Charlie escrita por Reet


Capítulo 25
24 - Quer parar de me xingar?


Notas iniciais do capítulo

Oie
Mais um!



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— Vocês podem não ficar de putaria, mas vocês dois tem um amor mais que fraternal. – Gerard sorriu, se aproximando, e cortando TODO o clima, mas deixando um gelão ali. Puta que pariu, Gerard, vai ferver na testa no capeta!

Eu e Danny nos afastamos com a maior rapidez, deu até pra ver sua cara vermelha. Caralho, ver-me-lha! Ele estava tão fofo, eu senti vontade de ir até ali e apertar suas bochechas.

Eu encarei Gerard. Ele estava... com cabelos preto!

— Oh meu Deus, Gerard, o que você fez no seu cabelo? – Eu me agarrei a seus fios, que antes, eram da cor vermelha.

— Eu pintei! – Disse ele. – Danny conta para ela.

— É... – Danny se virou para mim novamente. – Ele pinta o cabelo de uma cor diferente a cada três meses.

Danny riu.

— Gerard você está lindo. – Eu disse.

Ge piscou os olhos fofamente e abriu um sorriso gigante, me abraçando forte pela cintura, e me balançou algumas vezes.

— Ela gosta de mim! Finalmente! A Charlie gosta de mim! Agora eu já posso morrer feliz! O ser humano mais egoísta, implicante e irritante gosta de mim.

— Ser humano mais egoísta, implicante e irritante. – Danny ressaltou e me fez rir. Não deixava de ser a mais pura (ou suja) verdade.

— Você ainda está meio diferente do Danny, mas tudo bem. – Eu disse.

— Meio diferente. – Rocket ressaltou e nos fez rir. Ela ficou na ponta dos pés e deu um beijo no canto da boca dele.

— Vamos nos sentar um pouco no bar? Eu estou suando com a boca seca. – Perguntou Gerard.

— Claro ex-cabeça-de-cenoura. – Rocket concordou. – Vocês vêm?

Referiu-se a mim e a Danny. Ela não estava notando que faltava a Julia e o Andrews? Que máximo.

— Ah – Danny olhou para meu rosto em sinal de confirmação. – Sim, vamos.

— Ótimo, vão na frente que eu quero falar com a Chars. – Desde de quando a rockeira louca me chama pelo apelido? Rocket empurrou os gêmeos e me deixou ao seu lado.

Ela esperou eles se distanciarem. Bem, eu estava achando que aquela putinha número dois iria começar a implicar comigo também. Sei lá, implicar por eu ter agarrado os fios de cabelo do Ge... Mas não! Ela sorriu e fez carinho nos meus curtos fios, que o puto Danny havia cortado.

— Ei, eu venho percebendo que você e a Julia estão se alfinetando. – Ela riu – Você gosta do Danny.

Suspirei.

— Dá para perceber muito?

Eu fiquei envergonhada.

— Não! – Ela riu – Os meninos são tontos demais para perceber essa parada, mas eu e a Julia já notamos isso.

— Hm. – Eu revirei os olhos – Não conte para Gerard.

— Pode deixar. Eu queria dizer que não precisa se preocupar com a Julia. Olhe bem ali. – Ela apontou para um canto em que eu vi Andrews e Julia meio que agarrados entre conversas e risos altos. – Ela curte um certo menino meio macabro.

Repito. Meio que AGARRADOS, meio que conversando. Mais agarrados do que conversando.

— O Andy? Caralhos!

— É! – Ela gargalhou – E ela só está de coisa contra você, porque você passa o tempo inteiro com ele, e bem, ela passa o tempo inteiro com Danny. É uma coisa complicada.

— É uma troca que deveria estar certa. – Dei de ombros.

— Exatamente. Estou me sentindo melhor agora eu conversei com você sobre isso, e ah, Chars, me desculpe se eu me mostrei ser meio implicante e ignorante. – Ela riu novamente. Ela não conseguia parar de rir? Isso não dá câimbras?

Eu acenei positivamente e corri junto com Rocket para alcançar os meninos. Dei o braço à Danny, e do outro lado, ela fez o mesmo com Gerard. Acho que isso alegrou-o um pouco.

Danny se sentou no banco alto. Estava meio complicado para eu subir, ainda mais por estar de vestido. Danny notou isso e começou a rir. Me deu a mão, mas ao invés de me ajudar a subir, ele me puxou para seu colo. Eu estranhei de início o fato de me sentar propositalmente em seu colo, mas relaxei quando ele passou as mãos em volta da minha cintura e aproximou a cabeça do meu ombro.

— O que os senhores vão querer? – O barmen perguntou.

— Duas cervejas, para mim e para o Danny – Disse Gerard, rapidamente.

— Eu não sabia que você gostava de cerveja, Danny. – Disse lentamente.

— Nem eu. – Ele riu.

— E dois coquetéis de morango com Absolut para mim e a Charlie. – Rocket completou.

É, eu sou maior de idade perto deles. Agora já posso usar minha carteira falsa para fugir para a Suíça e morrer de frio. Na Suíça neva, certo?

Eu senti o hálito fresco de Danny se aproximando do meu ombro. Ele beijou meu ombro e eu me arrepiei, e logo depois, descansou a cabeça no meu ombro. Era... perfeito. Eu tenho coisas contra a palavra “perfeito”, mas tipo, é perfeito agora.

Era o segundo coquetel que eu tomava com Absolut. Não iria me deixar alta, mas provavelmente me traria efeitos mais tarde, e meus responsáveis iriam se dar mal. Com responsáveis eu digo Danny, Danny e Danny. Mas desde quando eu me preocupo com o que vai acontecer aos outros?

— Eu jurava que a Charlie tinha cabelos longos. – Disse Rocket.

— Ela tinha, mas eu cortei. – Danny riu.

— Nossa, por que raios você fez isso? – Rocket riu junto com ele.

— Eu estava implicando com ela.

— Eles só se implicam, o dia inteiro, eles implicam sobre decisões confusas daquele presidente negro até latas cilíndricas de Pringles. – Gerard revirou os olhos. – Mas olhe só, quando não estão implicando, eles estão se abraçando por causa de trovões, escuro e insetos... Vai entender.

— Eu achava que os meninos gostavam de cabelos grandes para puxar quando estão na cama. – Veja, Rocket tem a maior boca grande.

— Por que eu estou conversando sobre isso? – Perguntei a mim mesma.

— E gostamos. – Gerard e Danny concordaram juntos. Eu virei o rosto e encarei Danny, incrédula.

— É tipo, legal ouvir as meninas gritando por duas coisas. – Danny disse, e riu depois.

— Atire uma bala em mim. – Eu falei lentamente.

— Hey gente! Vocês viram o Lucas? – Andrews se aproximou de nós, com Julia ao seu lado.

— Não. – Respondemos em coro.

— Okay, foda-se. – Ele deu de ombros.

Começou a tocar Whos Dat Chick.

— Eu adoro essa música! – Gerard puxou Rocket pela mão, conduzindo-a para a pista de dança.

— Ele não gosta de música pop, ele só disse isso para agarrar a Rocket enquanto estiverem dançando. – Danny reformulou a frase.

— Ah, claro. – Eu balancei a cabeça.

Andrews segurou minha mão, e me puxou do colo de Danny.

— Vamos dançar também, Charlie.

— Vamos, Danny? – Julia perguntou rapidamente para Danny. Ele balançou a cabeça como um sim e pegou a mão de Julia para se deslocar para a pista de dança.

Eu fiquei lá, com Andrews, dançando timidamente e respondendo perguntas sobre o que havia acontecido. Ele quase me deu um tapa quando eu disse que não tinha o beijado por causa do Gerard-moreno e da Rocket-quero-paz-contigo.

— Argh, Chars, você também não colabora. Fica nessa timidez dos caralhos.

— Eu SOU tímida. É meu modo de defesa.

— Larga de ser! – Disse ele. Andrews pegou meu queixo com força, inclinando sem hesitar. – É até perda de tempo falar o que você já fez com toda essa sua timidez. Você ainda vai ficar com Danny mais uma vez hoje, e se voltar dizendo que nada aconteceu, eu te mordo.

— Que graça. Eu te mato.

— Eu uso aparelho fixo.

— Okay, entendi o recado. – Suspirei – Andrews, você tinha feito uma “troca de pares” que deveria estar certa.

— Como assim?

— Eu e o Danny, e você e a Julia. – Sorri de lado – Ou pelo menos eu achei que estivesse mais certa.

— Eu acho a Julia interessante. – Admitiu ele.

— Agarre-a. – Eu disse – É uma aposta.

— De quanto? – Ele sorriu.

— Dez dólares da carteira do Danny.

Ele balançou a cabeça. Bem, fora assim que eu basicamente “consegui” a Rocket para o Gerard, então seria assim que eu faria a Julia ficar com Andrews.

— Mas agora, VOCÊ dança comigo.

Me puxou para mais perto.

Dançamos por músicas, só que eu estava fora dali, eu estava pensando em Danny. Acabou que eu pisei no pé de muita gente, principalmente Andrews que deve ter ficado com uma unha encravada.

Pisei no pé dele pela última vez, ele me parou com um sorriso do tipo “vou te matar” na cara. Pergunta inesperada: como é um gentil sorriso de “vou te matar”?

— Eu vou pegar uma garota para dançar comigo. – Disse.

— O que?! Andy, e eu? O que eu faço? Eu vou ficar aqui sozinha? Seu dever era me ajudar!

— Ah – Ele suspirou lentamente – Cala boca e apenas fica aqui, assim, paradinha.

— ANDY...

Ele já havia desaparecido. Psicopata dos infernos! Cruzei os braços com raiva. Uma menina passou andando com seu provável namorado e olhou para mim rindo.

Eu estiquei o braço para entornar a bebida do seu copo em seu vestido e ela parou de rir.

Nossa, nem zoar com os outros me deixou feliz agora.

A garota estava me xingando. Eu nem ouvi-a falar direito por causa da música alta. Estava começando Toxic, daquela loira toxigenada e puta da Britney Spears.

— Porra, Charlie, você só faz merda. – Uma risada baixa ecoou de uma forma provocativa no meu ouvido.

Eu me virei e...

Danny, com aquela sua altura (que deveria ser aproximadamente 1,88cm), estava meio inclinado para falar no meu ouvido, com um sorriso sacana no rosto. Algo me dizia que ele não estava desaprovando o meu comportamento. Ele estava... acostumado. Eu fiquei meio vermelha.

— Você está rosa! – Ele riu.

Okay, eu fiquei muito vermelha.

— Cala sua boca, babaca!

— Não, Charlie, não vou calar minha boca.

Danny passou o braço em volta da minha cintura e me puxou para cima em um único segundo, me fazendo ficar bem na ponta dos pés com sua ajuda. Ele me beijou, enquanto batia seu corpo com o meu por causa da rapidez.

With a taste of your lips, I’m on a ride.

Eu me apoiei em seus ombros, devo ter cravado minhas unhas neles.

With a taste of your poison, I’m in paradise. I’m addicted to you, don’t you know that you’re toxic?

Ele me beijou tão rápido, que eu não conseguia acompanhar seus movimentos. É, foi hilário. Não pra mim, é claro, eu só me fodo nessa merda. O plano de fundo musical daquela loira maluca não batia com a situação, óbvio, era uma situação quase romântica, Danny fazia tudo se tornar romântico. Sua outra mão acariciava meu rosto, passando os fios fora do lugar para trás da orelha, e a mão que me puxava para cima pela cintura, estava sendo cuidadosa apesar de me puxar. Só Danny para conseguir ser cuidadoso enquanto me puxa brutalmente. Eu estava com falta de ar, e tentei me afastar, e ele o fez, afastando menos de dois centímetros, terminando o beijo com sua língua contornando o formato do meu lábio superior.

Eu relaxei, e saí da ponta dos pés que já estava me machucando. Encarei seu rosto, e notei que ele tentava não rir.

— Oi. – Disse lentamente.

Com tantas palavras no dicionário, por que raios eu fui dizer oi?

— Você é uma indecisa, imbecil e maluca, sabia? – Danny disse, balançando a cabeça e tentando não rir.

— Oh, você me beijou para me xingar? – Perguntei.

— Charlie... eu sou louco por você.

Minha boca se abriu como se fosse soltar alguma exclamação, e depois se fechou, e se abriu novamente, mas eu não tinha o que falar. E aí, ela se fechou de novo. E eu fiz uma careta. Ele voltou a falar.

— Quero dizer, eu não consigo entender se você é estúpida mesmo ou só gosta de brincar como uma criança...

— Quer parar de me xingar?

— Você chega como uma nanica louca, demora um tempão para se socializar, mexe comigo, arranja problemas para mim – Ele foi contando nos dedos – então eu te beijo. E aí você age como se nada tivesse acontecido, além de brigar comigo e me ameaçar me morder, e começa a ficar corada toda vez que eu chego perto, revirando os olhos ou bufando como um... um...

— Não me compare com um animal. – Eu interrompi. – Animal aqui é só você.

— Bufando como uma hiena! – Danny completa, me ignorando e... hienas não bufam. Elas riem. – Eu descubro que o senhor psicopata-Andrews GOSTA de você, e vocês ficam amiguinhos, mas aí você não sente amor! Claro que EU queria “te mostrar” o que era sentir amor, mas não, tinha que ser Andrews, porra!

— Por quê? – Questionei.

Ele respirou. Eu queria dizer... que ele estava parecendo um louco falando daquela forma e gesticulando com os braços. Literalmente, ele parecia minha mãe.

— É você o tempo inteiro. Minha maior preocupação e a primeira em quem eu penso quando acordo. – Danny segurou meu rosto com suas mãos – Eu me apaixonei pela garota que eu não vejo o tempo inteiro. Eu quase nunca a vejo na verdade, ela só aparece quando ela está drogada, com medo do escuro ou... – Ele me deu um selinho – ou quando eu a beijo e a deixo sem palavras. Aí ela aparece, ela fica doce, fofa, e eu tenho absoluta certeza de que sente amor por mim. Ela SENTE. Mas ela volta ao normal e me deixa totalmente confuso.

Nada daquilo respondeu minha pergunta.

— Por isso, tinha que ser o Andrews. – Ele finalizou.

— Porque você me ama?

— Não, porque eu não sabia se você gostava da mesma forma... Ei, eu nunca disse que te amo.

— Ofensivo. – Eu disse, com um sorriso torto no rosto.

— F-o-d-a-s-e. Mas me deixa finalizar a história: Andrews raptou a Julia, e parece que eu estou devendo vinte dólares para ele, não sei como. Meu irmão gêmeo e Rocket vivem em um amor louco e confuso, Lucas ainda está desaparecido e ah... Eu te amo demais, pirralha.

— Eu odeio admitir isso... – Eu ri um pouco e provavelmente, fiquei corada, já que toda vez que ele chega perto é assim – Mas eu também.

— O que? – Ele prendeu o riso.

— Não me obrigue a dizer novamente. – Revirei os olhos e virei de costas para Danny, começando a andar no meio dos grupos que dançavam. Claro que ele estava vindo atrás, ele queria um romance clichê, ele nunca deixaria de me seguir, como no primeiro dia que eu passei na casa dele, ele ficou me perseguindo. Estava chamando meu nome, tentando me fazer virar. Mas espere!

Começou a tocar Coldplay, Hurts Like Heaven. Apesar do meu gosto para rock, eu simplesmente a-m-a-v-a Coldplay.

Cheguei a um dos cantos do salão, onde tinham alguns sofás e algumas cadeiras. Sabe aquele cara magricelo que chamado Mosley que me acordou e me ajudou com o plano de Andrews ao tirar meu gesso? Ele estava ali sentado, tomando uns bons drinks com outro homem que parecia tanto gay quanto ele. Ele acenou para mim.

— Oi Mosley. – Acenei de volta.

— Como está indo a festa, Srta Hagen?

— Você perdeu o direito de me chamar pelo sobrenome quando tirou meu gesso, Mosley. Sou só Charlie. – Sorri. – Agora cai fora daqui.

Ele se levantou com nenhum ressentimento pelo meu palavreado TOTALMENTE educado. Bem, Danny me alcançou. Mas quando fez isso, eu já estava de pé em um daqueles sofás acolchoados. Ele colocou as mãos na cintura e fez uma careta.

— Desce daí, nanica, sabe que altura e você não se dão bem.

Ele estava próximo o suficiente. Eu estava mais alta que ele, por centímetros. Coloquei as mãos em seu ombro e me inclinei um pouco, até conseguir beijá-lo. Do alto.

You use your heart as a weapon, and it hurts like heaven.

Encaixamos as bocas perfeitamente bem e ele pediu permissão para um beijo, puxando minha cintura com as mãos e me tirando do sofá. Eu me agarrei ao seu pescoço e ele se agarrou à minha cintura. Pela primeira vez, estávamos nos beijando sem que nenhum precisasse se abaixar ou ficar na ponta dos pés, e isso era hilário.

Na verdade, acho que se alguém parasse para contar toda a minha história desde que cheguei à casa do Moritz idiotas até me apaixonar por um deles, seria uma história realmente muito engraçada. Impactante, pois eu continuava sendo a mesma menina dos meninos ao me apaixonar por um deles. Era como... transformar uma comédia em um romance, sem deixar de ser comédia.

— Ai Charlie, você me mordeu!

— Não, sério, dessa vez foi sem querer.

Era como ser eu.


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Notas finais do capítulo

Aeee você não tem nada pra fazer e chegou até o fim do capítulo. Gente, o próximo capítulo é o último, e depois vem o epílogo e a surpresa *-* bjs