Os lábios de Isabella estremeceram assim que as lembranças de seu tio surgiram em sua mente. Essa não era uma boa maneira de se começar o dia, pelo menos por seu ponto de vista. Seu corpo estava deitado na cama, sabe-se lá desde que horas, porém sua mente vagava por muito longe dali.

Após algum tempo apenas fitando o teto a garota espreguiçou-se e só depois de alguns minutos deu-se conta de que não estava em casa. Definitivamente, aquela não era sua casa. O cheiro de lençol novo e limpinho fez com que ela se aconchegasse ainda mais. Aquela era a casa de Jacob, seu quarto, os traços masculinos no quarto não a deixava negar esse fato.

 Uma leve batida na porta tirou a garota de seu próprio mundo e chamando a sua atenção. Por um breve momento aquele simples barulho a fez se esquecer completamente do pequeno aparelho celular próximo a cama. Desde que se encontrou com Alice, ela não havia se desgrudado do mesmo.

Isabella levantou-se da cama com um pequeno sorriso nos lábios e se assustou ao ver Jacob com um buquê de rosas na mão. Ela mordeu os seus lábios, estava levemente corada pela ação um tanto... Carinhosa do rapaz. Ele estendeu o buquê em direção a garota com suas mãos trêmulas de nervosismo.

Sem saber o que falar a garota pegou o buquê em suas mãos e perguntou timidamente:

- Para mim?

Jacob fez um pequeno movimento com a cabeça ainda calado, pegou a mão de Isabella e a guiou pelos pequenos cômodos da casa, ele parou na frente da cozinha e assim deu-se para ver a vasta mesa de café da manhã.

- Jacob... – Bella tentou falar, mas logo foi cortada.

- Sim, isso precisava. – Respondeu parecendo ler seus pensamentos. Aquele casal possuía a sincronia perfeita.

Ele riu baixo envergonhado e desviou o seu olhar do rosto de Isabella. Jacob afastou desajeitadamente a cadeira para que Isabella pudesse sentar e assim ela fez.

- Para que isso? Ainda não é nem meu aniversário. – ela forçou um sorriso, mas logo se arrependeu da pergunta.

O que ela estava fazendo? – Se perguntou.

- Bella... – ele fez uma pequena pausa. – Estamos namorando há mais de dois anos e... Bem, eu acho que está na hora disso.

- Está na hora de que, exatamente? – perguntou.

Jacob tirou do bolso uma pequena caixa de veludo vermelha e dela retirou uma pequena aliança com pequenos detalhes de pedras preciosas. Ele pegou a mão de Isabella respirando fundo e tentando não transparecer seu nervosismo.

- Isabella Marie Swan... Aceita ser minha, somente minha, noiva?

O sorriso que Bella mantinha em seus lábios apenas aumentou. As pequenas lágrimas que se formaram em seu rosto fizeram com que sua visão ficasse embaçada.

- Aceito. – A sua voz saiu trêmula e lágrimas começaram a rolar livremente por seu rosto, mas Jacob apenas as ignorou.

Jacob puxou o corpo de Isabella para si e a tomou em seus braços. Seus lábios tocaram com suavidade os delas. As mãos de Bella traçavam uma linha que só ela conhecia pelo corpo de Jacob, sua mão pousou na nuca dele. Jacob se afastou um pouco dando um meio sorriso.

- Aqui não. – sussurrou pegando com agilidade Bella em seu colo. Chegando no quarto a colocou na cama dando um meio sorriso.

O baixo som do celular de Bella fez com que os dois se afastassem.

- Tenho que atender. – ela sussurrou.

A garota estendeu a mão em direção ao celular.

- Alô? – murmurou.

- Isabella? – a voz animada do outro lado da linha fez com que Bella se surpreendesse. – Oh, espero que eu não tenha lhe acordado.

- Sim... Quero dizer... – ela se sentou atrapalhada na cama. – Não. Não me acordou.

- Mas eu atrapalhei algo não foi? – a mulher do outro lado da linha riu baixo. – Me desculpe se fui indiscreta, aliás, aqui é Alice.

- Alice? – ela se praguejou por parecer desesperada.

- Ér... Alice Cullen. Fiquei de ligar para você assim que precisasse trabalhar.

- Eu fui contratada?

- Acho que sim. – Alice riu alto.

- JACOB EU FUI CONTRATADA! – Bella gritou animada.

- Isso é ótimo amor...

- Qual vai ser meu primeiro trabalho?

- Bom... Terá que comparecer a uma festa hoje a noite.

- O que devo vestir? – perguntou preocupada com a resposta. Ela mal tinha roupas.

- Nada, quer dizer, você poderá vir aqui em casa se quiser. Tenho umas roupas que eu acho que ficariam perfeitas em você. – respondeu Alice pensativa.

- Isso seria ótimo. Me dá seu endereço.

[...]

Já passava das quatro da tarde e Edward continuava jogado na cama de seu quarto. Sua cabeça latejava de dor. Ressaca. Não havia outra explicação.

Ele grunhiu baixo de dor ao sentir a luz do sol contra seus olhos que continuavam fechados.

Esme olhou para seu filho largado na cama de qualquer jeito, balançou a cabeça e soltou um pesado suspiro ao sentar-se perto do mesmo.

- O que está aconteceu com você? – ela perguntou baixinho enquanto mexia nos cabelos cor de bronze do rapaz.

- Eu cresci. – Foi apenas o que respondeu dando de ombros em seguida.

- Se for isso. – Esme continuou a falar baixo. – Quero meu bebê de volta. Sinto falta dele.

- No dia que meu pai sumir daqui. Talvez. – Edward respirou fundo.

- Eu também o amava meu amor. – Ela acariciou o rosto de Edward. – Além do mais, nem toda a culpa é do seu pai. Fatalidades acontecem.

- Mamãe... – ele disse, mas logo se corrigiu. – Esme. Nada que falar irá retirar a culpa de Carlisle. Minha irmã se matou. Isso é exclusivamente culpa dele.

- Pode ter a certeza que seu pai sofre mais que todos por causa disso.

- Que sofra... Para sempre. – Aquelas palavras conseguiram deixar Esme completamente sem fala.

Ela estava pronta para sair dali, não queria mais ver o filho, não por hoje.

- Eu encontrei a futura esposa de Edward Cullen. – Alice entrou cantarolando no quarto e sorrindo largamente. Mas ninguém falou nada, apenas a encararam como se a mesma fosse uma aberração.