Charlie escrita por Reet


Capítulo 28
Epílogo - Vai ser feliz pra lá, parte dois.


Notas iniciais do capítulo

Epílogo, thats the end guys ):



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Danny


Observei Gerard, Andy e Lucas em um montinho, juntos, em cima de uma folha cartão branca e grande, com várias canetas coloridas. Tipo, COLORIDAS E COM BRILHO. Só esse tipo de idiotas para comprarem canetas coloridas e com brilho.

– O que vocês estão fazendo? – Perguntei.

– Colorindo o nome “Hagen”. – Gerard respondeu.

– Por quê? Vocês... Vocês sabem que a Chars vai estar junto com Joseph e Jeane, e eles virão todos juntos.

– Porra, Danny, ano passado você deu esse mesmo chilique. – Gerard reclamou – Me deixa escrever o nome dela dessa vez!

– Vocês não têm nada pra fazer, não?


Como da primeira vez, nós estávamos todos no aeroporto já com as viagens para Viena. Só que não era tão como da primeira vez. A viagem iria continuar, dessa vez, Charlie, será inevitável não vir falar comigo. Aquela criaturinha de outro planeta passou o ano inteiro sem olhar para minha cara. O que ela achava? Que eu fiquei bem e esqueci o amor de “verão” e iria deixar passar assim tão fácil se eu lutei tanto para finalmente conseguir ficar com ela? Eu não esqueci, e não iria. Não era nada como na última vez, primeiro porque Andrews e Lucas estavam aqui.

Andrews continuava praticamente com a mesma aparência, só havia tirado o aparelho dental, finalmente. E continua com a mesma fixação por facas, homicídios e tudo mais, com isso, ele concluiu a faculdade de Direito. Palmas.

– Na verdade, eu deveria ter ligado para a Julia para avisar que eu já estou no aeroporto. – Disse ele.

– Ela não larga do seu pé.

Andrews checou o celular.

– Falar nela, acabou de mandar uma mensagem.

– Lê pra gente. – Gerard incentivou.

– Ok... “Espero que o avião entre em turbulência, caia, e você morra sufocado com o banco do passageiro da frente sem um braço e as duas pernas... Loveya x–o–x–o.” – Ele ficou vermelho.

– É tipo um “boa viagem, amor” – Lucas gargalhou, e nós o seguimos.

Ah, o Lucas finalmente havia deixado de ser um nerd irritante (irritante? Ele quase nunca fala) e virou homem. Não que antes ele fosse gay. Ele deixou de lado os cachos castanhos e repicou o cabelo, deixando–o curto. Começou a usar roupas mais “normais”, mas seu nariz continuava muito grande. E alguma maluca bêbada tirou sua virgindade semana passada e desde então, ele estava muito mais pervertido. Abençoe a vadia, por favor. Ele estava cursando alguma coisa sobre desenhos gráficos, porque queria se tornar desenhista de revistas em quadrinhos. Havia dito algum dia desses, que faria uma história chamada Charlie. Iria retratar os três meses que ela ficou lá em casa.

Lucas tinha mais cara de se tornar mendigo, mas ele conseguiu superar essa. Até porque, não há faculdade de mendigo. Nem de gari, como segunda opção.

Gerard também continuava com Rocket. Eu e Lucas éramos os únicos encalhados, mas não por muito tempo. Ele pintou os cabelos de vermelho de volta, há uma semana, dizendo que iria trazer a Charlie de volta com os cabelos vermelhos em uma das minhas crises de saudade da mini–capeta. Bem, em geral, Gerard continuava o mesmo. Ele terminou a escola de artes, e recebeu uma oferta para ser professor na Academia de Belas Artes, se dava mais bem com música.

A Hagen, cadela, não participou muito dessa história, mas ela estava grande, e dormia na cama de Gerard, já que ele era o dono oficial dela.

Cada um tinha uma Hagen para si. No meio do ano, Andrews comprou uma gata chamada Senhorita Hagen Milady Tortura e Lucas tinha um peixinho chamado Hagen também. Eu tinha a Charlie.

E bem, eu também continuava a mesma coisa, só que agora eu tinha vinte e um anos. Em geral, eu continuo o mesmo babaca de acordo com a Chars. E já estou terminando a faculdade de Relações Internacionais. Só que o meu futuro não importa muito nessa história. Ele vai acabar aqui, mesmo.


Inclinei–me para puxar o pequeno papel cartão colorido deles, escrito o nome Hagen. Levantei lá no alto, eu era mais alto que todos eles, então ninguém me alcançava. Virei meu rosto para onde eu apontava a plaquinha, foi quando eu a vi. E todos eles viram em seguida. Eles pareciam um bando de macacos com boa aparência acenando para a garota e os pais.

Rasguei a placa, olhando diretamente em seus olhos.


Eu reconheci Joseph e Jeane. Eles continuavam sempre a mesma coisa, de mãos dadas, sorrindo para lugar nenhum sem quase nenhuma sanidade mental. Mas ela, não, não continuava a mesma. Eu me perguntava se ainda sobrava alguma coisa de Charlie Hagen ali.


Eu tinha vinte e um, mas ainda não sabia controlar meus hormônios muito bem, então, eu fiquei meio suado e com o coração acelerado. Ali estava uma menina, menina o caralho, uma mulher de dezoito anos, um pouco mais alta que a Charlie. Incrível, ela cresceu! Ri mentalmente. E seu corpo. Cara, seu corpo estava cheio de curvas. Pernas, seios, e conseguiu manter a mesma barriguinha lisa com mais um pouco de cintura. O que ela fez? Isso eu não sei, mas ela estava querendo me matar, ou ser comida com os olhos.

E o cabelo que eu havia cortado. O grande loiro cabelo que eu havia cortado e deixado um pouco acima dos ombros, estava gigante novamente. Muito grande, um loiro mais realçado e uma franja invejável. Não usava nada que não estivesse favorecendo seu novo corpo de adulta. Uma blusa preta de manga comprida e uma saia vermelha. SAIA. Ah, ainda tinha um pouco de Charlie nela. Eu conhecia aquelas sapatilhas douradas.

É, era a Charlie.

Com os mesmo olhos verdes ameaçadores, que miravam todos ali, passando de Andrews, Lucas e Gerard para mim, e demorando alguns segundos até voltar a olhar para Andrews e seguir a seqüencia.

Ela falou alguma coisa com Joseph e deu a volta para uma loja perto, provavelmente para comprar um refrigerante ou coisa do tipo, e eu continuei de boca aberta para suas curvas, seu movimento, e seu novo tipo de beleza. Se eu aguentar mais de uma semana sem agarrá–la, por favor, me deem um premio. Cumprimentei Joseph e minha mãe, trocamos passagens.

– Já volto. – Avisei.

Corri até Charlie.

Ela não vai me escapar.

Observei que ela havia comprado um saquinho de amendoins... E eu me lembrei do garotinho de seis anos que sofreu com isso no ano passado. E mais umas três latas de coca–cola. Me aproximei para ajudá–la a segurar.

Ela sobressaltou com a minha presença, com os olhos verdes martelando em cima de mim. Os meus azuis trocaram uma discussão muito grande com os verdes dela, durante aqueles segundos. Eles perguntavam “por que você me ignorou o ano inteiro, não atendeu minhas ligações?”, e os verdes quase não respondiam.

Ela me empurrou uma lata de coca–cola no balcão.

– Você não vai tacar isso em nenhum garotinho de seis anos, não é?

Ela riu.

– Hoje não, mas posso pensar em colocar dentro da sua calça.

Não muda nunca.

– Você nunca vai mudar, Chars? – Eu sorri de lado.

Ela me olhou ameaçadoramente, do tipo, “Não mudei o suficiente, seu babaca?”. Não, ela me olhou docemente dessa forma.

– Eu retiro o que eu disse. – Admiti sozinho.

Eu peguei a lata de coca–cola, e entendi a deixa. Inclinei–me para seu rosto e lhe dei um selinho. Encostei meus lábios nos seus, notando muito mais formato e sutileza. Era uma Charlie nova, obviamente, mas essa eu já conhecia, ela só fez questão de deixá–la mais a vista, a Charlie que tem medo do escuro e se agarra a mim quando as luzes se apagam. Estalei, e voltei a me afastar. Ela estava vermelha. Ela sempre ficava assim.

– Essas latas não vão dar para todo mundo. – Eu disse, notando que só haviam duas em suas mãos, e nenhuma Charlie nunca deixaria de tomar coca–cola pelos outros.

– Mas... Eu só comprei para mim.

Ficou vermelha e eu ri.

– Ah. – Eu revirei os olhos.

Charlie entrelaçou sua mão com a minha, olhamos para a visão das mãos unidas e sorrimos ao mesmo tempo, voltando da lojinha em direção ao bando de idiotas que sempre estavam comigo. É, aquilo era definitivamente um início do que eu SEMPRE quis ter: um romance clichê, eu só nunca pensaria que seria com a Charlie. Finalmente, o início de um romance em um fim.

Claro que isso seria previsível. Ela é e sempre seria a mesma nanica e pirralha da Charlie.


FIM


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Notas finais do capítulo

Ok. Chorando oceanos.
Obrigada a todos vocês. Todos vocês, até mesmo os leitores fantasmas. Obrigada por ler, por gostar, por tudo, pelas recomendações e pelos reviews um mais carinhoso do que o outro. Adios (;