ficava muito longe de lá. Ela parou em uma enorme e velha árvore e buscou algo escondido em uma rachadura do tronco principal. Tirando de lá um papel retangular, de tamanho médio. Imediatamente percebi que era uma carta.

Ela voltou-se a mim e estendeu a mão que segurava a carta.

– Pode a ler para mim? – Perguntou aflita e ofegante. Voltando a morder o lábio inferior nervosamente, apenas em observar sua mão, já sabia que estava tremula.

Verônica sabia ler muito bem, não precisava de mim para isto. Não entendia tal pedido.

– Lilá me entregou no dia que estávamos no treinamento de espadas. Ela disse que estava na hora de a ler. – Ela me encarou, e por um momento, poderia jurar haver um brilho estranho em seus olhos.

Peguei ainda hesitante o envelope, então finalmente vi uma caligrafia legível e com letras arredondadas, escritas: “Para minha filha”.

– Por que ainda não a abriu? – Perguntei percebendo que ainda estava lacrada com cera de vela.

– Não pude. – Restringiu-se a responder.

Ainda não conseguia entender o que aquilo significava. Mas percebi que deveria ser algo extremamente sério e importante para Verônica.

Sentei-me no chão, nas margens do rio; e ela me acompanhou, sentando extremamente próxima de mim.

Suas mãos trêmulas estavam juntas, sua cabeça abaixada tendo assim seu rosto parcialmente coberto pelo cabelo negro ondulado. E mesmo não podendo ver seus lábios, poderia jurar que ela continuava a morder fortemente o inferior.

– Qual é o nome da sua mãe? – Perguntei gentilmente tentando tranquilizá-la.

– Não sei. – Sussurrou tão baixo que não tinha certeza se havia ouvido direito.

Ela ergueu o rosto e pude ver, pela primeira vez em minha vida, seus olhos marejados. Ela inspirou fortemente, tentando se tranquilizar. Jamais admitiria chorar na frente de alguém.

Sabia que ela nunca gostava falar sobre seu passado. Realmente não falávamos nada, tudo que eu sabia era o que meu pai um dia me contou. Ela cresceu no exercitus para se tornar uma tutela, ponto final. Então foi ai que percebi que aquilo era tudo que ela também sabia.

– Então vamos descobrir – Tentei fazer o meu sorriso mais gentil possível. Queria que a minha tranquilidade fosse para ela.

Com a carta na mão, tentei abri gentilmente o envelope. Mas quando fui tentar fazer isto. Rapidamente Verônica a pegou de mim, erguendo-se bruscamente.

Encarei-a atordoado. Percebi que seu rosto estava mais pálido do que o normal, principalmente os lábios.

– Irá ler? – Perguntei ainda tentando entender o motivo de uma atitude tão estranha.

– Não, e nem você. – Disse afoita. Encarou novamente a carta – Desculpe, mas acho que não estou pronta. Lilá alertou que achava que estava na hora de eu ler, mas não sabia que eu estaria pronta. Quer saber, ela está completamente certa novamente. Não estou – Disse tão rapidamente que mal conseguia acompanhar suas palavras. Ela suspirou novamente, tentando acalmar as palpitações fortes de seu coração e me fitou – Nunca estive presa ao meu passado. Não estarei agora. O que passou, passou. Tudo que posso fazer é continuar a seguir em diante.

– Não quer ler, realmente? – Perguntei encorajando-a, agora era eu que começava a ficar curioso. O que será que falava sobre o passado dela lá?I sso se falasse.

– Quero. Mas não estou pronta para ouvir a verdade hoje, talvez amanha ou daqui dez anos. Mas com certeza hoje não!

Percebi o medo que havia nos olhos dela, tentei dar outro sorriso gentil e me aproximei. Sei que a surpreendi, quando a abracei. Mas vê-la tão vulnerável daquele jeito acabava comigo.

– Certo. Só leia quando estiver pronta. – Sussurrei em seu ouvido, sentido ela corresponder o abraço, colocando seu rosto na curva de meu pescoço, senti-a fungar lá.

– Obrigada – Respondeu-me com uma voz esganiçada. Mesmo sabendo que ela negaria até a morte, sabia que ela chorava em silêncio em meus braços.

Pude sentir algo tocar minhas calças, algo de meus bolsos traseiros.

Abri meus olhos. Aquele toque havia sido real?! Atordoado, em reflexo, vi um movimento brusco saltar em cima de mim e dizer:

– Não o machuque! – O grito de Clarice me fez erguer aflito.

Quando realmente percebi, ao meu lado, Clarice estava em cima de alguém, tentando impedido de fazer algo. A pessoa na qual ela tentava imobilizar inutilmente socou-lhe a face tão forte que ouvi tão bem o barulho que poderia jurar que o soco era em mim.

Alguém socou a Clarice! O TOM VAI ME MATAR!

Quando percebi avancei sobre o homem que havia batido em Clarice. Dei-lhe uma chave no pescoço. Olhei extremamente preocupado em direção dela. Clarice já estava erguida e avançava determinada que até mesmo eu a temi.

Ela deu um soco tão potente na região abdominal do homem, que até eu, que o segurava nas costas, senti o impacto.

– Isto é para você aprender a não bater em uma mulher! SEU COVARDE!!! – Oh pelo mestre*! Aquela era mesmo a doce Clarice?!

Imediatamente percebi o corpo do homem amolecer. Com certeza, ela o fez perder a consciência em apenas um soco. Que bom que era o Fernando o saco de pancadas dela, e não eu.

Clarice me explicou brevemente, que o líder do time capturado, o branco de cabelos escuro longo preso em uma trança, havia desaparecido sem explicação. Logo que ela foi me acordar, o viu em cima de mim, com certeza querendo me matar. Então ela saltou sobre mim e avançou no homem sem pensar duas vezes. Sabia que era naquele momento que eu havia acordado.

Ela estava com a mão sobre a bochecha esquerda e fiz que ela tirasse a mão. Já era extremamente presente, mesmo naquela noite tão escura, uma marca arroxeada com alguns tons em verde, na pele extremamente branca de Clarice. Sem contar o inchaço.

– Pense bem, poderia ser pior. Ele poderia ter quebrado seu nariz ou maxilar. – Ela concordou comigo, dolorida. Mas quem eu estava enganando? O TOM VAI ME MATAR.

Insisti para que ela fosse dormir. Brevemente ela negou, dizendo que não conseguiria mais dormir. Parecia que falar algo lhe causava dor na região atingida. O Tom realmente vai me matar...

Ficamos acordados a noite inteira, um apenas fazendo companhia ao outro, até o dia amanhecer e finalmente se iniciar o quinto dia. Tínhamos que correr conta o tempo para chegar ao local demarcado carregando aqueles quatro desacordados.

Logo de manha tínhamos que colocar a idéias de Clarice em pratica, como montar o utensílio roliço.

Nem preciso dizer que cortar um tronco com a faca que tínhamos era praticamente impossível, e que devíamos ter gastado pelo menos uma manha inteira para montar aquilo, por isso os troncos que cortei eram relativamente finos. Foi Clarice que as prendeu, umas as outras, e ela parecia saber o que fazer, afinal, eram nós tão técnicos que eu realmente duvidei se eles se afrouxariam. Percebendo a minha indignação ela comentou:

– Se você tivesse que fazer tantos laços de vestido quanto eu, faria nós assim também – Tive que rir com tal comentário.

Fizemos exatamente o caminho de volta, em nenhum momento ficamos em duvida se realmente era o caminho certo.

Eu era que arrastava aqueles quatro. Clarice insistia em me ajudar, mas neguei. Pedi que ela ficasse atrás de mim, e se percebe que algum deles voltaria a recordar a consciência o socasse que nem fez de madrugada com o líder. Fazendo-o perde a consciência novamente. Assim ela treinava como Fernando havia indicado e nós ficaríamos em segurança. Ela aceitou a proposta.

– Estamos sem comida – Ela me alertou. E eu sabia que em algum momento nossos capturados também precisariam se alimentar.

Corremos o dia inteiro. Clarice achou umas seis frutas estranhas no caminho, não era época de safra, então não estavam suculentas.

Um de nossos capturados acordou, aquele que havia lutado com Fernando. Clarice até conversou um pouco com ele e lhe ofereceu uma fruta. Aquele cara a comeu rapidamente, e com tristeza, Clarice lhe informou que não poderia dar-lhe mais.

Mais tarde, ela o atacou com golpe poderoso na nuca. Avisou-me que mesmo que o cara fosse legal, não era confiável. Concordava com ela.

Ainda no quinto dia, no entardecer. Vimos algo correr em nossa direção. Ficamos parados esperando para realmente definir o que era. Mas sabia que Clarice aclamava que fosse Tom carregando Fernando.

Quando a pessoa se aproximou ainda mais, visualizamos Tom. Fernando, mais uma vez, era carregado nas costas desacordado.

 

– Finalmente! – Exclamou Clarice correndo em direção de Tom aliviada.

Eu não saí do lugar que estava, alguém ainda tinha que ficar de vigia dos nossos capturados.

– O que aconteceu com o seu rosto Clarice!?!?!? – O tom tão sério de voz de Tom fez com que uma corrente elétrica passasse na minha coluna vertebral, me arrepiando inteiro. Estava esperando pela minha morte – LUCAS! – Ele nem deixava que ela se explicasse, já olhou indignado para mim.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Imagem: Lucas. As únicas modificações são as cores dos olhos, em vez de azul, é o prateado esbranquiçado com presença de íris.
Bem vindos os novos leitores!!! Espero que tenham curtido o capítulo.
Este com certeza foi o capitulo mais trabalhoso, não na escrita. Mas para a postagem. O escrevi ja faz mais que dois dias. Mas n consigo postar aqui no nyah com o laptop, ele desconfigura o capitulo inteiro. Despois de muita insitencia e maneiras difenrentes, decobri como se postar aqio no lap sem desconfigurar. Desculpa ai a demora então.
Gostaria de agradecer os vários comentários dos capítulos, vocês me deixaram muito feliz nos últimos quatro dias, não é a toa que o capítulo foi postado mais rápido. Vocês me inspiraram :D.
Depois, gostaria de agradecer a Kushina-sama que mais uma vez esta aqui me ajudando betando uma fic minha. Seja bem vinda Kushina, e também a paciência de tirar os insistentes erros ortográficos que jamais me deixam.
Espero que tenham gostado das memórias de Lucas, assim como a participações de Verônica, a garota de olhos negros já citada em capítulos anteriores.
ESPERANDO AQUELES REVIWES ENOOORMES QUE AMO! :D
E se possível, recomendações ^.^
Obrigada e até o próximo capítulo.
Bjs nessa.