Diário de um Semideus 3 - A Última Filha escrita por H Lounie


Capítulo 1
Todos os fins


Notas iniciais do capítulo

Saudades, é.



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Lyra

Reza a antiga lenda que todo semideus nasce com um propósito. Não poderia ser diferente para ela, muito embora ela fosse realmente diferente de todos nós, ou bem, de todos eles. Eu já fui como eles. Também nasci com um destino complicado, destinada a uma intrincada teia de situações delicadas. Minha história começou com o aparente sumiço do martelo de Hefesto, arma extremamente poderosa, detentora de parte do poder de cada objeto que já criou. E eis que pela segunda vez a guerra voltou a reinar entre os olimpianos por conta de um objeto de poder roubado. É claro que todos já esperavam, todo e qualquer momento de paz é apenas um prefácio para um novo conflito.

Em meio ao caos imposto por Hefesto no Olimpo, descobriu-se a existência de um novo símbolo de poder, estando esse em posse de Hades. Como a poderosa espada ainda em estava em fase de construção, Hefesto só conseguiu chegar a uma conclusão plausível: Hades ordenou que roubassem o seu martelo, para que assim seus subordinados pudessem terminar a espada.

E assim, estava decretada nova guerra. Uma reunião aconteceu em solo mortal, território neutro, visto que Hades não era bem vindo no Olimpo fora da data do solstício de inverno. Estavam presentes Zeus, Hades e Hefesto. O pequeno bar que serviu de cenário estava vazio, exceto pelos três deuses e ali os três debateram a questão. Hades alegava não ter roubado, contou-lhes a história da espada desde o inicio, história essa que o livrava de culpa, visto que a idéia de forjar a espada fora idéia de Perséfone, que queria que o poder Hades se igualasse ao de Zeus e Poseidon, quebrando assim a antiga divisão. Hefesto foi relutante ao aceitar a versão de Hades e continuou insistindo que o ladrão era ele. Depois a história virou e foi aí que eu entrei nela: Apolo, meu pai, passou a ser culpado da suposta conspiração de Poseidon.

A guerra estava marcada para acontecer no vale da morte, Leto me instruiu durante toda a missão, missão que culminaria em um odioso acordo com Hécate e o mais estranho: em minha morte. Naturalmente, este deveria ser o final certo de tudo isso. Depois de evitar a guerra e explicar as coisas, a heroína morre em um final clichê, mas não, o destino ainda tinha planos para mim. As moiras ainda queriam ver-me descobrir o amor pela segunda vez, perdê-lo, trair, mentir, voltar à vida pelas mãos de Gaia. Quase deixar a esperança ir. Descobrir que sou fruto de um erro, uma desventura na vida de Apolo e Afrodite. Quiseram ver-me deusa, esposa de Hermes. Quiseram ver-me chorar noites seguidas após descobrir que meu verdadeiro amor desfrutava da imortalidade e que agora eu estava presa a um forjado casamento, por mais fácil que fosse conviver com Hermes, estava impedida de amar o filho de Hades sem expô-lo a riscos. Também quiseram fazer-me sentir o amargo da traição, a vontade de descontar em um inocente criança a dor de ser traída. Quiseram me fazer provar o remédio do colo de mãe. Quiseram me fazer prisioneira de mim mesma.

E aquele não foi o fim. Aquilo sobre Gaia, só agora eu sei. Tudo que fiz foi colocá-la para dormir, se é que chegou a isso. A ameaça dos gigantes ainda paira sobre os semideuses. Gaia está prestes a despertar. E ainda há mais, uma estranha chegou, uma estranha que pode determinar muitas coisas, alguém por quem papai esperava. Alguém que tem o tempo como aliado.


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