17 de maio...

As coisas não estão funcionando como eu imaginava. Está muito difícil lidar com essa situação tão constrangedora! Fui pega... Logo eu. Fui enviada por ser considerada a melhor entre os emissários do mal e agora isso! Como aquele simples guarda conseguiu me pegar?

Mas ele vai me pagar eu só tenho que me livrar desses selos sagrados... Mas eu não consigo toda vez que eu coloco minhas mãos nele, queima, como se eu estivesse colocando minhas mãos em brasa... Presa nesse quarto escuro eu só posso pensar em vingança. Já faz um dia que ele me capturou e me jogou nesse quarto com as mãos amarradas.

Ele me paga... De algum modo ele vai me pagar...Eu só preciso  tempo para me livrar dos selos.

Os pensamentos de Nakina são interrompidos ao ouvir o barulho da porta do quarto onde ela estava se abrir, e um jovem alto de cabelos prateados e olhos ligeiramente claros entrarem, e com ele a luz do sol que ofuscou os olhos da jovem, de cabelos negros que, se encolheu em um canto escuro do quarto.

- Aqui está sua refeição de hoje. – falou colocando o prato de comida em cima da cama e em seguida olhando fixamente para a garota que estava no canto do quarto e nem fez menção de levantar-se, continuava a fitar o chão como se houvesse algum segredo naquele assoalho.

- Por acaso não está com fome? - Ela não respondeu nada, continuou a fitar o chão sem dar importância ao que ele dizia.

- Não sei por que eu me importo com você... Como minha prisioneira eu poderia deixá-la morrer de fome aqui. - tão logo ele terminou a frase, Nakina levantou seus olhos e fitando o rapaz, começou a falar com certo tom de deboche.

- Essa não é a sua natureza. É a minha. Se nossas posições estivessem inversas com certeza quem morreria seria você.

Com um sorriso de meia boca e uma calma e serena voz o rapaz respondeu...

- Tem razão essa não é a minha natureza. Por isso nossas posições são essas. Agora coma porque logo vamos voltar pelo portal ao nosso mundo.

Ele saiu do quarto deixando Nakina refletindo sobre sua vida. Ela não queria voltar a seu mundo. Não queria receber ordens novamente queria ser livre. Coisa que nunca havia sido. A liberdade sempre foi algo distante para ela desde pequena foi criada para ser uma correspondente da discórdia. Foi treinada por sua mãe, porque seu pai não pertencia a seu mundo... Seu pai era um anjo guerreiro, e pertenciam a mundos distintos...

“Quando eu estava para vir, os outros falavam que eu não deveria vir que minha família guardava uma maldição porque minha mãe tinha se apaixonado por um guerreiro do bem e eu era fruto de um amor proibido e coisa e tal. Mas eu não acho isso. Sou tão capaz como eles, ditos sangue puro que me descriminam. Posso ser fruto de algo proibido, mas vou provar para eles que eu sou suficientemente capaz de matar um anjo.... E esse cara vai ser o primeiro!”.

Lantis caminhava para a varanda da casa, onde esperaria algum sinal de seu amigo Hegle sobre a abertura do portal que dava para Illyria. Ele já havia completado sua missão que era livrar o mundo humano de um anjo decaído que semeava a discórdia entre as pessoas, porém de tantas missões que ele enfrentou nenhuma seria tão difícil quanto essa...

Antes de sair para a missão Lantis foi avisado sobre a beleza de Nakina e toda sua historia... Sua beleza era rara, conseguida somente ela mistura de duas raças com almas tão diferentes como as deles...

“Eu fui avisado sobre isso, mais nunca imaginei que ela seria muito mais do que me falaram...”.

---Flash Back On ---

- Lantis você deve tomar muito cuidado. Pelo que me falou ela pode ser muito bonita, mas é perigosa! – fala o rapaz de meia idade com os cabelos levemente grisalhos e uma face calma.

- Fique tranqüilo tio nada vai acontecer comigo. Logo estarei de volta. Essa missão vai ser fácil. – ria-se enquanto caminhava para o portal.

---Flash Back off ---

“Realmente Nakina é forte. Se não fossem os pergaminhos de invocação eu teria muito mais trabalho com ela.”

Mas sua beleza era muito maior do que lhe foi relatado. Ela estranhamente chamava a atenção de Lantis.Ele jamais havia olhado de outro modo para um inimigo principalmente para um inimigo tão detestável como ela. Com uma arrogância natural nos olhos e um jeito superior de ser... Ela o irritava. O irritava de tal forma que o fazia agir de um modo diferente do seu jeito de ser.

Mas isso não importava Lantis a levaria de volta para Illyria e nada o iria impedir. Seu mundo os aguardava e lá ela receberia a punição adequada pelos seus atos inconseqüentes de perturbar o mundo humano.

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Em algum lugar em Illyria.

- Alguma noticia do Lantis? –pergunta uma menina de cabelos brancos e olhos azuis, curiosa pela resposta do rapaz.

- Nada Yuki.Mas tenho certeza que logo ele mandará alguma.Ele não consegue ficar longe da gente. – fala o rapaz de cabelos negros e olhos castanhos, tentando acalmar a irmã do meio de Lantis, Yuki, que estava preocupada com o bem estar de seu irmão, que era como um pai para ela, já que o seu morrerá em batalha. Desde a morte de seu pai, Lantis como filho mais velho, assumiu seus deveres e cuidava de sua família com esmero para que nada de mal acontecesse aos demais integrantes.

– Não precisa se preocupar Yuki. Ele é forte e vai voltar bem dessa, tenho certeza! – fala tentando animar a garota, que continuava preocupada. Alguma coisa iria acontecer e ele estava sentindo isso.

- Mesmo assim Hegle. Eu estou com um mau pressentimento...

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A noite chegou tão rápida e sorrateira, que pegou Lantis de surpresa. Ainda na varanda da casa, se deu conta que havia passado o dia a pensar em suas decisões e o quão difícil seria sua vida dali para frente. Porque depois que voltasse dessa missão ele teria que escolher dois caminhos... Ou se tornava guarda, para sempre, afinal uma vez que você se compromete a servir o rei você recebe um selo, que marca sua face mostrando que nunca mais você seria dono de sua vida, ou seguiria seu coração e seria um homem livre.Sua escolha era difícil, ele tinha um legado para seguir, porém seu coração, sedento por aventura, pedia liberdade.

Lantis mau se lembrou de Nakina, que havia passado o dia presa naquele quarto sem luz ou ventilação,apenas com uma cama de solteiro e um pequeno banheiro.A passos lentos, ele seguia para o quarto que ficava no fundo da casa, mal decorada com adornos em dourado e prata.

Do quarto Nakina podia ouvir os passos do rapaz cada vez mais próximos...

Ele vacilou na porta por alguns instantes e totalmente, desarmado entrou. Ao olhar para onde Nakina estava...

Continua....