O Outro Weasley E A Outra Potter escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 7
Doce Snape, doces amigos




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Capítulo 7 – Doce Snape, doces amigos

         Mary acordou cedo na manhã seguinte, olhando para suas companheiras. Era uma garota, é claro, mas a sensação que teve ao subir a “escada proibida” fora estranha.

         Suas companheiras eram Natália McDonald, Ema Dobs e Laura Madley.

         Pareciam garotas simpáticas e alegres. Natália tinha cabelos castanhos ondulados e olhos castanhos, mas ela transmitia tanta alegria que era impossível não sorrir com ela, mesmo em tempos de guerra. Ema Dobs causava uma primeira impressão de séria, mas era, na verdade, a mais brincalhona.

         Tinha cabelos loiros cacheados caindo até os ombros e olhos azuis que pareciam brilhar em expectativa. Laura Madley parecia uma garota quieta, mas era, por assim dizer, a mais conquistadora das três amigas. Tinha cabelos castanhos mel e olhos verdes clarinhos, além de um sorriso angelical.

         Malí acordou cedo e tomou um banho. Sentiu-se feliz de não ter chegado de volta a “vida” um dia antes de começar Hogwarts, do contrário, não teria se habituado a usar saia. Mas era quase engraçado, era como se ela tivesse feito isso à vida toda.

- Bom dia, Mary – cumprimentou, animadamente, Natália.

- Oi, Natália – respondeu Mary, também sorrindo.

         Natália, que estava a caminho do já livre banheiro, parou, virou-se e disse: - Pode me chamar de Nati, é como me chamam.

         Mary acenou, e disse: - Então me chame de Malí, é como me chamam.

         Riram, e isso pareceu despertar as outras duas que acordaram ainda sonolentas. Demorou certo tempo para se arrumarem, mas não chegaram atrasadas para tomar café. Entraram no Salão Principal sob olhares de alguns garotos, pois o grupo realmente chamava a atenção.

- Vejo vocês na aula, meninas? – indagou Mary, que falou que ia se sentar com o namorado.

- Ah, não, quero que você me apresente seu gato – brincou Laura, mas parecia sincera, querendo ser amiga.

- Se não for roubá-lo – riu-se Mary.

         Hermione, Neville, Rony e Nick já estavam sentados, comendo e conversando. Mary reparou que Colin e Denis estavam com eles, além de Luna que saíra da mesa da Corvinal.

         A morena perguntou-se mentalmente se esse seria o “grupo” do ano.

- Oi, gente! – cumprimentou animada, Malí. Deu um selinho em Nick e sentou-se ao seu lado.

         Suas amigas sentaram também.

- Olhem, essas são: Ema Dobs, Laura Madley e Natália McDonald – apresentou-as Mary.

         Laura deu um de seus sorrisos “estou paquerando” para Nicholas.

- Olha só, Malí, quando falou que seu namorado era um gato, esqueceu de mencionar que era um deus grego! – riu a menina.

         Natália e Ema riram, achando graça, já conheciam a amiga e sabiam que ela estava brincando – nunca seria capaz de ser amante ou trair. Mas os outros não sabiam disso e olharam, instintivamente, para Malí, esperando berros.

         Mas Malí só riu, e acrescentou:

- Esqueci de dizer, Laura ama garotos. Então, Srta. Madley tire as patinhas do meu – agarrou, com força, o braço de Nick, que sorriu enviesado.

         Já estavam terminando o café, quando uma “visita indesejada” chegou e parou ao lado de Mary:

- Como vai, Mary? – perguntou o mais agradável que podia e sorrindo com ironia, Draco Malfoy.

         Nick e Rony já pareciam querer se levantar, mas Mary somente lançou um olhar que diria que ela cuidava de tudo.

- Bem, e você, Draco? – tentou não soar enojada como estava.

         Draco sorriu, seria um sorriso bonito, se não fosse irônico e com escárnio.

- Melhor, agora que sei que vou ter você em minhas mãos – começou o loiro, ainda sorrindo – Não precisa ficar com eles, e mesmo sendo uma Grifinória e uma Potter, você é gostosinha.

         Mary sentiu suas bochechas ficarem vermelhas de raiva, seu nariz deu uma tremelicada, mostrando estar brava.

- Pelo menos eu sou, não é, Draco? Meus pais realmente capricharam, mas, ao contrário de mim, seus pais deviam estar ocupados demais lambendo pés escamosos de cobra quando fizeram você – a mesa explodiu em risadas, chamando a atenção de alguns.

         Mas tudo que viam era Malfoy, sorrindo. Ainda.

- Tudo bem, vai mudar sua opinião sobre mim, meu amor – sussurrou sedutoramente o loiro.

- E não vai ser para melhor – concluiu Malí, sorrindo também. O mesmo sorriso falso.

         Draco pareceu hesitar um pouco, mas ainda sorria confiante, então, Mary decidiu perguntar:

- Draco, querido – viu Nick ficar carrancudo ao seu lado – você gosta da coisinha que tem entre as pernas?

- Por que, interessada, Potter? – riu-se Draco.

- Tanto quanto sou burra, e sou muito inteligente, mas, sabe, você parece gostar dessa sua coisa que acha boa, então, melhor calar a boca antes que ela seja arrancada e estraçalhada, junto com sua dignidade – a voz de Mary já não era mais aveluda, e irradiava poder e ódio.

         O loiro engoliu seco, e afastou-se. Mas Mary ainda pode ver um sorriso “vou conquistá-la” no rosto. E sentiu-se enjoada.

- Uau, amiga, arrasou – elogiou Ema, rindo.

         Logo todo o grupo de Grifinórios ria, lembrando da cara de Malfoy. Mary virou-se melosa para Nick.

- Achou que eu ia te trocar por Draco, meu anjinho ruivo? – brincou Malí.

- Não tem graça, anjo, pensei mesmo que você ia se pegar com Malfoy – resmungou Nick, ainda emburrado.

         Malí colocou um dedo sobre o bico falso que Nick fazia.

- Devia confiar mais em mim, querido – disse melodiosamente – além do que, irccc, é o Malfoy! – terminou, beijando a ponta de seu nariz.

Nick só pode dar um beijo nela, enquanto ia em direção as suas aulas do sexto ano junto com Colin, que, agora, era seu companheiro de quarto, e Luna.

- Bom, chegou a nossa hora também – Hermione disse seriamente para Rony e Neville, que se desanimaram. Os três acenaram e partiram para sua primeira aula.

         Sobrou somente o grupo de meninas e Denis, todos do quarto ano.

- O que estamos esperando? – Laura se perguntou – Vamos antes que Minerva mate a gente!

         De fato, chegaram pouco antes de a professora McGonagall fechar a porta da sala, rendendo-lhes um olhar severo. Essa aula era com a Lufa-Lufa. Sentando-se na primeira carteira ao lado de Nati, Malí olhou em volta. Ema e Laura estavam na mesa ao lado. Denis em sua diagonal com um garoto que ela sabia se chamar Euan Abercrombrie e ser companheiro de quarto do mais novo Creevey. Na última mesa, dois garotos com uniforme da Grifinória e aparência tímida chamavam-se Miles Gruen e Bob Missztaile.

         O resto das pessoas eram Lufanas. Eleanora Branstone, Owen Cauldwell, Kevin Whitby, Samantha Perks, os gêmeos Kelly e Josh Turpin – que eram irmãos mais novos de Lisa Turpin, do seu antigo ano.

- Espero que se dediquem este ano, pois haverá mais trabalho e deveres pela frente já que, como bem sabem, ano que vem será ano de NOMs e vocês devem se acostumar com isso – foi o discurso de boas vindas de McGonagall.

         A aula prosseguiu com ela explicando sobre como transformar objetos em jogos de chá completo. De fato, a turma não foi muito bem de inicio. Laura conseguiu produzir uma xícara trincada, assim como Josh e Kelly Turpin um bule e um açucareiro, respectivamente. Malí teve de se esforçar para não produzir um jogo completo, resumindo-se a um bule, uma xícara e uma colherzinha – o que lhe rendeu vinte pontos.

         Quando a sineta tocou, os Lufa-Lufa foram para direção da sala de História da Magia. Os Grifinórios, porém, foram para a aula dupla de poções – que era, infelizmente, com a Sonserina.

         Chegando a já conhecida masmorra, Malí sentou-se no fundo com suas amigas. As mesas, antes de dupla, tinham sido trocadas. Eram quadradas e tinham capacidade para quatro pessoas. Dessa forma, couberam as quatros amigas perfeitamente bem. Os garotos da Grifinória também ficaram juntos no fim da sala, na mesa ao lado.

         Os Sonserina na frente. Cada qual em sua mesa, nenhuma casa se misturando, Mary Lílian reparou. Ela viu Orla Quirke, Malcolm Baddock e Megan Stevens conversando em voz alta e reclamando de alunos do primeiro ano.

         Ela revirou os olhos. Por que quase todos os alunos da Sonserina eram desagradáveis?

         Severo Snape entrou como um morcego – Malí riu com o pensamento – na sala/masmorra. Não parecia disposto a ficar de bom humor, nem a sair distribuindo pontos, mas, quando ele estava, não é?

- Abram seus livros na página 12 e preparem a poção solicitada – foi sua única fala. Ouviu-se o som de aulas abrindo suas mochilas e colocando seus caldeirões na mesa.

         Alguns se levantaram e foram até o armário pegar os ingredientes. Malí leu: Poção Para Repor Sangue. Simples, ela sorriu. Colocou seu caldeirão em cima da mesa e caminhou em direção ao armário, onde voltou com os ingredientes nas mãos.

         Cerca de trinta minutos depois, seu caldeirão já estava com o fogo acesso embaixo, esquentando a poção. Suas companheiras ainda tropeçavam nas instruções. Ema parecia muito boa em poções, mas somente quando Snape não bufava no seu cangote. Laura – que se dera bem em Transfiguração – era completamente desastrada com Poções. Quase arrancara seus dedos ao cortar as asas de morcego e as patas de aranha. Natália fazia tudo devagar demais, por mais que fosse razoavelmente boa.

- Por que já está esquentando sua poção, Srta. Potter – Snape pronunciou o seu sobrenome com todo o desprezo do mundo. Os alunos pararam para olhar.

         Todos sabiam quem Harry Potter era. Mas quem Mary Potter era?

- Minha poção já está pronta, senhor. Estou seguindo as instruções e a esquentando – ela respondeu falsamente angelical, o que lhe rendeu um riso abafado de Denis.

- Tem certeza, Potter? – de um segundo para o outro, ela passara de senhorita a somente Potter. Snape conseguia ser extremamente desagradável, mesmo tendo provado estar do lado do bem.

- Sim senhor, professor.

- Menos cinco pontos para a Grifinória por sua petulância – ele simplesmente disse e passou para a mesa com os Grifinórios, onde disse que a poção de Miles estava uma desgraça – e descontou mais dez pontos.

         Malí olhou raivosamente para as costas de Snape.

- Não ligue – Ema cochichou sentada do seu lado – Snape nos odeia, sempre descontando pontos das casas. Quero dizer, exceto da Sonserina – que, aliás, ria de sua mesa.

- Descontar pontos por que estou certa? – Malí bufou. Mesmo que conhecesse Snape como nunca (era o aluno mais odiado do professor!), ainda estava brava.

- Ora, esse é um motivo melhor ainda para descontar pontos da Grifinória! – Laura brincou alegremente, porém voltou sua atenção às raízes de mandrágoras, com as quais quase se cortara, novamente.

         O resto da aula pareceu se arrastar, ainda mais levando em conta que era dupla de Poções com a Sonserina. Felizmente, Malí se sentiu extremamente satisfeita ao colocar a Poção Para Repor Sangue no vidrinho e entregar para Snape, que não poderia lhe lançar um olhar com mais ódio.

         Logo em seguida, teve de abandonar Laura e Ema – que iam para Adivinhação na Torre Norte – e ir com Ema para Runas Antigas.

- Não sei por que continuam nessa matéria. Trelawney é uma charlatã das boas – Ema lembrava-lhe vagamente Mione, mas era, com certeza, menos viciada em estudos e mais brincalhona.

         Nesta aula, viu novamente alguns Lufanos – Kevin Whitby, Kelly Turpin e Samantha Perks. Somente Ema, Malí, Euan e Denis faziam essa aula. Era uma classe vazia. Malí imaginava todos na sala abafada de Adivinhação, ouvindo predições de morte de Trelawney.

         Mentalmente, riu amarga. Bom, ela de fato tinha acertado em sua morte não é? Sabia que morreria um dia, só não esperava ver ser tão cedo. De qualquer forma, espantou isso de sua mente quando a sineta para o almoço tocou. Ela estava viva agora, não estava?

         Chegando ao Salão Principal com Ema, viu que Laura e Nati não tinham chegado ainda – a Torre Norte era longe. Também não avistou Ron nem Mione. Isso a deixou levemente triste, em geral, estaria, nesse momento, com seus dois melhores amigos.

         A parte de suas características "Gina" gritou que talvez estivesse com Luna e ela sorriu fracamente. Sim, Luna era legal. Todavia, ficou contentíssima ao ver que Nick e Collin – Luna acenou da mesa da Corvinal – estavam já comendo.

- Oi, ruivo! – ela riu e deu um selinho do namorado, antes de sentar ao seu lado.

- Oi, anjo – ele sorriu diante de tanta animação.

         Malí estava cortando o filé de peixe com ervas quando suas outras amigas finalmente chegaram ofegantes (Ron, Mione e Nev já estavam na mesa).

- A Trelawney é louca, maluca, piradérrima! – foi o único comentário de Laura, antes dessa se servir de batata sautée e frango grelhado.

- Nem te conto – Ron disse – graças a Deus não tenho mais ela como professora. Passar pelos NOMs foi uma coisa boa, afinal, do contrário, eu não estaria dois anos livre dessa insana.

         Natália riu histericamente, engasgando o suco de abóbora e recendo tapinhas nas costas de Collin, que a olhava assustado.

- Deviam ter sido espertos e escolhido Runas Antigas, como eu – Ema simplesmente disse e Hermione acenou positivamente, concordando.

         Nick achava isso engraçado. Quer dizer, até um ano atrás, Ron, Mione, Nev e Harry não andavam com alunos de outros anos, era um grupo muito fechado devido às fofocas. Agora, no entanto...

- Quais matérias você escolheu, ruivo? No ano de NIEMs você pode escolher qualquer uma não é, mesmo as obrigatórias... Que sorte! – Malí exclamou. Ela com certeza tiraria Poções de seu currículo.

- Hm... – Nick terminou de engolir e disse – Transfiguração, Defesa Contra as Artes das Trevas, Feitiços, Poções – ele revirou os olhos -, Herbologia e Aritmância.

- E Duelos? Achei que estivesse a fim de aprender com uma Auror formada, não é? – Collin perguntou.

- Ah, e Duelos. Obrigado, Collin.

- Aritmância? Finalmente alguém decente! – Hermione exclamou mais alegre do que nunca. Nev e Ron a olharam indignados, porém o primeiro deu de ombros, acenando.

- Eu gostaria de estar no ano de NIEMs – Malí comentou tristemente e todos a olharam céticos, então logo tratou de conversar – não, nada disso gente. É só porque o meu Nick-Nick está lá.

- Urgh, que melação! – Laura exclamou, mas sorria.

- Isso se chama i-n-v-e-j-a, amiga – Natália comentou dramaticamente, enquanto colocava as costas da mão na testa e encostava a cabeça no ombro de Denis, que estava sentado ao seu lado. O garoto corou e olhou para a menina.

         Hermione olhou isso atentamente e sorriu.

- Mas e você, anjo? – Nick perguntou – Quais matérias você escolheu?

- Escolhi, não é? Porque não tenho muitas opções com as obrigatórias – trágico. Mas, bem, de opcionais, escolhi Aritmância, como você, Runas Antigas e Trato de Criaturas Mágicas.

- Não devia ter feito isso – Ron comentou – Hagrid tem uns bichos esquisitos.

- Ah, jura? – Malí disse, colocando graciosamente um dedo sobre o queixo, pensativa – Que pena. Eu adoro animais, não são fofinhos?

- Nick, não sei como você agüenta Malí – Ema disse e riu quando a citada a olhou indignada – ela fala coisas tão doces que são enjoativas.

- Magôo – Malí murmurou. E fingiu que ia chorar, tremendo o lábio inferior e encheu os olhos de lágrimas.

- Estou brincando, Malí – Ema disse imediatamente e a morena abriu um sorriso, fazendo todos em volta rirem.

         O almoço transcorreu com mais brincadeiras, mas logo todos tiveram de se despedir, pois tinham que ir para suas aulas. Indo em direção a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, Malí ainda pode ouvir Ron comentar bem alto: "Ah, Merlin, obrigado! Tempo livre!". Hermione respondeu: "Estamos no primeiro dia, Ronald, se acostume!".

         A garota riu com suas amigas.

"Eu te amo ruivo"

"Também te amo, anjo", Malí viu os cabelos ruivos e rebeldes de seu namorado se afastar, indo em direção à sala de Feitiços.

         Para si mesma, sorriu. Por mais que estivesse em guerra, por mais que Voldemort estivesse por aí, por mais que ele tentasse matar a ela e seu namorado, pois eles tinham uma grande aura de poder mágico, Malí percebeu.

         De repente percebeu que nada disso seria tão ruim, porque tinha amigos. Claro que Harry e Gina também tinham. Mas, repentinamente, Nick e Mary tinham mais.

         E isso era extremamente protetor e confortável.

         Ela só se preocupou com uma única coisa: isso parecia certo demais.


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