Mr. e Mrs. Jackson escrita por Beatriz Costa


Capítulo 15
Conflitos - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Aqui está a segunda parte do capitulo.
Boa leitura!



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PDV Annabeth

O grande filho da puta, está sentado na outra ponta da mesa como vinha fazendo ao longo destes cinco anos. Sempre sorrindo. E sempre mentindo deslavadamente.

Como foi em Atlanta?

Também tive uns problemas. Mas a verdade é que não estava em Atlanta e sim no deserto tentando rebentar seus miolos.

Será que pensava em mim quando estava fora? Ou será que ria da mulher que tinha em casa, enquanto se atirava nos braços de alguma agentezeca de quinta?  Era por isso que virava para o lado e dormia feito pedra sempre que passava as noites comigo. Gastava sua energia vivendo aquela emocionante vida dupla!

A única coisa que me deixava acordada a noite inteira eram seus roncos!

Sem falar da baba em meus cabelos!

Cretino.

Agora vinha pra meu lado, pronto pra me servir o vinho. Não gostei nada do brilho em seu olhar.

Será que Percy sabia que era eu quem ele quase havia rebentado no deserto? Se sabia, estaria ali pra terminar o serviço?

Aquela garrafa em sua mão me deixou nervosa. Percy poderia quebrá-la em minha cabeça sem a mais pequena dificuldade.

Percy serviu-me e quando ia levar o copo aos lábios, a garrafa lhe escorrega das mãos.

Num gesto rápido, estiquei o braço e peguei a garrafa em pleno voo. Meus reflexos eram excelentes. Excelentes demais para uma dona de casa.

Percy abriu um pequeno sorriso.

Ele sabia. E sabia que eu sabia. E agora eu sabia que ele sabia que eu sabia.

Percy havia deixado cair a garrafa de propósito.

Deixei a garrafa cair em direção ao imaculado tapete branco. Tudo em câmara lenta.

Isso trouxe lembranças de Atenas. Nunca lhe perguntei o que estava lá a fazer. Quando não estava na cama com ele, cuidava das missões que me tinham levado até lá. Quatro assassinatos numa semana. E ele decerto fazia a mesma coisa.

O cretino vinha-me a mentir desde o inicio.

Com um barulho surdo, a garrafa se espatifou no chão, espalhando vinho para todos os lados e cobrindo o tapete com uma horrível mancha vermelho-sangue.

PDV Percy

Falamos ao mesmo tempo.

- Eu trato disso. – disse eu.

- Vou buscar uma toalha. – disse Annabeth

Desculpas. Nós dois precisávamos fugir.

Corri até ao meu escritório. Precisava da minha arma.

Numa única noite tudo mudou. Nem uma palavra. Nem uma bala disparada. Os olhos confessaram tudo. (Mas vamos admitir que o truque da garrafa foi ótimo!)

Enquanto a garrafa caía tive recordações de Atenas. Nunca lhe tinha perguntado o que fazia ali. Só me sentia feliz por tê-la ali comigo, na minha cama.

Sempre conseguia arranjar maneira de escapulir pra cuidar das minhas missões. E ela fazia o mesmo.

A vadia vinha-me a mentir desde o inicio.

Peguei a arma com silenciador que tinha numa das gavetas, e saí para o corredor.

Fui até á sala de jantar.

- Annie? – chamei. – Querida…?

Ninguém respondeu.

Vai que este não era mesmo o nome dela.

Foi quando ouvi um barulho do lado de fora. Corri para as janelas.

Ela estava a fugir de carro!

Rapidamente atravessei a sala, saí pela porta e atravessei o jardim a tempo de vê-la sair.

- Annabeth, para o carro!

Não parou. Ainda pisou mais no acelerador, saindo para a estrada.

Foi aí que tive a péssima ideia de a seguir, cortando caminho pelos jardins dos vizinhos. Passar o dos Underwood foi fácil, mas ao saltar por um arbusto, fui de encontro aos brinquedos por lá espalhados.

Teria sido engraçado, se não tivesse preocupado com outras coisas.

Consegui chegar ao outro lado do quarteirão, ao mesmo tempo que Annabeth virava na esquina.

O problema é que fiquei preso na cerca e disparei acidentalmente. Até aí tudo bem. Mas com tantos sítios onde poderia acertar, a bala foi justamente para o para-brisas do carro da Annabeth.

 - Merda!

Annabeth travou o carro e olhou pra mim com cara de “não acredito que fez isso”.

Ferrou.

PDV Annabeth

Talvez o Percy quisesse ficar em casa a brincar aos polícias e ladrões.

Mas eu não. Não ficaria naquela casa nem mais um segundo.

Eu fugi.

Peguei no carro e saí cantando pneus pela rua.

- Cinco anos… - sussurrei. – Como pude ser tão estupida?

Ao dobrar a esquina, os faróis do carro iluminaram Percy a ir contra a cerca de um quintal.

Mas antes que pudesse fazer alguma coisa…

… uma bala atravessou o para brisas do meu carro!

Aquele cretino estava tentando me matar!

A criatura que durante cinco anos chamei de marido, se pôs em frente ao carro.

Meti o pé no freio.

Ainda o ouvi dizer:

- Espera. Não. Acidente. Querida? Acidente

Não liguei pra o que ele disse.

Pisei fundo.

- Pare o carro! Annabeth!

- Desculpa querido, mas você não me diz mais o que tenho de fazer. – murmurei.

Um detalhe sobre mim que muita gente não sabe é que eu nunca perco.

No último segundo antes do impacto, Percy saltou para o capô e depois para o tejadilho.

Ouvi a voz dele em cima do carro.

- Annabeth, você está exagerando.

Conduzi em zigzag, para ver se ele se desprendia.

- Não vamos pra cama zangados. Vamos conversar. – dizia ele. – Estaciona o carro.

Uma das janelas de trás se partiu em mil pedacinhos com um bom chute de Percy, entrando para o banco de trás.

Uma boa manobra, devo admitir.

- Escuta… - ele começou a falar, inclinando-se para o banco da frente.

Mas eu também tinha a minha manobra. Abri a porta do carro e pulei fora, indo de encontro ao asfalto.

Querido, podes ficar com o carro.

O carro seguiu em frente – com Percy no banco traseiro – indo de encontro a uma cerca que marcava as curvas da estrada.

Me levantei e fui embora.

PDV Percy

Porra!

Ela saltou do carro… e eu ainda aqui estou.

Não havia dúvidas. Ela não havia desculpado o tiro acidental.

Ao olhar pela janela traseira vi ela de pé, tirando folhas da roupa, como se nada tivesse acontecido.

Foi quando senti o carro bater em algo.

- A gente precisa conversaaaar! – os pneus já estavam fora do chão quando disse (leia-se berrei) isto.

Não me lembro muito bem como, mas quando dei por mim estava a bater na porta da casa do Nico – todo sujo com lama e folhas e alguns arranhões.

Estava a precisar de um amigo e nada melhor que o Nico.

Nico abriu uma fresta da porta e espiou para fora. Quando viu que era eu, a abriu completamente e me puxou para dentro dizendo:

- Que Hades aconteceu com você?

- Minha mulher me tentou matar.


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Notas finais do capítulo

Reviwes??



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