True Life escrita por JoyceSantana


Capítulo 13
she's here!


Notas iniciais do capítulo

Gente, o parto da Mel é totalmente baseado no parto da Rachel, de Friends, ok? Fala sério, aquele episódio é lindo!



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Já eram dez horas da noite e nada de bebê. Eu já tinha ligado para Nick e ele já estava a caminho, e Melanie estava com uma roupa do hospital e exageradamente estressada. Digamos que... Outras pessoas tiveram seus bebês também na véspera de Natal, e nós chegamos primeiro que elas.

– Eu não estou acreditando que duas mulheres já tiveram bebê antes de mim. Por que está demorando tanto? - dizia ela numa voz chorosa.

– Vai dar tudo certo, amor. Agora para de falar, está fazendo muito esforço. - falei com a voz cansada. Eu sabia que aquio não faria efeito nenhum no esforço dela, mas eu já estava cansado de ouvi-la tagarelar.

Seus resmungos indignados foram interrompidos pela doutora que nos atendeu no começo, para sentir o cérvix de Melanie. Puta situação constrangedora aquela que eu passei.

– E então doutora? Já estou aqui faz três horas! Você tem que me dar boas notícias. Quantos centímetros: sete, oito...? - perguntou Mel esperançosa.

– Três. - respondeu um tanto consoladora.

– TRÊS? EU DILATEI TRÊS! - me intrometi na conversa gritando totalmente desorientado e indignado. Recebi um olhar um tanto estranho das duas e me desculpei, profundamente envergonhado.

– O processo está muito demorado mas você está indo muito bem. Eu volto daqui a pouco.

– Obrigada... Doutora. - respondi por nós dois mesmo não sabendo seu nome. Melanie fez uma careta e eu me segurei para não rir.

Agora era eu e ela ali, reclamando pelo bebê não querer sair logo. As contrações pareciam mais fortes a cada minuto e eu me sentia um inútil por não poder ajudar em nada. Sorri tentando acalmá-la, e até pensei que tinha conseguido, mas me enganei redondamente.

Logo entrou mais um grupo de pessoas seguindo orientações de uma enfermeira. Melanie, totalmente fora de si, os interrompeu na porta, o que me fez querer ter um infarto ali mesmo.

– Escute bem. - disse conseguindo a atenção da enfermeira - Não sei se você sabe, mas duas, eu disse DUAS mulheres, uma a menos que a minha dilatação, vieram aqui e tiveram seus bebês. Agora é a minha vez! Eu cheguei primeiro, é mais do que justo. Se vocês botarem essa mulher aqui e ela dar a luz antes de mim, eu te processo. - ela arregalou os olhos. Melanie continuou - Não o hospital, você!

– Mel, para com isso... - falei repreendendo-a.

– AFASTA! - disse brava levantando a mão, me afastei imediatamente.

A enfermeira, totalmente traumatizada, tentou manter a postura e conseguir trazer a grávida que gritava no corredor.

– Eu acho que essa vai demorar, querida.

– Então tragam-na para cá, estão malucos? A garota não vai ter o bebê no corredor, vai? - disse num tom normal, como se eles fossem alguns tipos de retardados. Eu precisava acabar com aquilo.

– Não liguem para ela, podem trazê-la. Mil perdões por isso. - falei encerrando aquele assunto e dando um leve tapa no braço de Melanie.

***

– Senhorita Parker? - disse um enfermeiro interrompendo mais uma vez nosso beijo. Que chato!

– Sim?

– A senhorita tem uma visita.

Eu enrijeci meus músculos. Todos os nossos conhecidos estavam ali. Menos...

– Homem ou mulher? - perguntei já adivinhando.

– Homem.

Melanie me olhou amedrontada, já sabia também quem era. Passei-lhe um olhar de confiança, induzindo-a a deixá-lo entrar. Desta vez eles conversariam comigo observando-os.

– Mande-o entrar, por favor. - disse ela numa voz um tanto trêmula.

O enfermeiro assentiu e saiu, deixando-nos esperando. Logo alguém bateu na porta e eu fiz questão de abrir. A pessoa me encarou um tanto desconcertada, talvez sabia que não era bem-vindo ali.

– Johnson. - pronunciei encarando-o.

– E aí, Derek. - ele nunca me chamou de Derek, sempre foi McCann - Será que eu posso falar com a Mel?

– Claro, entra. - falei dando-lhe passagem. Ele percebeu que eu não iria sair e assentiu para si mesmo.

Eles se encararam por alguns minutos antes de começarem a conversar formalmente. A raiva nos olhos de Melanie era clara, ela não o queria ali.

– Oi, Melanie. - disse ele num tom baixo.

– Oi. - rebateu friamente.

– Como você está?

– Estou bem. Só está demorando um pouco mas... De resto, tudo normal.

Ele respirou fundo, talvez sentindo todas as coisas ruins que tinha feito caindo por terra. Ele parecia realmente arrependido, mas isso era algo que eu precisava ver para crer.

– Eu quero te pedir desculpas, Mel. - disse ele mudando bruscamente de assunto, fazendo eu e Mel arregalar os olhos.

– O quê? - perguntou claramente impressionada.

– Eu percebi que fui um completo idiota por não ter assumido meu real papel nesta situação toda. Na verdade, eu fui um idiota quando aproveitei que você estava brava com Derek para transar, quando eu devia te consolar, orientar. Eu fui um completo babaca, Mel, e eu espero do fundo do coração que você possa me perdoar.

Eu estava sinceramente impressionado. Ali, na minha frente, havia um Johnson... Diferente. Não era durão, pegador, incompreensivo e irresponsável. Era um Johnson arrependido e compassivo. Eu estava sentindo raiva por lembrar que ele só dormiu com ela porque ela estava brigada comigo, mas eu não podia negar que ele estava exercendo uma causa nobre ali. Ele estava se desculpando, mostrando que tinha percebido seu erro e estava em busca de absolvição. Os olhos de Melanie eram indecifráveis e me deixavam apreensivo, mesmo que o negócio não fosse comigo.

– Eu não espero que você queira olhar na minha cara depois disso. - disse ele após não conseguir nenhuma resposta de Mel - Só quero que saiba que estou realmente arrependido e totalmente confiante sobre a criação dele. - apontou para a barriga, o que me fez vacilar um sorriso fraco. Melanie viu e sorriu também.

– Derek e eu faremos um bom trabalho. - falou simplesmente. Eu sorri fraco para ela e recebi uma piscadela em resposta.

Ele apenas assentiu e, vendo que não tinha mais nada para falar e que não conseguiria tirar mais nada de Mel, resolveu ir embora. Talvez percebeu mesmo que não era bem vindo ali. Quando estava me preparando para sentar, ele me chamou, um tanto desconcertado.

– Derek, podemos conversar lá fora?

Eu olhei para Mel e ela me encarou dando de ombros. Bufei baixo e levantei, indo em direção ao corredor.

– Sim? - perguntei ao chegarmos num área reservada, porém perto do quarto de Melanie caso ela precisasse de alguma coisa.

– Eu quero só... Te parabenizar, cara. Tu é mil vezes melhor do que eu. - disse com um sorriso um tanto derrotado no rosto.

– O quê? - perguntei, tendo a mesma reação de Melanie minutos antes.

– É isso mesmo. - disse rindo baixo - Eu sempre achei você uma pessoa muito boa. Mas depois do que você fez pela Mel e do jeito que a defendeu lá em casa... Ela merece alguém assim. Como você. E eu realmente confio em você para criar o meu filho. Se ele conseguir metade do caráter que você tem... Essa criança vai longe.

Eu sorri um tanto impressionado e agradeci com a cabeça, realmente orgulhoso daquele moleque.

– Valeu, cara. - falei e olhei para o quarto, talvez inconscientemente querendo voltar para Melanie.

– Tá, tô percebendo que você quer que eu vá embora, e eu já vou. - eu acabei rindo com sua fala - Mas antes, trégua?

Falou e estendeu a mão, esperando que eu a apertasse. Deveria eu perdoá-lo? Depois de tudo que ele fez com Melanie e comigo? Ele a afastou de mim, me fez brigar com ela, me afastou as esperanças de consegui-la, dormiu com ela... Por que eu deveria apertar aquela mão e fazer todas aquelas mágoas e acontecimentos infelizes desaparecerem?

Mesmo assim, pensei de novo. Se ele não tivesse aparecido, eu não iria brigar com Melanie. Se eu não brigasse, ela não ficaria desnorteada e não dormiria com ele. Se ela não dormisse com ele, ela não ficaria grávida e provavelmente não deixaria florar seus sentimentos por mim, continuaríamos melhores amigos como antes e eu continuaria frustradamente apaixonado por ela, sem correspondência ou algo do tipo. Era bizarro admitir, mas aquele filho da mãe tinha me ajudado naquilo tudo.

Logo me vi fazendo algo que nunca imaginaria: estava apertando sua mão. Estava perdoando-o. Dando uma trégua na nossa batalha que parecia eterna. Eu estava me sentindo bem, de verdade.

– Eu tenho que ir, Melanie pode estar precisando de mim. - falei tentando sair logo dali.

– Me mande notícias do bebê, ok? - pediu num tom de súplica. Eu apenas sorri.

– Claro.

Ele sorriu e eu voltei, com a consciência mais leve. Entrei no quarto encontrando uma Melanie com um olhar apreensivo no rosto, talvez pensando que eu tinha brigado com ele de novo.

– E então? - ela procurava algum vestígio de machucado em todo o meu corpo, o que me fez rir.

– Resolvemos tudo.

Falei e lancei um sorriso de canto, fazendo-a rir contida e suspirar em alívio. Eu podia ler seus pensamentos: ela estava grata por tudo isso ter acabado e feliz por saber que, daquele momento para frente, podíamos ser felizes sem a intromissão de ninguém. Finalmente felizes, eu, ela e o bebê.

Ela segurou minha mão e fez um biquinho, esperando um beijo. Eu ri um pouco alto e a obedeci, selando nossos lábios lentamente. Naquele beijo colocávamos todos os nossos sentimentos de alívio e felicidade, até que a doutora chegou e nos interrompeu novamente.

– Tá de brincadeira... - murmurei me afastando e sentando num banquinho, claramente bravo.

– Olha doutora, a senhora nem precisa se dar o trabalho, ok? - disse Melanie enquanto a doutora sentia seu cérvix - Já é quase Natal e eu não vou ter meu bebê...

– 10 centímetros. - interrompeu ela sorrindo contido. Melanie e eu petrificamos.

– O quê? - perguntou num tom retardado.

– Hora de ter o bebê, querida.

Eu sorri largamente e Melanie começou a chorar, totalmente desorientada. Logo vieram alguns enfermeiros e a colocaram numa maca. A tiraram da sala e levaram-na para a sala do trabalho de parto. Eu não raciocinava, apenas pensava que realmente tinha chegado a hora e deveria estar ali, ao seu lado. Lugar que eu sempre quis e deveria estar.

– Tudo bem, vamos começar a operação. Melanie não quis a cesariana e sim o parto normal, então terá que fazer muita força, ok? - disse a doutora colocando umas luvas de proteção descartáveis.

Melanie assentiu e começou a fazer força. Segurou minha mão forte e sorriu para mim. Estava realmente concentrada em conseguir fazer o bebê sair, mas logo o cansaço a tomou, ela não era muito resistente.

***

– Melanie, vamos querida, faça força! - pedia a doutora ao ver que o esforço que Mel fazia não estava dando nenhum resultado. Estávamos ali fazia meia hora. Logo Melanie relaxou e soltou minha mão - Muito bem, a próxima contração virá daqui vinte segundos.

– NÃO CONSIGO MAIS, NÃO CONSIGO... - disse chorando para mim - AHHHHH VINTE SEGUNDOS O CARAMBA! - gritou logo em seguida agarrando minha mão novamente e fazendo mais força ao sentir a contração.

– Vamos amor, empurre, empurre... Eu sei que você consegue, vamos... - falei baixinho em seu ouvido e ela assentiu, fazendo mais força. Estava quase quebrando meus dedos, mas não me importei.

– Espere, estou vendo algo... - interrompeu a doutora parando os movimentos, o que me fez ir até ela e ver o que estava acontecendo.

– Oh meu Deus, o que é isso?! - perguntei assustado ao ver algo que não parecia um bebê.

– Oh meu Deus o quê?! Não diga isso, o que foi?! - perguntou Melanie também assustada.

– É o bumbum dele, está virado. - explicou ela voltando a segurar as pernas de Mel.

– Oh, que alívio, pensei que ele teria duas cabeças! - falei totalmente aliviado, sem sequer ouvir a bobeira que tinha acabado de pronunciar.

– Mas ele vai ficar bem? - perguntou Mel sentindo mais uma contração.

– Vai, mas você terá que fazer mais força. Vamos! - incentivou a doutora segurando suas pernas. - Empurre!

Melanie fazia força, dava tudo de si mas não era muito forte, ou resistente.

– Melanie, você terá que fazer mais força, vamos!

– Eu não consigo, não consigo mais! Me desculpe! - falou chorando num tom derrotado.

– Vamos amor, você consegue. Eu estou aqui, você vai conseguir. Um último empurrão, ok? - falei tentando encorajá-la, ela não iria desistir ali, certo?

– Eu não tenho mais força, faça força para mim?! - perguntou acariciando meu rosto, o que me fez vacilar um sorriso.

– Um último empurrão, ok? - ignorei sua fala e a incentivei - Vamos lá. 3...2...1... Já!

Ela projetou a cabeça para frente, o que mostrou que ela fez mais força do que tudo na vida. Eu fiquei assistindo-a chorar ali, me sentindo inútil. Eu sabia que meus conselhos eram totalmente invisíveis naquela hora, tudo que eu mais queria era realmente fazer força para ela, mas isso era algo que ela tinha que fazer sozinha. E então ouvi um choro de bebê rasgando o ambiente e vi Melanie desfalecer no divã. Aquilo foi a prova de que tudo tinha terminado. A fase difícil tinha tido seu fim.

– Aí está ela! - gritou a enfermeira cortando o cordão umbilical e enrolando-a num lençol azul.

– Ela?! - disse Melanie desnorteada, a doutora assentiu - Oh meu Deus! Onde ela vai?

Perguntou assustada ao vê-la se afastar com o bebê. Eu apenas ri e tentei acalmá-la.

– Eles vão limpá-la, Mel.

Ela assentiu e logo a doutora chegou, com o bebê nas mãos. Colocou-a no colo de Melanie e eu fiquei ali, sorrindo feito um bobo com tudo isso.

– Oi minha linda. - disse Mel baixinho - Obrigado por sair de dentro de mim. Você é o melhor presente de Natal do mundo. - ela abriu os olhinhos - Oi, eu te conheço.

Ela me olhou e sorriu, totalmente emocionada. Não me segurei e dei-lhe um selinho, antes de olhar a bebê. Naquele momento eu não sentia mais nada, apenas... Ela era minha. Mesmo que não fosse minha filha, ela era.Minha filha.

– E então, já escolheram um nome para ela? - perguntou a doutora num canto da sala, assistindo tudo.

– Não, não... - respondeu Melanie totalmente deslumbrada.

– Tudo bem, chamaremos ela de Baby Girl Parker, então.

– Não, não. - corrigiu Melanie olhando para mim - Baby GirlMcCann–Parker.

Eu sorri emocionado e ela me beijou, antes de voltar sua atenção para a bebê. Beijei-lhe sua testa e fiquei olhando seus dedinhos tão pequenos, seus joelhos, seus cílios. Todo aquele esforço valeu a pena. Tudo, desde as mudanças de humor até os potes de salada na madrugada. Naquele momento, tudo tinha virado uma lembrança linda e engraçada. Mas não mais linda do que aquele bebê que tinha acabado de entrar em nossas vidas.



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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH MEU DEUS!
NÃO ACREDITO QUE A FIC TÁ ACABANDO!
EU VOU CHORAR QUANDO APERTAR TERMINADA, SÉRIO!
MAAAAAAAAAAAAAS, N VAMOS FALA DISSO, AFINAL AINDA NÃO ACABOU, CERTO???????????
COMO 6 TÃÃÃÃÃ~~AÃO 22KS?
Quero ler a opinião de vcs nos reviews, hein? Putz, tô muito ansiosa, sério :]]]]]]]]]]]]]]]]]
beijo beijo beijo!
ps: True Life recebeu uma recomendação, acreditam nisso?!?! Eu já agradeci a pessoinha linda por mp maaaaaaaaas agradeço de novo, sua linda!