Fix A Heart escrita por Melanie


Capítulo 2
Capítulo 2 - Clocks


Notas iniciais do capítulo

Hey lindas!
Tudo bem?
Bom, eu realmente fiquei triste com o número de reviews do prólogo, mas tudo bem, vou relevar aqui.
Estou postando o primeiro capítulo e se receber reviews continuo com a fanfic, ou então realmente vou excluí-la, uma pena, já que estou cheia de ideias e boa parte está escrita já...
Enfim, fiz o capítulo com muito carinho e espero que gostem!
Boa leitura!
QUERO REVIEWS EM!
Beijooos :*:*
AMO VOCÊS ♥♥♥



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The lights go out and I can't be saved, tides that I tried to swim against have brought me down upon my knees, oh I beg, I beg and plead, singing”

Hannah PDV

Era Dezembro de 2004.

Lembro cada milésimo, cada cheiro, gosto e textura daquele mesmo dia.

Neve, morbidade, luto e saudade. Saudade de um tempo que eu nem mesmo lembro, saudade de algo que nunca realmente existiu.

Meus saltos batiam no chão, molhado pela chuva fina que caia, fazendo um barulho no mínimo irritante. Ao meu lado estava apenas minha “tia emprestada”, Judith, e o padre da capela que eu ia todos os Domingos, e então mais ninguém, apenas o vento gelado nos acompanhava. Caminhávamos em silêncio pelo cemitério.

Enterro de meus pais adotivos, não que eu estivesse triste, na realidade estava aliviada, mas não poderia acalmar a angustia em meu peito ao lembrar de suas mortes horas atrás. Eu tinha apenas 15 anos, o que poderia saber da vida, ainda que tivesse vivido tantas coisas, nem ao menos tinha força para encarar as mesmas de frente.

Os dois homens da funerária colocaram os caixões de uma madeira fina um ao lado do outro na sepultura de mármore, o padre disse algumas coisas e jogou uma rosa ali dentro, assim como Judith fez, se despedindo deles pela última vez.

Engoli em seco me aproximando, tirei do bolso do sobretudo uma corrente com uma chave, a mesma chave que guardava segredos obscuros, medos, gritos e maldades.

- Adeus. – Sussurrei deslizando a corrente por meus dedos, a fazendo despencar em câmera lenta pelo ar, caindo em cima de um dos caixões, provocando um barulho na madeira. Fechei meus olhos fortemente, deixando os homens ali fecharem as sepulturas, enquanto ao meu lado tia Judith chorava baixinho, sendo acolhida pelo padre. – Eu preciso ir.

- Como assim, não vai para casa conosco? – Judith perguntou fungando, erguendo o rosto para me encarar, balancei a cabeça negativamente.

- Desculpe, você sabe que eu não posso mais. – Disse respirando fundo e virando de costas, correndo em passos largos para fora daquele cemitério, escutando os gritos de Judith atrás de mim, mas não podia ligar. Não mais.

Corri até a avenida, sem saber para onde eu realmente iria, a neve estava ficando mais forte, e na rua não havia praticamente ninguém, afinal de contas todos deveriam estar em casa, felizes em sua ceia de natal com a família.

- Merda. – Xinguei baixinho, largando meu guarda chuva no chão, abraçando meu corpo e continuando a andar pela rua sem rumo algum, sentindo minha roupa se encharcar aos poucos.

- Hey você! Está tudo bem? – Uma voz rouca e alegre gritou do outro lado da rua. Virei o rosto rapidamente encarando um cara, que não parecia ser muito mais velho que eu, alto, com o cabelo castanho claro arrepiado e um lindo sorriso abanar em minha direção, parei de andar na mesma hora, o encarando com a testa franzida.

- Por que importa? – Perguntei tentando parecer normal, porém soei rude demais.

- Não, desculpe, mas é natal e você parece abalada, só queria ajudar. – Disse na defensiva, se aproximando mais de mim, mostrando que ele era muito mais bonito do que qualquer homem que eu já havia conhecido na vida.

- É que... Só estou estressada, acabo de vir de um enterro, desculpe estragar seu natal. – Disse sorrindo irônica, ele soltou um “oh” e mordeu os lábios me encarando compreensivo.

- Você quer uma carona? Precisa de ajuda em algo? – Perguntou de boa vontade, dando um sorriso torto e bondoso em minha direção, qual é!

- Por que você me ajudaria? – Perguntei erguendo as sobrancelhas, o encarando rude, mas o tal carinha apenas revirou os olhos.

- Aww C’mon! É natal, tempo para boas ações e ajudar os outros. – Ele tinha um jeito engraçado e escandaloso, senti vontade de revirar os olhos e rir, mas acabei me controlando.

- As pessoas nunca ajudam os outros. – Disse apontando o dedo em sua direção, ele apenas soltou uma risadinha, limpando um pouco de neve que estava em seus ombros.

- Elas também não se produzem para um enterro, mas enfim. – Disse encarando minha roupa, suspirei rindo baixo junto com ele, acabei por vencida, dando de ombros e o encarando.

- Tudo bem, se ainda estiver de pé, eu aceito sua carona! - Disse sorrindo abertamente agora, porém me repreendendo mentalmente por aceitar carona de um estranho, mas no momento não tinha escolhas, e muito menos algo a perder. O cara sorriu me guiando até seu carro que estava perto dali.

- A propósito, me chamo Ryan Good, prazer.

- Hannah Klinghoffer. 

Ryan Good.

Fora perfeito desde o primeiro segundo que nos conhecemos. Seu sorriso, seus olhos, seus lábios, seus cabelos... O seu coração.

Tudo, exatamente tudo nele era milimetricamente perfeito, sem maldade ou ódio algum, apenas perfeito em sua simplicidade.

E eu me perguntava como alguém como ele podia gostar de alguém como eu, uma garota problemática e cheia de segredos, alguém que não merecia o afeto, e muito menos o amor de alguém.

- Hann, o que houve? – Ryan perguntou entrando em meu quarto de hotel, nós dois estávamos em Amsterdam em uma pequena viagem de cinco dias, que em minha opinião estavam passando muito rápido, antes da My World Tour começar outra vez. Eu estava escorada na sacada do hotel, vendo as flores no parque à frente caírem de suas árvores, tão lindas e perfeitas, sorri sentindo o friozinho de fim de tarde deixar as coisas mais bonitas ainda.

- Nada, só estava vendo a cidade. Aqui definitivamente é lindo. – Sorri de lado me virando para ele, Ryan sorriu abertamente me envolvendo em seus braços, respirei fundo sentindo seu perfume de marca invadir minhas narinas, sorri com isso deitando minha cabeça em seu peito, sentindo o abraço dele se apertar mais ainda, era carinhoso, confortante e cheio de amor.

- Eu estava pensando... Nós ainda temos dois dias, por que não vamos para a França? É tão perto! Poderíamos visitar Paris e depois Angers, a cidade dos seus pais, onde nos conhecemos.

Angers.

Aquele nome trazia arrepios e lembranças demais.

- Ah... Por que não aproveitamos o máximo aqui em Amsterdam e vamos para a França no natal? – Perguntei fingindo uma animação inexistente, me afastando um pouco de Ryan e sorrindo abertamente, ele acabou por fazer o mesmo.

- Claro, seria ótimo. Mas agora vamos sair, quero te levar pra jantar em um lugar super especial! – Disse me rodopiando no ar, soltei uma gargalhada gostosa me apertando mais ao seu corpo quente. Ryan me fazia sentir coisas que nunca imaginei sentir, ele me fazia feliz, de um modo estranho, mas ainda assim feliz, e eu amava esse sentimento.

Ele é a pessoa mais incrível do mundo.

- Então, vamos? – Ryan perguntou me colocando no chão e estendendo sua mão em minha direção, sorri mordendo o lábio interior, fiz um sinal com a mão para ele e corri até a cômoda do quarto, colocando meu “sobretudo” bege e pegando minha bolsa creme, que Ryan mesmo havia me dado.

- Estou bonita? – Perguntei dando um giro e mostrando minha roupa para ele, rindo logo em seguida, Ryan sorriu abertamente se aproximando de mim e entrelaçando nossas mãos.

- A mais bonita de todas! – Dito isso sorrimos um para o outro e fomos caminhando do hotel até o centro de Amsterdam, que aliás, devo ressaltar que todas as suas ruas eram simplesmente belíssimas.

Ryan falava animado, me mostrando cada coisa pelo qual passássemos, ri baixinho sentindo meu celular vibrar, o peguei rapidamente vendo o nome “Biebs” brilhar na tela.

“Hey shawty, como está em Amsterdam? Eu sinto a sua falta... Volte logo. Xoxo JB”.

Suspirei encarando a mensagem, enquanto ao meu lado Ryan tagarelava animado apontando para prédios e lojas pelas ruas, balancei a cabeça desligando meu celular e guardando dentro do bolso do sobretudo, disposta a não responder Justin.

Mas de uma coisa eu não podia tirá-lo... De meus pensamentos. Pirralho encrenqueiro.

- Não é lindo? – A voz rouca e baixa de Ryan me tirou de meus devaneios, pisquei os olhos freneticamente virando meu rosto para frente, encarando a linda ponte na qual estávamos parados, cercada de belas árvores. Sob ela estava um lindo rio que cortava, o que seria uma rua, no meio, a vista era sem dúvida era incrível.

- É maravilhoso Ry!

- Eu sei, e por isso te trouxe aqui, é o cenário perfeito. – Ryan sorriu, segurando minhas mãos e tirando algo do bolso do seu casaco, franzi minha testa, sentindo meu coração acelerar enquanto tudo o que conseguia fazer era encará-lo com cara de idiota.

- Perfeito pra que? – Perguntei confusa.

- Estamos nesse chove-não-molha há dias, e eu realmente quero acertar as coisas Hann, quero que você seja minha, somente minha...

- Não vai me pedir em casamento, vai? – Perguntei assustada interrompendo sua fala, arregalando meus olhos o máximo que podia, Ryan apenas riu balançando a cabeça.

- Não, ainda não. Mas Hann, eu te amo mais do que você pode imaginar. Quer ser minha namorada? – Perguntou rápido e embolado, abrindo uma caixinha azul com uma linda aliança prata, com uma pedra de brilhante na ponta, abri minha boca em um perfeito “O” encarando Ryan perplexa.

- Então? – Perguntou fazendo uma carinha muito fofa, deixando suas bochechas corarem, sorri abertamente sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

Era a primeira vez que alguém me dizia um “eu te amo” de verdade.

- Sim, mil vezes sim! – Gritei me jogando em seus braços, Ryan sorriu colocando suas mãos geladas em meu rosto e logo em seguida me beijando.

Era o início de algo totalmente novo para uma garota como eu. A estranha, e cheia de segredos, Hannah Klinghoffer.


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Notas finais do capítulo

E ENTÃO? GOSTARAM? REVIEWS? RECOMENDAÇÕES?
HUM?
Beijooos :*:*
AMO VOCÊS ♥♥
Próximo capítulo tem:
My World Tour..
Justin e novos sentimentos...
Alguns segredos querem ser revelados para alguém que não deveria saber...