Mr. e Mrs. Jackson escrita por Beatriz Costa


Capítulo 17
Como Gato e Rato


Notas iniciais do capítulo

O titulo foi inventado no último segundo.
Boa leitura.



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PDV Annabeth

Eu e minha equipe fomos logo de manhã para minha casa. Elas esquadrinhavam cada canto e tive de morder a língua para não gritar para pararem.

Afinal, era a casa de meus sonhos: grande, com um quintal. Por dentro era espaçosa e bonita.

Tudo perfeito.

Thalia dava ordens:

- Lixo de bolso, recibos, fósforos. Vocês sabem, o costume.

Claro que sabiam. Eu própria as tinha treinado. Procuravam todo o tipo de pistas.

Subi as escadas em direção ao andar de cima. Num dos cômodos, Silena rasgava o ornitorrinco que havia ganho de prémio numa feira de rua, á procura de pistas no estofo.

Senti um nó na garganta. Respirei fundo e fui até outro cômodo.

Rachel, Piper e Hazel viam um vídeo. O vídeo do meu casamento.

- O que é isso? – perguntei.

- O teu casamento. – respondeu Rachel.

- Isso eu sei. Quero saber é o que estão fazendo?

- Pesquisando sobre o alvo. – defendeu-se Piper.

Avancei até elas, tirando o comando da mão de Hazel.

- Este quarto está selado. Obrigada.

Relutantes, elas saíram do quarto. Olhei o vídeo do meu casamento. O casamento perfeito. Um casamento cheio de mentiras. Desliguei a TV, retirei a fita e a joguei na lata do lixo.

Peguei no peluche e num saco com tralha e fui deitá-lo fora. Umas garotas lá da rua brincavam viram o que eu fazia.

- O que se passa Sra. Jackson? – perguntou uma loirinha.

Me virei para elas e respondi com um sorrisinho.

- Limpando o jardim, garotas.

Voltei para dentro. Ainda antes de entrar olhei para a casinha das ferramentas. Ainda não tinha sido inspecionado. Era um território 100% Percy. Não tinha a mínima ideia do que ele lá fazia.

Entrei ali, com a sensação de ter encontrado a mina de ouro. Liguei o interrutor que lá se encontrava, iluminando tudo.

Parecia que tinha passado um furacão por ali. Percy nunca foi dos mais organizados. E ainda reclama do amigo.

Vasculhei todos os cantos até perceber o barulho que o piso causava ao andar. Pisei um pouco mais forte e meu pé foi de encontro a algo. Tirei toda a tralha que estava naquela área e… bingo! Estava lá um alçapão. Parece que tinha encontrado a entrada para a mina.

Usei meus truques para a abrir o cadeado e desci pelas escadas que apareceram. Consegui achar um botãozinho e ligar as luzes.

Meus deuses! Estava ali um verdadeiro arsenal, com armas de todos os tipos e tamanhos. E dinheiro! Muito dinheiro. Dólares, Euros….

Subi até cima e chamei Thalia, Rachel, Silena, Piper e Hazel e elas ficaram tão espantadas como eu ao ver tudo aquilo.

- Meninas, - disse eu sorrindo – Papai Noel chegou mais cedo.

PDV Percy

Bati á porta dos Underwood. Foi Grover quem atendeu.

- Olá vizinho. Isso é pra você

Grover pareceu surpreso com o presente.

- Olá Percy. Uau, uma abóbora. E das grandes.

Foi exatamente isso que você leu. Acabei de oferecer uma abóbora ao meu vizinho super chato.

O vizinho super chato que me iria ajudar a entrar em casa sem levar com uma bala. Vocês já perceberam, não é? Quero entrar em casa, então levo alguém comigo para o caso da Vacabeth – gostaram do apelido que o Nico lhe deu? – estar lá. Ela não seria capaz de atirar com um inocente por perto. Mesmo que seja o vizinho super chato. Admitam, sou um génio.

Antes de abrir a porta, espreitei pela janela. Parecia não estar ninguém. Abri a porta e Grover entrou á frente – eu é que não ia arriscar, né? – olhando abobalhado para o interior da casa.

- Nem acredito que nunca entrei cá antes. Isso é demais.

Não prestei muita atenção ao que dizia, olhando para todos os lados.

- Pois, pois. Porque não começas pela sala de estar?

- Ótima ideia.

Fomos avançando até á sala.

- Adoro o chão. É teca ou algo assim?

- Carvalho vermelho.

Avancei até outro cômodo ouvindo Grover falar sobre o troféu de golf.

- No próximo ano vais estar em cima da sua lareira.

Deixei Grover a apreciar a casa, enquanto fui até á casinha das ferramentas. Havia algo errado. A porta estava aberta. É bom que não seja o que estou pensando.

Entrei.

Estava tudo bagunçado. Mais do que já estava.

Abri o alçapão e desci, esperando o pior. Ao acender as luzes, não é que descubro que o pior aconteceu mesmo?

As prateleiras estavam limpas. Não sobrou uma nota pra contar a história.

A Vacabeth e suas amiguinhas levaram tudo.

Ah, mas isso não vai ficar assim.

PDV Annabeth

- Muito bem, o perfil do alvo é nossa maior prioridade. Utilizem todos os meios necessários. Telefones sob escuta, cartões de crédito, scans de frequência de áudio.

- Com o quê, Annie? – perguntou Rachel.

Apertei o botão do atendedor de chamadas.

Ligou para a residência dos Jackson. De momento não estamos. Deixe o seu recado após o sinal…Biip.

- E faz pesquisa na base de dados.

- Procurar o quê? – perguntou Thalia. – Percy Jackson? Será mesmo esse o nome dele?

Todas olharam para mim.

- Encontrem-no.

Ouvi Hazel me chamando. Me virei para ela.

- Que é?

- Humm, acho que o encontrei.

Meu coração deu um pulo. Todas se viraram para Hazel.

- Onde está ele?

Ela engoliu em seco.

- Está aqui. E tem alguém com ele.

Olhei para os vídeos das câmaras de vigilância. Estava tudo limpo.

- O sensor térmico entrou no perímetro. – avisou Piper repentinamente.

Rapidamente iniciou um scan por todos os andares. Na tela se via os andares em três dimensões. O scan era feito andar por andar.

O telefone do escritório tocou. Pus em alta voz.

Comecei logo a falar.

- Eu já disse várias vezes que não gosto de ser incomodada no escritório, querido.

- Você ainda é a Sra. Jackson.

- Como muitas garotas por aí.

Ouvi um riso conhecido.

- Quem está com você? O Emo?

- Eu não sou Emo.

Thalia falou.

- Niquinho, querido. Como vais?

-Thalia meu amor. Vou bem muito obrigado.

A conversa deles estava calma demais.

- Pensei que você trabalhava com os mortos. Mas esse deve ser em part-time.

- Esse é o emprego oficial. Este é o verdadeiro. Pensei que eras arquiteta.

- Esse é o emprego oficial, querido.

Ouvi uns ruídos do outro lado da linha. Percy voltou a falar.

- Primeiro e último aviso, Annabeth. Você precisa de desaparecer. Agora.

O scan aos andares continuava. Silena, Juníper e Thalia começavam a destruir os arquivos, não deixando nada pra trás.

- Quer que rebole e finja estar morta?

- Deve estar habituado depois de quatro anos.

- Cinco. E eu não vou embora.

Ouvi o alerta do computador Intruso detetado.

Falei para a equipe.

- Evacuar plano C.

O disco rígido logo foi esvaziado, mais arquivos foram metidos numa urna de inceneração.

Tudo destruído.

Não deixávamos nada para trás, nada que nos pudesse incriminar.

Logo nos dirigimos para a parede de onde retiramos lançadores portáteis de compartimentos secretos.

Também havia um botão secreto, reservado para fugas de última hora.

Ao pressionar o botão, as janelas se estilhaçaram numa série de explosões espalhando pedacinhos de vidro pelo chão.

Em seguida, foi só passar os fios dos lançadores por âncoras presas ao teto. Miramos os dispositivos na direção das janelas e disparamos garras de metal, também atadas aos fios, rumo aos prédios em frente.

Os ganchos produziram um barulhinho ao se prenderem nos telhados. Uma a uma, as minhas colegas foram saindo pelas janelas. Numa altura de cem andares até ao chão.

Eu e Thalia ficamos para o fim e foi quando Nico e Percy pularam do teto com armas apontadas a nós.

Apenas sorrimos para eles e nos lançamos pelas janelas, com eles correndo até nós.

Ao termos os pés assentes no prédio da frente, nos virámos e lá estavam eles nas janelas.

Thalia se virou pra Nico e berrou

- ESTÁ TUDO ACABADO DI ANGELO!

- NÃO TERIA DITO MELHOR!

Percy olhou para mim e gritou:

- COBARDE!

- MARICAS!

Lancei um último sorrisinho e saí dali com Thalia.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam!
Bjs



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